1.1 Estratégia do grupo Para chegar a um acordo na negociação Crawley e Philips, o grupo (Philips) conduziu uma negociação integrativa. A abordagem inicial foi simpática e afetuosa, proporcionando um ambiente adequado para abordar a situação custosa para ambas as empresas. Na fala inicial, foram apresentados os obstáculos e metas da negociação, dado o contexto conhecido pelas duas partes. Dentre os obstáculos foram detalhados o esforço operacional acima do esperado e custos de manutenção das peças defeituosas. Por outro lado, as metas eram recuperar a operação normalizada e melhorar a revisão de qualidade das peças. Procurou-se, também, conhecer o outro lado para conseguir chegar num objetivo comum, posteriormente definido como: Diminuição de custos de revisão dos equipamentos defeituosos. A estratégia foi delineada com a apresentação clara dos objetivos, total transparência das informações sem constrangimento e concessões para um acordo benéfico. O grupo Crawley explicou os custos que teriam com as metas reveladas, o grupo prontamente utilizou da estratégia de troca de favores para diminuir os custos de pesquisa da revisão de qualidade que se propuseram a fazer, ao tempo que a Philips também ofereceu a possibilidade de um cronograma flexível para a implementação do novo modelo de qualidade. Para alcançar a meta de recuperar a operação, foi negociado também a possibilidade da Crawley alocar os esforços em inspecionar as peças defeituosas, identificar as anomalias e informar a Philips, para que conseguíssemos continuar a operação com conhecimento prévio de quais peças poderiam gerar prejuízo. Essa última alternativa ampliou o cerne da negociação, podendo ser identificada como tática de aumentar o bolo. Embora o grupo Crawley tenha demonstrado resistência em assumir os custos das metas, tornou-se favorável ao ouvir da Philips a tendência do mercado e da matriz em mudar a revisão de qualidade. Para tanto, a Philips se colocou no papel de ajudar nessa transição, requerendo finalmente, uma prestação de contas ao final do cronograma.
1.2 Relação com a teoria
A negociação integrativa, ao contrário da distributiva, possui a crença que uma
negociação pode chegar no melhor acordo para ambos os lados, e assim, ambos os lados alcançarem seus objetivos. Para que o resultado da negociação integrativa seja satisfatório, a condução da negociação deve considerar agregar valor para além das necessidades de um possível acordo, por meio de benefícios que são acrescidos ao longo das conversas. Além disso, ser transparente e ter interesse por revelar informações, com ressalvas de informações sensíveis, auxilia na confiança de um acordo positivo para todas as partes. Assim, é necessário identificar interesses e necessidades, que só podem ser observados com comunicação o Grupo 5
suficiente, e podem ser Substantivos, referente às questões específicas, Processuais, ou
tratativas do que está em jogo, ou Relacionais, que busca a manutenção de algum relacionamento. Curiosamente, o grupo tratou dos três interesses na negociação com a Crawley. Foram salientadas a importância do relacionamento entre as duas empresas sob o olhar de cooperação dentro da matriz, a resolução do problema com os custos das peças defeituosas e o cuidado de como isso poderia acontecer. Desde o início, um acerto positivo foi a revelação das dores de ambas as partes no atual processo e no processo de mudança. Ademais, para seguir com uma negociação desse tipo, é preciso seguir algumas etapas: definir problema e obstáculos, despersonalizar o problema, definir metas para superar os obstáculos. Para isso, existem uma série de táticas, protocoladas por perguntas-chave que ajudam a extrair o melhor processo para concluir a negociação.
1.3 Resultados extraídos
Analisando a postura individual, a atitude colaborativa e transparente foi essencial para tratar de um acordo delicado que foge das questões contratuais. Embora exista um dever da Crawley em cumprir sua obrigação, deduziu-se que o objetivo da postura negocial foi de prezar pelo relacionamento, isso afirmou-se várias vezes nas palavras “grupo” e “cooperação” ditas durante a conversa. As concessões feitas pelo grupo (Philips) tiveram ônus baixo, mas ainda sim, importantes para conclusão da negociação e atenção para com a outra parte. Notou-se que o outro grupo tinha uma dor muito grande em alterar a atual operação para comportar a nova revisão de qualidade, questão que foi identificada pelas perguntas da tática de ampliar o bolo, assim como a revelação de detalhes dos custos que tínhamos com o atual processo. Colocar o ponto dos custos da Philips na mesa mudou a postura da Crawley em resistir às mudanças para chegar em uma mudança em que nenhum dos lados saísse prejudicado. Por fim, o principal ponto que ajudou no desfecho da negociação foi descrever as metas, objetivos e obstáculos prontamente no início, acompanhado de um contexto sob a nossa perspectiva. Foram tópicos que moldaram os próximos passos do acordo.