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AO JUÍZO DA 5ª VARA CÍVEL DA COMARCA DO MUNICÍPIO DE

MACEIÓ/AL

Ana, brasileira, autônoma, solteira, portadora do RG nº 2.333.23 e inscrita no


CPF sob o nº 06.771.881-90, através de seu procurador signatário (procuração
em anexo), nos termos do art. 287 do Código de Processo Civil, vem
respeitosamente através de Vossa Excelência, nos termos do art.674 e
seguintes do CPC, opor EMBARGOS DE TERCEIRO, em face de
VELOCIDADE, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ nº XXXXXXXXXX,
com endereço situado em Maceió-AL, e XYZ, pessoa jurídica de direito privado,
CNPJ nº XXXXXXXXXX, com endereço situado em Maceió-AL, pelos fatos e
fundamentos jurídicos doravante expostos:

I – DOS FATOS
A embargante celebrou um contrato de compra e venda de um veículo pelo
valor de R$ 50.000,00 em 01/03/2022 com o embargado Velocidade, no qual
nesta data foram realizadas o pagamento integral da quantia devida e a
entrega do bem, tudo mediante recibo.
Em virtude de estar assoberbada de afazeres, Ana somente procurou o
Detran/AL para realizar a transferência de registro de propriedade do
automóvel em 10/12/2022, tendo sido impedida de fazê-lo por constar uma
penhora desse bem, promovida em 20/11/2022 nos autos da Execução por
título extrajudicial nº 12345, em trâmite na 5ª Vara Cível de Maceió. Tal ação
havia sido ajuizada em 15/07/2022 pela financeira XYZ em face de Velocidade,
na qual a exequente buscava a satisfação de uma dívida de R$10.000,00,
contraída em abril de 2022 e não quitada em seu vencimento, fixado para
10/05/2022. Em consulta aos autos da execução, Ana constatou que foi a
executada Velocidade quem indicou à penhora o automóvel por ela adquirido.
Tendo em vista a constrição existente em seu automóvel e o impedimento de
transferência desse bem para seu nome, Ana busca uma solução jurídica para
seu caso.

II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

A) DA TEMPESTIVIDADE

O presente embargos de terceiro é tempestivo, visto que fora oposto no


prazo de 5 dias da adjudicação do veículo, nos termos do art. 675 do
CPC.

B) CABIMENTO
Em razão da embargante sofrer uma contrição judicial indevida, em
processo judicial ao qual não é sujeito processual, a mesma opôs o
presente embargos de terceiro, à luz do art. 674 do CPC.

C) DO DIREITO

A embargante é a proprietária do automóvel, pois a transferência de


propriedade ocorreu com a tradição, nos termos do art. 1.267 do CC
e Súmula 132 do STJ, o qual é o procedimento correto e não com o
registro no Detran. Portanto, não há ineficácia do negócio jurídico
mediante fraude à execução, uma vez que a aquisição do veículo
foi anterior à dívida e da ação de execução, conforme inciso III do
art. 792 do CPC e Súmula 375 do STJ.

D) DA MEDIDA LIMINAR

Nos termos do art.678 do CPC, requer-se a suspensão do ato


constitutivo para que a embargante mantenha-se na posse do
automóvel, com a juntada do respetivo contrato de compra e venda
e recibo de pagamento, correspondendo a prova sumária do
domínio do respectivo bem móvel e da qualidade de terceiro, nos
ktermos do art. 677 do CPC.

III – DOS PEDIDOS

A) A concessão de medida liminar para que se determine a


suspensão do ato constitutivo, nos termos do art.678 do CPC;
B) A procedência total dos pedidos, no sentido de que se determine
a desconstituição da penhora perante o bem móvel, com o
reconhecimento do bem para a embargante, à luz do art. 681 do
CPC;
C) A condenação dos embargados aos honorários de sucumbência,
nos termos do art.85 do CPC;
D) A citação dos embargados para apresentação de contestação
no prazo de 15 dias, sob pena de revelia, nos termos do art. 679
do CPC;
E) A juntada de custas, conforme art. 82 do CPC;

Atribui-se o valor da causa em R$50.000,00

Maceió-Al, 22/06/2023

OAB.......

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