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REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DO ENSINO SUPERIOR, CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO DO SUMBE

Telefone (2362) 30249, 30156, 30219 – Telefax (2362) 30156, 30219


Bairro do Chingo ―Terra Prometida‖ Zona 4
Caixa Postal 200 – Sumbe, Angola
iscedcuanzasul.gab.dec@gmail.com

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXACTAS

REPARTIÇÃO DE MATEMÁTICA

REGULARIDADES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO

SEGUNDO SEGMUND FREUD

DISCIPLINA:PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

GRUPO Nº:2

ESPECIALIDADE: ENSINO DA MATEMÁTICA

ANO DE FREQUÊNCIA: 1ºANO

REGIME: REGULAR

SUMBE, JUNHO DE 2023


REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DO ENSINO SUPERIOR, CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO DO SUMBE

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXACTAS

REPARTIÇÃO DE MATEMÁTICA

REGULARIDADES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO

SEGUNDO SEGMUND FREUD

DISCIPLINA:PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

GRUPO Nº:2
ESPECIALIDADE: ENSINO DA MATEMÁTICA
ANO DE FREQUÊNCIA: 1ºANO
REGIME: REGULAR

INTEGRANTES DO GRUPO
Nº NOME CLASSIF. OBSER.
08 Cândido josé
09 Carvalho Carlos
11 Deodato Lino
12 Domingos Capoeira
14 Edmilson António
15 Eliseu Manuel
17 Fernando Afonso

O DOCENTE
________________

Lic. NSAMU QUIALA

SUMBE, JUNHO DE 2023


AGRADECIMENTO

Agradecemos prioritariamente a Deus pela vida e saúde e por manter-nos


erguidos mais uma vez parar enfrentar uma jornada académica cujo seu fim
está num futuro próximo.

Agradecemos também ao nosso insolente professor Quiala que apesar de


entraves teve a santa paciência de nos servir de companheiro da sabedoria e
do conhecimento científico, ensinando-nos imparcialmente os aspectos ligados
a psicologia e não só.

As nossas famílias, colegas e amigos e a todos que de alguma forma


ajudaram-nos a confeccionar esse trabalho.

Os nossos profundos agradecimentos!

III
RESUMO

Sigmund Freud incompreendido por muitos e estudado por vários, se tornou


um dos estudiosos mais polémicos das ciências humanas. Percursor da
psicanálise desenvolveu estudos acerca da sexualidade infantil, causando no
século XX um verdadeiro escarcéu para os padrões da época. Entretanto seus
estudos são tão actuais e presentes nos dias de hoje, que como educadores
nos levar a estruturar uma leitura baseada na sua pesquisa. Nosso enfoque
principal a esse trabalho foi mostrar como Freud trabalhou e desmistificou em
fases e/ou estágios a sexualidade infantil. Freud traz em sua pesquisa, o
desenvolvimento psicossexual da criança, aonde mostra que os mais novos
obtêm o prazer em alguns momentos do dia-a-dia, prazeres esses que estão
atrelados ao corpo. É importante salientar que para Freud a sexualidade,
principalmente a da criança, não se tratava do ato sexual, que tem por
objectivo a reprodução. Assim buscamos entender um pouco como se
desenvolve esse processo na criança e como isso poderá reflectir em seu
desenvolvimento social, não nos atemos a tecer comentários ou desconstruir
tais estudos e sim, através de uma revisão bibliográfica compreender a visão
de Freud para essa temática.

Palavras-chave: Sexualidade; Criança; Estudos; Freud

IV
ÍNDICE
AGRADECIMENTO .........................................................................................................III
RESUMO ......................................................................................................................... IV
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................6
REGULARIDADES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO .............................................7
Teorias do desenvolvimento humano .......................................................................7
A teoria psicanalítica de Sigmund Freud .....................................................................7
A teoria da recapitulação de Anna Freud ............................................................... 14
CONCLUSÃO.................................................................................................................. 15
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 16

V
INTRODUÇÃO

Desde o momento da concepção, tem início nos seres humanos um processo


de transformação que continuará até o final da vida. Uma única célula se
desenvolve até se tornar um ser vivo, uma pessoa, que respira, anda e fala. E
embora essa célula única vá se tornar um indivíduo único, as transformações
que as pessoas experimentam durante a vida apresentam certos padrões em
comum.

