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Auto-revelação do

terapeuta
Trabalho realizado por:

Claúdio Moreira – 22207181


Ricardo Ribeiro - 21906029
Therapist Self-Disclosure (TSD)
• Revelação de conhecimento do terapeuta, como indivíduo,
assim como enquanto terapeuta. O terapeuta pode revelar insights
pessoais, experiências profissionais, conhecimento adquirido na sua
prática.

Dada a preocupação e cuidados inerentes à


profissão, surgem diferentes tipos de
questionamentos durante a sessão. Especialmente,
o psicólogo recentemente formado, precisa de
algum tempo de experimentação em função do
paciente. O seu conhecimento é uma possível
fonte de ajuda, e com esta devem surgir questões e
desenvolvimentos na relação paciente - terapeuta.
TSD

Posso? Como O pensamento/transformação


destas questões deve ser tão rápida
quanto a sua resposta.

O terapeuta terá em consideração


que a resposta a estas questões têm
Devo? Porquê de ter, sempre, por base o
conhecimento do cliente, nas suas
várias vertentes (pessoais, familiares,
profissionais, sociais, culturais).
TSD
• Existe controvérsia em torno da conceptualização/utilidade de TSD.
• Dependendo se é encorajado ou dissuadido o TSD pode ser definido
como:
• Comportamento específico do terapeuta;
• Violação deontológica;
• Tipo de intervenção;
• Habilidade clínica;
• Expressão de autenticidade e genuinidade.

Danzer, G. S. (2018)
TSD
• Está previsto nos guidelines da APA a utilização de TSD, sendo descrita
como a invocação de um aspecto particular do terapeuta, que é,
intencionalmente, disponibilizado ao paciente.
• A utilização inapropriada de TSD compromete a
objectividade/competência/eficácia das funções do terapeuta.

Behnke, S. (2015)
"When in Doubt, Sit Quietly: A Qualitative Investigation of
Experienced Therapists’ Perceptions of Self-Disclosure"
• De que modo afecta a terapia?
• Por quem é utilizado?
• Deve haver formação?
• Pode ser usado com qualquer cliente?
• Espera-se pelo pedido do cliente para ser utilizado?
• Como se gerem as suas consequências?

Pinto-Coelho (2018)
TSD, de que modo afecta a terapia
• Deve ser visto como "uma espada de dois bicos", o insucesso
compromete o rapport demonstrando falta de atenção, ou
cuidado, às particularidades do paciente. O sucesso do TSD promove
o rapport e naturaliza a experiência do paciente em terapia.
Prejudicial Benéfico

• Atenção virada para • Centrado no paciente


o terapeuta • Timing adequado ao
• Frequência elevada vinculo existente e
• Baixa sintonia ao tempo
com experiência do paciente (e.g.,
do cliente assegurar que
o paciente
terminou o seu
TSD, por quem é utilizado?
Há evidência da utilização em Portugal.

• Mundialmente, cada vez mais é


utilizado o TSD por
terapeutas. Os psicólogos
menos experientes têm mais
controlo na sua utilização,
enquanto que os mais
experientes utilizam
frequentemente TSD.
• Cerca de 90% dos terapeutas
afirmam já ter utilizado.
TSD, deve haver formação?
• Não há indicadores da existência de formação na aplicação de TSD.
• Bottrill(2010) e Danzer(2018), mencionam que os supervisores devem
evitar intervenções critícas ao TSD.
• Existem dificuldades na criação de competências nesta intervenção
mesmo em terapeutas activos, aconselhados e supervisionados.
• Formação insuficiente pode levar a terapeutas omitirem, ou a
utilizarem ineficazmente TSD (Carew, 2009).
TSD, pode ser usado com qualquer cliente?
• Na presença de um rapport e conhecimento aprofundado sobre o
funcionamento individual do paciente, sim. Existem factores a
considerar relativos ao tipo de cliente para além da diferença
individual:
Sendo pequena ou grande a diferença, são factores que
podem decidir se o rapport tem sucesso ou não, nestas
residem potencial para aumentar ou reduzir a
Cultura potencial distância criada com o TSD
Religiã
o
Etnia

Sexo
TSD, esperamos pelo pedido do cliente?

• Decisão do terapeuta sobre


utilizar ou não o TSD


Mudanças
Fatores
Perguntas feitas pelos Positivas e Nivel da relação
clientes Contextuais terapêutica
Negativas
TSD, como se gerem as suas consequências?

