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Workshop de Destilação de Óleos Essenciais

Instrutores:
Claudia Ribeiro: Agricultora Sintrópica e ervas medicinais, Aromaterapeuta, Curadora holística.

Luis Albuquerque: Engenheiro, cientista de dados.

Objetivo:
Neste Workshop, você aprenderá sobre o processo de extração de óleos essenciais a partir de plantas
aromáticas, bem como os equipamentos necessários para realizar essa atividade. Você também
conhecerá as características de algumas espécies vegetais utilizadas na produção de óleos essenciais
e os usos e benefícios desses produtos naturais.

Introdução
As plantas produzem moléculas aromáticas com diferentes propriedades e aplicações. os óleos
essenciais podem ser obtidos por vários métodos. Todos os óleos têm uma utilidade específica e
relevante. Assim, há os óleos essenciais, que utilizados para fins terapêuticos e energéticos, na
perfumaria, como aromatizantes na industria alimentícia.

Os óleos são substâncias orgânicas que podem ser obtidas a partir de diferentes partes das plantas,
como folhas, flores, frutos, sementes, capins,rizomas e raízes, por meio de processos físicos ou
químicos de extração. Óleos essenciais possuem uma composição química complexa, são voláteis
não se dissolvem na água. Segundo os alquimistas, são o espírito, a quintessência da planta.

Pequena História da Destilação


Sabe-se que no antigo Egito, as plantas aromáticas eram utilizadas em rituais espirituais, na higiene
pessoal, na mumificação, no tratamento de doenças e para conservar alimentos. Nas destilarias
rudimentares eram obtidas as valiosas gotas aromáticas.
Considera-se que as primeiras destilações foram feitas na China, Egito e na Mesopotâmia e tinham,
sobretudo, propósitos medicinais, mas também visavam a criação de bálsamos, incensos e
perfumes. Aromas que afastassem os miasmas e atraíssem os bons espíritos.

Os primeiros tipos de destilação eram conhecidos pelos babilônios na Mesopotâmia (no que hoje é
o Iraque) desde pelo menos o segundo milênio AC. Escavações arqueológicas no noroeste do
Paquistão forneceram evidências de que a destilação do álcool já era usada no subcontinente
indiano desde 500 AC, mas só se tornou comum entre 150 AC – 350 DC.

A primeira descrição clara dos primeiros aparelhos de destilação foi dada pelo alquimista egípcio
Zósimo de Panópolis no século IV. A destilação era utilizada pelos alquimistas para extrair a quinta-
essência dos corpos, ou seja, a verdadeira virtude dos materiais.

A destilação pura foi inventada pelos químicos árabes e persas no Oriente Médio a partir do século
VIII. Eles produziram processos de destilação para isolar e purificar substâncias químicas para fins
industriais, como isolar ésteres naturais (perfumes) e obter álcool puro. O primeiro entre eles foi
Jabir ibn Hayyan (Geber), no século VIII, com a invenção de vários aparelhos e processos químicos

Avicena, médico e filósofo persa, inventou a destilação a vapor no início do século XI para a
produção de óleos essenciais, mais especialmente para a produção das águas aromáticas.

Introduziu-se a destilação na Europa medieval via traduções latinas de tratados químicos árabes no
século XII. Em 1500, o alquimista alemão Hieronymus Braunschweig publicou “Liber de arte
destillandi” (O Livro da Arte da Destilação). Este é o primeiro livro dedicado exclusivamente à
destilação e em 1512 publicou-se uma versão muito expandida. Em 1651, John French publicou
“The Art of Distillation” o primeiro grande compêndio inglês de prática. Isso inclui diagramas com
pessoas mostrando a operação em escala industrial, e não em bancada.

