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Clinica
Clinica
Hemácias senis são destruídas no baço, liberando hemoglobina, que é metabolizada em grupo heme e globina.
Globina: carreada pela haptoglobina
Heme
o Ferro: reaproveitado no organismo
o Protoporfirina IX → biliverdina → bilirrubina (insolúvel no sangue - indireta, precisa de ligar a albumina)
A degradação das hemácias libera hemoglobina, que é quebrada em duas partes: globina e heme. O heme é quebrado em ferro
e protoporfirina. O ferro é aproveitado pelo organismo, e a protoporfirina é transformada em biliverdina e rapidamente
reduzida a bilirrubina.
(heme → protoporfirina → biliverdina → bilirrubina)
Essa bilirrubina chega ao plasma, mas é insolúvel neste meio, por isso, precisa se ligar a albumina, que é uma proteína solúvel.
Essa bilirrubina é chamada de bilirrubina indireta (insolúvel, ligada a albumina).
A BI chega ao fígado, onde sofre os processos de captação, conjugação e excreção: os hepatócitos vão captar a BI, e
conjugá- la ao ácido glicurônico, pela ação da enzima glucuroniltransferase, tornando-a solúvel, passando a ser chamada de
bilirrubina direta. Após a conjugação, o fígado excreta a BD na bile. Ao ser excretada no lúmen intestinal e atingir o
íleo terminal e o cólon, uma parte é metabolizada por bactérias, formando o urobilinogênio. Uma parte deste
urobilinogênio é absorvida e retorna à circulação para ser excretada na urina. Quando está na urina, é chamado de
urobilina. O restante, que não foi captado pelas bactérias, sai nas fezes, e passa a ser chamado de estercobilina, sendo o
responsável pela coloração fecal.
Bilirrubina insolúvel = indireta (ligada a albumina) = não
conjugada Bilirrubina solúvel = direta = conjugada ao ácido
glicurônico.
* Causas
- Aumento de BI
Hemólise
o Anemia, ↑ LDH, ↓ haptoglobina
Distúrbio do metabolismo da bilirrubina
o Icterícia e mais nada
- Aumento de BD: acolia fecal, colúria, prurido (fala mais a favor de colestase, porque decorre do acúmulo de sais biliares)
Hepatite
o TGO, TGP > 10 x
o FA, GGT tocadas
Obs.: Se TGP > TGO + > 1000 mg/dl: viral
Se TGO > TGP + 2x: alcóolica ? (vit B6 é necessária para a formação de TGP, e o paciente
geralmente é desnutrido)
Obs.: hepatite: primeira função a ser perdida é a excreção. Continua captando e conjugando, mas não
excreta (↑ BD)
Colestase
o TGO, TGP tocadas
o FA, GGT > 4 x
1
* Distúrbio do metabolismo da bilirrubina (aumenta principalmente BI, mas pode aumentar BD)
→ Aumento de BI
Gilbert
o Condição do bem, enzima glicuroniltransferase “preguiçosa”
o Aumento de BI em situações de maior demanda a conjugação, como jejum, estresse, exercício
físico extenuante, álcool
o Normalmente BB não ultrapassa 4
o Prevalência de ~ 8% na população em geral, mais comum em homens, adultos
o Melhora com fenobarbital, dieta hipercalórica (mas não tem necessidade)
o ↑ constante de BI: ação antioxidante, protege contra aterosclerose e CA
Crigler-Najjar
o Deficiência parcial ou total da enzima glicuroniltransferase: raro, grave, do mal
o Icterícia precoce, nos primeiros 3 dias de vida
o I – total (Bb 18-45) “Kernicterus”: transplante
o II – parcial (Bb 6-25): fenobarbital
→ Aumento de BD
Dubin-Johnson, Rotor
o Problema na excreção
o Condições benignas
→ Características gerais
Leucopenia “com linfocitose”
Necrose periportal
Necrose em ponte
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→ Hepatite B
Transmissão: sexual (mais comum), vertical, percutânea
HBsAg: antígeno de superfície:indica presença física do vírus no organismo;
HBeAg: replicação viral: vírus ativo ou não. Representa o período de alta viremia.
HBcAg: não é detectado no sangue. Faz parte da estrutura interna (core) do vírus.
Anti-Hbs: marcador de imunidade, cura. É um Ac neutralizante, quando surge, determina o desaparecimento
do HBsAg. Quando +, indica imunidade devido a vacina ou cura (é o super Ac).
Anti-HBc: avalia contato com o vírus, imunidade de acordo com infecção aguda ou crônica.
o Anti-HBc IgM: infecção recente, aguda.
o Anti-HBc IgG: infecção passada, crônica.
Anti-HBe: avalia se o processo está evoluindo p/ cura .Marca a fase não replicativa
Suscetível Aguda Crônica não replicativa ou mutante pré core Cura Vacina
(se transaminases ↑↑↑ + DNAHBV ↑ ↑↑)
HBsAg - + + - -
HBeAg - + - - -
Anti-HBc IgM - + - - -
Anti-HBc IgG - - + + -
Anti-HBe - - + + -
Anti-HBs - - - + +
- Mutante pré-core
Falha na síntese de HBeAg (consegue replicar, sem demonstrar replicação)
HBsAg (+)
Transaminases Confirmação: DNAHBV ↑ ↑↑ ↑↑↑
HBeAg (–) Maior risco de hepatite fulminante, cirrose,
câncer
- Evolução
Evolução benigna
o Assintomática
o Anictérica / ictérica
o 95% evolui para cura
Evolução ruim
o Fulminante: 1% dos casos
o Crônica
Adultos: 1 a 5 %
Crianças: 20 a 30%
RN: 90%
Outros achados
o PAN
o Glomerulonefrite membranosa
o Gianotti-Crosti: lesão de pele papular, eritematosa e não pruriginosa. Não é específico de hepatite B
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Obs.: O vírus da hepatite B, pode evoluir para
carcinoma hepatocelular, sem antes passar pela fase de
cirrose. Isso ocorre porque é um DNA-vírus. Seu material
genético pode se mesclar ao DNA do hepatócito.
Tratar: hepatite fulminante
- Transmissão
Sexual: mais importante
Vertical: mais comum na prova
o HBeAg (+): 90% de transmissão
o HBeAg (-): 15% de transmissão
o Não é indicação de cesárea: via de parto tem indicação obstétrica
o Aleitamento materno é permitido
o Sempre: vacina + imunoglobulina nas primeiras 12 horas
o Mãe com HBeAg (+): Tenofovir no 3° trimestre
Percutânea
- Profilaxia pré-exposição
Vacina 3 doses (universal)
Esquemas especiais (imunodeprimido, IRC, TX): 4 doses duplas
Profissionais de saúde: dosar Anti-HBs, após vacinação.
o Se Anti-HBs (-) após 3 doses: < 2 meses da vacina: revacinar
>2 meses da vacina: + 1 dose
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→ Hepatite A
Incubação (4 semanas): fase de maior viremia (sangue e fezes)
Anti-HAV IgM: aparece na fase prodrômica: dá o diagnóstico
Anti-HAV IgG: mostra que indivíduo já teve hepatite A. Garante imunidade para o resto da vida (vírus não
sofre mutação). Obs.: IgG não dá diagnóstico!
- Tratamento
Isolamento: até 7 – 15 dias após o surgimento da icterícia!!
Suporte
→ Hepatite E
Risco de forma fulminante de até 20% em gestantes
→ Hepatite C
Clínica pouco exuberante
Transmissão parenteral
Cronifica em 80 – 90% dos casos !!!
Tratar sempre que fizer diagnóstico, devido ao risco de cronificação !!
Outros achados
o Crioglobulinemia
o GN mesangiocapilar
o Líquen/porfiria
o Associação com anti-LKM1
* Hepatite auto-imune
Agressão autoimune aos hepatócitos
Exclusão de causa viral, álcool e drogas
Presença de artralgia, hipergama policlonal (↑ IgG)
→ Tipo 1
Mulher jovem
FAN +
Ac antimúsculo liso (AML)
→ Tipo 2
Meninas, homens
Ac anti-LKM1
Ac Anticitosol hepático 1
Raro
→ Tratamento
Corticoide +/- azatioprina (imunossupressor)
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* Colangite biliar primária
Agressão autoimune aos ductos biliares
Mulher de meia idade, com queixa de fadiga, prurido, icterícia
Colestase: icterícia, prurido, hiperpigmentação, xantelasma
Disabsorção (↓ bile no TGI): esteatorrea, diminuição de vitaminas lipossolúveis (ADEK) (obs.: a falta de vit
K predispõe a sangramentos)
Aumento de FA, GGT, Ac Antimitocôndrial
→ Tratamento
Ácido ursodesoxicólico
Transplante hepático
* Hiperbilirrubinemia indireta
- Com anemia: hemólise
- Sem anemia, só icterícia e mais nada: distúrbio do metabolismo da BB (jovem: Gilbert, RN: Crigler-Najjar)
* Hiperbilirrubinemia direta
- ↑ TGO, TGP: hepatite (história + sorologia. Avaliar causa viral, medicamentosa, alcóolica, autoimune, isquêmica, NASH)
- ↑ FA, GGT: colestase (USG)
- Enzimas ok: Dubin-Johnson, Rotor
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Síndromes Colestáticas Clínica 1
Sem. 02
Obstrução do trato biliar 21/01/21
Aumento de BD: lesão hepatocelular (↑ TGO, TGP) x síndrome colestática (↑ FA, GamaGT)
Etiologias principais:
o Doença calculosa biliar
o Neoplasia maligna
o Doença autoimune de via biliar
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* Colelitíase: cálculo na vesícula biliar (dor < 6 horas e mais nada, sem icterícia)
→ Clínica
Maioria assintomática (80%)
Se clínica: dor em hipocôndrio direito, com duração menor que 6 horas, geralmente após libação alimentar
(obstrução transitória da vesícula)
→ Diagnóstico
Imagem hiperecogênica, com formação de sombra acústica pos terior
Obs.: pólipo de vesícula: imagem hiperecogênica, sem sombra acústica posterior, fixo
→ Tratamento
Sintomáticos: colecistectomia laparoscópica
Assintomático: cirurgia se:
o Vesícula em porcelana (parece calcificada, risco de CA)
o Associação com pólipo (risco de CA)
o Cálculo > 2,5 – 3 cm (difícil eliminação, risco de CA)
o Anemia hemolítica (alta probabilidade de formação de novos cálculos, risco de apresentações graves)
* Colecistite aguda: inflamação por obstrução da vesícula (dor > 6 horas, Murphy, sem icterícia + sinais sistêmicos)
→ Clínica
Dor em hipocôndrio direito, com duração maior que 6 horas
Sinal de Murphy: interrupção súbita da inspiração profunda durante a palpação do hipocôndrio direito
Sinais sistêmicos: febre + leucocitose + ↑ PCR
→ Diagnóstico
USG abdome: espessamento das paredes da vesícula, presença de líquido perivesicular
Outros: cintilografia biliar, colangioRM, TC
Obs.: Critérios de Toquio (provas do Sul)
o Suspeita: sinal local + sistêmico
o Confirmação: sinal local + sistêmico + imagem
→ Tratamento
Antibioticoterapia (E. coli, Klebsiella, Enterobacter, Enterococo)
Colescitectomia laparoscópica precoce (até 72 horas)
Colecistostomia percutânea: indicada em casos graves, para pacientes sem condição cirúrgica
→ Complicações
Empiema: conteúdo purulento (manter atb por mais tempo)
Gangrena: necrose da parede da vesícula
o Perfuração livre: peritonite biliar
o Perfuração com formação de fístula: cálculo pode impactar na
porção final do íleo, levando a quadro de íleo biliar (obstrução
intestinal)
Colecistite enfisematosa (homem diabético)
o Clostridium: ar no interior e na parede da vesícula biliar
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* Coledocolitíase: cálculo no colédoco (icterícia flutuante, vesícula não palpável)
Primária (10%): cálculos formados no colédoco
Secundária (90%): cálculos são formados na vesícula e migram para o colédoco
→ Clínica
Icterícia colestática flutuante (movimentação do cálculo pelo colédoco)
Vesícula não palpável no EF
→ Diagnóstico
Início: US de abdome
Melhores: colangioressonância, USG endoscópico, CPRE (diagnóstica e terapêutica)
→ Tratamento
CPRE: primeira escolha
Esfincterotomia
Dilatação papilar com balão
Terapia intraductal
Obs.: realizar também colecistectomia na mesma internação!! Tratar causa base!
* Colangite aguda: obstrução (cálculo, tumor) + infecção da via biliar (febre + icterícia + dor abdominal)
Obstrução duradoura causa acúmulo de bile, que funciona como meio de cultura
→ Manifestações
Não grave: tríade de charcot: febre + icterícia (colestática) + dor abdominal
Grave: pêntade de Reynolds: tríade + hipotensão + redução do sensório
→ Diagnóstico (imagem)
USG, colangioRM, CPRE: detectam etiologia ou dilatação biliar
→ Tratamento
Antibiótico
Drenagem biliar
o Obstrução baixa: CPRE
o Obstrução alta: drenagem transhepática percutânea
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* Tumores periampular (sd consumptiva + icterícia colestática + vesícula palpável e indolor)
→ Clínica
Icterícia colestática progressiva
Vesícula de Courvoisier: vesícula palpável e indolor
Emagrecimento
→ Diagnóstico
USG abdome
TC abdome: padrão ouro
→ Clínica
Icterícia colestática progressiva
Emagrecimento
→ USG
Vesícula murcha + dilatação de via biliar intra-hepática
Confirmação: colangioRM e/ou TC
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* Hepatite alcoólica
→ Manifestações
Hepatite: febre, icterícia, dor, TGO > TGP (alcóool), transaminases até 400 U/L
Leucocitose: reação leucemoide
→ Tratamento
Grave (Maddrey > 32): corticoide (prednisolona por 28 dias)
Alternativa: pentoxifilina
* Síndrome de Mirizzi
Cálculo impactado no ducto cístico, realizando efeito de massa sobre ducto hepático
Importância de prova
o É uma complicação da colecistite que causa colestase
o “Não é mais colecistite pura e simples...”
Obs.: é fator de risco para CA de vesícula
→ Tratamento
Colecistectomia (aberta? – geralmente, porque é uma cirurgia difícil)
→ Classificação de Csendes
Tipo I: apenas obstrução
Tipo II, III e IV: obstrução e fístula (< 1/3, 1/3 a 2/3, completo)
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Hepatites Virais
Transmis. Cronifica Clínica Diagnóstico Tratamento Profilaxia Obs
- Fecal oral Não - Curta duração; - Anti-HAV IgM +; ♥ - Suporte - Vacinação SUS: ♥ - Vírus RNA;
- Autolimitada; ° Repouso relativo; - Sorotipo único;
- ↑ Bb direta; dose única, c/ 15 m.
- Crianças < 10 anos; ° Dieta hipercalóri - Endeêmica em
- ↑ FA; - Higiene;
- Maioria assintomático; ° Hidratação; muitos países
- ↑ Gama GT; - Saneam. básico.
- Adultos: sintomas ° Antitérmico; - Associada ↓
- ↑ TGO, TGP; - Pós exposição em
acentuados e prolongados ° Antieméticos; condições
- Dosar albumina e protrombina; não vacinados:
HAV - Sint. inespec. sisteêmicos e ° Suspender álcool sanitárias;
° Vacina em até 14
gastroitest. (mal estar, ° Suspender AINES; - Prognóstico
° Anti-HAV IgM: infecção aguda; dias, idealmente em
anorexia, voêmitos, diarreia, excelente;
° Anti-HAV IgG: imunidade; 48 horas
milagia, tosse, coriza, - Mais causa
° Imunoglobulina se <
cefaleia) colestase!
1 ano/ imunodepr
- Fecal oral Não - Curta duração; - Sorologia; ♥ - Suporte - Não há vacinação; - Vírus RNA;
- Autolimitada; ° Repouso relativo; - Higiene; - Risco hepatite
- Pesquisa de RNA-HEV em fezes
- Adultos: 15 a 40 anos; ° Dieta hipercalóri - Saneam. básico; fulminante,
ou sangue;
- Sintomas inespecífico ° Hidratação; - Evitar consumo de principalmente em
sisteêmicos e gastroitest. ° Antitérmico; carnes mal cozidas. gestantes!!
HEV (mal estar, anorexia, ° Antieméticos; - Região NO, NE;
voêmitos, diarreia, milagia, ° Suspender álcool - Caráter
tosse, coriza, cefaleia) ° Suspender AINES; zoonótico;
- Icterícia (+ ou -) - Forma croênica
em imunodeprid.
- Sexual * Sim - Sintomas mais intensos na ° HBsAg: antígeno de ♥ Aguda leve / - Vacinação; ♥ - Vírus DNA;
- Vertical fase aguda, geralmente com superfície Indica presença do moderada:suporte Monovalente logo - Risco de
- Transfusio icterícia; vírus no organismo; - Repouso relativo; após o nascimento, Carcinoma
- Percutânea - Adultos: 20 a 69 anos; ° HBeAg: replicação viral - Dieta, hidratação; e a partir do 2° Hepatocelular
- Indefinida, Vírus ativo ou não. Representa - Tratamento meês, treês doses (CHC), hepatite
horizontal - Croênica: o período de alta viremia. sintomáticos da pentavalente com fulminante.
HbsAg e anti-HBC + > 6m ° HBcAg: não é detectado no (antitérmico e intervalo de 60 dias.
° Pequenos - A chance cronificação é sangue. analgésicos); - Profilaxia pós
volumes de inversamente proporcional Faz parte da estrutura interna - RN expostos !!!! exposição:
sangue são a idade. (core) do vírus. Croênica / ° Vacina monoval. + ° Imunoglobulina
importantes ° 90% dos RN Aguda grave imunogl. ainda na específica em até
( > infectivi- ° 25% das crianças ° Anti-Hbs: marcador de - Tenofovir sala de parto (12 h) 7 – 14 dias.
dade) ° 5-10% dos adultos imunidade, cura 300 mg/dia VO ° Se mãe HbeAg + ou
- Risco de cirrose É um Ac neutralizante, - Entecavir carga viral materna > - Mais fulmina
e quando surge, determina o 0,5 a 1 mg/dia, VO 106 UI/ml: tenofovir - Mais sintomas
hepatocarcionma. desaparecimento do HBsAg. (se CI ao tenofovir, para mãe a partir da extra-hepáticos,
- Assintomáticos ou com ou reativação)
Quando +, indica imunidade 28° semana de incluindo PAN ♥
fadiga, náuseas, anorexia; devido a vacina ou cura. - Vigilância para gestação (3° trim.),
- Pode evoluir diretamente ° Anti-Hbc: avalia imunidade de hepatocarcinoma. até 30 dias após o
para hepatocarcinoma!! acordo com infecção aguda ou parto
HBV croênica. Obs.: mutante pré-
- Anti-HBc IgM: infec. recente, core: variante mais - Indicação de
aguda. agressiva: > risco de imunoglobulina pós-
- Anti-HBc IgG: infec. passada, hepatite fulminante, exposição:
croênica. cirrose, câncer ° Acidente material
° Anti-Hbe: avalia se o processo ° HBeAg (-) biológico positivo ou
está evoluindo p/ cura. Marca a ° HBsAg (+) suspeito, sem
fase não replicativa. ° ↑↑↑ transaminase vacinação, ou que não
° Confirmação: carga soroconverteu (anti-
viral - ↑ HBV-DNA HBs < 10)
- Comunicantes
sexuais de casos
agudos de HBV
- Abuso sexual
- Imunodeprimido
após exposição de
riscos
- Sempre ocmpletar o
esquema vacinal
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- Percutânea Sim - Sintomas em apenas - Anti-HCV +; ♥ - Tratar todos os - Não há vacinação; - Vírus RNA;
(principal - Principal!! 10% durante a fase aguda ♥ - Diversos
- PCR quantitativa para HCV-RNA pacientes
drogas); genótipos;
(+) (carga viral). - Resposta viral
- - Croênica - Extremamente
- Imunoblot +: contato c/ virus sustentada =
Transfusional ° 80%. Desses, 20 a 25% mutageênico
Vírus indetectável
; evoluem para cirrose e 1
Anti-HCV +: pode indicar hepatite (12 a 24 sem. Após
- Vertical; a 4% para - Apesar do risco
em atividade, cura ou falso- término tto)
- Sexual; hepatocarcinoma de transmissão
positivo. Por isso, a conduta - Genótipo 1: (leso)
- Horizontal - Assintomático, fadiga, intrauterina ser
sempre que Anti-HCV +, deve ser ° Ledipasvir +
- Em 50% manifestações extra incomum,
a dosagem da carga viral (HCV- ° Sofosbuvir
não se hepáticas (crioglobuline- aumenta em
RNA +). - Demais genótipos:
identifica a mia, glomerulonefrite, gestantes HIV +
° Velpastavir,
HCV forma de linfoma, Sjogren, porfiria)
° Sofosbuvir
contágio - Mais cronifica e
- DRC (ClCr<30):
leva a cirrose
° Glecaprevir,
° Pibrentasvir
- Associado a
- Se cirrose:
crioglobulinemia
° + Ribavirina
- Vigilância para tipo II ♥
hepatocarcinoma.
- A taxa de cura
pode chegar a 98%.
O objetivo é a
erradicação viral
° Processo de injúria dos hepatócitos causada por infecção por vírus hepatotróficos.
° A ativação dos linfócitos TH1 estimula a liberação de citocinas inflamatórias, que causam febre, mialgia, astenia, anorexia, náuseas, voêmitos. A lesão
hepatocelular generalizada causa liberação das transferases para o plasma: icterícia, aumento dos níveis de amoênia. Acontece uma reação nas vias biliares, que
induz a colestase intrahepática.
→ Hepatite aguda: sintomas gripais, mialgias, mal estar, podendo apresentar febre. Resposta inflamat. Autolimitada.
→ Hepatite croênica: reação inflamatória aumentada, levando a formação de tecido cicatricial lesão celular → fibrose → cirrose.
° As formas que mais evoluem para hepatite fulminante são A e B.
° Doença de notificação compulsória em até 7 dias!!