O campo do desenvolvimento humano concentra-se no estudo científico dos


processos sistemáticos de mudança e estabilidade que ocorrem nas pessoas.
Os cientistas do desenvolvimento (ou desenvolvimentistas) – indivíduos
empenhados no estudo profissional do desenvolvimento humano – observam
os aspectos em que as pessoas se transformam desde a concepção até a
maturidade, bem como as características que permanecem razoavelmente
estáveis. Quais são as características com mais chances de perdurar? Quais
têm mais chances de mudar, e por quê? Quais são as fases e etapas de
desenvolvimento humano? Essas são algumas das perguntas que os cientistas
procuram responder e que permitiu o surgimento de diversas teorias evolutivas
como a de Freud, Piaget e tantas outras.

Portanto é no âmbito desse trabalho que o grupo fará uma abordagem sobre as
regularidades do desenvolvimento humano especificando enfaticamente a
teoria de desenvolvimento humano de Sigmund Freud.

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REGULARIDADES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO

Teorias do desenvolvimento humano

A forma de pensar o desenvolvimento humano tem se dado de diferentes


maneiras ao longo da história da Psicologia desde sua fundação por Willhem
Wundt em 1876. Esta ciência, em seu processo de construção no seio de
intensas transformações económicas, políticas e sociais, tem gerado múltiplos
enfoques e, por conseguinte, diferentes visões sobre o homem em sua
constituição física, mental e afectivo-social.

A esse respeito, Palácios (2005) destaca a amplitude, a flexibilidade e o


pluralismo como marcas da Psicologia Evolutiva contemporânea. Não é por
acaso, o amplo leque de abordagens que detém o seu olhar sobre o
desenvolvimento, levando-nos a perceber a complexidade do mesmo. Neste
sentido, apresentaremos a síntese de uma das principais teorias psicológicas
que versaram sobre o tema.

A teoria psicanalítica de Sigmund Freud

Sigmund Freud, Médico neurologista, criador da psicanálise no início do séc.


xx, nasceu em 1856, em Freiburg (actual Checoslováquia) e morreu em 1939.
Viveu grande parte de sua vida na Áustria, em uma época marcada por
conflitos constantes na transição do feudalismo ao capitalismo; por rupturas de
concepções filosóficas e ideológicas e pelo florescimento das universidades,
das pesquisas científicas e das artes. Nesse cenário, formado em medicina e
actuando na área da neurologia, Freud desenvolveu a psicanálise a partir de
seus trabalhos clínicos, com pacientes histéricas, realizados em colaboração
com os renomados médicos Joseph Breuer e Jean Martin Charcot., dando
origem ao método psicanálise (analise da mente), composto de três técnicas:

Associação livre;

Analise dos Sonhos;

Analise dos actos falhos.

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Rompendo com o racionalismo preponderante na ciência da época e com a
ideia do homem capaz de controlar a si e ao mundo, Freud construiu os
conceitos que vieram a embasar a primeira tópica ou esquema proposto por ele
para a estrutura do psiquismo: consciente, pré-consciente e inconsciente.

Ao postular que a maior parte da nossa actividade psíquica é de natureza


inconsciente, Freud nos fez enxergar que não conhecemos nossos desejos,
motivos, atitudes, sentimentos, pensamentos tão bem como acreditávamos.
Assim, colocou em dúvida a tão festejada preponderância da razão no
desenvolvimento humano. Com isto, Freud resgata para o campo do fenómeno
psicológico a importância dos aspectos afectivos.

Para Figueiredo (2004), nenhum sistema teórico expressou melhor e mais


profundamente a falência do sujeito da modernidade com suas pretensões de
auto-centramento, autonomia, transparência da consciência e força de vontade.
A sexualidade rompe com a genitalidade e o biológico, está no campo da
fantasia e dos desejos.

Em 1923 com a publicação da obra ―O ego e o ID Freud retoma a tarefa de


descrever o psiquismo tratando de sua dinâmica e economia na proposição de
uma segunda tópica composta pelas estruturas: ID, ego e superego. Freud
designou a composição da estrutura dinâmica da personalidade em:
ID,EGO,SUPEREGO, combinada com os três estados de consciência:
Consciente; Pré-consciente; Inconsciente

Embora cada uma delas tenha suas funções e características elas atuam de
modo profundamente inter-relacionado. Deste modo, o funcionamento mental é
dinâmico em seu todo e em suas partes.

O ID compreende as representações psíquicas dos impulsos ou pulsões

(FREUD, 2002). Estes são uma força impulsora de um movimento constante,


que coloca o sujeito para agir. Trata-se de uma força intrapsíquica voltada para
a busca de satisfação que pode ser de dois tipos: sexual/erótico ou
agressivo/destrutivo.

A energia da pulsão sexual, presente no ser humano desde o nascimento é a


libido. Desse modo, o ID, representante do inconsciente, funciona como o

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grande reservatório da libido, não sendo socializado e não respeitando
qualquer convenção. Busca satisfação incondicional do organismo.

