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Psicopatologia - Caso Clínico TOC
Psicopatologia - Caso Clínico TOC
CURSO DE PSICOLOGIA
LAURO DE FREITAS
2042.1
IDENTIFICAÇÃO: Bella Brown, 26 anos, apresenta-se como escritora, mas afirma nunca ter concluído
um livro. É financeiramente independente, trabalha na biblioteca municipal e mora sozinha em uma
casa alugada há mais de seis meses.
QUEIXA PRINCIPAL: Paciente relata ter muito medo de vegetação e que fica aterrorizada pela
imprevisibilidade e desorganização da natureza, motivo pelo qual descuidou do jardim da casa alugada
em que mora, ocasionando a tomada do ambiente por ervas daninhas e muita vegetação. Em razão
disso, ela foi avisada pelo corretor de imóveis que será despejada da casa caso não resolva o problema
em até 30 dias.
HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL: Paciente obcecada pela ordem, preocupa-se excessivamente com
organização, presa diariamente a rituais e tem obsessão por limpeza.
HISTÓRIA MÉDICA PREGRESSA: Relata não ter problemas de saúde pregressos, nega alergias
medicamentosas ou alimentares, doenças prévias ou uso de medicamentos.
HISTÓRIA MÉDICA FAMILIAR: Relata ter sido abandonada recém-nascida nas margens de um rio,
encontrada por um nadador junto aos patos e cresceu em um orfanato, razão pela qual não tem
informações sobre a sua família.
HÁBITOS DE VIDA: Paciente vive sozinha em uma casa alugada. Não tem familiares e nem amigos.
Relata acordar com o despertador todos os dias às 6h30 e seguir o ritual de escovar os dentes cada
dia com uma escova de dente adesivada com o dia da semana correspondente, tomar banho
prolongado e escolher as roupas organizadas no guarda-roupa por tonalidade do cinza claro ao preto,
(relata usar tons escuros pois as cores lhe provocam sensações óticas desagradáveis), preparar sua
refeição composta essencialmente por enlatados e torradas e comê-la exatamente às 8h. Sai de casa
às 8h30, mas só se dirige ao trabalho após proferir a frase “hoje eu vou fazer a diferença” e conferir
por dez vezes se a porta está de fato trancada. Chega diariamente atrasada na biblioteca em que
trabalha, onde é responsável por organizar os livros nas sessões específicas, sendo constantemente
alertada pela chefe. Deixa o trabalho às 16h20 e retorna para casa, onde cumpre o ritual de se
alimentar às 18h, tentar escrever em sua máquina de datilografar até às 19h30 e dormir
rigorosamente às 21h30. Afirma ter a casa milimetricamente organizada, mas com um jardim
completamente desorganizado pois sequer vai até aquele ambiente em virtude do seu pavor pelos
elementos da natureza, para ela aversiva e desorganizada.