No início do século 19, desenvolveu-se conceitos básicos de técnicas modernas, incluindo pré-
aquecimento e refluxo, particularmente pelos franceses. Então em 1830 concedeu-se uma patente
britânica a Aeneas Coffey para uma coluna de destilação de uísque. Em princípio, essa coluna
funcionava continuamente e pode ser considerado o arquétipo das unidades petroquímicas
modernas. Em 1877, Ernest Solvay recebeu uma patente nos Estados Unidos para uma coluna de
bandeja para destilação de amônia e no mesmo ano e nos anos subsequentes viu o desenvolvimento
deste tema para óleo e bebidas espirituosas.
Destilação de Óleos essenciais
- Princípios da extração de óleo por destilação por arraste de vapor

- Esquema do Destilador

- Operação do destilador

- Modelos de destiladores

- Destilaçao Por Arraste a Vapor

O processo de extração de óleos essenciais mais utilizado é a destilação a vapor, que consiste em
fazer passar vapor d’água através da planta, levando consigo as moléculas voláteis do óleo essencial
presentes nos tricomas glandulares das plantas. O vapor e o óleo são então resfriados e
condensados, resultando na separação dos dois elementos: a água e o óleo essencial. Esse método
preserva as propriedades terapêuticas dos óleos essenciais, pois ocorre em temperaturas
relativamente baixas. No entanto, nem todas as plantas são adequadas para essa técnica, pois
algumas substâncias podem ser degradadas pelo calor.

Para realizar a destilação a vapor, é necessário um destilador, que pode ser de diferentes modelos,
dependendo da capacidade e da finalidade. Um destilador básico é composto por uma caldeira, onde
se gera o vapor d’água; um condensador, onde se resfria o vapor; um separador ou decantador, onde
se separa o óleo essencial da água; e um recipiente para coletar o produto final. Além disso, é
preciso ter um sistema de aquecimento, que pode ser elétrico ou a gás; um sistema de resfriamento,
que pode ser por água corrente ou por trocador de calor; e opcionalmente um sistema de controle de
temperatura e pressão.
Os destiladores pode ser de diversos materiais. Vidro, Cobre, Aço Inox são os mais comuns.
- Esquema do Destilador por Arraste a Vapor

1- Caldeira ou fonte de calor


2- Balão de Destilaçao
3- Liquido
4- Substrato da Planta
5- Saida do Vapor
6- Coluna de Destilação
7- Condensador
8- Coletor de Hidrolato
9- Coletor de óleo essencial
10- Frasco Coletor e Separador de Água e Óleo.

- Descrição do Funcionamento:
O processo utilizado nesse caso é o da destilação, que separa tanto misturas homogêneas como
heterogêneas a partir de um aquecimento contínuo. A substância mais volátil possui menor
temperatura de ebulição e vaporiza primeiro. No estado de vapor, essa substância é resfriada no
condensador, que é ligado a uma fonte de aguá fria que possibilita o resfriamento do vapor,
transformando-se novamente em líquido e recolhida em um novo frasco (funil de bromo), onde
serão separados os hidrolatos do óleo essencial puro.
O hidrolato possui todos os componentes químicos contidos no óleo essencial, porém em
quantidades bem menores.
Misturas homogêneas possuem apenas uma fase, como agua misturada com sal. NA mistura
Heterogenea ocorre pelo menos duas fases, como água e óleo, gelo e água, etc.

- Separando o Óleo do Hidrolato:


"O funil de bromo, ou funil de separação ou, ainda, funil de decantação, é um dos equipamentos que
podem ser utilizados para a separação de misturas heterogeneas. Esse funil é um recipiente de vidro
que apresenta uma válvula que controla a saída de material. Vale ressaltar que a separação de
misturas com um funil de bromo só eficaz em tipos específicos de misturas"

"Quando misturamos água com óleo, podemos observar que eles não se dissolvem e ainda que um
líquido fica posicionado sobre o outro (nesse caso, o óleo sobre a água). Isso acontece porque entre
esses dois líquidos não existe solubilidade alguma e eles possuem densidades diferentes, sendo a
água mais densa do que o óleo.

Para realizar a separação dos componentes de uma mistura heterogênea no funil de bromo, é
necessário adicionar a mistura ao funil e aguardar a decantação (descanso da mistura). Durante a
decantação, o material mais denso posiciona-se no fundo e o menos denso, em cima.