Positivas Negativas

• •
• Aprofundament • Sentimentos como
o da terapia raiva, impaciência e
sentimentos de
• julgamento ou
• Sentimentos • Sentimentocritica
de arrependimento
negativos pelo terapeuta
tendem a
desaparecer

Pinto-Coelho (2018)​
**CQR: Consensual Qualitative Research

Análise - Forma
Métodologia de recrutamento
exemplar*;
13 participantes
Treino para as entrevistas feito
(média de idade = 64);
com discussão para
4 entrevistadoras,
discriminar possíveis
psicólogas experientes
preconceitos e expectativas,
(mean age = 62);
assim como encenação da
7 juízes (mean age = 28)
entrevista;
Juízes recrutados a partir do
Entrevistas semi- interesse demonstrado na
estruturadas; investigação de psicoterapia,
Questões demográficas; CQR**, profissionalismo e
Self-report; motivação;
Consulta Consenso na equipa tido em
com a literatura na tipicidade cada passo pertinente à
investigação

*"The exemplar methodology is a sample selection technique that involves the intentional selection of individuals,
groups, or entities that exemplify the construct of interest in a highly developed manner." (Bronk, 2012) Pinto-Coelho (2018)
Análise - Feitio

• Amostra de 13
Risco • Abordagens diferenciadas
• Estudo qualitativo – self-
report
Factores
• Terapeutas experientes
Protectores •

Pinto-Coelho (2018)
Discussão
• O artigo refere apenas os terapeutas com maior experiência, existem
estudos que envolvem terapeutas com menor experiência. Contudo,
existe literatura insuficiente sobre o TSD.

• É um tópico, aparentemente, referido pelos especialistas como


devendo ser evitado. O foco no terapeuta, pode ser alvo de
discussão. A ausência desta troca de informação entre pares traz
consequências para ambos - terapeuta e paciente.

Referências
Ana S. (2012). “Trabalhar com experiência imediata: Um estudo qualitativo sobre os
processos de mudança e desenvolvimento dos terapeutas”

Armanda G. (2008). “Narrativas ocultas no encontro terapêutico: O que terapeutas e clientes


não revelam em psicoterapia”

Behnke, S. (2015). Ethics, self-disclosure and our everyday multiple identities. Monitor on
Psychology, 46(3), 70.

Bottrill, S., Pistrang, N., Barker, C., & Worrell, M. (2010). The use of therapist self-disclosure:
Clinical psychology trainees' experiences. Psychotherapy Research, 20(2), 165-180.

Bronk, K. C. (2012). The exemplar methodology: An approach to studying the leading edge of
development. Psychology of Well-Being: Theory, Research and Practice, 2(1), 1-10.
Referências

Carew, L. (2009). Does theoretical background influence therapists’ attitudes to therapist


self-disclosure? A qualitative study. Counselling & Psychotherapy Research, 9(4),266–72.

D’Aniello, C., & Nguyen, H. (2017). Considerations for intentional use of self-disclosure for
family therapists. Journal of Family Psychotherapy, 28(1), 23–37.

Danzer, G. S. (2018). Therapist self-disclosure: An evidence-based guide for practitioners.


Routledge.

Gallucci, A. M. (2002). Therapists' use of self-disclosure: A quantitative study


(Doctoral dissertation, Massachusetts School of Professional Psychology, 2002).
Dissertation Abstracts International 63(5-B), 2582.
Referências
Hill, C. E. (2012). Consensual qualitative research: A practical resource for investigating social
science phenomena. American Psychological Association.

Lane, J. S., Farber, B. A., & Geller, J. D. (2001, June). What therapists do and don’t disclose to
their patients. Paper presented at the annual meeting of the Society for Psychotherapy
Research, Montevideo, Uruguay.

Mathews, B. (1989). The use of therapist self-disclosure and its potential impact on
the therapeutic process. Journal of Human Behavior and Learning, 6(2), 25–29

Metcalf, L. (2011). Marriage and family therapy: A practice-oriented approach. Springer.


Referências

Pinto-Coelho, K. G., Hill, C. E., Kearney, M. S., Sarno, E. L., Sauber, E. S., Baker, S. M., ... &
Thompson, B. J. (2018). When in doubt, sit quietly: A qualitative investigation of
experienced therapists’ perceptions of self-disclosure. Journal of Counseling
Psychology, 65(4), 440.

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