O ego consiste naquelas funções psíquicas ligadas às relações do indivíduo


com seu meio, objectivando alcançar o máximo de gratificação ou descarga
para o id. É a parte visível de cada um de nós, que sofre as pressões do meio e
equilibra a relação do sujeito com os outros.

O superego é o depositário das normas, regras e princípios morais dos grupos


sociais. Funciona como controlador das pulsões do ID e das intenções do ego,
colocando-o em uma posição menos omnipotente frente à realidade na qual o
sujeito está inserido. Emerge do próprio ―eu‖ e visa proteger o indivíduo das
repressões inconscientes, ligadas às fantasias e desejos que não são
aceitáveis pela consciência

O desenvolvimento humano é, então, marcado pela força da libido que assume


várias formas e se localiza em determinadas regiões do corpo, nas quais o
sujeito encontra mais satisfação na medida em que se desenvolve.

A sexualidade infantil possui um sentido diferente da adulta, não está


relacionada ao aspecto biológico, genital. Sua ênfase está no sentido do
prazer, da descoberta do próprio corpo e das questões ligadas ao desejo e à
fantasia que permeiam a relação com os pais, expressas em diferentes fases.

A sexualidade forma parte integral da personalidade de cada um. É uma


necessidade básica e um aspecto do ser humano que não pode ser
separado dos outros aspectos da vida. Sexualidade não é sinónima de
coito e não se limita à presença ou não do orgasmo. Sexualidade é
muito mais do que isso, é a energia que motiva a encontrar o amor, o
contacto e a intimidade e se expressa na forma de sentir, na forma de as
pessoas tocarem e serem tocadas. A sexualidade influencia
pensamentos, sentimentos, acções e interacções e tanto a saúde física
como a mental. Se a saúde é um direito humano fundamental, a saúde
sexual também deveria ser considerada como um direito humano básico
(OMS, 1975, apud EGYPTO, 2003, p. 15 e 16 citado por Silva, pág. 2).

A teoria de Sigmund Freud é denominada psicossexual, na qual explicou que o


comportamento humano é orientado pelo impulso sexual (libido) ou prazer.

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Este libido já se manifesta no bebe, criança, e adulto, reduzido em beijos,
carícias, olhar, exibições etc.

Em 1905, no seu livro (três ensaios sobre sexualidade), Freud desenvolveu as


manifestações do impulso sexual em cinco estágios ou fases do
desenvolvimento humano:

1. Fase; Oral (de 0-18 meses)

Caracteriza-se pela concentração da libido na região bucal. A boca vai se


tornando o centro do prazer através da alimentação, do contacto com objectos
como chupeta, mordedor, da sucção dos lábios etc.

Nesta fase os lábios, a boca e a língua, são órgãos essenciais de prazeres e


satisfação da criança, esta é a razão por que tudo o que tem na mão leva-o a
boca. Se tas necessidades forem satisfeitas o individuo crescerá
psicologicamente saudável, ao contrario o Ego será imperfeito. A frustração
das necessidades orais nesta fase (desmame prematuro, afastamento rigoroso
de objectos por sugar),segundo psicanalistas, pode o individuo na fase adulta,
incorrer ao alcoolismo, tabagismo, chupar dedo em fim. Nessa fase, a criança
só se interessa pela gratificação de seu prazer de forma egocêntrica,
constituindo o narcisismo infantil. Essa fase desempenha papel importante na
constituição da personalidade, principalmente quanto à imagem que o indivíduo
tem sobre si.

2. Fase: Anal (18 meses á 3 anos).

na época em que a criança está aprendendo a controlar os esfíncteres, no


treino do banheiro, a energia libidinal se desloca para a região anal. Nesta fase
a criança já é ensinada a controlar as fezes e urinas, pois á atenção focaliza-se
no funcionamento anal. A região anal torna-se em local de frustração e
compensação de experiências.

Durante esta fase, segundo psicanalistas, se se manifestar muitas e excessivas


frustrações, devido a treinos severos de controlo de esfíncteres, o ego poderá
ser prejudicado e que na vida adulta o individuo torna-se reocupado com o seu
próprio Eu, que o dos outros e nota-se sovinice, enquanto a exagerada
preocupação com a limpeza e ordem, tem sido relacionada com a exigências
na limpeza que os pais fazem nas crianças nesta idade.

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Como a criança já faz uma diferenciação entre ela e o mundo externo, ela
utiliza a excreção (retendo ou expelindo) como um ato dirigido ao ―outro‖. As
exigências sociais, nesse período, podem tornar essa fase conflituosa para
criança, tendo repercussões na formação da personalidade, nas vivências
futuras de prazer e desprazer, de organização e disciplina.