Após o período de decantação, basta abrir a válvula presente na região inferior do funil de bromo
para que o líquido mais denso caia em outro recipiente. Quando o líquido menos denso chegar até a
região da válvula, basta fechá-la. Dessa forma, teremos o líquido mais denso em outro recipiente e o
líquido menos denso no interior do funil de bromo."

- Modelos de Destiladores:

- Destilador de Vidro:

- Destilador de Cobre:

- Destilador de Aço Inox:


Dentre os diversos modelos, o de vidro é utilizado para demonstrar todo o processo da destilaçao
para melhor entendimento do estudante.
No caso de um baão de vidro o aquecimento pode ser feito com gás, colocar uma cama de areia a
poir o balão em cima da areia para evitar a quebra do vidro.
No caso pode ser usado também o fogão de induçao , neste caso deve se usar uma placa magnética
para promover aquecimento com agitação magnética em balões de fundo.

- Montando o Destilador
1 - adicionar material vegetal e água de acordo com a predefinição do ratio [confira a tabela de
adição de materiais adiante. O geral na proporção áurea é: água 2L, planta 300-500g. Tempo de
destilação: cerca de 500mL por hora para aquecimento com fogão de indução, e cerca de 1,1L por
hora para aquecimento a gás
2 - Conectar as mangueiras de resfriamento e de saída de água quente. Ligar o aquecimento ,
quando a água na panela é fervida, e o vapor começar a circular pelo condensador, ligar a torneira
da água de resfriamento, caso contrário o equipamento pode ser danificado. A mistura de hidrolato
e água começa a sair e pode ser separada em tempo real ou depois da destilaçao.
A água de saida pode ser coletada em um balde e utilizada para a máquina de lavar roupas.

A temperatura pode ser mantida em 140 graus.


OUTROS MÉTODOS UTILIZADOS
- Destilaçao de Água
Flores delicadas, como rosas e flores de laranjeira, amontoavam-se quando introduzidas no vapor
no processo de destilação, então o método mais eficaz de extração nessa situação é submergir o
material vegetal frágil em água fervente pura. A água protege o óleo extraído do superaquecimento.
Os líquidos condensados, são resfriados e separados uns dos outros. A água restante, que às vezes
pode ser perfumada, é conhecida por vários nomes, incluindo: hidrolato, hidrossol, água à base de
ervas, água essencial, água floral ou destilado à base de ervas.

- Extraçao por Prensa a Frio


Este método é usado para extrair óleo essencial de cascas de frutas cítricas. Também é conhecido
como expressão ou escarificação.
O processo começa com a fruta inteira sendo colocada em um dispositivo que a perfura
mecanicamente para romper os sacos de óleo essencial localizados na parte inferior da casca. O óleo
essencial e os pigmentos descem para a área de coleta do dispositivo.
Em seguida, a fruta inteira é prensada para extrair o suco e o óleo. O óleo e o suco produzidos ainda
contêm sólidos das frutas, como a casca, e devem ser centrifugados para filtrar os sólidos dos
líquidos.
Por fim, o óleo se separa da camada de suco e é sifonado para outro recipiente.

- Enfleurage a Frio
Enfleurage é um dos métodos mais antigos de extração de óleo essencial que utiliza gordura.
Embora não seja comumente usado hoje em dia, o processo envolve a infusão de gordura vegetal ou
animal inodora e sólida à temperatura ambiente com os compostos da fragrância da flor. O processo
de enfleurage pode ser feito “quente” ou “frio”. No caso do frio enfleurage, pétalas de flores frescas
são colocadas em cima da camada de gordura e pressionadas. Durante esse tempo, seu cheiro se
infiltra na gordura. As pétalas esgotadas são recolocadas e o processo é repetido até que a gordura
atinja a saturação desejada. O produto final é a pomada enfleurage: a gordura e o óleo perfumado.
Este é lavado com álcool para separar o extrato botânico da gordura restante, que é usada para fazer
sabão. Quando o álcool evapora dessa mistura, o “absoluto” é o que sobra.

