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UNIÃO METROPOLITANA DE EDUCAÇÃO E CULTURA

CURSO DE PSICOLOGIA

ALINE COSTA D’EÇA

CASO CLÍNICO DE TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO (TOC):


BELLA BROWN DO FILME “ UMA BELEZA FANTÁSTICA”

Trabalho sobre caso clínico de


protagomista do filme “Uma
Beleza Fantástica” (2017)
apresentado à Faculdade Unime
de Lauro de Freitas-BA como
requisito parcial para
aproveitamento da disciplina
Psicopatologia II.

Professora Dra. Luciene Figueiredo

LAURO DE FREITAS
2042.1
IDENTIFICAÇÃO: Bella Brown, 26 anos, apresenta-se como escritora, mas afirma nunca ter concluído
um livro. É financeiramente independente, trabalha na biblioteca municipal e mora sozinha em uma
casa alugada há mais de seis meses.

QUEIXA PRINCIPAL: Paciente relata ter muito medo de vegetação e que fica aterrorizada pela
imprevisibilidade e desorganização da natureza, motivo pelo qual descuidou do jardim da casa alugada
em que mora, ocasionando a tomada do ambiente por ervas daninhas e muita vegetação. Em razão
disso, ela foi avisada pelo corretor de imóveis que será despejada da casa caso não resolva o problema
em até 30 dias.

HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL: Paciente obcecada pela ordem, preocupa-se excessivamente com
organização, presa diariamente a rituais e tem obsessão por limpeza.

HISTÓRIA MÉDICA PREGRESSA: Relata não ter problemas de saúde pregressos, nega alergias
medicamentosas ou alimentares, doenças prévias ou uso de medicamentos.

HISTÓRIA MÉDICA FAMILIAR: Relata ter sido abandonada recém-nascida nas margens de um rio,
encontrada por um nadador junto aos patos e cresceu em um orfanato, razão pela qual não tem
informações sobre a sua família.

HÁBITOS DE VIDA: Paciente vive sozinha em uma casa alugada. Não tem familiares e nem amigos.
Relata acordar com o despertador todos os dias às 6h30 e seguir o ritual de escovar os dentes cada
dia com uma escova de dente adesivada com o dia da semana correspondente, tomar banho
prolongado e escolher as roupas organizadas no guarda-roupa por tonalidade do cinza claro ao preto,
(relata usar tons escuros pois as cores lhe provocam sensações óticas desagradáveis), preparar sua
refeição composta essencialmente por enlatados e torradas e comê-la exatamente às 8h. Sai de casa
às 8h30, mas só se dirige ao trabalho após proferir a frase “hoje eu vou fazer a diferença” e conferir
por dez vezes se a porta está de fato trancada. Chega diariamente atrasada na biblioteca em que
trabalha, onde é responsável por organizar os livros nas sessões específicas, sendo constantemente
alertada pela chefe. Deixa o trabalho às 16h20 e retorna para casa, onde cumpre o ritual de se
alimentar às 18h, tentar escrever em sua máquina de datilografar até às 19h30 e dormir
rigorosamente às 21h30. Afirma ter a casa milimetricamente organizada, mas com um jardim
completamente desorganizado pois sequer vai até aquele ambiente em virtude do seu pavor pelos
elementos da natureza, para ela aversiva e desorganizada.

EXAME DO ESTADO MENTAL (SUMULA PSICOPATOLÓGICA): Paciente vigil, eutímica,


autopsiquicamente orientada, juízo de realidade preservado, memória preservada, hipervigilante,
pensamento obsessivo, hiperestesia relacionada às cores e fobia relacionada à natureza.

HIPOSTESES DIAGNÓSTICAS E JUSTIFICATIVAS:

TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO - TOC (F 42.2) devido à presença de compulsões, com


comportamentos e atos mentais repetitivos; regras rigidamente aplicadas à sua rotina diária; esses
comportamentos e atos mentais visam aliviar sofrimento e/ou pensamento obsessivo; sem que tenha
conexão realista que os justifiquem; as compulsões tomam bastante tempo e trazem prejuízos para a
vida profissional e social da paciente. Os sintomas não têm relação com efeitos fisiológicos ou de
substâncias. A perturbação não é mais bem explicada por outra condição médica. Alguns sintomas
indicam adicionalmente FOBIA ESPECÍFICA DE AMBIENTE NATURAL (F40.228) devido a medo
acentuado acerca de elementos da natureza; resposta imediata de medo ao ambiente do jardim; evita
ativamente ou suporta com intenso sofrimento o ambiente do jardim; o medo já dura mais de 6
meses; o medo causa sofrimento clinicamente significativo e lhe traz prejuízos.

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