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Cirrose e suas causas
Definição Clínica Diagnóstico Tratamento
- Fibrose + nódulos de regeneração - Hipertensão porta - Transaminases podem estar - Avaliação da gravidade:
- Risco aumentado de ° Varizes esofagianas normais ou discretamente - Child-Pugh
hepatocarcinoma devido a essas ° Ascite elevadas (no fígado cirrótico, ° Bilirrubina
tentativas de regeneração ° Esplenomegalia grande partes dos hepatócitos já ° Encefalopatia
° Circulação colateral morreram) ° TAP (INR)
- Causas: - Insuficieência hepática ° Ascite
Cirrose ° Vírus B e C ° Icterícia (BD) - Meld
° Infiltração gordurosa: álcool ou ° ↓ albumina, coagulopatia ° Bilirrubina
não ° Encefalopatia ° INR
° Depósito cobre (Wilson) ° Hiperestrogenismo: ° Creatinina
° Depósito ferro (hemocromatose) ginecomastia,
° Autoimunidade: colangite biliar telangiectasia, eritema
primária, hepatite palmar
- Doença hepática gordurosa - Febre - Abstineência
alcoólica: esteatose alcoólica, - Icterícia - Se caso grave:
hepatite alcoólica, cirrose alcoólica. - Dor abdominal (índice de Maddrey > 32)
- Hepatite alcoólica: libação no - ↑ Gama GT ° Corticoide por 4 semanas
Hepatite bebedor croênico devido a produção - ↑ VCM (prednisolona)
alcoólica de acetaldeído - Plaquetopenia, leucocitose (reação leuceêmica) ° Pode adicionar pentoxifilina
• - TGO > TGP (geralmente < 400) (TGO: alcOOl. Para a
produção de TGP é necessário vit. B6)
- Corpúsculo hialino de Mallory: achado histopatológico que não
são patognomoênicos, mas são extremamente sugestivos de
esteato-hepatite alcoólica.
- Mutação no fígado que impede - Doença hepática (aguda, - Dosagem ceruloplasmina - Quelante: trientina
a excreção hepática de cobre croênica, cirrose) - Dosagem de cobre urinário ou - Transplante: cura
Doença de - Aumento cobre - Neurológicas (alterações de hepático (biópsia)
Wilson - Redução ceruloplasmina movimento)
(cobre) - Anel de Kayser-Fleisher
(depósito de cobre na
córnea)
- Mutação no gene HFE: aumenta - ↑ sat. de transferrina - Teste genético (mutação - Flebotomia (ferritina ~ 50 ng/ml)
absorção intestinal do ferro - ↑ ferritina C282Y) - Transplante de fígado: não leva
- Hepatopatia - RM (revela aumento de ferro a cura (problema é no instestino)
Hemocro-
- Hiperglicemia no fígado)
matose
- Hiperpigmentação
(ferro) - Heart,
- Hipogonadismo
- Hartrite
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Clínica Diagnóstico Tratamento
- Varizes esoêfago-gástricas, ret - USG com doppler → Pré-hepática (ñ cursa c/ ascite)
- Esplenomegalia ° ↑ calibre de porta ( > 12 mm) ° Trombose veia porta: infecção catéter umbilical em
- Cabeça de medusa ° ↑ calibre espleênica (> 9 mm) crianças, Hipercoagubilidade.
° Sopro, freêmito ao nível ° Fluxo hepato fugal ° Trombose veia espleênica: pancreatite croênica
da cabeça de medusa: Sinal - Elastografia: > 15 – 21 kPa → Intra hepática
de Cruveilhier-Baumgarten - Gradiente pressórico entre porta e veia cava ° Pré sinusoidal: esquistossomose (ñ cursa ascite)
- Encefalopatia inferior ° Sinusoidal: cirrose
Hipertensão
- Hiperte. Sinusoidal: ascite ° > 6: hipertensão porta ° Pós-sinusoidal: dç veno-oclusiva
Porta
° > 10: varizes (enxerto-hospedeiro, chá Jamaica)
- Todo cirrótico deve fazer EDA ° > 12: ↑ risco de ascite e de ruptura de varizes → Pós hepática
° Sem varizes: a cada 2, 3 anos ° Doenças cardíacas: IC
° Varizes pequenas: EDA anual ou ° Trombose veia hepát: sd Budd-Chiari
a cada 2 anos ° Obstrução veia cava: CA, trombose
° Varizes dilatadas: EDA anual e
tratar varizes
Nunca sangrou Está Sangrando Já sangrou
- Rastrear varizes de alto risco: - Estabilização hemodinâmica - Profilaxia secundária (prevenir ressangramento)
° Calibre médio > 5 mm ° Cristaloides ° B-bloq. não seletivo VO
° Grosso > 20 mm ° IBP e
° Cherry-red spots ° Terlipressina ou ocreoitide ° Ligadura elástica por EDA
° Child B e C ° Ceftriaxone (profilaxia PBE)
- Avaliar necessidade hemácias (Hb < 7) plaquetas - Refratário:
- Profilaxia primária (< 50.000), complexo protrombínico ou plasma ° TIPS
Varizes
° B-bloq não seletivo VO (INR > 1,7) ° Shunt espleorrenal distal (seletivo)
• Ou - Descobrir a fonte e tratar
° Ligadura elástica por EDA ° EDA (medida + eficaz)
Ligadura elástica: esoêfago
Cianoacrilato: estoêmago
° Balão de Sengstaken-Blakem (24 - 48h):
sangram. incontrolável por EDA + drogas.
1° insufla o gástrico, se necessário, o esofágico
° TIPS: hemorragia refratária
° Cirurgias
Acúmulo de líquido na cavidade - Gradiente [albumina soro] - [albumina ascite] - Restrição de sódio: 2 g Na (4 – 6 g de sal) / dia
peritoneal além do ° GASA > 1, 1: hipertensão porta - Restrição hídrica se Na < 125: 1 a 1,5 l/dia
volume fisiologicamente PTN líq. ascítico < 2,4 g/dl: cirrose - Diuréticos VO (E:F = 100:40)
encontrado (25 a 50ml), em PTN líq. ascítico > 2,5 g/dl: IC, Budd-Chiari ° Espironolactona: 100 mg. Máx.: 400 mg/dia.
decorreeência de desarranjos nos ° GASA < 1,1: não é hipertensão porta. ° Furosemida: 40 mg. Máx: 160 mg/dia
mecanismos regulatórios dos PTN líq. ascítico < 2,4 g/dl: sd nefrótica ° Aumentar dose a cada 3-5 dias se paciente não
fluidos extracelulares. A doença PTN líq. ascítico > 2,5 g/dl: neoplasia, apresentar resposta (manutenção do peso)
hepática é responsável pela BK (pedir ADA), pâncreas ° Objetivos: ↓ 0,5 kg/dia ou ↓ 1 kg/dia com edema
maioria dos casos (80%), sendo a - Aspecto macroscópico - Paracentese de alívio: ascite tensa, sintomática
Ascite
complicação mais comum na ° Seroso: cirrose
cirrose (50% dos pacientes com ° Hemorrágico: neoplasia, acidente de punção → Ascite refratária: faleência terap. medicamentosa,
• 10 anos de doença). ° Turvo: infecção recorreência, azotemia, Na < 120, K > 6
O desenvolvimento de ascite como - Citometria / citologia ° Suspender B-bloqueador
complicação da cirrose está ° Polimorfonuclear > 250: PBE ou PBS ° Midodrina VO
associado a uma sobrevida de - Trigliceríd. > 1000: ascite quilosa, neoplasia ° Paracentese terapeêutica seriada
aproximadamente 50% em 2 - Ptn total, glicose, LDH ° TIPS
Anos - Gram e cultura
Todo cirrótico admitido com Obs.: Reposição de albumina
ascite deve fazer paracentese ° Repor 6-10 mg albumina para cada litro retirado, EV,
diagnóstica CI absoluta paracentese: CIVD, hiperfibrinólise quando volume puncionado > 5 litros
- Infecção do líquido ascítico - Ascite com polimorfonuclear > 250 - Excluir PBS
bacteriana ° E. coli - Lembra que pode ter febre, dor, encefalopatia ou - Cefotaxima por 5 dias
espontânea ° Klebsiella ser totalmente assintomático. - Albumina: 1,5 g/kg no 1° dia e 1 g/kg no 3° dia
(PBE) - Assintomática
- Febre + dor + encefalopatia - Profilaxia primária croênica (quando proteína liq.
- Complicações: Ascítico < 1,5 g/dl):
• ° Encefalopatia ° Norfloxacino, ciprofloxacino
° Sd hepatorrenal ° Lactulona
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- Polibacteriana - Ascite com polimorfonuclear > 250/ mm3 - Cefalosporina de 3° geração + metronidazol
Peritonite - Abdome cirúrgico + 2 ou mais dos seguintes: - TC
bacteriana ° Proteínas > 1 g/dl - Cirurgia ou drenagem
secundária ° Glicose < 50 mg/dl
° LDH elevado
- Ascite com polimorfonuclear > 250/ mm3 (tratar como PBE)
- Cultura negativa - Excluir PBS
Ascite - Retirar beta-bloqueador
neutrofílica - Cefotaxima por 5 dias
- Albumina: 1,5 g/kg no 1° dia e 1 g/kg no 3° dia
Obs.: Jamais se esqueça que o cirrótico, desde o início do quadro hepático, apresenta redução do volume circulante efetivo (volume de sangue que preenche
o leito arterial). Os principais motivos são a vasodilatação esplâncnica (que “sequestra” sangue no leito enteromesentérico portal) e a vasodilatação
periférica (que reduz o “continente vascular”), resultando em hipovolemia relativa (intravascular vazio no lado arterial, com volume extracelular total
aumentado).
Uma das principais e mais precoces consequeências de qualquer forma de hipovolemia (absoluta ou relativa), é a hipoperfusão renal. A fim de evitar uma
queda na TFG, o rim lança mão de mecanismos adaptativos de autorregulação da TFG, como a vasodilatação da arteríola aferente do glomérulo, mediada
essencialmente por um aumento na síntese local de prostaglandinas vasodilatadoras. Se este paciente utilizar AINES (drogas que bloqueiam a síntese de
prostaglandinas), o referido mecanismo de autorregulação da TFG é literalmente perdido, com o paciente desenvolvendo injúria renal aguda (de padrão pré-
renal).
Logo, tais drogas são absolutamente contraindicadas no cirrótico, no portador de ICC e no paciente desidratado em geral, pois em todas essas
circunstâncias ocorre o mecanismo de autorregulação da TFG.
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Etiologia Clinica Diagnóstico Tratamento
- Cálculos na vesícula; - Dor em hipocoôndrio D < 6 h - US: imagem hiperecogeênica, - Sintomático:
- Não há processo inflamatório; - Pós prandial com formação de sombra colecistectomia
- Cálculo impactado no acústica posterior videolaparoscópica;
infundíbulo impede a saída da - Assintomáticos: cirurgia
bile. A vesícula, sob ação da eletiva se: ♥
colecistocinina, se contrai
° Vesícula em porcelana
Colelitíase freneticamente.
° Associação com pólipo
° Cálculo > 2,5 cm
° Anemia hemolítica
- Cálculo amarelo: + comum, colesterol (radiotransparante), FR (sexo feminino, obesidade, doença ileal), formado na vesícula
- Cálculo preto: bilirrubinato de cálcio, FR (hemólise, cirrose, doença ileal), formado na vesícula
- Cálculo castanho: formado na via biliar, FR (colonização bacteriana por obstrução duradoura (cisto, tumor) ou parasita (Clonorchis
sinensis))
- Inflamação por obstrução da - Dor em hipocoôndrio D > 6 h - US: espessamento da parede; - Antibioticoterapia
vesícula - Sinal de Murphy ° Coleções perivesiculares; empírica;
- Sinais sisteômicos: febre, ° Murphy ultrassonográfico. - Colecistectomia laparosc.
(mais comuns gram -: E. coli e leucocitose, PCR ° Cálculo: img hiperecogeênica c/ precoce (< 72 h);
Klebsiella.) sombra acústica posterior. - Colecistostomia
- Complicações: percutânea: drenagem da
° Empiema: pus - Colecintilografia: padrão ouro. vesícula, realizada em casos
Colecistite graves ou de alto risco cx.
° Gangrena → perfuração
aguda
♥ Fístula íleo biliar
(obstrução delgado + calculo
ectópico + pneumobilia):
triade Rigler
° Colecistite enfisematosa: gás
na parede da vesícula. Mais
comum em homem DM, infecção
por Clostridium
- Cálculo no interior do colédoco - Icterícia colestática - US com dilatação das vias - CPRE + colecistectomia (na
flutuante (mov. calc) biliares; mesma cx)
° Primários: oriundos da própria - Colangioressonância: padrão
♥
árvore biliar principal; ouro. - Prob alta (US c/
Coledocolitíase ° Secundários: oriundos da vesícula cálculo colédoco,
biliar. - Obs.: vesícula não palpável colangite): CPRE
- Prob media (US c/
- Complicação: pancreatite. colédoc dilatado, > 55 a):
US endosc ou colangio RM
- Prob baixa: não investigar
- Obstrução da via biliar principal - Tríade de Charcot: dor - US com dilatação das vias - Antibioticoterapia;
+ processo infeccioso associado; abdominal em hipocoêndrio D biliares; - Drenagem biliar
- A obstrução geralmente é + icterícia + febre; - Colangioressonância: padrão ° CPRE: obstrução baixa
Colangite associada a presença de cálculos. A - Peôntade de Reynolds: tríade ouro; ° Drenagem transhepática
• infecção bacteriana é grave, de charcot + hipotensão + percutânea: obstrução alta
relacionada a germes gram – e rebaixamento do nível de
anaeróbicos. conscieência.
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Diarreia Clinica 02
* Classificação Sem. 06
Duração 18/02/21
* Diarreia aguda
→ Infecções
Vírus (+ comum)
o Norovírus
Bactérias (padrão mais invasivo, toxemiante)
o E. coli (enterotoxigênica): diarreia do viajante
o E. coli (EHEC-O157:H7): relacionada a síndrome hemolítica urêmica
o Shigella: pode causar alterações do SNC (convulsões). Obs.: também pode causar SHU
o Campylobacter jejuni: mais relacionado a síndrome de Guillain Barré
o Salmonela: pode causar infecções a distância (osteomilite, meningite, artrite, abscesso hepático)
o S. aureus: diarreia com período de incubação curto (horas – fator alimentar)
o C. difficile: colite pseudomembranosa
-
Colite pseudomembranosa (infecção por C. difficile)
Fator de risco
o Uso prévio de antibiótico (clindamicina, cefalosporina, quinolonas)
o Idade avançada
o Uso de antiácidos
o Comum em asilos, enfermarias
Diagnóstico
o Pesquisa de toxina nas fezes (melhor exame), antígeno GDH, cultura, PCR, NAAT, colonoscopia
Tratamento
o Vancomicina (VO) ou Fidaxomicina ou Metronidazol
o Colite fulminante: vancomicina (VO) + Metronidazol (IV)
o > 3 recorrências: transplante de microbiota fecal
→ Abordagem
Quando investigar? Sinais de alarme
o Desidratação
o Fezes francamente sanguinolentas
o Febre (> 38,5°C)
o Não melhora após 48 horas
o Idosos (> 70 anos)
o Imunocomprometidos
o Uso recente de antibióticos
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Como investigar?
o Hemograma
o Bioquímica
o Exame das fezes (lactoferrina (marcador inflamatório), toxina, cultura, parasitológico)
Como tratar?
o Hidratação
o Loperamida (não fazer na disenteria!!)
o Antibioticoterapia se sinais de alarme: quinolona (cipro)
* Doença celíaca
Reação imunomediada ao glúten (trigo, centeio, cevada)
Presença do HLA-DQ2 (DQ2.5) – HLA.DQ8 (útil para excluir diagnóstico. Todo paciente com Doença celíaca
tem gene HLA, mas nem todo HLA tem doença celíaca)
→ Clínica
Variável
Assintomático
Disabsorção parcial (Ca, Fe, esteatorreia...)
Disabsorção total
Manifestações neuropsiquiátricas (depressão, miopatia, ataxia...)
→ Associações
Dermatite herpetiforme !!!!
Síndrome de Down
Aumenta risco de linfoma
→ Diagnóstico
EDA com biópsia (mais distal do duodeno: padrão ouro) Obs.: a biópsia não é patognomônica
Sorologia
o Anticorpo antigliadina (desuso)
o Anticorpo antiendomísio (desuso)
o Anticorpo antitransglutaminase tecidual IgA
→ Tratamento
Excluir glúten da dieta
* Protozoários
Principais: E. hystolitica ou G.lamblia (intestinalis)
→ Características gerais
Unicelulares
Não causam eosinofilia
Maioria assintomática (tratar!!)
Transmissão fecal-oral
→ Ciclo evolutivo
Cisto → trofozoíta → cisto
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→ Diagnóstico
EPF, antígeno / anticorpos fecais
Sorologia (extra-intestinal)
→ Tratamento
“... nidazol” (metro/sec/ti)
Nitazoxanida
* Helmintos
→ Características gerais
Visíveis
Causam eosinofilia
Maioria assintomática (tratar!!)
Transmissão fecal-oral, pele, carne
Obs.: sempre que eosinofilia importante, pensar em helminto
→ Ciclo evolutivo
Ovo → larva → verme → ovo
→ Tratamento
“... bendazol” (me/tia/al)
Nitazoxanida (vale para todos)
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Suboclusão intestinal
o Suporte: SNG + Hidratação
o Óleo mineral + Piperazina (bloqueador neuromuscular do parasita – difícil encontrar na prática (?))
o Na prática: fazer enema de solução salina hipertônica + óleo mineral
o Após eliminação: “... bendazol” (somente após eliminação)
o Se tratamento clínico não resolver: cirurgia
Ciclo Pulmonar – Síndrome de Loeffler: Tosse seca, infiltrado pulmonar migratório, eosinofilia
S: Strongyloides stercoralis
A: Ancylostoma duodenale
N: Necator americanus
T: Toxocara canis
A: Ascaris lumbricoides
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→ Estrongiloidíase (Strongyloides stercoralis)
Habitat: delgado
Verme (intestino) → ovo → larva rabditoide (fezes) → larva filarioide (solo) → larva filarioide (pele) →
larva filarioide (pulmão) → verme (intestino)
Obs.: Ovo eclode dentro do intestino
Em indivíduos imunossuprimidos, principalmente pelo uso de corticoide em altas doses, as larvas rabditoides
podem evoluir para larva filarioide ainda no intestino, levando a quadro de autoinfestação, e risco de sepse
por gram - entérico
Quadro Clínico
o Lesão cutânea
o Síndrome de Loeffler
o Auto-infestação: forma disseminada e sepse
Diagnóstico: EPF (Técnica de Baermann-Moraes, para pesquisa de larva)
Tratamento: Ivermectina, Cambendazol, Tiabendazol, Nitazoxanita
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* Doenças inflamatórias intestinais: Retocolite Ulcerativa / Doença de Crohn
Doenças idiopáticas e sistêmicas
História familiar: principal fator de risco
Cigarro
o Favorece: Doença de Crohn (Doença do cigarro)
o Protege contra Retocolite Ulcerativa
→ Anatomopatologia
→ Alterações patológicas
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Biópsia
o DC: granuloma não caseoso
o RCU: criptite
Doença de crohn
o Leve: derivados 5-ASA
o Moderada, grave: biológico + imunomoduladores
RCU
o Leve, moderada: derivados 5-ASA +/- corticoide
o Grave, fulminante: ATB + corticoide +/- biológicos
- Retocolite ulcerativa
Indicações
o Casos refratários
o Displasia, câncer
o Complicações (megacólon, sangramento maciço)
Cirurgia de urgência: Colectomia + ileostomia (colectomia à Hartmann)
Cirurgia eletiva: Protocolectomia + anastomose entre bolsa ileal + ânus (IPAA)
- Doença de Crohn
Indicações
o Complicações (obstrução ou perfuração intestinal, abscesso, hemorragia maciça, megacólon tóxico)
Cirurgia de urgência: Ressecção segmentar
Cirurgia eletiva: Estricturoplastia: estenoplastia
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* Síndrome do intestino irritável
Funcional
Mulheres (30 a 50 anos)
Alterações psiquiátricas (80% dos casos)
→ Clínica
Dor abdominal
Diarreia e/ou constipação
Muco nas fezes (50% dos casos)
→ Diagnóstico
Exclusão + critérios de ROMA IV !!!
Dor abdominal por pelo menos 1 dia/semana nos últimos 3 meses Critério Obrigatório
Relação com evacuação
Alteração na frequência Ao menos 2
Alteração na forma das fezes
→ Tratamento
Sintomáticos (loperamida, dimeticona)
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Sindrome Metabólica – Resistência à insulina Clinica 03
Sem. 09
* Critérios: ao menos 3 critérios 11/03/20
Hipertensão arterial
* Definição
Média da PA em 2 ou mais consultas > 140x90 mmHg
PA > 180x110 mmHg
LOA específica da HAS
MAPA
o > 130 x 80 mmHg: 24 horas
o > 135 x 85 mmHg: vigília
o > 120 x 70 mmHg: sono
MRPA
o > 130 x 80 mmHg (protocolo: 3 medidas durante a manhã e 3 medidas durante a tarde, por 5
dias consecutivos. A média deve ser > 130 x 80)
Obs.: Diretriz Americana: > 130 x 80 mmHg (questões são claras no enunciado!)
* Classificação
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Classificação EUA PAS (mmHg) PAD (mmHg) Obs
Normal < 120 < 80 Não tem “ótima”
Elevada < 130 < 80 “Normal” vira “elevada”
HAS Estágio I > 130 > 80 HAS se PA > 130 x 80
HAS Estágio II > 140 > 90 Não tem estágio III
* Quadro Clínico
Geralmente assintomáticos
Depois de anos: lesão de órgão-alvo (LOA)
Lesão vascular ou por sobrecarga: cardiopatia (IAM, IC), AVE, demência, arteriopatia, nefroesclerose, retinopatia
→ Nefroesclerose hipertensiva
* Exames de rotina
1. Urina 1
2. K +
3. Creatinina plasmática
4. Glicemia de jejum e HbA1c
5. Colesterol total, HDL e triglicerídeos
6. Ácido úrico
7. ECG
* Tratamento
→ Alvo
PA < 140 x 90 mmHg
Alto risco: PA < 130 x 80 mmHg (alto risco: DM, síndrome metabólica ou LOA)
Idoso frágil: PA < 160 x 90 mmHg
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→ MEV: orientada a todos os pacientes
Perda de peso *
Dieta DASH
Atividade física (30 min/dia)
Redução sódio (< 2 g)
→ HAS resistente
PA elevada apesar de 3 drogas diferentes, em doses máximas, sendo uma delas um diurético tiazídico!!
