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No caso de condição suspensiva, considera-se materializado o fato gerador desde o implemento da condição, salvo

disposição de lei em contrário.

No caso de condição resolutória, considera-se materializado o fato gerador desde o momento da prática do ato ou da
celebração do negócio.

10.2.3.2) Classificação dos fatos geradores quanto à sua ocorrência no tempo

1. Fatos geradores instantâneos ou simples: neste caso, a realização se dá em um determinado momento no tempo (um
simples ato).
Exemplo: ICMS – cada operação de saída de mercadoria é um fato gerador instantâneo do ICMS. O mesmo ocorre com o
IPI, IOF, ITBI e ITCMD.
✓ Nesses casos, o fato gerador ocorre num momento único do tempo.

Observação: o imposto de renda do ganho de capital é instantâneo.

2. Fatos geradores periódicos, complexivos, complexos, completivos, continuativos, de formação sucessiva: a realização
dos fatos ocorre ao longo do tempo e, posteriormente, os fatos se somam.
Exemplo: imposto de renda.

✓ Há um marco temporal (encerramento) que considerará todos os fatos ocorridos anteriormente. Nesse caso, a
situação não é contínua, ou seja, os fatos se alteram no decorrer do tempo.

3. Fatos geradores continuados, contínuos, por período: a sua realização ocorre de forma duradoura (se repete no
tempo).
Exemplos: IPTU, IPVA, ITR.

✓ Neste caso, a mesma propriedade é tributada todo ano.

Questão de concurso:
(TJRS- JUIZ SUBSTITUTO/2018) 82. Sobre a disciplina do fato gerador trazida pelo Código Tributário Nacional, é correto
afirmar que
(B) se tratando de situação de fato, salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e
existentes os seus efeitos desde o momento em que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que
produza os efeitos que normalmente lhe são próprios.
(C) fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência.

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(D) a definição legal do fato gerador é interpretada considerando-se a validade jurídica dos atos efetivamente praticados
pelos contribuintes, responsáveis ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos.
(E) se tratando de atos ou negócios jurídicos sujeitos a condição suspensiva, considera-se ocorrido o fato gerador e
existentes os seus efeitos desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio.

10.3) Norma antielisão fiscal


A norma antielisão fiscal foi incluída no CTN por meio da LC 104/2001.

CTN, art. 116, parágrafo único: “A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados
com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da
obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária.”

Observação: Há a ADI 2446 em andamento – O aluno deve acompanhar o julgamento.


22/06/2020
Vista ao(à) Ministro(a)
MIN. RICARDO LEWANDOWSKI

“Decisão: Após os votos dos Ministros Cármen Lúcia (Relatora), Marco Aurélio, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e
Gilmar Mendes, que julgavam improcedente o pedido formulado na ação direta, pediu vista dos autos o Ministro Ricardo
Lewandowski. Falou, pelos interessados, o Dr. Paulo Mendes de Oliveira, Procurador da Fazenda Nacional. Plenário,
Sessão Virtual de 12.6.2020 a 19.6.2020.”

A fuga da tributação pode ocorrer por meios lícitos e por meios ilícitos.
• evasão fiscal: é a sonegação do tributo. Trata-se da fuga da tributação por meios ilícitos. A evasão fiscal acontece
após a ocorrência do fato gerador.

• elisão fiscal: neste caso, também há fuga da tributação, entretanto, ela ocorre por meios lícitos – planejamento
tributário.
Neste caso, o contribuinte utiliza a legislação tributária para pagar menos tributo. Isso ocorre dentro da licitude.
Exemplo: opção pelo modelo completo ou simplificado de declaração de imposto de renda.

• elisão ineficaz, elisão abusiva ou elusão fiscal: nessa situação, o sujeito passivo foge da tributação utilizando meio
lícito, mas com o abuso da forma.
Exemplo: “A” quer vender um imóvel a “B”, mas verificam que o ITBI é bastante caro. Neste exemplo, “A” e “B”
constituem uma empresa apenas para haver a transferência do imóvel sem o pagamento de ITBI.

A norma antielisão fiscal existe para evitar a elisão ineficaz.

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O art. 116, §único, CTN, preceitua que o Fisco poderá desconsiderar o ato dissimulado e deve se voltar para o real negócio
ocorrido.
✓ A norma antielisão fiscal faz a consideração econômica do fato gerador (real objetivo).
✓ Atenção: o art. 116, §único, CTN, cita a necessidade de que lei ordinária preveja os procedimentos para a
desconsideração do negócio dissimulado.

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