- Enfleurage a Quente
A única diferença neste processo é que as gorduras são aquecidas.
– Maceração
Óleos macerados são óleos infundidos que são criados quando óleos transportadores são usados
como solventes para extrair propriedades terapêuticas de material vegetal. A diferença de um óleo
macerado para um óleo destilado é que, o óleo essencial destilado é a essência da planta, pois as
moléculas mais pesadas não volatizam. O óleo macerado captura moléculas maiores e mais pesadas.
O material vegetal ideal a ser infundido será colhido de forma que fique o mais seco possível, pois
qualquer umidade da planta fará com que o óleo fique rançoso e estimulará o crescimento
microbiano.
O processo de maceração envolve cortar finamente, triturar ou moer o material vegetal em um pó
moderadamente grosso. Em seguida, o material vegetal é colocado em um recipiente fechado e
solvente (mênstruo) é adicionado. A mistura é deixada em repouso por 1 semana e é agitada
ocasionalmente. O líquido é coado e o resíduo sólido (Marc) é pressionado para recuperar o líquido
remanescente.

- Extraçao por Solvente


um método de extração de óleos essenciais de material vegetal que emprega solventes de qualidade
alimentar como hexano e etanol. Esse método é mais adequado para materiais vegetais que
produzem baixas quantidades de óleo essencial, que são amplamente resinosos ou que são
aromáticos delicados e incapazes de suportar a pressão e o desgaste da destilação a vapor. Além
disso, esse método produz uma fragrância mais fina do que qualquer tipo de método de destilação .

Por meio desse processo, o material vegetal não volátil, como ceras e pigmentos, também é extraído
e, às vezes, removido por outros processos.

Depois que o material vegetal é tratado com o solvente, ele produz um composto aromático ceroso
chamado “concreto”. Quando essa substância concreta é misturada ao álcool, as partículas de óleo
são liberadas. Os produtos químicos acima mencionados usados no processo permanecem no óleo e
o óleo é usado em perfumes pela indústria de perfumes ou para fins de aromaterapia.

- Extraçao por CO2


O processo de extração de CO2 pode, portanto, produzir óleos de qualidade superior que não foram
alterados pela aplicação de alto calor, ao contrário do processo de destilação a vapor. Na extração de
CO2, nenhum dos constituintes do óleo é danificado pelo calor.
Assim, a diferença entre a destilação tradicional e a extração supercrítica é que, em vez de água
aquecida ou vapor, o CO2 é usado como solvente no último método. O processo de extração
supercrítica opera em temperaturas entre 95 a 100 graus , enquanto a destilação a vapor opera em
temperaturas entre 140 a 212 graus
ESPÉCIES VEGETAIS UTILIZADAS
Extraídos de plantas aromáticas, os óleos essenciais são substâncias voláteis, altamente
concentradas e, por isso, são considerados a alma das plantas. Eles fazem parte do nosso dia a dia,
pois são matéria-prima da indústria cosmética, farmacêutica e alimentícia.
Os óleos essenciais são extraídos de diferentes partes das plantas, como flores, folhas, ramos, cascas
e raízes:
- Flores: as flores são uma das partes mais comuns das plantas usadas para extrair óleos
essenciais. Alguns exemplos incluem rosa, lavanda e jasmim .
- Folhas: as folhas também são uma fonte comum de óleos essenciais. Alguns exemplos
incluem hortelã-pimenta, eucalipto e manjericão .
- Ramos: os ramos são outra parte da planta que pode ser usada para extrair óleos essenciais.
Um exemplo é o óleo de cedro .
- Cascas: as cascas de algumas árvores são usadas para extrair óleos essenciais. Um exemplo
é o óleo de canela .
- Raízes: as raízes ou rizomas também podem ser usadas para extrair óleos essenciais. Um
exemplo é o óleo de gengibre .