3. Fase fálica (3 aos 7 anos)

A fase posterior, denominada fálica, é o momento em que a criança começa a


perceber as diferenças sexuais anatómicas e a vivenciar o prazer na
manipulação dos órgãos genitais. Esta fase é também assim denominada pela
relevância que Freud concedeu às fantasias infantis inconscientes, com o
órgão genital masculino, nesse momento da vida da criança. É marcada
também pelo complexo de Édipo e eletra.

Complexo de Édipo— é a manifestação do interesse sexual mas de forma do


menino ou rapazes pela mãe e sentir hostilidade contra o pai.

Complexo de eletra---manifesta-se na menina e consubstancia-se no interesse


sexual inconsciente pelo pai em detrimento da mãe, isto é pelo facto de ela não
possuir pénis. Este complexo na criança vai terminar com o processo de
identificação que faz pela interiorização das imagens paternas idealizadas.
Como a ansiedade de castração feminina, o amor e o medo pela mãe e o amor
e desejo sexual pela mãe não podem se resolvidos, as crianças iniciam o
processo de identificação com o modelo parental do mesmo sexo. Deste modo
verifica-se que é pelo medo e através da frustração que a criança resolve este
tão famoso complexo.

Portanto, de acordo a concepção psicossexual, o insucesso nesta fase, pode


como consequência acarretar a impotência sexual, frigidez sexual,
exibicionismo, e homossexualidade, também consideradas deficiências do e
Eu, derivadas e no período fálico.

Nesta etapa, o menino percebe a presença do pénis e manipula-o obtendo a


satisfação libidinal. A menina ressente-se por não possuir algo que os meninos
têm. Em ambos os casos, a mãe é o primeiro objecto de amor, ocorrendo
gradativamente a diferenciação de investimento para a figura paterna. Com
relação ao menino, ele mantém um desejo incestuoso pela mãe.

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O pai é percebido como rival que lhe impede o acesso ao objecto desejado

(mãe). Temendo ser punido com a perda dos órgãos genitais (angústia da
castração) e do lugar fálico (de poder) em que se encontra, o menino terá que
recalcar o desejo incestuoso pela mãe e identificar-se como pai, escolhendo-o
como modelo de papel masculino. Assim, internalizando regras e normas
impostas pela autoridade paterna, manterá sua integridade sexual e adoptará
papéis masculinos.

A situação feminina é distinta. A menina percebe em si a ausência do pénis.


Então, desenvolve um sentimento de inferioridade, tendo inveja e desejando o
órgão masculino. Ela atribui à mãe a culpa por ter sido gerada deste modo, e
rivaliza com ela. Ao mesmo tempo, precisa se identificar com a figura materna
a fim de obter o amor do pai. Posteriormente, esse desejo pelo pai deve se
dissipar, a fim de que a menina possa sair da situação edípica e seguir com
suas escolhas de objectos de amor, fora dessa relação pai e mãe.

Na superação do Édipo ocorre um grande deslocamento de energia da libido,


que leva consigo para o inconsciente as vivências infantis das fases orais,
anais e fálicas, e portanto, os sentimentos incómodos e proibidos
experimentados nessas etapas. Este é um momento crucial para a constituição
do superego na personalidade infantil, correspondendo à etapa seguinte.

4. Fase da latência (7 aos12 anos).

É o período em que a libido permanece voltada para actividades que não tem
um carácter sexual. É o que Freud denominou de sublimação. Deste modo,
brincadeiras, esportes, artes e actividades escolares ganham um papel de
destaque na vida da criança. Esta fase corresponde a fase da idade escolar. A
criança está voltada a aquisição de habilidades, valores e papéis culturalmente
aceites.

Manifesta-se a inibição da libido pelas barreiras mentais. Estas barreiras, Freud


identificou como repugnância, vergonha e moralidade (superego).

A libido é dirigida para finalidades culturais: domínio da leitura, de escritas, e


outras habilidades. Depois da puberdade começa a fase adulta conhecida por genital.

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Coincide radicalmente com o ingresso da criança no ensino fundamental, como
referido, no qual ela pode se destacar em actividades de natureza física ou
intelectual, dada a concentração de energia libidinal que ali se forma. A partir
do início da puberdade, com todas as transformações orgânicas e hormonais
ocorridas, meninos e meninas retornam aos interesses de ordem sexual.
Agora, a sexualidade é genital, e não fálica, estando voltada para as relações
exteriores à família. Pode ser um período de muitos conflitos, gerando
fenómenos que muitos denominam de síndrome da adolescência
(ABERASTURY & KNOBEL, 1981), posto que há um retorno dos sentimentos e
desejos recalcados no inconsciente no período da latência.