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→ HAS secundária
Causas Achados Diagnóstico
Doença Renal Parenquimatosa - Insuficiência renal - USG renal
(principal causa segundo algumas - Edema - TFG
literaturas)
Hiperaldo secundário - Sopro abdominal - AngioTC
(renovascular) - Hipocalemia (ativação SRAA) - Angiografia renal
(estenose artéria renal) - Alcalose (ativação SRAA)
- Aldosterona / renina = < 30
Hiperaldo primário - Hipocalemia - Aumento aldosterona
(lesão na suprarrenal que promove - Alcalose - Redução renina
aumento da liberação de aldosterona: - Aldosterona / renina = > 30
adenoma, hiperplasia)
Feocromocitoma - Crises adrenérgicas - Aumento de metanefrinas
(tumor que promove liberação de (metabólito das catecolaminas)
catecolaminas) - Aumento das catecolaminas
Apneia obstrutiva do sono - Ronco - Polissonografia
- Sonolência diurna
Hipocalemia **
o Pensar em hiperaldo primário ou secundário
o Dx.: suprarrenal x estenose artéria renal
Aumento creatinina, proteinúria
o Pensar em doença renal
o Dx.: USG, clearence Cr
Ronco, sonolência
o Pensar em apneia do sono
o Dx.: polissonografia
Cefaleia, sudorese, palpitação
o Pensar em feocromocitoma
o Dx.: metanefrinas (plasma, urina)
Jovem, redução pulso femoral
o Pensar em coarctação da aorta
o Dx.: doppler, angioTC
* Crise Hipertensiva
Elevação aguda e intensa da PA, geralmente > 180 x 120 mmHg
Emergência Hipertensiva Urgência Hipertensiva
Com lesão aguda de órgão-alvo (encefalopatia, IAM, EAP) Sem lesão aguda de órgão-alvo (crise adrenérgica,
epistaxe, pré-operatório)
Risco iminente de óbito Sem risco iminente de óbito
Anti-hipertensivo IV Anti-hipertensivo VO
(nitroprussiato (niprid), BB, nitroglicerina...) (captopril, BB, furosemida, clonidina...)
Reduzir PA em 20 - 25% na 1° hora Reduzir PA em 24 – 48 h
Nas próximas 2 – 6 h tentar chegar em ~ 160x100 mmHg ~ 160x100 mmHg
Nas próximas 24 h tentar chegar em ~ 135x85 mmHg
29
Pseudocrise hipertensiva: paciente hipertenso crônico, que chega hipertenso, com queixas vagas
o CD: prescrever sintomáticos + alta (está hipertenso como sempre esteve)
o São casos em que um hipertenso crônico, estágio 2, apresenta sintomas não relacionados à hipertensão
em si (cefaleia, parestesias, sensação de mal-estar). Esses pacientes não necessitam de um pronto
controle da pressão arterial, e devem ser abordados com medicação sintomática (ex.: analgésicos,
sedativos) e encaminhados para tratamento ambulatorial da HAS.
o Devemos nos libertar da chamada “estética da pressão arterial”, pela qual nós e os pacientes só ficamos
satisfeitos com níveis tensionais < 140 x 90 mmHg, antes de darmos alta aos pacientes da sala
de emergência.
→ Encefalopatia Hipertensiva
Perda da capacidade de autorregulação do fluxo cerebral, o que leva ao hiperfluxo e edema cerebral.
Quadro Clínico
o Cefaleia, náuseas, vômitos, confusão mental
o AVE?? TC de crânio (edema substância branca)
Tratamento
o Nitroprussiato IV (↓ 25% da PA em 1 hora)
→ Dissecção aórtica
A PA e a FC são fatores de importante prognóstico na DAA
Quadro clínico
o Dor torácico intensa e súbita, que pode irradiar para dorso
o Redução de fluxo para ramos arteriais
o Comprometimento de aorta ascendente (coronárias, principalmente direita)
IAM
Insuficiência aórtica
o Comprometimento arco aórtico (vasos do pescoço)
Subclávia: assimetria PA e pulso
Carótida: síncope, AVEi
o Comprometimento de aorta descendente (órgãos)
Isquemia mesentérica
Isquemia renal
Classificação (Comprometimento de aorta ascendente: maior gravidade)
o DeBakey
I: toda aorta
II: aorta ascendente
III: aorta descendente
o Stanford
A: aorta ascendente
B: aorta descendente
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Tratamento (tratamento começa na suspeita)!!
o Tratamento clínico:
FC < 60 bpm (betabloqueador IV)
Se PA sistólica < 120 mmHg (nitroprussiato IV)
o Confirmação
ECO transesofágico
AngioTC
AngioRM
o Tratamento cirúrgico
Stanford A: sempre
Stanford B: casos complicados
Dislipidemia
Alvo Terapia
Triglicerídeo < 150 Dieta, atividades físicas
Sem jejum: < 175 >500: fibrato
HDL-colesterol > 40 Ácido nicotínico (sem recomendação
para uso na prática)
LDL-colesterol ??? – depende do risco Estatina
Ezetimiba; inibidor PCSK9
Obs.: não precisa fazer exame em jejum
* Abordagem do LDL-colesterol
Terapia de alta intensidade (↓ LDL > 50%) Moderada intensidade (↓ LDL 30 – 49%)
Atorvastatina 40 – 80 mg Atorvastatina 10 – 20 mg
Rosuvastatina 20 – 40 mg Sinvastatina 20 – 40 mg
* Risco muito alto: LDL < 50 * Risco alto: LDL < 70
- Doença aterosclerótica (IAM, AVE, doença art. perif) - LDL 70 – 189
* Risco alto: LDL < 70 - DM
- LDL > 190 mg/dl - Potencializadores (sd metabólica, LOA, ITB < 0,9,
- Escore de risco >20% ↑PCR-us, escore Ca)
Obs.: DM + nada: LDL < 100
Tempo de uso indefinido: reavaliar em 4-12 semanas
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Diabetes Cinica 04
Sem. 11
25/03/21
* Classificação
* Diagnóstico
Diabetes
Glicemia de jejum > 126 mg/dl (jejum de pelo menos 8 horas. Não pode ser dextro)
Glicemia 2 horas após-75 g glicose > 200 mg/dl
HbA1C > 6,5 %
2 testes positivos ou glicemia > 200 mg/dl em teste aleatório, com sintomas de DM
Casos com discrepância entre resultados: repetir o exame alterado!
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* Quando rastrear?
Intervalo: 3/3 anos
Indicação: > 45 anos ou IMC > 25 + fator de risco
HIV: antes e depois da TARV (monitorizar anualmente)
Fatores de risco:
o História familiar de 1° grau
o Ovário policístico
o Doença cardiovascular
o Sedentarismo
o HAS
o Acantose
o Dislipidemia
o DM gestacional
* Metas
HbA1C < 7% (idosos debilitados < 8%)
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* Tratamento DM tipo 1
Basal
o NPH: 2x/dia
o Glargina: 1x/dia
o Outras: detemir, degluteca
Prandial
o Regular: 30 minutos antes da refeição
o Lispro: na hora da refeição
o Outras: asparte, glulisina
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→ Hiperglicemia matinal
Fenômeno do alvorecer: manhã desprotegida
o CD: NPH mais tarde
Efeito Somogyi: hipoglicemia da madrugada
o Reduzir NPH ou lanche a noite
Fenômeno do alvorecer (manhã desprotegida): durante o período final do sono e início do amanhecer, tem-se pico
circadiano de GH, que é um hormônio hiperglicemiante. Este fato pode explicar a hiperglicemia matinal no paciente
que tomou a NPH antes do jantar, pois o seu efeito já está diminuído no momento em que o paciente acorda pela
manhã
Efeito Somogy (hipoglicemia da madrugada): altas doses de insulina NPH antes do jantar podem ocasionar quadros de
hipoglicemia durante a madrugada e consequente hiperglicemia matinal de rebote (provocada pelo pico dos
hormônios contrarreguladores, que foram liberados durante o período de hipoglicemia na madrugada).
* Tratamento DM tipo 2
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→ Como escolher?
1. Metformina (500 a 2250 mg/dia), começando com baixas doses devido efeitos gastrointestinais
2. Metformina + 2° droga
a. Doença aterosclerótica? Análogo GLP-1 (...glutida) (aterosclerótida)
b. IC ou renal? Inibidor SGLT-2 (..glifozin) (rim, usa o glifozin)
c. Preocupação com ganho de peso ou hipoglicemia? Análogo GLP-1 ou inibidor SGLT-2, evitar sulfoniuréia
d. Custo da medicação importa? Sulfoniureia / Pioglitazona
Insulina desde o início se: Glicemia > 300 (HbA1C > 10%), sintomáticos, gravidez, estresse (cirurgia,
infecção, internação), doença hepática e renal avançada, uso de contraste iodado
Obs.: mundo ideal: associar Metformina (1° droga) + análogo GLP-1 ou SGLT-2 (drogas com beneficio cardio!)
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* Complicações agudas
- Clínica
Poliúria, desidratação, confusão
Hálito cetônico
Hiperventilação (Kussmaul)
DOR ABDOMINAL (atrito ente os folhetos do peritônio desidratado e por distensão gástrica)
Aumenta triglicerídeos e amilase (diagnóstico diferencial com pancreatite)
- Diagnóstico
Glicose > 250
Cetonemia / cetonúria (3+/4+)
pH < 7,30 e HCO3 < 15
- Fatores desencadeantes
Estresse agudo, doses baixas de insulinoterapia, infecções, medicamentos (ex.: corticoides, inibidores da protease,
tiazídicos, BB, simpaticomiméticos, antipsicóticos atípicos), abuso de bebidas alcóolicas, gestação
- Tratamento (VIP)
Volume
o SF 0,9%: 1 a 1,5 litro na 1° hora
o Crianças: 15 – 20 ml/kg
o Avaliar Na
Se Na baixo (< 135): manter SF 0.9%
Se Na normal ou alto (> 135): fazer SF 0,45%
Insulina Regular EV
o Dose ataque: 0,1 U/kg +
o Dose manutenção: 0,1 U/kg/h
o Se optar por não fazer ataque: dose hora de 0,14 U/kg/h
o Objetivo: reduzir glicemia em 50-80 mg/dl/h
o Quando glicemia = 200: iniciar soro glicosado 5% (dividir volume infundido: metade SF e metade SG)
Potássio
o K > 5,2: não repor potássio
o K entre 3,3 – 5,2: repor 20 a 30 mEq de K por cada litro de soro infundido (perde K na urina)
o K < 3,3: repor K+ e adiar insulina (insulina coloca o K dentro da célula, por isso não pode ser feita quando
K já está baixo)
E o HCO3?
o Se pH < 6,9: repor 100 mEq
37
Está compensado?
o pH > 7,30
Manter insulina venosa e associar insulina subcutânea + controle alimentação
o HCO3 > 15
Iniciar insulina SC 1 a 2 horas antes de parar a EV
o AG < 12
(risco do paciente voltar ao quadro de cetoacidose)
o Glicemia < 200
- Complicações
Hipoglicemia e edema cerebral (+ comum em crianças. Não fazer muita insulina, de forma rápida, e muito volume)
Trombose venosa profunda
Hipocalemia grave
Mucormicose (Rhizopus sp., Mucor sp.)
o Micose destrutiva rinocerebral
o Tto: Anfotericina B + debridamento
É a complicação mais grave do DM tipo 1, com uma mortalidade em torno de 100% se não tratada (e de 5% se
adequadamente tratada).
Quando o organismo é privado de fontes energéticas exógenas (alimentos), há queda da glicemia e dos níveis plasmáticos de
insulina, com elevação concomitante dos hormônios contrainsulínicos (glucagon, cortisol, GH e catecolaminas).
As reservas energéticas endógenas passam a ser utilizadas, ocorrendo consumo do glicogênio hepático, lipólise com produção
de ácidos graxos e glicerol e catabolismo muscular, gerando aminoácidos. No fígado, os ácidos graxos serão convertidos em
cetonas (cetogênese). No jejum, este processo é revertido pela alimentação, quando ocorre aumento da secreção pancreática
de insulina. No DM tipo 1, a ausência de insulina perpetua e agrava este desarranjo metabólico, com um aumento absurdo da
produção hepática de corpos cetônicos que traz graves consequências clínicas.
- Hiperglicemia: A hiperglicemia é consequência, principalmente, do aumento de produção hepática de glicose, mas, também,
devido à diminuição relativa de sua utilização pelos tecidos, à hemoconcentração resultante da diurese osmótica por ela
induzida e, tardiamente, pela diminuição da excreção de glicose na urina secundária à deterioração da função renal. A glicemia
varia em média entre 400-800 mg/ dl e, isoladamente, não serve como parâmetro de gravidade.
- Cetonemia: Os corpos cetônicos são produzidos em larga escala devido à lipólise excessiva (liberando uma grande
quantidade de ácidos graxos livres na circulação), situação que ocorre quando os níveis de insulina encontram-se
extremamente baixos.
- Acidemia: A acidose metabólica, consequente ao excesso de cetoácidos, é do tipo ânion-gap aumentado, devido ao acúmulo
dos cetoânions,
- Distúrbios hidroeletrolíticos: A elevação da osmolaridade sérica provoca a saída de fluido do compartimento intra para o
extracelular, carreando eletrólitos como potássio, cloro e fosfato. Uma vez no espaço intravascular, estes elementos são
eliminados em grande quantidade na urina devido à diurese osmótica consequente à hiperglicemia. Na cetoacidose,
temos uma situação paradoxal em relação ao potássio e ao fosfato: apesar de uma grande perda urinária e grave espoliação
corporal destes elementos, os seus níveis séricos mantêm-se normais ou elevados. São basicamente três motivos: (1) a
depleção de insulina predispõe à saída de potássio e fosfato das células; (2) a hiperosmolaridade extrai água e potássio
das células; e (3) a acidemia promove a entrada de H+ nas células em troca da saída de potássio. A gravidade do quadro
permite que se estime o deficit de água e eletrólitos.
38
→ Estado hiperglicêmico hiperosmolar não cetótico (diabetes tipo 2)
Deficiência de insulina (ex.: DM tipo 2)
Menos corpos cetônicos: não faz acidose
Sem água: paciente fica intoxicado pela glicose
Diagnóstico
o Glicemia > 600
o Osmolaridade > 320
o pH > 7,3
o HCO3 > 18 mEq/L
Tratamento
o Mesmo tratamento que cetoacidose (volume, insulina, potássio)
o Obs.: atenção para desidratação e hiperNa (geralmente precisa trocar para NaCl 0,45%)
* Complicações crônicas
→ Rastreamento anual
DM 1: 5 anos após o início da doença
DM 2: no momento do diagnóstico
Pacientes com risco de complicação microvascular: controle glicêmico estrito
→ Retinopatia diabética
Rastreamento: fundoscopia anual
Atenção para gestantes: risco maior de proliferação da doença
Forma não proliferativa (“mico duro chama algodão de rosa”)
o Microaneurisma
o Exsudato duro
o Hemorragia em chama de vela
o Mancha algodonosa
o Veias em rosário
Forma proliferativa
o Neovascularização
o Tto: anti-VEGF (Ac inibidor do fator de
crescimento do endotélio vascular), fototerapia
39
→ Nefropatia diabética (doença renal do diabetes)
Rastreamento
o Albuminúria (relação albumina / creatinina urinária)
o Taxa de filtração glomerular (creatinina sérica)
Microalbuminúria (excreção moderadamente aumentada)
o Albuminúria > 30 mg/g
o Tto: IECA ou BRA II (são drogas nefroprotetoras porque ao inibir angiotensina II, impedem a
vasoconstricção da arteríola eferente, que tem seu calibre “aumentado”, permitindo que o sangue saia do
glomérulo com mais facilidade, diminuindo a pressão intraglomerular: “abre o ralo do glomérulo”)
o Glifozin se TFG > 30 ml/min
Macroalbuminúria (excreção acentuamente aumentada)
o Albumina > 300 mg/g
o Tto: controle anti-hipertensivo
Lesão mais comum na biópsia: glomeruloesclerose difusa
Lesão mais especifica: glomeruloesclerose nodular (Kimmelstiel-Wilson)
→ Neuropatia diabética
Rastreamento
o Exame neurológico
Polineuropatia simétrica distal
o Mais comum
o Perda principalmente sensitiva, em luvas e botas
o Pé diabético
o Tto: pregabalina, duloxetina, amitriptilina
Outras formas
o Mononeuropatia
o Disautonomia: gastroparesia, bexiga neurogênica
40
DM: Tratamento Farmacológico - Indicações Específicas
Classe Exemplos Mecanismo Redução glicêmica Vantagem Desvantagem Contraindicação
Metformina Redução da - Jejum: 60 a 70 - Experiên cia - Desconforto - Gravidez
(1.000 - 2.550 mg) produção hepática - HbA1c: 1,5 a 2 - > ↓ HbA1c abdominal, - IR (TFG < 30)
( 2 a 3 x/dia) de glicose com - ↓ DCV diarreia, náusea - Insuf. Hepática
Biguanidas menor ação Obs.: Geralmente - Prevenção DM2 - XR: ↓ ef. TGI - IC
(↓ resistên cia) Metformina XR sensibilizadora da XR não ultrapassa - Melhora DLP - Def. B12 - Inusf. Pulmonar
(1.000 - 2.550 mg) ação insulínica. 2000 mg/dia: mais - ↓ peso - Risco acidose - Acidose grave
( 2 a 3 x/dia) efeitos colaterais, lática
menos benefícios
Pioglitazona Aumento da - Jejum: 35 a 65 - Prevenção DM2 - Retenção hidrica - IC classe III e IV
(15 – 45 mg) sensibilidade à - HbA1c: 0,5 a 1,4 - ↓ espessamento - Anemia - Insuf. Hepática
( 1 x/dia) insulina em músculo, carotídeo - Ganho ponderal - Gravidez
Glitazonas adipócito e - Melhora DLP - Piora IC - Cl < 15
(↓ resistên cia) hepatócito - ↓ gordura hep. - Fraturas
(sensibilizadores da - Rara
insulina) hipoglicemia
- > ↓ HbA1C
Glibenclamida (Daonil) - Aumento da - Hipoglicemia - Gravidez
(2,5 - 20 mg) secreção insulina (> sulfoniureias 2° - Insufic. Hepática
( 1 a 3 x/dia) - Meia vida:10 –16 h geração) - Inusufic. Renal
- Ação: 12 - 24 h - Ganho ponderal - CI: Cl < 60 !!
Sulfoniureias - Experiên cia
- Não é 1° escolha
- ↓ risco
- Jejum: 60 a 70 em idosos
(↑ secreção: Gliclazida - Aumento da complicações - Menor risco de - Bom p/ pacientes
- HbA1c: 1,5 a 2
secretagogo) (40 - 320 mg) secreção insulina microvasculares hipoglicemia com função renal
* ↑ peso, hipoglicemia ( 1 a 2 x/dia) - Meia vida: 12 h - ↓ > HbA1c prejudicada
- Ação: 10 - 15 h - CI: Cl < 30 !!
Gliclazida MR MR: 12 – 24 h - Bom para idosos
(30 - 120 mg)
( 1 x/dia)
Repaglinida Aumento da - Jejum: 20 a 30 - ↓ variabilidade da - Hipoglicemia - Gravidez
Metiglinidas (0,5 – 16 mg) secreção insulina - HbA1c: 1 a 1,5 glicose pós - Ganho ponderal
( 3 x/dia) prandial
(↑ secreção: - ↓ espessamento
secretagogo) Nateglinida carotídeo
* ↑ peso, hipoglicemia (120 - 360 mg)
( 3 x/dia)
Liraglutida (Victoza) ↑ incretinas - Jejum: 30 - ↓ peso - Hipoglicemia - Hipersensibilidade
Agonistas GLP-1 (0,6 a 1,8 mg/dia) ↑ secreção insulina - HbA1c: 0,8 a 1,2 - ↓ PAS - Náuseas, vôm itos, aos componentes
↓ secreção glucagon - Rara diarreia
(↑ incretinas) Dulaglutida Retarda hipoglicemia - ↑ FC
↑ insulina dependente (0,75 a 1,5 mg/semana) esvaziamento - ↓ DCV e renal - Injetável
da glicemia gástrico
↓ apetite
Inibidores DDP4 Sitaglipitina (Janúvia): > Inibe DDP-IV (que - Jejum: 20 - Neutra no peso - Angioedema - Hipersensibilidade
estudos degrada incretinas) - HbA1c: 0,6 a 0,8 - Segurança - Urticaria aos componentes
(↑ incretinas) ↑ secreção insulina - Rara
↑ insulina dependente Linagliptina (Trayenta): ↓ secreção glucagon hipoglicemia
da glicemia não precisa ajuste para IR
Dapaglifozina (Forxiga) Inibe SGLT2 - Jejum: 30 - ↓ peso - Infecção genital - CI: Cl < 45
(5 a 10 mg/dia) ↓ reabsorção - HbA1c: 0,5 a 1 - ↓ PA - ITU
Inibidores SGLT2 (1 x/dia) glicose pelo rim - Rara - Poliúria
↑ excreção glicose hipoglicemia - Hipotensão
(↓ glicose) Empaglifozina pelo rim - ↓ DCV e renal - ↑ Amputações
(Jardiance) ↓ açúcar sangue - CAD euglicêmica
41
Tireoide Clínica 05
Sem. 11
* Fisiologia 25/03/21
* Avaliação
T4 livre: hipo ou hiper (o T4 livre independe de proteínas transportadoras, e é a forma biologicamente ativa)
TSH: topografia e mais sensível (define se é distúrbio primário ou secundário, e é o 1° a alterar)
→ Os bócios
Ocorrem por níveis aumentados de TSH
Podem estar presentes no hipo ou hipertireoidismo
→ Efeito de Wolff-Chaikoff
Dá iodo e faz hipotireoidismo (desliga a glâdula)
→ Fenômeno de Jod-Basedow
Da iodo e faz hipertireoidismo
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* Tireotoxicose
→ Clínica
Aumento receptores beta-adrenérgicos: insônia, tremor, taquicardia, sudorese, HAS divergente (PAS é altamente
dependente da FC, e a PAD é muito dependente da resistência vascular periférica - ↑ FC e ↓ RVP)...
Aumento do metabolismo basal: polifagia, emagrecimento, hipercalcemia
Aumento da produção de calor: intolerância ao calor, aumento da temperatura corporal
→ Causas
Com hipertireoidismo
o Doença de Graves *
o Bócio multinodular tóxico Hiper primário
o Adenoma tóxico (doença de Plummer)
o Tumor hipofisário produtor de TSH Hiper secundário
Sem hipertireoidismo
o Tireoidite
o Tireotoxicose factícia (uso inadvertido do hormônio)
→ Como diferenciar?
RAIU (índice de captação do iodo radioativo): cintilografia quantitativa da tireoide
Normal: 5 a 30 % de captação
Com hipertireoidismo: 35 – 90% de captação
Sem hipertireoidismo: < 5% de captação
→ Doença de Graves
Fisiopatologia: doença autoimune
o Anti-TRAb estimulador (TSI) (Ac que se liga ao receptor de TSH,
funcionando com o TSH, estimulando a tireoide a produzir hormônio)
o Anti-TPO
o Anti-Tg
o Obs.: com o tempo a glândula é destruída pelo Anti-TPO e pelo Anti-Tg, por isso,
o quadro abre com hipertireoidismo, e ao longo de vários anos pode evoluir com
hipotireoidismo.