Algumas das plantas mais comuns são:


• melaleuca
• gramíneas (Vertiver, Capim Limao, Citronela)
• eucaliptos
• canela
• cardamomo
• cravo
• gengibre
• guaco
• lavanda
• mirra
• pimenta-do-reino
• Alecrim
• Hortelã Pimenta

Cada espécie possui uma composição química e uma atividade biológica específicas, que
determinam suas aplicações e benefícios. Por exemplo, o óleo essencial de melaleuca tem
propriedades antissépticas, anti-inflamatórias e cicatrizantes; o óleo essencial de lavanda tem
propriedades relaxantes, calmantes e antidepressivas; o óleo essencial de cravo tem propriedades
analgésicas, antiespasmódicas e estimulantes.

- Preparaçao das Plantas para a Destilação

Para preparar as folhas das plantas para a destilação, é ideal esperar o momento certo para colher o
material vegetal. Você deve destilar suas plantas quando elas tiverem a maior quantidade de óleo, e
a quantidade de óleo em uma planta depende de onde ela está em seu ciclo de vida.
Depois de colher as plantas corretamente para garantir que elas estejam seguras para a destilação,
você pode secar o material vegetal. É importante lembrar que para se ter uma eficiente e completa
extração do Óleo Essencial, é necessário que o material a ser destilado deve sofrer um processo de
eliminação de resíduos.
Sobre a maceração: Raízes, sementes, agulhas, cascas e resinas se beneficiam de passar por
maceração antes da destilação. Para macerar o material vegetal, encha seu vaso de destilação com
água morna até o nível adequado (aprox. 1/2 cheio), adicione material vegetal preparado e pesado
(com raízes, casca, agulhas, cortado em pedaços – com sementes, esmague suavemente), deixe de
molho durante a noite. Você pode macerar por até 48 horas.
Isso dá tempo para que uma quantidade máxima de moléculas hidrossolúveis entre na água em
preparação para a destilação. É uma boa maneira de suavizar o material de lignina dura de partes de
plantas lenhosas, como cascas, agulhas, raízes, resinas e sementes, permitindo que as vesículas da
essência se abram mais facilmente durante a destilação.
Uma vez que o material é macerado, você começará o processo de destilação.
– Quando Colher as Plantas
Normalmente, colhemos plantas aromáticas ou medicinais da primavera ao início do outono,
dependendo da planta e, claro, do seu clima. Coníferas e raízes podem ser colhidas nos meses de
outono e inverno.
Quando colher uma planta específica é outra parte da jornada da destilação. Cada planta deve ser
estudada caso a caso.
Vários sáo os fatores, como fase da lua, época do ano, horário da colheita, po´rem como regra geral,
destile quando o tempo estiver quente e seco. A maioria das plantas terá um rico teor de óleo
essencial em dias quentes. Não recomendamos a colheita e destilação em um dia chuvoso ou logo
após chuvas fortes. Espere o material vegetal secar completamente das chuvas.
A família Lamiaceae de plantas (hortelã-pimenta, lavanda, orégano, tomilho, etc.) podem ser
colhida e destiladas com facilidade. A grande coisa sobre esta família de plantas é, dependendo de
onde você vive, você pode ser capaz de colher 2 ou 3 vezes durante a primavera / verão / início do
outono. Muitas vezes, as espécies de Lamiaceae são colhidas logo após a floração ou pouco antes.
Experimente o momento da colheita, explore, observe e certifique-se de tomar notas em seu diário
de destilação.
Com folhas cerosas (não da família lamiaceae), agulhas, cascas e gramíneas, tendemos a cortá-las
um pouco com a faca ou tesoura antes de colocá-las no alambique, mesmo que estejamos
macerando-as. Para as raízes, lave-as delicadamente, depois corte-as em pedaços de 1 polegada,
depois pese e coloque em alambique. É bom macerar as raízes por até 48 horas antes da destilação.
Depois de colher, retire as folhas e flores e coloque em uma tigela ou saco para que você possa
pesar o material vegetal quando estiver pronto. Você também pode optar por encher o vaso e/ou
coluna para ter certeza de que tem material vegetal suficiente.
Anote sempre suas destilaçoes e faça um diário.
– Temperatura da Destilação