Hoje, sabemos que os factores culturais também intervêm fortemente nessa


crise, inclusive na discussão do próprio conceito de adolescência. Os
sentimentos vivenciados nas fases anteriores, principalmente na fálica, entram
em conflito com as barreiras do superego bem fortalecida. As energias
recalcadas no ID, impossibilitadas de manifestarem-se plenamente, podem
irromper em forma de sintomas neuróticos ou outros conflitos como aversão a
autoridade do adulto. Este fenómeno é muito presente no ensino médio,
quando o aluno transfere esses sentimentos conflituosos da relação com as
figuras paterna e materna para os professores.

5. Genital (12 em diante).

É a fase adulta dos impulsos psicossexuais. É a fase culminante do


desenvolvimento no que diz respeito ao sexo, na qual a pessoa estabelece
relações verdadeiramente afectivas, com o seu parceiro sexual, sem confundir-
se com a fase fálica.

De acordo Alessandra Xavier & Ana Nunes (2015, pág. 17), no livro Psicologia
de desenvolvimento, as fases psicossexuais são : Oral, anal, fálica, latência e
adolescência.

Desta forma torna-se necessário falarmos de forma sucinta sobre a


adolescência como fase psicossexual. Para tal introduziremos a seguinte
teoria:

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A teoria da recapitulação de Anna Freud

Foi com Anna Freud que os estudos psicanalíticos acerca da adolescência


ganharam maior sistematicidade e importância. Para ela, embora na
adolescência haja uma recapitulação dos conflitos vividos nas fases anteriores
(oral, anal e fálica) eles são de natureza distinta daqueles vividos pela criança.
Isto ocorre, principalmente, porque há uma nova dimensão interna. O
adolescente sente culpa frente aos inúmeros desejos proibidos despertados
com a chega da puberdade, contudo, mesmo que a criança tema a reprovação
dos pais, ela está mais preocupada consigo e com sua auto-estima.

A adolescência é concebida por Anna Freud como um período de tormenta e


contradições, oscilando entre pólos opostos. Nesse período, o adolescente vai
utilizar alguns mecanismos que vão ajudá-lo a lidar com os conflitos e com os
impulsos que vêm do id. São eles:

Ascetismo: em função do temor de ser invadido por seus impulsos, o


adolescente, por determinado tempo, abre mão de todos os prazeres. Isto
poderia estar vinculado à própria história da evolução humana como espécie,
marcada por uma herança milenar de repressão sexual.

Intelectualização: o interesse do adolescente se move em direcção à discussão


de temas opostos aos seus conflitos internos, que aparecem de forma
disfarçada no plano intelectual. O ego amplia seu poder de racionalidade, como
forma de responder as pressões instintivas.

Para Anna Freud, o amor adolescente também é uma forma de superar


conflitos vividos anteriormente, principalmente na fase fálica, marcada pelo
complexo de Édipo. Assim como na infância, o jovem vive uma relação de
amor e ódio com os pais. Contudo, agora seus desejos são mais perigosos,
porque biologicamente podem se realizar. A opção é evitá-los, abandonando os
pais como objectos de amor, o que significa muitas vezes, tornar-se um
estranho em sua própria casa. Assim, passa a identificar-se com outros, tais
como jovens de sua idade, ídolos, heróis etc., que constituirão relações
transitórias. Nessa perspectiva, Anna Freud considera necessária, e até
desejável, essa revolução vivida pelo redespertar da sexualidade na
adolescência, após o período de latência.

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CONCLUSÃO

Do trabalho exposto e analisado minuciosamente chegamos a concluir que: a


teoria psicossexual de Freud diz que o comportamento é controlado por
poderosos impulsos inconscientes.

A zona de buscas do prazer erótico da criança, varia em função da sua idade


ou estágio na qual se encontra.

Para Freud a sexualidade, principalmente a da criança, não se tratava do ato


sexual, que tem por objectivo a reprodução, e sim do conhecimento do próprio
corpo assim como também o desenvolvimento dos mecanismos de defesa.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Xavier, A. S. & Nunes, A.I.B (Psicologia do Desenvolvimento,2015, 4ª edição


Revisada e ampliada).

Papalia, D.E. & Feldman, R.D. (Desenvolvimento Humano,2013,12ª edição)

Silva1, D. - Entendendo Freud: a importância da compreensão do educador


acerca das fases psicossexuais da sexualidade infantil.

Fascículo de Psicologia do desenvolvimento humano-ISCED-Sumbe.

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