Clínica
o Tireotoxicose
o Bócio difuso, pode ter sopro e frêmito (TSH está ↓, mas tem Ac que funciona como TSH)
o Mixedema: edema inflamatório, proteico, sem sinal de cacifo
o Exoftalmia
Diagnóstico
o Clínica
o THS ↓, T4 livre e T3 ↑
o Anticorpos, RAIU
o Obs.: dosar T3 nos casos de hipertireoidismo, porque 5% dos casos tem aumento
somente de T3
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Tratamento
o Medicamentoso
BBloqueador: droga sintomática
Metimazol ou Propiltiuracil (1° trimestre gestação): drogas que inibem TPO
o Iodo radioativo
Indicação: geralmente recidiva ou reação tóxica as drogas. Pode ser usado como 1° linha
CI: gestação, bócios grandes
o Tireoidectomia subtotal
Indicação: sem melhora farmacológica + contraindicação ao iodo radioativo
→ Tireoidite
Tireotoxicose sem hipertireoidismo
Inflamação aguda / subaguda → hormônios pré fabricados alcançam circulação rapidamente → tireotoxicose →
esgotam os estoques hormonais → hipotireoidismo
Dentro dos folículos tireoidianos há coloide, substância rica em T3 e T4. Durante a fase inicial da tireoidite, há
escape desse coloide para circulação, aumentando de forma transitória os níveis séricos de T3 e T4, o que pode levar
a clínica de tireotoxicose. No entanto, a tireoidite inflamada não produz hormônios, por isso, quando se esgota os
estoques de T3 e T4, há carência hormonal, o que causa o quadro de hipotireoidismo.
Inflamação crônica → hormônios pré fabricados alcançam a circulação lentamente → esgotam os
estoques hormonais → hipotireoidismo.
44
Crônica: Tireoidite / doença de Hashimoto (linfocítica crônica)
o Autoimune (Anti-TPO 95 a 100% dos casos)
o Clínica
Pode abrir quadro com tireotoxicose (hashitoxicose)
Hipotireoidismo com bócio (maioria)
Risco de linfoma de tireoide
Principal causa de hipotireoidismo no Brasil !
Tratamento
o Fase de tireotoxicose
Betabloqueador
o Fase de hipotireoidismo
Levotiroxina
* Hipotireoidismo
→ Quadro clínico
Redução dos receptores beta-adrenérgicos: bradicardia, PA convergente
Redução do metabolismo basal: dislipidemia, ganho de peso, anemia, plaquetopenia, leucopenia
Produção de calor: intolerância ao frio, redução da temperatura corporaç
Outros: hiperprolactinemia, mixedema
→ Tratamento
Levotiroxina
o 1,6 mcg/kg/dia – 1x ao dia pela manhã
Cuidado: idoso e coronariopata
o Iniciar com 25 a 50 mcg/dia
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Suprarrenal
* Fisiologia
* Insuficiência adrenal
46
→ Desmame de corticoide
A dose não importa, mas o tempo de uso sim
Até 2-3 semanas de uso de corticoide: suspender abruptamente
Se > 3 semanas de uso de corticoide: fazer desmame
→ Causa
Iatrogênica: uso importante de corticoide
Causas ACTH dependentes
o Doença de Cushing (adenoma de hipófise produtor de ACTH)
o Secreção ectópica de ACTH (oat cell de pulmão, tumor carcinoide, CA medular de tireoide)
Causas ACTH independentes
o Adenoma/ hiperplasia suprrarenal
o Carcinoma suprarrenal
→ Clínica
Obesidade central
Gibosidade, face em lua cheia
Hiperglicemia
Hirsutismo
Estria violácea
Osteopenia
Hiperpigmentação (se ↑ ACTH)
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* Hiperplasia Adrenal Congênita
Deficiência de 21-hidroxilase
O colesterol é usado como matéria prima para a produção de aldosterona, cortisol e androgênios; a produção
de aldosterona e cortisol depende de 21-OH, a de androgênios não. Com a deficiência de 21-OH, tem-se
diminuição na produção de aldosterona, e cortisol, com consequente aumento da produção de androgênios.
Consequências: ↑ androgênio (virilização), ↓ cortisol e aldosterona (perda de sal)
→ Clínica
Virilização, vômitos, desidratação, androgênio, hipoNa, hiperK, acidose (diferenciar de estenose hipertrófica do
piloro), hipoglicemia
→ Diagnóstico
↑ 17-OH-progesterona
→ Tratamento
Insuficiência adrenal: estabilização hemodinâmica (repor volume com SF) + hidrocortisona + corrigir glicemia
Genitália atípica: cirurgia plástica
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Paratireoide
* Metabolismo do cálcio
O cálcio é absorvido da dieta por intermédio da vitamina D, que é ativada pelo rim.
As paratireoides produzem PTH, que atua na reabsorção óssea (tira Ca do osso e joga no sangue)
* Hipercalcemia em prova
Hiperparatireoidismo primário: ↑ PTH + lesão óssea
Câncer (metástases, PTH-rP (peptídeo semelhante ao PTH)): ↓ PTH + lesão óssea
Hipervitaminose D: ↓ PTH + osso saudável
* Hiperparatireoidismo primário
→ Causas
Adenoma único
Hiperplasia
Carcinoma
→ Laboratório
↑ PTH, ↑ Ca
→ Clínica
Maioria assintomáticos
Se sintomas: fraqueza, mialgia, nefrolitíase, doença óssea (osteíte fibrosa cística)
→ Tratamento
Paratireoidectomia
Indicações:
o Pacientes sintomáticos
o Assintomáticos
R: rim: Cl Cr < 60 ml/min, nefrolitíase, calciúria > 400 mg/24 hr
I: idade < 50 anos
C: cálcio > 1 mg/dl do limite superior normalidade
O: osso: osteoporose, fratura vertebral
Principal complicação da cx: hipocalcemia
49
Terapia Intensiva Clinica 6
Sem 13
08/04/21
Definir problema principal: instabilidade hemodinâmica, insuficiência respiratória, alteração
da consciência
→ Tipos de Choque
→ Monitorização hemodinâmica
- Principais parâmetros
- Perfusão tecidual
Débito urinário
Hiperlactatemia
Saturação venosa mista (SvO2 – capilar) ou saturação venosa central (SvcO2 – átrio direito) < 70%
50
→ Tratamento
- Hipovolêmico
Cristaloide: SF 0,9%, Ringer lactato.
Outros: coloide (albumina - mantém mais volume dentro do vaso), hemoconcentrado
- Cardiogênico / obstrutivo
Inotrópico
Dobuta: β-adrenérgico
Dopamina: β se dose: 3 – 10 ucg/kg/min
Milriona: inibidor fosfodiesterase
Levosimendana: sensibilizador do canal de cálcio
Suporte circulatório, balão intra-aórtico
- Distribuitivo
Vasopressor: noradrenalina: α-adrenérgico
Dopamina: α se dose > 10 ucg/kg/min
Vasopressina: receptor V1 vascular
Adrenalina: efeito α e β. É a 1° escolha na anafilaxia, não pode ser feito SC
* Sepse
Infecção + predisposição → TNF-alfa, IL-1, IL-6 → inflamação, vasodilatação, trombose, disfunção celular →
disfunção de tecidos e órgãos
Sepse: disfunção orgânica potencialmente fatal, causada por uma resposta imune desregulada a uma infecção
Como identificar a disfunção orgânica? Escore SOFA > 2
S: sangue (plaquetas), SNC (Glasgow)
O: oxigenação (PaO2/FiO2)
F: fígado (bilirrubina)
A: arterial pressure (PAM), anúria (creatinina ou diurese)
FR > 22
PAS < 100
GCS < 15
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→ Choque séptico
Necessidade de vasopressor para elevar a PAM > 65 mmHg e lactato > 2 mmol/l após reanimação
volêmica adequada
Obs.: a fase inicial da sepse é caracterizada por alto débito cardíaco (fase quente), que pode evoluir para baixo débito
cardíaco (fase fria)
→ Tratamento
- Pacote 1° hora
Infecção
o Culturas: sangue + locais suspeitos
o Antibióticos: amplo espectro, guiar por culturas
Perfusão
o Lactato: tentar normalização
o Cristaloides: 30 ml/kg em 3 horas
o Vasopressor: noradrenalina “durante ou após” volume
Refratários
o Hidrocortisona 200 mg/dia, 5 a 7 dias (pode fazer insuficiência adrenal relativa)
Outras medidas
o Transfusão: Hb < 7 g/dl
o Dobutamina se DC baixo
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* Alteração do nível de consciência
→ Abordagem geral
* Insuficiência respiratória
→ Classificação
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* Síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA)
Edema pulmonar inflamatório (causa principal: sepse)
Diagnóstico: critérios de Berlim
o S: sete dias (início dos sintomas após exposição)
o D: descartar outras causas (cardio, hipervolemia)
o R: radiografia (opacidade bilateral que não é derrame, atelectasia ou nódulo)
o A: alteração na relação PF (PaO2/FiO2)
< 300: leve
< 200: moderada
< 100: grave
→ Tratamento
- Ventilação protetora
↓ volume corrente: < 6 ml/kg (hipercapnia permissiva)
Pressão de platô: < 30 cm H2O
Ajustar PEEP: manter SpO2 > 90% (com menor FiO2 possível)
Driving pressure (pressão de distensão): < 15 cm H2O
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Pneumonias Clinica 7
Sem 14
15/04/21
* Pneumonia adquirida na comunidade
→ Etiologia geral
Pneumococo: agente típico (tem parede celular, cora bem pelo gram, responde a betalactâmicos)
Micoplasma: agente atípico (não tem parede celular, não cora pelo gram, responde a macrolídeos)
Chlamydia pneumoniae: agente atípico
Vírus: agente atípico
Haemophilus: agente típico
Legionela: agente típico (geralmente causa quadros mais graves)
S. pneumoniae Típico (diplococo gram
+) Mais comum
Dx: antígeno urinário
Pode causar: derrame pleural, pneumonia redonda “pseudotumoral”
Mycoplasma Atípico (não tem parede celular)
pneumoniae Síndrome gripal + otite com miringite bolhosa, anemia hemolítica, ↑ IgM, Stevens-Johnson,
Reynaud, Guillain-Barré
Tto: macrolídeo
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→ Quando identificar agente?
Refratários
Pacientes graves, em UTI
→ Como identificar
Escarro: exame direto e cultura
Hemocultura
Antígeno urinário: pneumococo, legionela
Testes moleculares;
Film Array Respiratory Panel: 17 vírus + M. pneumoniae e C. pneumoniae e Bordetella pertussis
Nxtag Resporatory Pathogen Panel: 18 vírus + M. pneumoniae e C. pneumoniae
→ Definições
Apresentação típica
o Febre, tosse, dispneia, dor torácica
o Crepitações, ↑ FTV, broncofonia
o RX: broncopneumonia x lobar
o Agente mais comum: PNEUMOCOCO
Apresentação atípica
o Febre baixa, tosse
o Exame respiratório pobre
o RX: intersticial
o Agente mais comum: MICOPLASMA
→ Diagnóstico
Clínica + imagem
o RX de tórax PA e perfil
o USG tórax: sensibilidade e especificidade maior que RX
o TC de tórax: mais sensível que USG
o Obs.: na impossibilidade de fazer exames de imagem, pode-se iniciar o tratamento empírico baseado
na clínica. Exames de imagem são capazes de mostrar complicações.
→ Prognóstico
Procalcitonina
Proteína C reativa
→ Local de tratamento
CURB-65
C Confusão mental 1 ponto 0 – 1 : tratamento ambulatorial (1,5%)
U Ureia > 43 (50) mg/dl 1 ponto 2: considerar internação (9%)
R FR > 30 irpm 1 ponto > 3: internação (23%)
B Baixa PA (PAS < 90 ou PAD < 60) 1 ponto 4 – 5: avaliar UTI
65 > 65 anos 1 ponto
0: ambulatório (1,2%)
Obs.: Vômitos incoercíveis, vulnerabilidade social, pessoas que
1-2: avaliar internação (8,15%) Se CRB
moram sozinha e não entendem a prescrição: indicação de
> 3: internação (31%)
internação
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Internar em UTI: IDSA/ATS
o Critérios maiores
Necessidade de ventilação mecânica Internação em UTI:
Choque Séptico 1 critério maior ou
o Critérios menores 3 critérios menores
C/ U/ R/ B
Temperatura < 36
Relação P/F < 250
Multilobar
Leucócitos < 4.000
Plaquetas < 100.000
→ Tratamento
Paciente previamente hígido, sem FR para pneumococo resistente: tratamento ambulatorial
o B-lactâmico: Amoxicilina +/- Clavulanato por 7 dias
o Macrolídeo: Azitromicina por 3 a 5 dias ou Claritromicina por 7 dias
o Doxiciclina: consenso brasileiro não cita
Presença de comorbidades, uso de ATB nos últimos 3 meses, FR para pneumococo resistente, pacientes mais graves
o Macrolídeo + Betalactâmico por 5-7 dias
Betalactâmico: Amoxicilina +/- Clavulanato por 7 dias
Macrolídeos: Azitromicina por 3 a 5 dias ou Claritromicina por 7 dias
Corticoide
o Usado nos quadros mais graves, mais inflamados
o Uso pode ser guiado por PCR
→ E controle?
Clínico em 48-72 horas
Radiológico em (?)
57
→ Broncoaspiração
Pulmão direito: parte posterior do lobo superior e parte superior do lobo inferior
Não começar ATB logo quando paciente vomita e broncoaspira. Nas primeiras horas tem-se um quadro
de pneumonia, cuja conduta é medidas de suporte.
Ao longo dos dias, se evoluir com pneumonia, tratar com Clindamicina ou Amox/clavulanato (pode ser
germe anaeróbio)
Fatores de risco
o Dente em mau estado + macroaspiração (etilista, diminuição consciência, distúrbios da degluticação)
Clínica
o Evolução lenta, polimicrobiana
o Comum formar abscesso pulmonar
Conduta
o Clindamicina ou amoxicilina + clavulanato por 3 semanas
o Cirurgia: sem melhora em 7-10 dias ou > 6 - 8 cm
* Complicações da pneumonia
→ Derrame pleural
Todo paciente com pneumonia que evolui com derrame pleural precisa ser submetido a toracocentese
diagnóstica. No entanto, nem sempre esse procedimento é realizado devido ao risco de pneumotórax
Análise do líquido
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Conduta
o Derrame simples: manter antibioticoterapia
o Derrame complicado ou empiema: manter antibioticoterapia + drenagem.
Se não melhorar:
1. Reavaliar atb e técnica de drenagem.
2. Instilação intrapleural de tPA +/- Dnase intrapleural por 3 dias +/- novo
dreno Ou pleuroscopia + lise de aderências
* Pneumonias hospitalares
Fator de risco: ventilação mecânica (principal fator de risco)
Prevenção
o Higienizar mãos
o Manter decúbito elevado (30-45 graus)
o Preferência por VNI/ intubação orotraqueal
o Adequar diariamente o nível de sedação e teste da respiração espontânea (tentar extubar o
quanto antes)
o Uso criterioso de bloqueadores neuromusculares
o Aspirar secreção subglótica rotineiramente
o Evitar extubação acidental
o Monitorizar a pressão do cuff do tubo
o Atenção ao tempo de troca do circuito
→ Definições
Nasocomial ou adquirida no hospital
o Acontece em > 48 horas após internação hospitalar
Associada a ventilação mecânica
o Acontece em > 48 horas após ventilação mecânica
→ Diagnóstico
Infiltrado pulmonar novo ou progressivo
+ 2 sinais de infecção:
o Temperatura < 36° C ou > 38° C
o Leucócitos < 4 mil ou > 12 mil
o Secreção purulenta
o Piora da oxigenação
→ Agentes
Pseudomonas aeruginosa
Staphylococcus aureus
Acinetobacter baumanni
Gram negativos em geral
Germes MDR (germes gram negativo multidrogas resistente)
Obs.: depende da flora do hospital!!
→ Tratamento
Duração: > 7 dias, geralmente responde em 48-72 horas. Sempre avaliar culturas
Qual ATB? Depende do paciente, microbiota, disponibilidade, colonização ou isolamento prévio
5 Ds: droga, dose, duração, descalonamento, sem demora
59
Se desconhece flora hospitalar, hospital sem recursos, fazer terapia tripla (desespero)
○ 2 ATB contra pseudomonas + 1 ATB contra MRSA
▪ Cefalosporina antipseudomonas (cefepime ou ceftazidima)
Ou betalactâmico / inibidor da betalactamase (piperacilina/tazobactam)
Ou carbapenêmico antipseudomonas (imipenem, meropenem)
▪ Vacomicina
Ou Linezolida
Risco para gram negativo MDR? ↑↑ bacilos gram negativo nas amostras ou fibrose cística ou bronquiectasias
o Adicionar: Aminoglicosídeo ou Cipro/levofloxacino ou Aztreonam
Risco para MRSA? > 20% de MRSA na unidade ou prevalência de MRSA na unidade é desconhecida
o Adicionar: Vancomicina ou Linezolida
Risco de maior mortalidade: choque séptico ou ventilação mecânica para PNM hospitalar, ATB IV nos últimos
90 dias, > 5 dias internação hospitalar antes da PNM por ventilação mecânica, SDRA ou terapia substituição
renal antes da PNM por ventilação mecâica
o Escolher um de cada grupo acima
60
Síndromes Bacterianas Clínica 8
Sem 16
Endocardite infecciosa
29/04/21
Infecção do endotélio do coração
Clássico: bacteremia + lesão cardíaca prévia ¹ = endocardite
¹ Obs.: Staphylo aureus não precisa de lesão prévia! Comum em usuários de drogas IV.
Lesão endocárdio: uso de drogas EV, próteses valvares (maior risco), cardiopatia estrutural (prolapso mitral)
Lesão do endocárdio → formação de trombo (plaquetas + fibrina) → endocardite trombótica não bacteriana (ETNB)
→ bacteremia (estafilo e estrepto (Gram +)) → endocardite bacteriana
* Classificação
Aguda: muito toxêmico. Agente: Staphylococcus aureus
o Subaguda: quadro arrastado, Streptococcus viridans
* Agentes
Valva nativa
Staphylococcus aureus (principal) Quadro agudo Usuários drogas IV (acomete valva
tricusipide, sem sopros, Estafilo MRSA. É
comum esses pacientes se apresentarem
com pneumonia multilobar)
Infecções de pele
Levam a vegetações grandes
Embolizam
Sreptococcus viridans Quadro subagudo Relacionado a manipulação de boca
(agente mais comum da subaguda)
Enterococcus Relacionado a manipulação genitourinária
(enterococo mais comum)
Streptococcus bovis gallolyticus Relacionado a tumor de cólon.
Obrigatoriamente deve-se solicitar colono
Grupo HACEK Crescimento lento
Valva protética
< 2 meses da troca S. coagulase negativo (ex. S. epidermidis), S. aureus e Gram (-)
> 1 ano da troca Valva nativa
Entre 2 meses e 1 ano Mistura dos anteriores
* Localização
1. Mitral
2. Aórtica
3. Mitro-aórtica
4. Válvulas a direita
Cuidado!! Usuários de drogas IV: tricúspide
Risco de embolização pulmonar, PNM por Staphylo
* Clínica
Febre (95%)
Sopro (85%)
Manifestações periféricas: hemorragias subungueais, manchas de Janeway, aneurisma micótico, GNDA, nódulos de
Osler, manchas de Roth ...
61
* Diagnóstico
Padrão ouro: patologia
Mais usado: Critérios da Duke University
o 2 maiores ou
o 1 maior e 3 menores ou Diagnóstico
o 5 menores
→ Critérios Maiores
1. Hemocultura (1 ponto)
a. Agentes típicos em 2 amostras
b. Persistentemente positivas (> 3 culturas positivas, com intervalo de no mínimo 12 horas)
c. Hemocultura ou sorologia (+) para Coxiella burnetti
2. Evidência de lesão endocárdica (1 ponto)
a. Eco: vegetação, abscesso, deiscência de prótese
b. Nova regurgitação valvar (eco ou ausculta)
→ Eco e diagnóstico
Eco transesofágico primeiro se:
o EI prévia
o Prótese (?)
o “Janela” ruim: obesidade, ventilação mecânica, deformidade torácica
Eco transesofágico depois do eco transtorácico se:
o Eco transtorácico negativo / inadequado, mas suspeita alta: bacteremia por S. aureus, muitos
critérios menores
o Eco inicial positivo: risco de complicações como abscesso paravalvar, regurgitação valvar importante
62
* Tratamento empírico
- Clínico
Válvula nativa: ATB por 4 a 6 semanas
o Subagudo: aguardar culturas ou vancomicina + ceftriaxona
o Agudo ou usuários drogas IV: vancomicina + cefepime (ou gentamicina)
Válvula artificial: ATB por > 6 semanas
o > 1 ano da troca: igual a nativa
o < 1 ano da troca: vancomicina + gentamicina (2 sem) + cefepime (ou rifampicina)
Obs.: algumas literaturas indicam o uso de Rifampicina para cobrir S. aureus que fica “preso” a
valva
- Cirúrgico (indicações)
IC com disfunção valvular
Extensão paravalvar com abscesso
Vegetações móveis com > 10 mm (algumas literaturas > 20 mm)
Agente resistente, fungo
Sem melhora depois de 5/7 – 10 dias
Prótese valvular instável
* Profilaxia
Apenas para pacientes de alto risco:
o Válvula artificial
o Endocardite infecciosa prévia
o Cardiopatia cianótica não reparada
o Correção incompleta de cardiopatia congênita
Que vão realizar procedimento de alto risco:
o Dentários: manipulação gengival ou da região periapical dos dentes ou perfuração da mucosa (extração
dentária)
o Perfuração da mucosa oral ou respiratória
Conduta
o Amoxicilina 2 g VO 60 min antes do procedimento
o Clindamicina 600 mg (VO, IM ou IV)
o Azitro/Claritromicina 500 mg
Alérgicos
o Cefalexia 2 g
* Bacteriúria assintomática
Definição: Assintomático com urinocultura mostrando: > 105 UFC/ml ou : > 102 UFC/ml (cateterizado)
Quando tratar
o Grávida
o Procedimento urológico invasivo
o Paciente pós transplante renal
63
* Cistite (ITU baixa)
→ Clínica
Disúria, polaciuria, urgência urinária, noctúria
Sem febre
→ Diagnóstico
EAS
Urinocultura (nem sempre é preciso)
→ Tratamento
Fosfomicina (dose única) - escolha
Bactrim (3 dias)
Nitrofurantoina (5 – 7 dias)
Betalactâmico (5 – 7 dias)
→ Classificação
Não complicada: trato urinário normal
Complicada: anormalidades do trato urinário (cateter, cálculo, abscesso ...)