A temperatura influencia a velocidade de destilação. Quanto mais quente a temperatura, mais rápido
a água é aquecida e mais rápida será a destilação, ao custo de destruir certas moléculas aromáticas
frágeis. Uma baixa temperatura e pressão no aquecimento da água resulta em uma destilação lenta e
suave que leva mais tempo, mas pode preservar certas essências aromáticas frágeis, protegendo-as
de serem transformadas ou decompostas por muito calor, muito rápido.
Uma destilação lenta é necessária para coletar o perfil completo das moléculas aromáticas voláteis.
As moléculas aromáticas saem do alambique em diferentes estágios da destilação, dependendo de
seu peso molecular. As moléculas mais leves conhecidas como notas de "topo" ou cabeça saem
primeiro, seguidas pelas notas do "meio" ou do coração e, por último, as notas de "base" ou cauda,
que são as notas resinosas e terrosas de moléculas mais pesadas. Essas moléculas mais pesadas,
com 15 a 20 carbonos, levam mais tempo para serem extraídas. Como na maioria das empresas,
"tempo é dinheiro" na destilação industrial e esta última fracção mais pesada do todo aromático é
muitas vezes deixada de lado, no interesse de poupar tempo.
A taxa de exposição é diferente para diferentes métodos de aquecimento, e o O tempo necessário
para a produção também é diferente. Se usar um fogão de indução para aquecer, a taxa de exposição
é de cerca de 500ml por hora. No caso do fogo a gás a taxa de exposição é de cerca de 1,1L por
hora.

– Proporçao Plantas X Hidrolato, ou Ratio.

Proporção recomendada. Se adicionarmos 500g de rosas e a concentração for de 1:2,


recomenda-se 1000 ml de água e adicionar 0,5L de fundo de panela , para gerar 1000 ml de
hidrolato de rosas.

– Gengibre: 1:2 (500g gengibre faz 1000ml de hidrolato)


– capim-limão: 1:2
– Flor de toranja: 1:3
– Cerejeira flores: 1:2
– Sândalo: 1:30-50,50g para produzir 1500ml a 2500ml
– Damasco rosa: 1:1-2
– Absinto: 1:2
– Camomila : 1:2-3
– Australian Tea Tree: 1:3 ou 4
– Centella: 1:2 ou 3
– Flor de jasmim: 1:1 ou 2
– Hortelã: 1:2 ou 3
– Alecrim, Rosmarinus officinalis:1:2-3
– 23. chá verde: 1:1 ou 2
– 24. lavanda: 1:3
– 25. flor de gengibre selvagem: 1:2-3
– Erva de São João:1:2-3
– 31. laranja amarga: 1:2 ou 3
– 33. calêndula: 1:1-2
– 34. Limão: 1:1-2
– 35. pepino: 1:1
– Dicas para uso do Hidrolato

- Vaporizador: O hidrolato pode ser utilizado no vaporizador e misturado com gotas de óleo
essencial para manter a casa cheirosa , para dormir e promover a cura física e espiritual.
– Máscara Facial: Depois de limpar o rosto, aplique no seu rosto com algodão ou pano limpo
por 10-15 minutos. Pode hidratar a pele.
– Outras Dicas:
– O hidrolato pode ser usado diretamente sobre a pele. A pele sensível é recomendado para
uso após diluição
– Mulheres grávidas também podem usar externamente, mas o uso oral é proibido por
gestantes.
– Após cada uso de hidrolato, certifique-se de selar a boca do frasco . Não retorne o hidrolato
não utilizado ou utilizado no frasco original para evitar a contaminaçao do líquido puro.
– Sobre o armazenamento: O hidrolato deve ser selado e mantido longe da luz, é melhor
armazenar em local fresco. Pode ser mantido sem lacre por dois anos e usado dentro de 3
meses após a abertura.

Esperamos que esse curso seja útil e interessante para você. Se tiver alguma dúvida ou sugestão, por
favor, entre em contato conosco. Obrigado pela sua atenção e bom aprendizado!

Cláudia Ribeiro e Luis Fernando Albuquerque

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