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Em linhas gerais, é possível definir cognição como o conjunto de diversas habilidades inerentes
ao processo de desenvolvimento do pensamento que vai contribuir para a construção do
conhecimento, ou seja, por meio dos cinco sentidos e de forma integrada com o ambiente, as
pessoas e outros fatores externos, o sujeito aprende, percebe e pensa sobre toda informação
captada com o intuito de que isso contribua no seu processo de aprendizado, fato esse que
vincula a abordagem cognitivista a uma visão predominantemente interacionista.
Homem e mundo
Diante do exposto, é razoável imaginar, sob a referida abordagem, que o homem e mundo
andam lado a lado, ou seja, o conhecimento é produto da interação entre eles, não existindo
nenhuma forma de hierarquia. De acordo com abordagem piagetiana, o ser humano se
desenvolve aos poucos, por meio de fases, que estão correlacionadas, e visam atingir um
estágio de plena estabilidade e mobilidade que, na verdade, nunca será atingido. Em outras
palavras, esse desenvolvimento cognitivo do ser humano no mundo em que vive nada mais é
do que um processo de construção de sucessivas estruturas em que cada nova estrutura é
resultado de uma precedente que acaba sendo superada. Cada estrutura é, portanto,
simultaneamente, a realização de uma fase (estágio) e o começo de outra. Tem-se, portanto,
um fluxo ascendente e interminável. Ascendente porque de posse da Motivação, elemento de
grande importância no processo de construção do conhecimento, os indivíduos são
estimulados a conhecerem coisas novas, a se descobrirem a fim de atender às suas
necessidades (se reinventarem, tirarem suas próprias conclusões sobre o que veem) e
Interminável porque o processo de construção do conhecimento ele é contínuo, está sempre
em evolução.
Sociedade-cultura
Conhecimento
No processo de construção do conhecimento, Piaget elenca duas fases: uma exógena e outra
endógena. A primeira seria uma fase mais inicial na qual as informações são apreendidas por
meio de constatações, cópias, repetições, ou seja, algo feito no “automático”, já a segunda
fase compreenderia aspectos que ajudam a compreender e explicar as relações. A
aprendizagem (aquisição de uma resposta particular, algo pontual), segundo Piaget, acaba na
primeira fase, enquanto o conhecimento requer o aspecto endógeno por pressupor abstração
seja ela empírica, que se depreende dos próprios objetos, seja ela reflexiva que conduz o
sujeito a um processo de reorganização mental do que foi abstraída anteriormente, ou seja, tal
abstração é feita a partir de uma coordenação de ações próprias do sujeito. Dessa breve
reflexão é possível apreender que o conhecimento humano é essencialmente ativo e que, sob
a ótica desta abordagem, apoia o construtivismo interacionista que se embasa na ideia de que
algo só foi assimilado porque já havia outra assimilação anterior, ou seja, em outras palavras,
não se aprende nada novo, é sempre uma evolução do que já se sabia. Então, se tomarmos a
ideia de gênese como processo de construção, temos que estrutura e a gênese são fatores
indissociáveis, porém que não se atingem, isto é, a gênese seria a passagem de uma estrutura
(uma assimilação) para outra (mais complexa). Perceba, portanto, que a essência do
construtivismo demanda sempre a criação de algo novo, criação de novas estruturas de
comportamento. Existem basicamente quatro fatores determinantes no desenvolvimento
cognitivo do humano: biológico, relacionado às questões internas do organismo e maturação
do sistema nervoso, experiências e exercícios, se refere às abstrações das crianças quando
agem sobre os objetos, interações sociais, obtida por meio do estímulo ao convívio social e à
obediência às regras e valores da sociedade, logo, se desenvolve por meio de linguagem e da
educação, e equilibração, que está relacionado ao processo de adaptação ao meio em que
vive, às situações que irá ter que lidar.
Educação