→ Clínica
Febre !!
Dor no flanco + calafrio + sinal de Giordano
Pode ter sintomas de cistite
→ Diagnóstico
EAS (piúria !!)
Urinocultura
Imagem (TC com contraste)
o Dúvida
o Falha terapêutica
o Abcesso ou obstrução
→ Tratamento
7 – 14 dias
Não complicada: cipro, levofloxacino, ceftriaxona
Complicada: pipe/tazo, cefepime, imipenem (cobrir pseudomonas)
64
Infecções de pele
Erisipela Celulite
Profundidade Superficial Subcutâneo
Coloração Vermelhidão Rósea
Sem áreas de pele sã Com áreas de pele sã
Bordas Bem definidas Imprecisas
Sensibilidade Dor intensa Dor
Agente etiológico Strepto pyogenes (gram +) Staphylo aureus ou Strepto pyogenes
Tratamento (10 a 14 dias) Penicilina / cefalosporina Cefalosporina
- Produz enzima proteolítica, por isso a - Disseminação linfática
disseminação é pelo subcutâneo. - Não tem capsula, por isso causa
- A capsula é muito antigênica, o que menos sintomas gerais
causa sintomas gerais, prostração - Mais comum em crianças
- Geralmente tem porta de entrada - complicação: osteomielite
- Mais comum, principalmente em idosos
(< cuidado pés, comorbidades)
- Complicação: fasceíte necrotizante
1- Penicilina benzatina 1.200.000 DU
2- Ceftriaxona 1 g/dia, 7 a 10 dias
3- Vancomicina, Clindamicina ...
Obs.: paciente DM, > risco de gram -, como
E.coli (cipro, amicacina)
Obs.: para infecções de pele: cefalexina (6/6 h), cefadroxila (facilidade posológica, $)
Osteomielite
→ Classificação
Hematogênica (20%)
o Principalmente em criança (acomete metáfise de ossos longos)
o Quando acontece em adulto (acomete principalmente vértebra lombar)
Secundária a infecção contígua (80%)
o Principalmente adulto
o Crônica
→ Etiologia
Staphylo aureus
Salmonela: paciente com anemia falciforme
→ Diagnóstico
RX simples: altera só depois de 10 dias
RM: maior acurácia
Cintilografia: na presença de prótese
PCR, VHS: exclusão da doença
→ Tratamento
Oxacilina, cefazolina, vanco
Ceftriaxone: Salmonela (anemia falciforme)
Duranção: 4 a 6 semanas; 6 a 8 semanas, se vertebral
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Clínica 09
HIV Sem. 16
29/04/21
* O vírus HIV
Retrovírus: HIV-1 (pandemia) e HIV-2 (africano)
Alvos: linfócito T helper (CD4), células dendríticas, macrófagos
→ Latência clínica
Assintomático (2 – 12 anos)
Clínica: linfonodomegalia generalizada persistente (> 3 meses
Doença “dormente” ou “portador” : “set point” viral
A latência é clínica e não microbiológica: em qualquer momento é possível detectar a presença do vírus no sangue
Set-point: “estado de equilíbrio” com o vírus. Quanto mais alto for o set point da carga viral após seis meses a
um ano do início da infecção, mais rápida será a evolução para a fase de imunodeficiência, pois menor é a
capacidade do indivíduo em conter a replicação do HIV!
→ AIDS (sintomática)
AIDS: indivíduo soropositivo + doença definidora de AIDS e/ ou CD4 < 200 cel/ml
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* Diagnóstico
Crianças < 18 meses: pode haver presença de anticorpos maternos, por isso, optar por PCR, que detecta antígenos
virais – exame mais caro
o 2 PCR + (carga viral: HIV-RNA)
Pacientes > 18 meses: fazer sorologias (testes que detectam Ac como imunoensaio (IE) ou teste rápido (TR))
o Tradicional: 2 IE’s +
o Situações especiais: 2 TR +
→ Drogas
Inibidores da transcriptase reversa
o Tenofovir (TDF) – 300 mg, 1 vez ao dia
EC: Nefrotoxicidade (tenefrovir), osteoporose
o Lamivudina (3TC) – 300 mg, 1 vez ao dia Mais usados – dupla dinâmica
67
Inibidores de integrasse (gravir)
o Dolutegravir (DTG) – 50 mg, 1 vez ao dia
EC: Cefaleia, intolerância gastrointestinal, defeito de tubo neural (evitar no 1° trimestre)
Raltegravir (RAL) – 400 mg, 12/ 12 hora.
Inibidores de protease (navir)
o Atazanavir / ritonavir (ATV/r)
Resolvidas as situações específicas (parto e tratamento completo da TB), voltar ao esquema clássico!
Efavirenz (efavirenzistência): tem muita resistência, por isso, fazer genotipagem
→ Falha virológica
Carga viral detectável após 6 meses de terapia OU rebote após supressão → genotipagem + trocar
esquema (considerar inibidores de fusão (enfuvirtida) e antagonista CCR5 (maraviroque))
* Prevenção combinada
Principal forma de transmissão: sexual (> risco: anal e vaginal receptivos)
Relação homem / mulher: 2,6 : 1
68
o Iniciar TARV o mais rápido possível
o 1° trimestre: 3TC + TDF + EFV
o 2° trimestre: 3TC + TDL + DTG
Parto
o Principal momento de transmissão (avaliar carga viral após 34° semana)
o Carga viral > 1.000 ou desconhecida: AZT EV + cesárea eletiva (38° sem, bolsa íntegra, dilatação 3-4 cm)
o Carga viral < 1.000: AZT + parto por indicação obstétrica (normal/cesárea)
o Carga viral indetectável: indicação obstétrica (não precisa fazer AZT!)
Puerpério
o Mãe: manter TARV
o Contraindicar aleitamento materno
o RN: AZT + 3TC + RAL (28 dias)
o Se adesão ótima, TARV na gestação, carga viral indetectável no 3° trimestre: fazer só AZT (28 dias)
→ Sarcoma de Kaposi
Relacionado ao vírus herpes 8
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CD4 < 200
Lesões pulmonares + lesões cutâneas violáceas
Tto: local (ex.: crioterapia) ou quimioterapia
→ Linfoma não-Hodgkin
Iminoblástico
CD4 < 200
Massa pulmonar, derrame, linfonodomegalia
Tto: quimioterapia
→ Meningite criptocócia
Agente: Cryptococcus neoformans
Clínica
o Meningite subaguda, febre, cefaleia (intensa hipertensão intracraniana), raros sinais meníngeos, paralisia
do 6° par craniano, confusão mental
Diagnóstico
o Avaliação do LCR
o ↑ pressão liquórica
o ↑ células mononuclear
o ↑ proteínas e ↓ glicose
o Específicos:
Tinta Nanquim / tinta da China (sensibilidade 60-80%)
Antigeno criptocócico (sensibilidade > 95%)
Cultura (resultado: 7 dias)
Tratamento
o Anfotericina B por 2 cm; Fluconazol por 8 sem
o Punção lombar de alívio (pressão abertura > 25 cm H2O)
o Retirar 20 a 30 ml de LCR diariamente ...
Profilaxia primária: não tem
70
Diagnóstico
o CD4 < 50
o PCR + para EBV no LCR (Epstein-Barr é a causa para o linfoma)
o RM com lesão única
o Biópsia
Tratamento: radioterapia paliativa
Obs.: Doenças que aparecem com CD4 < 50: linfoma primário, micobacteriose atípica (Mycobacterium avium), retinite pelo
CMV
71
Síndromes Febris Clínica 10
Sem. 19
* Arboviroses (febre sem foco) 20/05/21
* Dengue
→ Etiologia
Flavivírus (RNA vírus)
Sorotipos: Den 1, 2, 3, 4 (e 5 – não existe no BR)
Imunidade sorotipo específico (Brasil: pode ter dengue 4 vezes)
Infecção sequencial: aumenta risco de formas graves
→ Clínica
Caso suspeito de dengue
o Febre (até 7 dias) + > 2 entre:
Mialgia intensa (“febre quebra-ossos”)
Dor retro-orbital
Artralgia
Exantema (2° - 4° dia)
Petéquias / prova do laço
Vômitos
Leucopenia (com linfocitose)
o Melhora da febre: ocorre entre 3° e 4° dia. As 48 horas após a melhora da febre é o período de maior
vulnerabilidade, requer atenção médica. Geralmente é nesses dias que o quadro clínico agrava.
o Mecanismo: resposta imune exagerada (contato com outro sorotipo de dengue previamente):
Sepse viral → tempestade citocínica, que age principalmente nas plaquetas e nas paredes dos vasos
sanguíneos
72
Dengue grave
o Suspeita de dengue + > 1 sinal de gravidade:
↓ PA, PA convergente
(diferença entre PAS e PAD < 20 mmHg) Consequências do extravasamento plasmático
Pulso: fino e rápido grave (choque hipovolêmico) – 3 Ps
Periferia: TEC > 2 seg, extremidades frias
Encefalite
Consequências da disfunção orgânica grave
Miocardite
- ite
Hepatite
Hemorragia digestiva
Sangramento SNC Consequências de sangramento grave
Obs.: a principal causa de óbito na dengue é choque hipovolêmico por extravasamento plasmático
→ Diagnóstico
Viremia (até 5° dia)
o Isolamento viral (exame caro, não solicitado na prática)
o Antígeno NS1 (melhor até 3° dia de febre)
Após soroconversão (a partir do 6° dia)
o Sorologia: ELISA IgM
Quando solicitar?
o Epidemia: pacientes no grupo C e D
o Sem epidemia: todos os casos
→ Prova do laço
Objetivo: não confirma diagnóstico, mas avalia o risco de agravamento!! Não fazer se já tiver hemorragias.
Média de PA = (PAs + PAd) / 2
Insuflar manguito até a média da PA e manter insuflado por 3 minutos em crianças, e por 5 minutos em adultos
Traçar quadrado com 2,5 cm de lado no local onde houver maior concentração de petéquias
Positiva: maior risco de agravamento
o > 10 petéquias em crianças ou > 20 petéquias em adultos
→ Conduta
Sintomáticos: analgésicos simples (dipirona, paracetamol). Não prescrever AINEs/AAS (drogas antiplaquetárias)
Hidratação de acordo com classificação de risco
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* Chikungunya
→ Agente Etiológico
Togaviridae / Alphavirus
* Resumo Arboviroses
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Síndromes febris ictéricas: febre amarela, leptospirose, malária
* Febre Amarela
→ Agente Etiológico
Flavivírus
Ciclo Silvestre
o Vetor/ reservatório: mosquito Haemagogus
o Hospedeiro: macaco (epizootias)
o Homem: hospedeiro acidental
Ciclo Urbano
o Vetor: A. aegypti
o Hospedeiro: humano
o Ausente do Brasil desde 1942
→ Clínica
Período de incubação: 3 - 6 dias !!!
Leve (90% dos casos): Febre + “dicas”
o Sinal de Faget: febre sem taquicardia (presente também na febre tifoide: FAgeT)
o História de ecoturismo
Grave (10%): lesão fígado + rim
o Letalidade em torno de 50% (causa hepatite viral necrosante)
o Tríade (síndrome hepato-renal): icterícia + hematêmese + oligúria
o ↑ bilirrubina direta, transaminases (TGO > TGP) (ocorre porque nas células renais tem muito TGO)
→ Diagnóstico
Até 5° dia: isolamento viral (caro, geralmente não faz)
> 6° dia: ELISA IgM
→ Conduta
Suporte
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* Leptospirose
→ Agente Etiológico
Leptospira interrogans (espiroqueta)
→ Reservatório
Rim de ratos, camundongos
→ Transmissão
Enchente, esgoto (lepstospira é eliminada na urina dos ratos, e pode penetrar pela pele íntegra)
Trabalhador de limpeza urbana: maior risco de exposição
→ Diagnóstico
Inespecífico: ↑ CPK, ↓ Plaquetas
Específico: microaglutinação (encontra Ac contra leptospira, é o padrão ouro, mas muito caro)
→ Tratamento
Formas graves
o Penicilina cristalina (escolha)
o Ceftriaxone 1 g de 12/12 h (alternativa)
o Hemodiálise
Formas leves
o Doxiciclina
76
* Malária
→ Agente etiológico
Plasmodium vivax (+ comum)
Febre terçã: 1° e 3° dias
Plasmodium falciparum (+ grave)
→ Vetor
Anopheles darlingi: em áreas endêmicas, o mosquito geralmente é poli-infectado (contém várias formas de
plasmodium) por isso, a febre não tem as características de terçã ou quartã. Em áreas não endêmicas, o
mosquito geralmente é mono-infectado, e a febre é característica (terçã ou quartã)
→ Ciclo evolutivo
2 etapas: Hepática e eritrocitária
Principal alvo: hemácia
Forma hipnozoíta: P. vivax
→ Clínica
Febre (crises, paroxística) + anemia hemolítica (icterícia com ↑ BI)
Dica: região norte, bacia amazônica
→ Diagnóstico
Gota espessa: exame de escolha (exame parasitológico)
Teste rápido: regiões não endêmicas (pesquisa antígenos)
→ Tratamento
P. vivax, forma não grave
o Cloroquina + primaquina (mata hipnozoíta)
o Obs.: Primaquina é contraindicada na gestação. Pode-se indicar após o parto. Usar cloroquina durante
toda a gestação
P. falciparum, forma não grave
o Artemeter + lumefantrina
Quadros graves (qualquer espécie)
o Artesunato + clindamicina
77
* Calazar, Leishmaniose visceral, Febre negra
→ Agente etiológico
Leishmania chagasi
→ Vetor
Lutzomyia longipalpis
Para ter calazar, basta morar no Ceara!!
→ Reservatório
Cães (urbanização)
→ Clínica
Baixa patogenicidade: a maioria não adoece
Situações de queda da imunidade celular: febre arrastada, desnutrição, hepatoesplenomegalia, pancitopenia
(“febre por um tempão, com um bação”)
Aumento resposta humoral: ↑ globulina policlonal
→ Diagnóstico
Parasitológica (encontra formas amastigotas – sem flagelo)
o Aspirado de MO (S = 70%): preferencial
o Punção esplênica (S = 95%): risco de sangramento
Sorológico
o Teste rápido, imunofluorescência indireta, pesquisa de antígeno rk39
Reação de Montenegro
o Negativa (↓ resposta celular)
→ Tratamento
Escolha: Glucantine (antimonial pentavalente)
o Alarga o intervalo QT
Alternativa: Anfotericina B lipossomal
o G: gestante e grave
o I: insuficiências, imunodeprimidos, idade < 1 e > 50 anos, intolerantes a Glucantine (↑ QT)
78
Clinica 11
Tosse Crônica
Sem. 20
27/05/21
Aguda: tosse < 3 semanas (IVAS, alergia, congestão nasal. Se resolvem espontaneamente)
Subaguda: tosse 3 – 8 semanas (quadro agudo prolongado, etiologia crônica que ainda não atingiu 8 semanas)
Crônica: tosse > 8 semanas (tosse VAS (gotejamento pós nasal, tratar com antialérgico e vasoconstrictor
nasal), asma, DRGE, TB)
Tuberculose
* Infecção
Alta infectividade (transmite muito) e baixa patogenicidade (poucos adoecem)
Transmissão: via aérea por aerossóis (gotículas: tosse, fala ou espirro)
É uma doença urbana, de ambientes fechados, aglomerações
Primoinfecção: geralmente ocorre na infância
o < 3 semanas: proliferação / disseminação de bacilos
o 3 – 8 semanas: imunidade celular específica (cels T e IFN-gama)
o Formação de granulomas caseosos, nódulos de Gohn
o 90% dos infectados evoluem para controle da infecção: desenvolvem tuberculose latente
o 10% dos infectados evoluem para doença: podem desenvolver TB primária ou TB pós primária (reinfecção
ou reativação)
* Doença
→ TB pulmonar primária
Típico: criança (1° contato com TB)
Clínica: “PNM arrastada”
RX: infiltrado persistente, > 2 cm + linfonodomegalia hilar unilateral
Crianças são paucibacilíferas
Obs: TB miliar
o Complicação da TB primária
o Como se fosse “sepse” pelo bacilo, que se replica sem controle
o RX tórax: micronodulos pulmonares difusos e bilaterais
o Geralmente se desenvolve em < 2 anos, imunodeprimindos e não
vacinados com BCG (vacinação não protege contra TB, mas
contra formas graves da TB – TB miliar e TB meníngea)
79
→ Diagnóstico TB pulmonar
Critério clínico-epidemiológico (pode fechar diagnóstico, sem a necessidade de critério laboratorial)
o Tosse > 3 semanas e/ou febre, sudorese noturna, perda de peso, inapetência
o RX tórax compatível
Critério laboratorial (microbiológico – escarro)
o TRM-TB (teste rápido molecular): exame de preferência. É mais sensível, além de permitir avaliar
resistência à rifampicina (resultado em 2 horas, encontra fragmentos genéticos do bacilo)
o Baciloscopia (BAAR): 2 amostras (procura de bacilos a microscopia)
o Cultura
→ TB pleural
Epidemiologia: forma extrapulmonar mais comum (exceções: HIV e criança: forma ganglionar)
Características
o Adulto jovem com febre + emagrecimento + dor torácica pleurítica
o Toracocentese: exsudato, redução glicose, linfomonocitário (PNM no início!!)
o ADA > 40 u : muito sugestivo !!
Diagnóstico
o BAAR < 5%, TRM-TB: 30 a 50%, cultura < 15%
o Biópsia pleural: 80 – 90%
→ TB meníngea
Epidemiologia: não vacinados e imunodeprimidos
Características
o Evolução subaguda, acometimento de par craniano ( II, III, IV, VI, VII)
o LCR: aumento proteínas, redução glicose, linfomonocitário
o TC: hidrocefalia
Diagnóstico
o BAAR < 15%, TRM-TB: 30 a 80%, cultura 50 a 80%
80
* Tratamento
o 2 RIPE (2 primeiros meses esquema RIPE – ataque): Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida, Etambutol
< 10 anos: não prescrever etambutol (etambutolho – risco de não relatar neurite óptica)
o Prática: Iniciar com esquema CLEPT e fazer cultura. Descalonar quando possível.
→ Acompanhamento
Baciloscopia (TRM-TB não serve)
Ideal: mensal, mínimo: 2°, 4°, 6° mês
→ Critérios de falência
BAAR (+) ao final do tratamento
BAAR (2+/3+) até o 4° mês
BAAR que volta a ser + e se mantém por 2 meses consecutivos
Se falência do tratamento: fazer cultura e decidir tratamento baseado em testes de sensibilidade
81
* Controle
Busca ativa de sintomáticos respiratórios (tosse > 3 semanas)
Investigar qualquer tosse nas populações mais vulneráveis: índios, HIV, presos, imigrantes, situação de rua
Notificação e tratamento diretamente observado
Vacina BCG (formas graves: disseminada, meníngea)
Controle dos contactantes
o Pesquisar TB ativa (doença) e TB latente (risco de doença)
→ IGRA
Ensaio de liberação de IFN-gama
* Tuberculose latente
Conceito: infecção sem doença (assintomático)
82
→ Indicação de prevenção (quimioprofilaxia primária)
RN contactante de bacilífero
Conduta
o Não vacinar para BCG ao nascimento
o Rifampicina ou Isoniazida por 3 meses
o Fazer PPD após 3 meses de tratamento
< 5 mm: vacinar para BCG
> 5 mm: manter isoniazida por mais 3 meses ou rifampicina por mais 1 mês e não vacinar para
BCG
83
Micoses Pulmonares
→ Clínica
Forma aguda
o Comum em crianças e adultos < 30 anos
o Febre, adenomegalia difusa, hepatoesplenomegalia (clínica parecida com mononucleose infecciosa)
Forma crônica
o Comum em adultos > 30 anos
o Sintomas respiratórios arrastados
o Infiltrado pulmonar bilateral (asa de morcego)
o Lesão cutâneo-mucosa
→ Diagnóstico
Escarro
Raspado lesões de pele
Biópsia: paracoco tem formato em “roda de leme” → sinal patognomônico!!
→ Tratamento
Itraconazol (bactrin – alternativa)
Anfotericina B: quadros graves (plano B – anfo B)
→ Clínica
Fase aguda
o Síndrome gripal
Forma crônica
o Principalmente em pacientes DPOC, pneumopatas
o Sintomas respiratórios arrastados, infiltrados pulmonares (semelhante a TB)
o Pode fazer forma disseminada com micronódulos difusos
→ Diagnóstico
Cultura, biópsia, sorologia
→ Tratamento
Itraconazol, Voriconazol ...
Anfotericina B (casos graves)
→ Epidemiologia
Fezes de pássaros, morcegos !!!!
História de contato com cavernas, galinheiros
84
Tromboembolismo pulmonar Clínica 12
Sem. 21
03/06/21
* Manifestações clínicas
Evento cardiorrespiratório súbito
Dor torácica (pleurítica – piora com a respiração, ventilatório-dependente)
Taquipneia (principal sinal !!)
Dispneia (principal sintoma !!) (não faz trocas gasosas → hipoxemia → dispneia)
Hemoptise
Sibilância (broncoespasmo reacional)
Quanto mais periférica a impactação, menor a gravidade, menos sintomas!
Se grave (TEP maciço):
o Hipotensão (choque obstrutivo)
o Cor pulmonale (insuficiência do VD por aumento da pressão pulmonar)
o Detalhe: aumenta BNP e troponina (sinais de mau prognóstico)
* Exames complementares
Gasometria
o Hipoxemia
o Hipocapnia
ECG
Ecocardiograma
o Disfunção de VD (sinal de mau prognóstico)
Marcadores
o BNP, troponina (sinais de mau prognóstico)
o D-dímero: alto valor preditivo negativo (quando negativo, exclui TEP)
Obs.: nenhum desses exames (gaso, ECG, RX, eco, marcadores) fecha o
diagnóstico de TEP!
* Algoritmo diagnóstico
85
Probabilidade original:
0 – 1: baixa
2 – 6 : intermediária
>7: alta
Probabilidade simplificada:
>4: TEP provável
* Tratamento
* Embolia gordurosa
Fraturas de ossos longos e pelve liberam micropartículas de gordura na circulação que levam a obstrução
e vasculite (12 – 72 h após)
Clínica (triade da embolia gordurosa)
o Hipoxemia (pulmão) + alteração neurológica (SNC) + rash petequial (pele)
Tratamento
o Suporte
o Metilprednisolona (?)
