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Esta figura era muito desenvolvida nos manuais até as décadas de 60/70, e atualmente é lhe
dado pouca importância pela sua reduzida importância prática.
Quais sãos os casos que atualmente são discutidos pelos nossos tribunais relativamente a
matéria da ausência? Hoje é visível em casos de emigrantes, por exemplo, esta figura tem
importância em épocas de guerra, catástrofes naturais, por tanto, a figura da ausência, num
tempo como o nosso de paz, em que há muita comunicação perde muita da sua relevância
prática. A expressão ausência numa acessão ampla, quer nos dizer que uma pessoa não esta
onde devia estar.
No nosso direito civil a expressão ausência e ausente, é um sentido técnico e que tem dois
universos principais:
- O instituto da ausência
Mas não há ligação entre os dois, o negócio entre ausentes não é entre pessoas as quais se
aplica o instituto da ausência. O instituto da ausência encontra-se regulada em 33 artigos, dos
artigos 89º a 121º do CC.
Em relação a ausência, ao regime que esta no CC, é ainda necessário juntar o regime
processual civil, que está em relação a curadoria definitiva a morte presumida artigos 881º a
890º do CC, e em relação curadoria provisoria 1021º a 1025º CPC.
- Curadoria provisoria;
-Curadoria definitiva;
- Morte presumida.
Quando uma pessoa desaparece deixa bens, e a primeira parte da ausência é tratar dos bens,
se essa situação de desaparecimento se mantém prolongadamente, então o enfoque do
instituto da ausência passa da figura do ausente para a figura dos seus herdeiros, damos estes
bens ou não? Damos estes bens, mas não há uma transmissão do direito de propriedade, mas
como essa pessoa só esta desaparecida a 5 anos, deve continuar a tratar-se desses bens como
sendo dele - curadoria definitiva;
Suponde que despareceu a 20 anos, vamos para a última fase, da morte presumida, e abre-se
o testamento. O instituto da ausência é composto por estas três fases, e em cada uma destas
fases há preocupações que não são totalmente coincidentes, este sistema é flexível pois não se
obriga a que se passe por todas estas fases.
Regente: devemos começar pelo regime e depois vamos para a natureza, se nós começarmos
por analisar a curadoria provisoria, curadoria definitiva e morte presumido, vamos chegar que
a conclusão de que há apenas um elemento comum, a ausência de notícias, esta ausência de
notícias remete-nos para ausência, todavia esta ausência de notícias é insuficiente para se
poder aplicar qualquer uma destas três fases.
Quando é que a curadoria provisoria se aplica: quando a pessoa cujo paradeiro seja
desconhecido independente do tempo volvido, haja necessidade de prover acerca da
administração dos bens.
Curadoria definitiva: quando é necessário prover acerca da administração dos bens e haja um
prolongamento do desaparecimento;
O elemento comum nestas três fases, é a ausência de notícias, mas esta só por si é insuficiente
para aplicar o regime da ausência em qualquer uma das suas fases.
Do ponto de vista histórico e do direito comparado, a sua sistematização é muito recente, nós
temos nos tempos modernos dois grandes sistemas, modelos francês – os tribunais diziam que
a pessoa estava ausente mas de forma indefinida; E temos um regime alemão – vai logo para a
morte do ausente.
O CC italiano, vem juntar estas duas matérias. Os trabalhos preparatórios desta matéria foram
desenvolvidos por Manuel Gonçalves Pereira. Há uma influência muito grande italiana no CC
português.
Curadoria provisoria:
Esta previsto no artigo 89º/1, este apresenta os elementos centrais que devem esta preencher
para poder ser apresentado o requerimento a juiz, para este depois poder nomear o curador
provisoria
- Quando é que termina? – Artigo 98º a este artigo podemos acrescentar os casos em que os
bens desparecem;
Em caso de urgência, em que é preciso administrar os bens com o prejuízo deles desparecerem
não se pode recorrer ao artigo 90º, a única hipótese seria recorrer a figura da gestão de
negócios.
Curadoria definitiva
Nota: não é preciso ir primeiro a curadoria provisoria para ir a definitiva, posso ir diretamente
para a definitiva, quando estiverem preenchidos estes 2 anos.
- Quando é que se aplica? – artigo 99º. Problemas: a partir de que momento é que se começa
a contar os dois anos, apesar de outros manuais defenderem que os dois anos começam a
contar a partir do momento que uma pessoa, que devia estar em determinado lugar a
determinada a hora, e não estiver, começam-se a contar os dois anos; regente: não sabe.
- Como é que o processo se inicia? – artigo 100º, há legitimidade, e depois há então a abertura
do testamento – artigo 101º e a entrega dos bens aos herdeiros – artigo 102º. Contudo, é
sempre salvaguardada a hipótese de o proprietário voltar – artigo 105º, caso volte, o que é que
acontece aos bens? – artigo 104º. Para além de não serem titulares de direito de propriedade,
o artigo 110º, diz que eles têm de administrar os bens no interesse do ausente
Questão do ponto de vista prático: é necessário que as pessoas que deram início ao processo
(curadoria preventiva, definitiva, morte presumida) tenham tentado contactar o ausente
durante o tempo de o mesmo ter desaparecido, a resposta é não.
Morte presumida:
- Em que situações é que a morte presumida pode ser aplicada? – artigo 114º
Apenas na morte presumida adquire-se o direito a propriedade; O artigo 119º, diz-nos o que é
que acontece se o ausente voltar. Má-fé: 119º/3 – só há lugar a indeminização caso aquele
que fica com os bens tivesse desconfianças se o ausente estava vivo
Aqui (ouvir a parte final do áudio)como proceder do ponto de resolução de casos práticos.