Como prevenir
o Tratamento ortopédico precoce
86
Pneumopatias
→ Fisiopatologia
Doença pulmonar por inalação de partículas no trabalho
Inalação de micropartículas → inflamação (alveolite) → fibrose (restrição)
Tempo de evolução variável
MUITO ASSOCIADO A TUBERCULOSE (silicose aumenta risco de tuberculose)
→ Diagnóstico
RX + história ocupacional
Silicose
o Mineração, jateamento de vidro, jateamento de areia ...
o RX: infiltrado micronodular em zonas superiores do pulmão ou fibrose em zonas superiores
o Pode ter linfonodos com calcificação periférica, em casaca de ovo (‘eggshell”)
87
DPOC
* Definição
Obstrução crônica e geralmente irreversível
* Tipos
Bronquite crônica obstrutiva: inflamação brônquica que gera fibrose ao longo do tempo
Enfisema pulmonar: destruição dos septos alveolares por enzimas proteolíticas
O cigarro pode levar a DPOC por ambos os mecanismos
* Fatores de risco
Tabagismo!
História familiar de DPOC
Deficiência de alfa1-anti-tripsina (só enfisema)
o Enfisema em jovem sem risco conhecido
o Enfisema em região basal
o Hepatopatia inexplicada
o Vasculite C-Anca +
o História familiar
o Enfisema panacinar
o O enfisema do tabagismo é centroacinar!!!
* Clínica
Obstrução ao fluxo de ar: hiperinsuflação (“entra, mas sai pouco”)
Hipoventilação alveolar: ↑ CO2 (retentor...), ↓ O2 (dispneia, ciaose)
o Mudança do drive respiratório: dependente de hipoxemia
Cor pulmonale (pela hipoxemia crônica)
Tosse crônica, expectoração crônica, dispneia
* Classificação
88
→ ABCD
* Tratamento de manutenção
89
* Tratamento DPOC descompensada
A: Antibiótico
Se escarro purulento, VNI, IOT
Amoxicilina + clavulanato ou macrolídeo por 5-7 dias
B: Broncodilatadores inalatório de curta ação
B2-agonista e/ou anticolinérgico (ipratrópio)
C: Corticoide sistêmico por 5 – 7 dias
Prednisona VO ou metilprednisolona IV
D: Dar oxigênio
Alvo: Sat O2 88-92%
Iniciar VNI:
o pH < 7,35 e PaCo2 > 45 mmHg (acidose respiratória aguda)
o Refratário
o Sinais de fadiga
Intubação:
o Diminuição consciência
o Falha VNI
Obs.: nebulizar com ar comprimido, e não com oxigênio!! DPOC é retentor crônico de CO2, logo seu drive
respiratório depende da hipoxemia: hiperóxia reduz ventilação.
90
Asma brônquica
* Definição
Inflamação crônica das vias aéreas → hiperreatividade (obstrução ...)
Inflamação crônica com episódios reversíveis de hiper-reatividade brônquica (“crises asmáticas”)
* Classificação do controle
Avaliar parâmetros nas últimas 4 semanas
1. A: Atividades limitadas?
2. B: Broncodilatador de alívio > 2 x / semana (> 1 x / semana se crianças < 5 anos)
3. C: calada da noite - sintomas noturnos?
4. D: dia - sintomas diurnos: > 2 x / semana? (> 1 x / semana se crianças < 5 anos)
Atenção! Se a asma do paciente não estiver controlada: antes de aumentar o passo, verificar ambiente, aderência
e técnica do tratamento!
Mostrar como usar o dispositivo inalatório!
91
* Tratamento de manutenção (ambulatorial)
Dupla: BUD – FORM (budesonida inalatória + formoterol)
O formoterol é um B2 de longa, mas tem início de ação rápida
Crianças geralmente usam tratamento opcional, alternativo
Adultos geralmente usam tratamento preferencial
A terapia depende da etapa que o paciente atinge controle do quadro
92
Clínica 13
* Síndrome Demencial
→ Clínica
Perda de funções cognitivas (memória, linguagem, destreza ...):
o Progressiva e gradual (quadro agudo = delirium!!)
o Interfere nas atividades usuais ou profissionais
→ Raciocínio diagnóstico
Caracterizar perda cognitiva
o Mini-mental, desenho do relógio, fluência verbal
Afastar falseadores (3Ds do esquecimento)
o Droga: benzodiazepínicos
o Delirium: sepse, IAM (agudo – dias)
o Depressão: tristeza, pessimismo
Excluir causas reversíveis
o Laboratoriais: função renal e hepática, TSH, B12 (alterações neurológicas), Ca, VDRL, HIV
o Neuroimagem: TC ou RM
→ Doença de Alzheimer
Causa mais comum (> 50% dos casos)
- Fisiopatologia
Deposição de proteína amiloide, com formação de placas senis / neuríticas
Fosforilação da proteína TAU, com formação de emaranhados neurofibrilares
Atrofia do hipocampo (área relacionada a memória): relacionada a deficiência de acetilcolina
- Fatores de risco
Idade > 60 anos
História familiar Principais
Fator genético (apoE ε4)
Síndrome de Down
Estilo de vida sedentário
Atividade intelectual baixa
- Diagnóstico
Diagnóstico clínico, por exclusão
TC, RM: atrofia cortical, hidrocelafia compensatória (exame de imagem exclui outras condições)
SPECT / PET: diminuição da perfusão e metabolismo temporal-parietal (útil em fases mais precoces)
93
- Tratamento
Anticolinesterásicos de ação central: Donepezil, Rivastigmina, Galantamina
Vitamina E (?): ação antioxidante
Antagonistas do receptor do glutamato (NMDA): Memantina (é o tto apenas para fase moderada e avançada)
→ Demência vascular
2° causa mais comum
Doença aterosclerótica + fatores de risco (HAS, DM)
- Clínica
2 apresentações:
Cortical
o Vasos calibrosos
o Múlti-infartos
o Evolução súbita, em degraus
Subcortical
o Vasos perfurantes
o Infarto lacunar, periventricular
o Evolução arrastada
- Tratamento
Tratar aterosclerose: HAS, DM, TBG, DLP ...
Demência: anticolinesterásicos (? – não funciona tão bem)
→ Outras demências
94
* Síndrome Extrapiramidal
→ Doença de Parkinson
Causa mais comum (75%) !!
Mutação na alfa-sinucleína (SNCA) (aglomerados tóxicos – corpos de Lewy)
Degeneração da substância negra
- Fatores de risco
Idade > 50 anos !!
Ambientais (pesticidas?)
Gene GBA
- Quadro clínico
Não motor (podem ser os sintomas iniciais): hiposmia, disautonomia, dermatite seborreica, depressão ...
Motor (sinais cardinais)
o Tremor (85%): tremor de repouso, “em contar dinheiro”, unilateral, lento
o Rigidez “plástica”: sinal da roda denteada
o Bradicinesia: marcha em pequenos passos, fáscies mascarada
o Instabilidade postural: quedas
- Abordagem
Diagnóstico: Excluir parkinsonismo secundário
Drogas: metoclopramida, flunarizina, haloperidol
Damage (dano direto): trauma, AVC, hidrocefalia
Denegerativas: Lewy
- Tratamento
Levodopa
A ausência de resposta a levodopa: afasta o diagnóstico de Parkinson
Efeitos adversos: discinesia, efeito “on-off”
Outas opções: benserazida (inibe descarboxilase periférica), pramipexol (agonista dopaminérgico), selegilina
(inibidor da MAO-B), amantadina
Estimulação cerebral profunda (ECP): como se fosse um “marca-passo”
95
Geriatria Clínica 13
Sem 22
* Prevenção de doenças (check-up) 10/06/21
→ Níveis de prevenção
Primária
o Estilo de vida: alimentação balanceada, vida ativa (150 min/sem), cessar tabaco, reduzir álcool
o Imunização
- Hepatite B: 3 doses (rede privada = inclui Hep. A)
20 – 59 - Difteria e tétano (dT): 3 doses, reforço a cada 10 anos
anos - Febre amarela: reforço se dose antes dos 5 anos
(ABCD) - Tríplice viral (SCR): até 29 anos = 2 doses / 30 – 59 anos = 1 dose
- Hepatite B, dT, Febre amarela * (pesar risco x benefícios)
- Influenza: anual
>60 anos - Pneumococo (VPP23): 1 dose, reforço em 5 anos
(6 vacinas) ° MS: asilos, casas de repouso, hospitais
° Rede privada: VPC13, 2 meses antes da VPP23
- Herpes zoster: apenas rede privada, 1 dose
Secundária: rastreamento de doenças (Screening) Obs.: normalmente são indicados até os 75 anos
o 20 anos: sexual
HIV, hepatite B e C (B se alto risco)
> 25 anos: CA uterino (citologia)
o 40 anos: metabólica
Dislipidemia (perfil lipídico). Obs.: sociedade cardio: > 20 anos
45 anos: diabetes (glicemia de jejum, HbA1C ou GTT). Obs.: pode fazer antes se IMC
aumentado
o 50 anos: neoplásica
CA pulmão (TC de baixa dosagem): tabagistas ou cessou < 15 anos + carga 20 anos/maço
Mama (mamografia bienal de 50 a 69 anos)
Próstata (toque retal + PSA)
45 anos: CA colorretal (colono, retosigmoidoscopia, colonoTC ou sangue oculto)
o 65 anos: vascular e óssea
Mulher: osteoporose (densitometria)
Homem que já fumou: aneurisma e aorta abdominal (USG)
96
* Avaliação geriátrica ampla (AGA)
Cognição
o Mini-exame do estado mental: depende da escolaridade. Não define diagnóstico
Humor
o Escala de depressão geriátrica (EDG)
Capacidade funcional
o Atividades básicas de vida diária – AVDs (Katz): autocuidado (banho, continência, comer, vestir-se)
o Atividades instrumentais – AIVDs (Lawton): interação (telefonar, fazer compras, cozinhar)
Outros
o Equilíbrio e marcha, continência, visão, audição
* Síndromes geriátricas
O organismo tem alterações fisiológicas que predispõe a certas condições específicas de saúde
5 “Is” da geriatria
o Perda de neurônios e atrofia cerebral → insuficiência cerebral
o Rigidez ventrículo esquerdo e alterações reflexas → síndrome da imobilidade
o Redução de água corporal e aumento de gordura → síndrome da iatrogenia
o Alterações enficterianas e aumento da próstata → incontinências
o Redução de massa óssea e muscular (sarcopenia) → instabilidade postural (quedas)
30% dos idosos caem por ano (5% - lesões graves)
Fatores intrínsecos x extrínsecos (ambiente)
Maioria por “evento mecânico” na residência
o Calçados (chinelo, cadarço)
o Iluminação ruim, piso escorregadio
o Obstáculos (tapete, mesa, animal)
o Acesso difícil (escadas)
→ Síndrome de fragilidade
Mais vulnerabilidade
Neuromuscular (sarcopenia) + imune + endócrina
Presença de 3 ou mais critérios
o Fadiga (autorreferida): “sem energia, sempre cansada, não consegue fazer atividades habituais”
o Fatless: perda de 5% do peso no último ano
o Força reduzida: redução da preensão manual
o Física: atividade limitada
o Função motora: marcha lentificada
97
Clínica 14
Neuroanatomia Sem. 24
24/06/21
* Córtex
- Córtex Frontal
Área motora de execução da linguagem: área de Broca (fala, boca)
o Parte motora, de execução da fala
o Lesão: afasia motora (entende, mas não consegue falar)
o Só existe no hemisfério dominante: esquerdo na maioria
das pessoas
Córtex motor
o Comanda motricidade do lado oposto do corpo
o Neurônios responsáveis por mexer a perna ficam em uma região mais medial no córtex
- Córtex Parietal
Córtex Sensitivo
o Percebe as sensações do lado oposto do corpo
o Neurônios responsáveis pela sensibilidade da perna ficam em uma região mais medial no córtex
- Córtex Temporal
Área sensitiva de execução da linguagem: área de Wernicke
o Parte sensitiva, de compreensão da fala
o Lesão: afasia sensitiva, de Wernicke (não entende nem o que fala e nem o que ouve)
o Só existe no hemisfério dominante: esquerdo na maioria das pessoas
- Córtex Occiptal
Visão
* Sistema motor
- Sistema piramidal: 1° NM
Todos os 1° NM de um hemisfério cerebral, “nascem” no córtex motor,
passam pela capsula interna, formam o feixe piramidal (corpos celulares
de vários neurônios motores agrupados) e descem pelo tronco cerebral
(mesencéfalo, ponte, bulbo), onde cruzam para o lado oposto, no ponto
chamado decussação das pirâmides.
→ Síndrome de lesão do 2° NM
Paresia flácida
Plegia flácida
Atrofia muscular
Miofasciulações
Hiporreflexia ou arreflexia
* Tronco
De onde saem os pares cranianos
Lesão: diplopia, disfagia, vertigem ...
* Cerebelo
Coordenação do movimento, faz os ajustes finos
Lesão: ataxia
Território vértebro-basilar
o Ateração de pares cranianos e coordenação
* Definição
Déficit neurológico focal súbito
o > 15 min: AVE
o Transitório e sem infarto: AIT (geralmente melhora em 15 minutos)
* Etiologia
Isquêmico: 80%; Hemorrágico: 20%
Diferenciação por imagem: TC de crânio sem contraste !!
→ TC de crânio
→ Ressonância magnética
Obs.: RM convencional não tem grandes vantagens quando comparada a TC no quadro inicial
Ressonância por difusão (DWI): consegue visualizar área de edema citotóxico, isquemia precocemente. É a
melhor técnica
Principal vantagem: precocidade (não muda conduta em relação a TC)
- Estabilização clínica
Controle glicemia, temperatura e sódio
HAS permissiva: reduzir PA se > 220 x 120 e se > 185 x 110 (candidatos a trombólise) !!!!
- Terapia antitrombótica
Trombólise: rtPA (alteplase) 0,9 mg/kg (máx 90 mg)
o Janela: até 4,5 h (do início dos sintomas)
o Acordou com déficit ou há imprecisão do tempo: deve-se indicar RM para avaliação da área de penumbra:
trombólise se RM por difusão - DWI (+) e RM convencional Flair (-), o que indica que lesão ainda é inicial,
que há área de penumbra viável (Mismatch DWI-FLAIR)
o CI mais comuns: AVE, TCE nos últimos 3 meses, AVEh prévio
o Necessidade de exame de imagem afastando hemorragia
AAS (prevenção precoce) e heparina profilática (TVP)
o Se fez trombólise: aguardar 24 horas para começar AAS e heparina
Abordagem endovascular: trombectomia mecânica
o Até 24 horas, preferencialmente em até 6 horas
o Oclusão de artéria grande (carótida interna, seguimento inicial da cerebral média)
- Atero-trombótica
Antiagregação plaquetária
Controle de fator de risco (HAS, DM, tabagismo ...)
Endaterectomia se obstrução > 70 %
- Cardio-embólico
Anticoagulação plena (iniciar ~ 3° dia. Se AVE extenso, iniciar a partir do 14° dia, devido ao risco de transformação
hemorrágica)
→ Causas
Ruptura de aneurisma sacular (geralmente artéria comunicante anterior)
→ Manifestações
Cefaleia súbita (“pior da vida”)
Redução nível de consciência
Rigidez de nuca (prática: não ocorre desde o início do quadro, inicia após 12 a 24 h – irritação química)
Escala de Hunt-Hess
o Grau 1: lúcido, leve cefaleia
o Grau 2: cefaleia + rigidez de nuca
o Grau 3: sonolento
o Grau 4: torpor, déficit focal
o Grau 5: coma
→ Diagnóstico
TC de crânio sem contraste (nitidez do mesencéfalo: forma de coração)
TC normal: punção lombar (xantocromia)
Escala de Fisher – TC
o Grau 1: sem sangue
o Grau 2: lâmina de sangue fina (< 1 mm)
o Grau 3: lâmina > 1 mm
o Grau 4: hemorragia intracerebral / ventricular
Após diagnóstico: fazer exame vascular (AngioTC, AngioRM)
→ Tratamento
Intervenção precoce: até 3° dia (ou após 14° dia): clipagem cirúrgica / endovascular (coil)
Controle da PA: PAS < 140 - 160 mmHg
Neuroproteção: Nimodipina 60 mg 4/4 h por 14 a 21 dia !!!
* Hemorragia intraparenquimatosa
→ Causas
Hipertensão: induz formação de microaneurismas de Charcot-Bouchard, que podem romper levando a HIP
Angiopatia amiloide (idoso, Alzheimer)
→ Manifestações
Hipertensão intracraniana (cefaleia + redução consciência)
Déficit neurológico focal súbito
→ Diagnóstico
TC de crânio sem contraste
Locais de sangramento
o Putame: fica próximo da capsula interna, podendo a comprimir. Tem clínica de hemiplegia
contralateral (parecida com AVEi da cápsula)
→ Tratamento
Suporte (os vasos que rompem são microscópicos, dentro do parênquima cerebral, inacessíveis)
o Tratar HIC
o PAS de aproximadamente 140 mmHg, mantendo PPC entre 50 e 70 mmHg
Cirurgia
o Hematoma cerebelar > 3 cm
* Definição
> 2 ou mais crises não provocadas (ou reflexas) em intervalo > 24 horas
1 crise não provocada (ou reflexa) com chance de recorrência > 60%
Síndrome epiléptica
Crise epiléptica: sinais e/ou sintomas provocados por descarga neuronal, síncrona, excessiva no cérebro
* Etiologia
Distribuição bimodal (criança e idoso)
Neonatal: anóxia, doenças congênitas ...
6 meses a 5 anos: convulsão febril ...
5 a 12 anos: genética ...
Adulto: TCE, neurocisticercose ...
Idoso: AVE ...
* Diagnóstico
Anamnese
EEG / vídeoEEG (complexo ponta onda)
Imagem (RM)
* Tratamento
Medidas comportamentais (controlar fatores)
Medicamentos
o Quando iniciar? A partir da 2° crise ou da 1° crise com lesão cerebral
o Como iniciar? Monoterapia em dose baixa (com aumento progressivo)
o Quando parar? Mais de 2 anos sem crise. Obs.: Epilepsia sem crise: 5 anos sem remédio e sem crise
o Qual usar? Depende da crise
Focal: Carbamazepina, Lamotrigina, Valproato, Levetiracetam
Tonico-cônico generalizada: Valproato, Lamotrigina, Levetiracetam
Miocônica, atônica: Valproato, Lamotrigina
Ausência: Etossuximida, Valproato, Lamotrigina
Gestante: Lamotrigina, Carbamazepina (não pode usar valproato (risco de espinha bífida))
* Síndromes Epilépticas
* Crise febril
6 a 5 anos (6 a 60 meses) (pico de 14 a 20 anos)
→ Classificação
Crise simples (típica)
o Crise generalizada tônico-clônica de curta duração (< 15 min)
o Não se repete em 24 horas
o Pós-ictal breve
Crise complexa (atípica)
o Início focal ( > 15 min)
o Repete em 24 horas
o Pós-ictal longo ou com sinal neurológico
→ Diagnóstico
Clínico
Indicações de punção lombar
o < 6 meses de idade
o Dúvida diagnóstica
o Entre 6 e 12 meses, considerar nas não vacinadas para Hib ou pneumococo
o Crianças em tratamento com antibiótico
→ Tratamento
Acompanhar e Diazepam durante a crise
Profilaxia contínua: fenobarbital ou valproato
Profilaxia intermitente (se doente): Diazepam ou clobazam
→ Recorrência
Crianças < 1 ano
Crise em febre baixa
Crise com < 24 horas de febre
* Dermatomiosite
Doença auto-imine idiopática contra musculatura esquelética
→ Clínica
Fraqueza: proximal, simétrica, insidiosa, poupa olho
Disfagia de transferência (engasgo)
Mialgia
Manifestações dermatológicas: Heliótropo, Pápulas de Gottron (“olho que não tomou
soco e mão que não deu soco”)
Outros: febre, artrite, pneumonite ...
Associação com neoplasias
→ Diagnóstico
Enzimas musculares
Eletromiografia
Biópsia muscular (padrão ouro)
Ac: Anti-Jo1, Anti-Mi2, FAN (inespecífico)
→ Tratamento
Cortioide +/- imunossupressor
* Polimiosite
Não ocorre lesão de pele
Sem associação com neoplasia
Anti-SRP
* Esclerose Múltipla
Auto-imune (linfócitos T)
Mulher jovem (20 a 40 anos)
Desmielinizante do SNC (ataque a substância branca - bainha de mielina dos axônios dos neurônios do SNC)
→ Quadro Clínico
Muito variado
Neurite Óptica
Síndrome do 1° neurônio motor
Sintomas sensitivos
Sinais medulares, cerebelares, de tronco
Incontinência urinária
Neuralgia do trigêmeo !! (acomete a parte do nervo que está dentro do tronco encefálico)
Sintomas de Uhthoff (sintomas pioram com calor)
Lhermitte (sente choque quando coloca o queixo no tórax)
Padrão de evolução:
o 85% em forma de surto-remissão (períodos de melhora e piora, surto = mín 24 h, remissão = mín 1 mês)
o 15% em forma progressiva
o 1° lesão focal sugestiva de EM = síndrome clínica isolada.
→ Diagnóstico
Clínica
LCR: bandas oligoclonais de IgG, aumento de IgG
RM: múltiplas placas desmielinizantes
→ Tratamento
Forma surto-remissão
o Surto: corticoide, plasmaférese
o Manutenção: interferon, glatirâmer, fingolimod, natalizumab
Forma progressiva
o Ocrelizumab, metotrexato, ciclofosfamida
Obs.: mononeuropatia (01 nervo acometido. Ex.: Hanseníase), mononeuropatia múltipla (mais de um nervo acometido
de forma assimétrica. Ex.: pé direito, mão esquerda ...), polineuropatia (mais de um nervo acometido de
forma simétrica. Ex.: ambos pés, ambas mãos)
→ Quadro Clínico
Fraqueza muscular
Flácida (não chega estímulo pelo 2° NM)
Arreflexa
Simétrica e ASCENDENTE
Disautonomias (arritmia, hipotensão)
Dor lombar (comprometimento de raízes nervosas)
Sensibilidade e esfíncteres geralmente preservados
Paralisia de par craniano (paralisia facial bilateral simétrica – diplegia facial)
Insuficiência respiratória (15 a 30%. Acompanhar capacidade vital e pressão inspiratória)
Ausência de atrofia muscular significativa (porque é uma doença aguda)
→ Diagnóstico
Dissociação proteinocitológica no líquor (muita proteína e pouca célula)
→ Tratamento
Plasmaférese ou imunoglobulina (preferir, aplicação mais fácil)
Não há benefícios com o uso de corticoide!!
→ Quadro Clínico
Fraqueza
Manifestações 1° NM: hiperreflexia, babinski, espasticidade
Manifestações 2° NM: atrofia, miofasciculações, câimbras
Não tem alteração sensitiva (compromete especificamente neurônios motores)
Associação com demência frontotemporal
→ Diagnóstico
Clínica + Exclusão
→ Tratamento
Riluzol, Edavarone
Suporte (fisio, fono ...)
→ Clínica
Fraqueza + fatigabilidade
Forma ocular (ptose, diplopia, oftalmoparesia)
Generalizada (olho → musculatura bulbar (engasgo, rouquidão, dificuldade para articular palavras) → proximal
de membros)
Sensibilidade normal
Pupilas normais
Melhora pela manhã e com repouso
Timo anormal (75%)
→ Diagnóstico
Eletroneuromiografia: potencial decremental (fibra única)
Anticorpos: Anti-AchR, Anti-MuSK (forma generalizada), Anti-LRP4
Outros: TC, RM tórax (avaliar timo), teste da anticolinesterase (edrpfônio), gelo
→ Tratamento
Piridostigmina +/- imunossupressor
Timectomia: se timoma ou < 60 anos e forma generalizada
Se crise miastênica: imunoglobulina ou plasmaférese
* Eaton Lambert
Auto-imune da placa motora (antirreceptor do canal de cálcio)
Associação com neoplasia (CA de pulmão – oat cell)
→ Clínica
Fraqueza proximal e simétrica de membros, face, ptose
Disautonomias
→ Diagnóstico
Eletroneuromiografia: potencial incremental
Anticorpo anticanal de cálcio (P/Q-VGCC)
→ Tratamento
Amifampridina (droga que favorece a liberação de Acth)
Opções: piridostigmina, guanidina ...
Imunossupressores s/n
* Botulismo
Doença causada pela neurotoxina do Clostridium botulinum
Impede a liberação da acetilcolina de forma irreversível
→ Tipos
Dos alimentos (conservas, carnes ...)
A partir de feridas
Intestinal (infantil – relação com o mel)
→ Diagnóstico
Achar o microorganismo ou toxina
→ Tratamento
Alimentos, intestinal: antitoxina equina
Feridas: antitoxina equina + ATB
Lactentes: imunoglobulina botulínica humana
* Cefaleia primária
Tensional (+ comum na prática)
Migrânea (+ comum na prova)
Em salvas
Trigeminoautonômicas
Hemicraniana paroxística
Migrânea com aura: “Aura: complexos de sintomas neurológicos que ocorre habitualmente antes da cefaleia,
mas que pode começar depois que a fase de cefaleia teve início, ou continuar durante essa fase.” São
manifestações somatossensoriais que normalmente precedem a cefaleia
Aura: é um sinal neurológico focal (mais comum – visual)
Manifestações mais clássicas: visuais (90%), sensoriais com parestesias
- Tratamento
Tratamento abortivo (crise aguda)
o Analgésico, AINES: crise leve a moderada
o Triptano (agonista serotoninérgico. Ex.: suma, riza ...): crise moderada a grave
o Metoclopramida (antagonista dopaminérgico): antiemético de escolha
o Clorpromazina (antagonista dopaminérgico): falha terapêutica
o Dexametasona: reduzir recorrência (sempre em associação)
o Outros: lasmiditan (agonista serotoninérgico seletivo. Indicado para cardiopatas, que apresentam risco
com vasocosntricção periférica), antagonistas CGRP (rimegepant e ubrogepant)
- Tratamento
Agudo
o Analgésicos, AINES
Profilático (se > 15/mês por > 3 meses)
o Amitriptilina 10 mg ao deitar
o Nortriptilina
→ Cefaleia em Salvas
Epidemiologia: rara, 3 x mais em homens
Dor: pulsátil e opressiva (facada), unilateral, fronto orbitária (“paciente chega tampando o olho, tem alguma coisa
no olho”)
Intensidade: muito grave (dor acorda o paciente), insuportável
Duração: 15 a 180 minutos, até 8x/dia e desaparece por semanas (“dura uma salva de palmas”)
Sintomas associados: hiperemia conjuntiva, lacrimejamento, edema palpebral, miose, ptose palpebral, congestão
nasal, sudorese facial
Desencadeante: etilismo, histamina e nitroglicerina
- Tratamento
Crise aguda
o Oxigênio (máscara com O2 a 100%, 12 l/min, pessoa sentada, com o tronco fletido para frente)
o Triptanos: sumatriptano SC ou intra nasal, Zolmitriptano intra nasal
Profilaxia ( a partir da 1° crise)
o Verapamil (fazer ECG antes)
o Opções: Prednisona (ciclo de 10 dias)
→ Hemorragia subaracnoide
Rompimento de aneurismas, malformação vascular congênita
Clínica
o Cefaleia súbita intensa
o Diminuição do nível de consciência
o Rigidez de nuca
Cefaleia sentinela: é um pequeno sangramento do aneurisma. Ocorre dias a semanas antes da ruptura completa
do aneurisma. Tem forte intensidade e pode ser acompanhada de náuseas e vômitos. Representa um pequeno
sangramento do aneurisma, sem consequências catastróficas
→ Hemorragia intraparenquimatosa
Rompimento aneurismas de charcot-bouchard
Clínica
o Cefaleia súbita intensa
o Diminuição do nível de consciência
o Sinal focal (hemiparesia contralateral é o mais comum)
- Neoplasia intracraniana
Clínica
o Sinal focal
o HIC
o Crises epilépticas
Diagnóstico
o RM
Tratamento
o Cirurgia
o Quimio, radio
o Edema cerebral = corticoide
Fisiopatologia
o Colonização de VAS → invasão SNC → inflamação → edema → HIC
o Obs.: a sequela mais comum é a surdez
Clínica
o Febre, rigidez de nuca, cefaleia, alteração do estado mental
o Hipertensão intracraniana
o Hiponatremia, crise convulsiva, rash, petéquias (atenção para meningococo) ...
o Obs.: meningococcemia pura tem pior prognóstico do que meningococcemia associada a meningite
Diagnóstico
o Hemocultura (90%)
o LCR (punção lombar)
o Se imunocomprometido, papiledema, alteração nível
de consciência, déficit neurológico focal, história de
TCE prévio: fazer exame de neuroimagem (TC de
crânio) antes da punção
Pressão de abertura > 18 cmH2O
Células (VR: até 4/mm³): ↑ PMN
Proteínas (VR: até 30 mg/dL): > 45 mg/dL
Glicose (VR: 50 a 80 mg/dL): < 40 mg/dL
Glicose líquor/sérica: < 0,4
Antígenos bacterianos (látex)
Cultura (> 80%)
Bacterioscopia pelo Gram (> 60%)
o Dexametasona (20 minutos antes do ATB) (benefício comprovado para pneumococo e haemóphilus)
Isolamento
o Respiratório (gotícula): primeiras 24 horas do tratamento
o Para Haemophilus e Meningococo
Quimioprofilaxia
o Doença meningocócica
Indicada para todos os contatos: próximos, profissionais de saúde (invasão sem EPI)
Rifampicina 600 mg/dose (10 mg/kg/dose) de 12/12 horas por 2 dias (4 doses no total)
Alternativas: ceftriaxona (grávidas), cipro, azitro
o Meningite por Haemophilus
Indicada para todos os contatos, desde que haja criança < 4 anos além do caso índice e
não vacinada; criança imunodeprimida; creches com > 2 casos (até 60 dias)
Rifampicina 600 mg, 1x/dia (20 mg/kg/dose) por 4 dias (4 doses no total)
Atenção: se não tratar com ceftriaxone (cefa 3°) (meningococo ou Haemophilus): quimioprofilaxia p/ paciente
15/07/21
4
5 grandes síndromes:
- Síndrome nefrítica
- Alterações assintomáticas
- Síndrome nefrótica
- GNRP
- Trombose glomerular
Achados histopatológicos
Tratamento
o Repouso relativo e restrição hidrossalina
o Diuréticos (furosemida)
o Vasodilatadores (ex: antagonista canal ca)
o Diálise, se necessário
o Antibióticos (penicilina, macrolídeo): para erradicar a cepa!!
* Alterações assintomáticas
→ Doença de Berger
Nefropatia mesangial por IgA
Clínica
o 15 – 40 anos
o Asiáticos
o Logo após infecção (“sinfaringítica”)
o Hematúria macroscópica intermitente (50% dos casos): “hematúria ... nada ... hematúria”
o Hematúria microscópica persistente (40% dos casos): descoberta ocasional
o Síndrome nefrítica (10% dos casos): diagnóstico diferencial com GNPE (atenção para idade, período
de incubação, complemento, que é normal na doença de Berger !!)
Diagnóstico
o Aumento de IgA: sérica e depósitos na pele
o Biópsia renal: se HAS, proteinúria > 1 g/dia, ou insuficiência renal
Tratamento
o IECA + estatina Atenção prova: Púrpura de Henoch-
o Casos graves: corticoide +/- ciclofosfamida Shonlein Rim + púrpura + artralgia + dor
abdominal “Berger sistêmico”
É uma vasculite por IgA
- Classificação
Tipo 1 (10%): anticorpos antimembrana basal (anti-MB)
o Imunofluorescência (IF): padrão linear
o Principal exemplo: doença de Goodpasture
o Síndrome pulmão-rim: Hemoptise + Glomerulonefrite
o Complemento: normal
o Tratamento: corticoide +/- ciclofosfamida; plasmaférese na fase aguda
Tipo 2 (45%): imunocomplexos
o Imunofluorescência: padrão granular
o Exemplos: lúpus, GNPE, Berger
Tipo 3 (45%): pauci-imunes
o Imunofluorescência: pouco visível
o Exemplos: vasculites ANCA +
* Síndrome Nefrótica
Alteração nas fendas de filtração
Proteinúria > 3,5 g/dia (ou > 50 mg/kg/dia em crianças)
Outros achados: hipoalbuminemia, edema periorbital e matutino, lipidúria (cilindros graxos) e hiperlipidemia
→ Atenção: complicações!!
O paciente com síndrome nefrótico é imunocomprometido, propenso a trombose
Infecção por pneumococo (↓ IgG, principal)
Aterogênese acelerada (dislipidemia)
Metabólicas (↓ T4 total, ↓ Ca, anemia ferropriva refratária (pela falta de transferrina))
Trombose (↓ antitrombina 3, proteínas C e S)
Trombose da veia renal
o Sangue chega ao rim, mas não sai, devido a trombose da veia renal. O rim fica ingurgitado, com tamanho
aumentado
o Clínica: dor lombar, hematúria, proteinúria, ↑ Cr, varicocele súbita à esquerda em homens
o Conduta: doppler e anticoagular
o Principais causas: carcinoma de células renais e síndrome nefrótica
o Principais formais de sd nefrótica que cursam com trombose de veia renal: “as 2 últimas + amiloidose”:
nefropatia membranosa, GN mesangiocapilar, amiloidose
→ Causas
Idiopática, DM, HAS, lúpus, HIV, amiloidose ...
Investigação: biópsia !!! “Sd nefrótica é sinônimo de biópsia” (2 exceções: criança e DM)
→ Nefropatia membranosa
Mais comum em adultos (2° principal causa em adultos)
Achado histológico: espessamento da membrana basal
Clínica: sinal inicial do LES
Associada com neoplasias sólidas, hepatite B, IECA, sais de ouro, penicilamina
Tratamento: nada ou corticoide
Complica com: trombose da veia renal
Não consome complemento
* Fisiologia
Túbulo contorcido proximal: reabsorve glicose, bicarbonato
Alça de Henle: concentra a medula (a alça de Henle é impermeável à água)
Túbulo contorcido distal: reabsorve Na ou Ca
Túbulo coletor (córtex): aldosterona: troca Na+ por H+ ou K +
Túbulo coletor (medula): ADH: reabsorve água (concentra urina,
abre portões de água no túbulo coletor que vai em direção da medula –
meio mais concentrado)
* Necrose de papila
Naturalmente a papila é mau perfundida
Mecanismo: hipóxia de papila
Clínica
o Dor lombar (“cálculo”), hematúria, febre
o Diagnóstico diferencial: nefrolitíase, pielonefrite
o Urografia excretora: confirma o diagnóstico. Mostra imagem de sombras em anel !!
Causas
o P: pielonefrite
o H: hemoglobinopatia S (anemia falciforme)
o O: obstrução urinária
o D: diabetes
o A: analgésicos
Tratamento
o Afastar a causa
* Ateroembolismo
Principal causa
o Procedimento vascular (ex.: aortografia)
Clínica
o Tem consequências em vários sistemas; causa insuficiência renal (encontro de fissuras biconvexas
na biópsia), livedo reticular (pele), síndrome do dedo azul (extremidades), placas de Hollenhorst
(retina)
o Eosinofilia, eosinofilúria, consumo complemento
Tratamento
o Suporte
Retenção de escórias nitrogenadas (azotemia - ↑ Ur e Cr): manifestação TGI, pericardite hemorrágica, disfunção
plaquetária, encefalopatia
Hipervolemia: edema, congestão, hipertensão
Elevação: H (acidose), P, K (Obs.: leptospirose, anfotericina B, aminoglicosídeo causam IR com hipoK)
Queda: Ca, Na
Diminuição de EPO: anemia
Diminuição de vitamina D (calcitriol): doença óssea
Somente na DRC
Aterogênese acelerada
Aguda Crônica
Sem anemia ou doença óssea Com anemia ou doença óssea
Creatinina prévia normal Creatinina prévia alterada
USG renal normal USG renal alterada
- ↓ rim (< 8,5 cm)
- perda da relação córtico-medular
Alterações radiológicas
o Reabsorção subperiosteal das falanges (achado mais precoce)
o Crânio em sal e pimenta
o Coluna em Rugger-Jersey
Conduta
1. Restringir fósforo na dieta (800 – 1000 mg/dia)
2. Quelante de fósforo: sevelamer, carbonato de Ca
3. Vitamina D: calcitriol (documentar níveis baixos de vitamina D)
4. Calcimimético: cinacalcete
Diagnóstico: ↓ PTH e ↑ Ca
Conduta: diminuir intensidade do tratamento da osteíte fibrosa
Gap osmotico é quando existe uma diferença entre o que o osmômetro mediu e o que você calculou. Se essa diferença for
> 10, indica intoxicação exógena!!! Isso acontece porque o aparelho detecta substâncias que não entram na fórmula
Controle da natremia
o Sede (ingestão de água)
o ADH (abre canais de aquaporina, retém H2O livre, urina fica mais concentrada)
Hiponatremia = excesso de água ou ADH
Hipernatremia = excesso de água ou ADH
EM PROVA: HipoNa + lesão neurológica: diferenciar SIADH de síndrome cerebral perdedora de sal
→ Clínica:
Edema neuronal
Hiponatremia aguda (< 48 h): cefaleia, convulsão, coma
Hiponatremia crônica (> 48 h): nada
o Quando a hiponatremia se desenvolve de forma crônica, tem–se mecanismos de adaptação que impedem o
edema neuronal. Nesses pacientes, a correção abrupta da hiponatremia é perigosíssima, devido ao
risco de síndrome de desmielinização osmótica (SDO)/ mielinólise pontina, manifestando-se
clinicamente por
distúrbios da consciência (podendo evoluir para coma), tetraparesia, disartria e disfagia. Particularmente
sensíveis a essa lesão, são os axônios da ponte (tronco cerebral). Tais lesões podem ser visualizadas
na ressonância magnética
Reposição de NaCl 3%: Indicação: Hiponatremia aguda sintomática (< 125mEq/L) !!!
o CUIDADO: risco de desmielinização osmótica (mielinólise pontina). Nesses pacientes há urgência
em repor sódio devido à presença de sintomas, e o risco de mielinólise pontina é menor, já que os
mecanismos de adaptação neuronal levam cerca de 48h para se completarem. Esses pacientes
precisam de reposição calculada de sódio, utilizando-se soluções hipertônicas.
o Repôr sempre com salina 3%,
Elevar natremia em no máximo 3 mEq/L nas primeiras 3h e 12 mEq/L em 24h (tendência: 8-10 mEq/L em 24h)
DICA: Encontrar o déficit de Na e multiplicar por 2 = quantidade em ml de salina hipertônica em 24 horas !!!
R.: reposição de 660 ml de NaCl 3% em 24 horas. Nas primeiras 3 horas, pode fazer 200 ml de NaCl 3%
Déficit Na = 0,5 (se mulher) x peso x ∆ Na
Déficit Na = 0,5 x 68 x 3 (3 mEq/l nas primeiras 3 horas)
Déficit Na = 102 mEq → 102 x 2 = 204 ml de salina hipertônica em 24 horas
* Hipernatremia
O que é?
o Déficit de água ou ADH (Na > 145 mEq/L)
Causas
o Incapacidade de pedir líquidos (coma, idosos, RN)
o Diabetes insipidus (déficit de ADH. Pode ser central ou nefrogênico)
Clínica
o Desidratação neuronal: cefaleia, hemorragia cerebral, coma
Tratamento
o Água potável VO ou enteral
o Soluções hipotônicas: SG 5% ou NaCl 0,45% EV
o Reduzir Na em até 10 mEq/l nas primeiras 24 horas
Reposição rápida
o Risco de edema cerebral
* Hipocalemia
Causas
o Armazenamento: alcalose, B2 agonista, tratamento de cetoacidose, reposição de vitamina B12
(pacientes com anemia megaloblástica que recebem reposição de B12 produzem novas hemácias, que
captam K+ extracelular. Consequentemente tem-se quadro de hipoK)
o Perda: hiperaldosteronismo, diuréticos, diarreia, vômitos (perde suco gástrico, que é rico em ácido
clorídrico (HCl), desenvolve alcalose que faz com que preferencialmente K+ seja eliminado via renal
(aldosterona retém H+ e elimina K+)), anfotericina B
→ Clínica
Fraqueza
Íleo paralítico
Alteração cardíaca (ECG)
o Achatamento da onda T (onda T acompanha o K)
o Alargamento QT
o Presença de onda U
o Apiculamento onda P
→ Tratamento
Se K+ > 3: via oral preferencialmente
o Reposição de KCl, via oral preferencialmente (3 – 6 g/dia)
→ Clínica
Fraqueza muscular, cãibra
Alteração cardíaca (ECG)
o Onda T em tenda – aumentada e apiculada (primeira alteração)
o Encurtamento QT
o Onda P achatada, QRS largo (alteração tardia)
→ Tratamento
Sempre que tiver hiperpotassemia, mais importante que abaixar o potássio, é estabilizar a membrana celular!!!
Obs.: Em prova: doença renal + ECG, pensar em potássio (que acompanha onda T)!
Gasometria arterial
o pH: 7,35 - 7,45
o PCO2: 35 – 45 mmHg
o HCO3act: 22 – 26 mEq/L
o HCO3std: 22 – 26 mEq/L (mais fidedigno, só varia quando distúrbios é patológico; preferir)
o BB: 48 (45-51) mEq/L (total de base no plasma)
o BE: -3 a +3 mEq/L (excesso de bases)
Distúrbios acidobásicos
o Simples
HCO3 baixo → pH baixo → acidose metabólica
HCO3 alto → pH alto → alcalose metabólica
PCO2 alto → pH baixo → acidose respiratória (causado por hipoventilação)
PCO2 baixo → pH alto → alcalose respiratória (causado por hiperventilação)
o Mistos
Distúrbios combinados
Acidose metabólica
o pH = 7,20 ↓
o PCO2 = 26 ↓
o HCO3 = 12 ↓
Alcalose metabólica
o pH = 7,48 ↑
o PCO2 = 46 ↑
o HCO3 = 32 ↑
Alcalose respiratória
o pH = 7,50 ↑
o PCO2 = 26 ↓
o HCO3 = 19 ↓
Acidose respiratória
o pH = 7,25 ↓
o PCO2 = 60 ↑
o HCO3 = 26 ↑
* Algoritmo da gasometria
1. O pH é de acidose ou alcalose?
a. pH < 7,35: ácido
b. pH > 7,45: alcalino
2. Quem justifica? PCO2 ou HCO3?
a. PCO2: respiratório (agudo x crônico: ver BE)
b. HCO3: metabólico
3. Pode ser distúrbio misto?
a. Misto: sem resposta compensatória esperada
b. Acidose metabólica: PCO2 esperada = (1,5 x HCO3) + 8 !!! (cai bem mais)
c. Alcalose metabólica: PCO2 esperada = HCO3 + 15
- Tratamento
Tratar o distúrbio de base !!
HCO3: leva ao ↑ Na, ↑ volemia, ↓ Ca, alcalose
Indicações de HCO3
o Intoxicação
o Uremia com pH < 7,1 a 7,2
o Cetoacidose com pH < 6,9
- Tratamento
Tratar com reposição de bases !! Citrato de potássio VO (base equivalente ao bicarbonato)
* Alcalose metabólica
pH > 7,45; HCO3 > 26
“O rim lida bem com o HCO3”
Alcalose metabólica hipoclorêmica e hipocalêmica: “alcalose metabólica tem 2 filhinhos: o clorinho e o potassinho”
Paciente típico: estenose hipertrófica de piloro (muito vômito)
→ Normo / hipervolemia
Hiperaldo 1° ou 2° (HAS + alcalose + hipoK)
Tto: depende da causa
o Adenoma suprarrenal: cirurgia
o Hiperplasia: espironolactona
o Estenose a. renal: IECA ou revascularização
→ Diagnóstico
Hemácias: 4 a 6 milhões/mm³
Hemoglobina: 12 – 17 g/dL
Hematócrito: 36 – 50% (o Ht é aproximadamente 3 x a Hb)
VCM: 80 a 100 fL
HCM: 28 a 32 pg
CHCM: 32 a 35 g/dL
RDW: 10 a 14% (anisocitose)
Reticulócitos: 0,5 a 2% (se prolifera ou não)
Leucócitos: 5.000 a 11.000/mm³
Plaquetas: 150.000 a 400.000/mm³
→ Classificação
Anemias microcíticas
o Ferropriva
o Doença crônica
o Talassemia
o Sideroblástica (forma hereditária)
Anemias normocíticas
o Ferropriva (ferro baixo)
o Doença crônica (ferro baixo)
o Insuficiência renal (ferro alto)
o Anemias hemolíticas (ferro alto)
o Anemia aplásica
Anemias macrocíticas
o Megaloblásticas
o Etilismo crônico
o Sideroblástica (forma adquirida)
→ Clínica
Síndrome anêmica: palidez, astenia, cefaleia, angina ...
Qualquer carência nutricional: glossite, queilite angular
Carência Fe: perversão apetite (PICA – pagofagia (comer gelo)), coiloníquia, disfagia (Plummer-Vinson)
→ Diagnóstico
Anemia
Normo, normo (início)
Micro, hipo (clássico)
↑ RDW (VR: 10 a 14%)
Trombocitose (reacional)
↓ ferritina
↑ transferrina
↑ TIBC
↑ receptor solúvel da transferrina
↓ ferro sérico
↓ saturação de transferrina
↑ protoporfirina
O ferro proveniente da dieta é absorvido no intestino e transportado pela transferrina até a medula óssea,
onde são produzidas as hemácias. Em cerca de 120 dias, as hemácias sofrem hemocaterese no baço. Parte do
ferro liberado com a quebra das hemácias é direcionado a medula óssea, parte é armazenado sob a forma de
ferritina.
No balanço negativo do ferro
o Depleção dos estoques (ferritina)
o Aumento da transferrina (TIBC aumenta)
o Ferro sérico diminui
o Anemia (normocítica → microcítica → hipocrômica)
TIBC: capacidade total de combinação do ferro
o Forma indireta de avaliar a transferrina
Saturação da transferrina
o Ferro / TIBC
o VR: 30 a 40%
o É uma forma indireta de avaliar o ferro
→ Conduta
Investigar a causa
o Crianças: desmame precoce, ancilostomíase (eosinofilia) ...
o Adultos: hipermenorreia, sangramento TGI crônico (anemia ferropriva > 50 anos = colono e EDA)
Iniciar sulfato ferroso (“toda anemia diagnosticada deve ser tratada”)
o 300 mg (ou 60 mg Fe elementar) 3x/dia
o 3 a 5 mg/kg/dia em crianças
o Avaliar resposta ao tratamento com contagem de reticulócitos
o Duração do tratamento: 6 meses a 1 ano (ou até ferritina > 50 ng/ml)
→ Diagnóstico
Anemia
Normo, normo
RDW normal
↓ ferro sérico
↓ saturação de transferrina
↑ ferritina
↓ transferrina
Diferencial com ferropriva
↓ TIBC
↓ receptor solúvel da transferrina
→ Tratamento
Tratar a doença de base
Eritropoetina (casos selecionados)
* Anemia sideroblástica
Falha na síntese do heme (álcool, chumbo, hereditária...)
Pode ser microcítica e hipocrômica
Ferro sérico alto
Ferritina alta
Transferrina normal
→ Diagnóstico
Aspirado de MO: > 15% de sideroblastos em anel
Sangue periférico: corpúsculos de Pappenheimer
→ Tratamento
Tratar causa de base
Vitamina B6
Desferoxamina
* Betatalassemia
β0: sem produção / β+: ↓ produção
Hemácia pequena e com sobra de cadeia alfa (que é tóxica ao organismo)
Eritropoiese ineficaz (“hemólise na MO”)
Hemólise (baço e fígado)
Anemia micro/hipo com RDW normal
Acúmulo de ferro
→ Diagnóstico
Eletroforese de Hb: ↓ HbA, ↑ HbA2 e ↑ HbF
→ Formas clínicas
Betatalassemia major (β0β0, β0 β+) – Cooley
o Anemia hemolítica grave depois de 6 meses de idade (antes tem muito HbF)
o Hepatoesplenomegalia
o Baixa estatura
o Fáscie em esquilo
o Expansão de MO (deformidades...)
o Tto: ácido fólico, quelante Fe, esplenectomia, transplante MO
Betatalassemia intermedia (β+β+)
o Clínica mais branda
o Tto: ácido fólico e quelante do Fe
Betatalassemia minor (β0β, β+ β)
o Somente anemia micro/hipo
o Tto: acompanhamento
* Alfatalassemia
Deleção de um ou mais genes alfa (normal são 4)
Hemácia pequena e com sobra de cadeias beta e gama (tóxicas)
Clínica, laboratório e tratamento semelhantes à betatalassemia
Sintomas só com mais de 3 deleções (já ao nascimento)
→ Formas clínicas
Carreador assintomático (ααα-)
o Deleção de apenas uma cadeia
Alfatalassemia minor (αα - -)
o Só microcitose e hipocromia
o Eletroforese de Hb normal
Alfatalassemia intermédia / doença da hemoglobina H (α - - -)
o Anemia hemolítica moderada a grave
o Eletroforese de Hb: 5 a 40% de HbH
Hidropsia fetal (------)
o Incompatível com a vida
o Eletroforese de Hb: 80% de Hb Bart
→ Metabolismo do “folhato”
A vitamina B12 converte o “folato ingerido na dieta” em “folato ativo”
Folato depende de B12 e consome homocisteína
Deficiência de folato
o Má nutrição: alcóolatra, crianças ...
o ↑ necessidade: gestante, hemólise crônica
→ Quadro clínico
Deficiência de B12 e ácido fólico
o Síndrome anêmica
o Glossite + queilite + diarreia
Só na deficiência de B12
o Síndromes neurológicas (neuropatia, mielopatia, demência)
o As manifestações acontecem porque com a deficiência de B12, tem-se acúmulo de ácido metilmalônico,
que é tóxico às células neuronais
→ Diagnóstico
Anemia macrocítica
Neutrófilos hipersegmentados
↑ RDW, normocromia
↓ plaquetas e leucócitos (pancitopenia leve)
↑ LDH e bilirrubina indireta (eritropoiese ineficaz)
Carência folato x B12
o ↑ homocisteína: os dois causam
o ↑ ácido metilmalônico: só vitamina B12
→ Tratamento
Deficiência B12: repor B12 IM
Deficiência de folato: repor VO
→ Clínica
Anemia + icterícia
Litíase biliar
Esplenomegalia
↑ reticulócitos (VCM normal ou aumentado)
↑ bilirrubina indireta e LDH
↓ haptoglobina sérica
→ Laboratório
Coombs direto +: mecanismo imune (anemia hemolítica auto-imune: AHAI)
Coombs direto -: mecanismo não imune
o Congênita: membrana (esferocitose), enzima (deficiência G6PD), hemoglobina (falciforme, talassemia)
o Adquirida: intravascular x extravascular (baço) (hiperexplenismo, trauma, SHU)
→ As crises anêmicas
Sequestro esplênico
o Falcêmicos < 2 anos, esplenomegalia + anemia grave
Aplásica
o Infecção pelo parvovírus B19 que destrói precursores eritroides
Megaloblástica
o Devido ao alto turnover, desenvolve-se deficiência de folato
Hiper-hemolítica
o Excesso de hemólise. É bastante incomum
Em PROVAS: presença de esferócitos, diferenciar esferocitose hereditária x anemia hemolítica autoimune (AHAI)
* Esferocitose hereditária
↓ espectrina, anquirina: alteração na membrana
→ Clínica
Hemólise +
Esferócitos
Hipercromia
Coombs –
→ Diagnóstico
Teste da fragilidade osmótica
→ Tratamento
Alteração hematológica: não tem cura, é um defeito genético
Quadro clínico: esplenectomia a partir dos 4 anos (“cura a hemólise”, melhora clínica importante)
Obs.: vacinar para pneumococo ao menos 2 semanas antes da cx
Fazer USG de abdome para investigar litíase
→ Ac frios (IgM)
Hemóliseintravascular – crioaglutinina
Causa: Mycoplasma, mieloma
Tto: evitar exposição ao frio, rituximabe
* Deficiência de G6PD
Redução de NAPDH que leva a lesão por estresse oxidativo (droga x infecção)
Coombs negativo
Hemoglobinúria
Corpúsculos de Heinz / células mordidas (bite cells)
Tto: suporte, evitar medicamentos (ácido nalidíxico, GSeisPD (sulfa, primaquina, dapsona))
→ Clínica
Hemólise
Vaso-oclusão (isquemia)
o Aguda: crises vaso-oclusivas
o Crônica: disfunção de órgãos
→ Terapia aguda
o Hidratação, O2: nunca hiper-hidratar; O2 apenas se hipoxemia
o Analgesia: dor intensa ... não poupar opioide !!!
o Febre: internação se < 3 anos ou alto risco para sepse (Hb < 5, hipoperfusão, história de sepse) +
cefalosporina 3°
o Transfusão sanguínea: não fazer de rotina!
Crise anêmica ou crise álgica refratária Indicações de transfusão
Sd torácica aguda, AVE ou priapismo refratário Preferir exsanguineotransfusão parcial
→ Terapia crônica
Evitar infecção
o Penicilina VO: 3 meses aos 5 anos
o Vacinação: pneumo, hemófilo, meningo, influenza, HBV (COVID: grupo prioritário)
Folato: 1 a 2 mg/dia
Transfusão crônica
o Doppler transcraniano (velocidade fluxo artéria cerebral média > 200 cm/s)
o AVE prévio
o Manter HbS < 30 a 50%
Hidroxiureia (↑ HbF e ↓ aderência)
o Hb < 6 g/dl
o Crises álgicas importantes (> 3 crises/ano com necessidade de internação)
o Sd torácica aguda, AVE, priapismo grave ou recorrente
o Lesão crônica de órgãos (rim, retina ...)
Transplante de medula óssea
o Mais indicado para pacientes jovens, com doença grave
o É o único tratamento curativo
L-glutamina: Diminui estresse oxidativo
→ Clínica
Sangramentos ...
Cansaço, palidez ...
Infecção ...
→ Manejo
Anemia: Transfusão de hemácias
o Indicação: instabilidade com Hb < 10
o 1 CH aumenta 1 ponto na Hb
Plaquetopenia: transfusão de plaquetas
o Indicação: plaquetas < 10.000 ou < 50.000 com sangramento
o 1 UI para cada 10 kg/peso
o 1 UI aumenta 10.000
o Contraindicação: PTT (fazer plasmaférese) e PTI (fazer corticoide)
Leucopenia (neutropenia grave: neutrófilos < 500 e febre > 38,5°)
o Colher culturas e RX tórax
o Iniciar betalactâmico empírico (ação antipseudomonas). Ex.: cefepime
o Adicionar vancomicina se evidência de MRSA (mucosite, cateter infectado, celulite, instabilidade ...)
o Adicionar antifúngico se ainda 4 a 7 dias com febre. Ex.: anfotericina B, caspofungina ou voriconazol
o Se: neutropenia febril + assintomático (ou sintomas leves), estável, tumor sólido, < 60 anos, não
internados e sem DPOC. Pode tratar VO com amoxicilina + clavulanato + cipro
→ Causas
Aspirado de medula óssea (avalia celularidade)
MO vazia MO cheia
Aplasia O resto
Fibrose (no início é cheia)
→ Diagnóstico
Biópsia de medula (hipocelular + fibrose)
Obs.: benzeno é
→ Tratamento uma importante
Suporte substância
mielotóxica.
→ Diagnóstico
Biópsia de medula (hipocelular + gordura)
→ Tratamento
Transplante de MO
Imunossupressão
* Mielodisplasia
“Meio do caminho do câncer”
Idoso + citopenia + células anormais (sideroblastos em anel, plaquetas gigantes, eliptócitos, ancatócitos)
→ Diagnóstico
Citopenias + células anormais + < 20% de blastos na MO
(É um importante diagnóstico diferencial em provas)
→ Tratamento
Suporte
Quimioterapia
Transplante de MO
* Leucemia aguda
Bloqueio de maturação das células da medula óssea (blastos) → proliferação do clone leucêmico (excesso
de blastos) → infiltração da medula (pancitopenia) → “leucemização” – blastos na circulação (leucocitose por
blastos)
→ infiltração tecidual
→ Clínica
Pancitopenia
Cloromas
CIVD (principalmente no subtipo M3)
Hiperplasia gengival (principalmente nos subtipos M4 e M5)
→ Diagnóstico
> 20% de blastos na MO
Características dos blastos:
o Morfologia: bastonetes de Auer
o Citoquímica: Mieloperoxidase ou Sudan Black B
o Imunofenotipagem: CD 34, 33, 13, 14
o Citogenética: t(8;21), t(15;17), inv(16)
Obs.: pegadinha de prova: alguns autores defendem que é possível fazer diagnóstico somente com análise
citogenética, não sendo necessário presença de > 20% de blastos na MO
→ Tratamento
Quimioterapia
Transplante MO
M3: ATRA (ácido transretinoico)
→ Clínica
Pancitopenia
Infiltração SNC + testículo
Dor óssea
Adenomegalia
→ Diagnóstico
> 20% blastos na MO
Características dos blastos:
o Citoquímica: PAS positivo
o Imunofenotipagem: CD 10 (Ag Calla), 19, 20, 22 (linf B)
CD 2, 3, 5, 7 (linf T)
o Citogenética: hiperploidia, t (9;22), t (8;14)
→ Classificação
L1: Variante infantil (excelente prognóstico)
L2: Variante do adulto (prognóstico ruim)
L3: Burkitt-like
→ Tratamento
Quimioterapia
Qualquer coisa pode elevar plaqueta. Se tem aumento de leucócitos e plaquetas: LLC ou LMC
→ Laboratório
Leucocitose granulocítica com desvio para a esquerda (“infecção mortal”)
→ Clínica
Anemia
Esplenomegalia de grande monta (ramo mieloide adora baço)
Sd de leucostase (taquipneia, hipoxemia, alteração neurológica, sangramento)
Sem infecção
Evolui para LMA (crise blástica)
→ Diagnóstico
Clínica
MO com hiperplasia mieloide
Cromossomo Philadelphia ou gene BCR-ABL
→ Tratamento
Mesilato de Imatinibe (inibidor da tirosina quinase)
Se não responder, transplante de MO
→ Clínica
Idoso
Adenomegalia
Esplenomegalia
Infecções de repetição (hipogamaglobulinemia)
Associação com PTI e anemia hemolítica auto-imune (AHAI)
→ Tratamento
Paliativo com QT (anemia, plaquetopenia, esplenomegalia, sintomas constitucionais ...)
Corticoide se PTI ou AHAI
* Policitemia Vera
Produção exagerada de hemácias
→ Clínica
Pancitose
Esplenomegalia
Sd de hiperviscosidade
Prurido (liberação de monócitos)
Úlcera péptica (liberação de monócitos)
Pletora facial
Trombose
→ Diagnóstico
Hb > 16,5
Ht > 49%
Eritropoetina baixa
Mutação JAK2
→ Tratamento
Flebotomia
Hidroxiureia, anagrelida
Ruxolitinibe (inibidor JAK2)
* Trombocitemia essencial
Produção exagerada de plaquetas
→ Clínica
Plaquetose + esplenomegalia
Trombose
Sangramento (> 1 milhão de plaquetas)
Eritromelalgia
→ Diagnóstico
> 450.000 plaquetas
Biópsia de MO
Mutação JAK2, CALR ou MPL
→ Tratamento
Hidroxiureia (opção anagrelida)
AAS em dose baixa (eritromelalgia)
Linfomas
→ Clínica
Linfonodomegalia não dolorosa: + comum: cervical e supraclavicular
Sintomas B: febre > 38°C, sudorese noturna, perda de peso > 10% em 6 meses
→ Subtipos
→ Tratamento
Cura: 60 a 95%
Obs.: O linfoma mais relacionado ao HIV é o linfoma não Hodgkin, mas quando presente em Hodgkin, provavelmente é a
forma A, clássica, com celularidade mista.
Obs.: “Bebeu, doeu, linfoma de Hodgkin.”
→ Diagnóstico:
Anticorpos heterófilos (que reage contra antígenos de outras espécies): Paul-Bunnel ou Monoteste (↓
especificidade)
Anticorpos específicos (anti-VCA, anti-EBNA): fase inicial, idade < 4 anos
→ Tratamento
Sintomáticos
Evitar AAS (risco de síndrome de Reye – encefalopatia + hepatopatia)
Casos graves (SNC, coração): corticoide (?)
Doença de Chagas
Trypanosoma cruzi
Transmissão: oral (açaí, cana), vetorial (extradomiciliar), vertical, sanguínea
Epidemio: homens adultos, região norte
→ Forma aguda
Exame direto (sangue periférico)
IgM anti-T.cruzi
Chagoma (porta de entrada), sinal de Romaña
Sd mononucleose-like
Outros: miopericardite, encefalite
→ Forma crônica
IgG (2 testes +)
Forma indeterminada (60%): assintomático
Forma cardíaca (30%, forma mais grave): fibrose miocárdica
o IC, aneurisma apical, tromboembolismo
o ECG: bloqueio ramo direito + bloqueio divisional anterossuperior (BDAS ou HBAE) !!
Forma digestiva (10%): lesões de plexo nervoso
o Acalásia e constipação
o “Megas” esôfago e cólon
Esplenomegalia
→ Clínica
Idiopática: infecção respiratória < 4 semanas
o Crianças: quadros agudos e autolimitados
o Mulheres (20 a 40 anos): quadros crônicos e recorrentes
Secundária: HIV, LES, LLC, heparina
→ Diagnóstico
Plaquetopenia e mais nada !!!
Casos duvidosos: aspirado de medula óssea (hiperplasia dos megacariócitos)
→ Tratamento
Corticoide VO (prednisona): se sangramento ativo ou plaqueta < 20.000 a 30.000
o Para crianças, fazer corticoide apenas se plaquetas < 10.000
Imunoglobulina polivalente (IGIV): se sangramento grave (SNC, TGI)
o Opções: corticoide EV em dose alta, fator 7ª
Rituximabe, esplenectomia: se PTI crônica refratária
Transfusão de plaquetas: se sangramento muito grave
Casos refratários: pode ser indicado esplenomegalia
→ Clínica
Mulher + dor abdominal + PENTA
P: plaquetopenia
E: esquizócitos (hemólise)
N: neurológicas
T: temperatura elevada
A: anúria
→ Tratamento
Plasmaférese
Não repor plaquetas !!!! (seria o “combustível” para a trombose)
→ Clínica
Irmã da PTT
Criança + SHU !!
S: sangramento (plaquetopenia)
H: hemólise
Obs.: Atenção prova: Púrpura de Henoch-Shonlein
U: uremia
Rim (hematúria) + púrpura + artralgia + dor abdominal
“Berger sistêmico”
→ Tratamento
É uma vasculite por IgA (a mais frequente dos 4-6 anos)
Suporte clínico
Hereditário
o Deficiências: FvWB, Gp Ib (doença de Bernard-Soulier), Gp IIbIIIa (Glanzmann)
o Adquirido: uremia, antiplaquetários
→ Tratamento
Demopressina (DDAVP) IV ou intranasal: estimula produção de FvWB (é o tto inicial)
Fator 8
Criopreciputado (FvWB, fator 8m 13 e fibrinogênio)
Plasma fresco congelado (todos os fatores)
Transamin (antifibrinolítico)
Hemostasia secundária
MINUTO 07:32
→ Escore 4 T
Tempo: 5 a 10 dias após uso da heparina
o Qualquer heparina, mas maior risco com HNF
o Qualquer dose (profilática ou terapêutica)
Trombocitopenia (2)
o Não grave (> 20.000), sem outra causa
Trombose
o Presente em até 50% dos casos
→ Tratamento
Suspender heparina (não usar nenhum outro tipo)
Trocar por inibidor de trombina ou inibidor do fator Xa
* Trombofilias
Tríade de Virchow: estase + lesão endotelial + hipercoagubilidade (trombofilias)
Trombose venosa (mais comum) x arterial
Trombofilia hereditária
o Trombofilia hereditária mais comum: fator V de Leiden !!!
o Mutação no gene protrombina
o Deficiência de proteína C e S
Trombofilia adquirida
o Cancer, gestação, síndrome nefrótica
* Artrite reumatoide
Mulher de meia idade (33 – 55 anos)
Patogenia: idiopática
o Participação imunológica (anticorpos):
o Fator reumatoide: igM contra IgG “self” (Maria Gabriela)
o Anti-peptideo citrulinado cíclico (anti-CCP): ↑ especificidade (96%)
→ Clínica
Doença sistêmica com marco articular
Manifestações articulares (artrites)
o Sinovite crônica que leva a deformidade articular
o Mão, pé, punho e pronto!!
o Padrão articular: pequenas articulações periféricas, aditivo e simétrico
o Comum: rigidez matinal > 1 hora
o Deformidades
Desvio ulnar dos dedos
Pescoço de cisne
Abotoadura
Poupa interfalangiana distal da artrite (não fica inflamada, mas pode deformar) !!
Cisto de Baker (pode romper, simulando TVP)
Punho em dorso de camelo (risco de síndrome do túnel do carpo)
o Exceção: pescoço
C1 e C2: subluxação atlanto-axial: dor cervical, com risco de compressão medlar
Manifestações extra articulares
o Associação com altos títulos de fator reumatóide e anti-CCP
o “Peguei nojo de vasca”
o Pe: pericardite
o No: nódulos reumatoides
o Jo: Sjogren
o De: derrame pleural (liquido com ↓ glicose)
o Vas: vasculite
o Ca: síndrome de caplan (artrite reumatoide + pneumoconiose)
→ Tratamento farmacológico
Drogas sintomáticas
o AINES, corticoide em dose baixa
Drogas que alteram a evolução da doença
o DARMDs (drogas antirreumáticas modificadoras da doença)
Metotrexato (droga de escolha. Repor ácido fólico pelo risco de anemia megaloblástica),
sulfassalazina, cloroquina, leflunomida
o Biológicos (também mudam doença)
Inibidor de TNF-alfa: ingluximab, etanercept, adalimumab
Não-inibidor de TNF-alfa: rituximab (anti-CD20)
Obs.: sempre que iniciar droga biológica rastrear TB antes!!
* Síndrome reumatoide
Parece artrite reumatoide, mas não é !
É uma poliartrite viral
Principais: rubéola, HBV, HCV, parvovírus B19
Diagnóstico
o Exclusão (excluir AR)
o Sorologia viral
Tratamento
o Sintomáticos
→ Clínica
Poliartrite (2 a 4 sem)
o Grandes articulações, migratória, assimétrica, que não causa deformidade
Coração: pancardite
o Válvula mais lesada é a mitral !!
o Aguda (até 8 semanas): insuficiência mitral
o Crônica (sequela): estenose mitral
SNC (gânglios da base)
o Coreia de Sydenham
o Tardia (1 a 6 meses), por isso, é comum aparecer isolada
Pele
o Nódulo subcutâneo
o Eritema marginado
o A lesão de pele geralmente surge nas crianças que tem cardite
- Critérios Maiores
Artrite ou poliartralgia (em locais com grande prevalência de Febre Reumática – Brasil)
Cardite
Coreia de Sydenhan
Eritema marginado
Nódulos subcutâneos
- Critérios Menores
Artralgia
Febre
Alargamento intervalo PR (ECG)
Aumento da VHS e PCR
2 maiores ou
1 maior e 2 menores
+
Critério obrigatório
Infecção faríngea estreptocócica recente
Sorologia (ex.:ASLO), cultura ou teste rápido
Exceção:
Coreia isolada = Febre Reumática
→ Profilaxia
Primária (até 9 dias de infecção após faringoamigdalite estreptocóccica)
o Penicilina G benzatina IM dose única
* Artrite séptica
* Artrite gotosa
Hiperuricemia → precipitação de ácido úrico → leucócito fagocita ácido úrico precipitado após variação da uricemia
ou trauma
→ Marcas
Fator precipitante: variação uricemia, trauma
Podagra: mais distal, mais típico
Mono/oligoartrite intensa: diagnóstico diferencial com artrite séptica
→ Diagnóstico
Na prova, fazer artrocentese !! Cristais no interior de leucócitos com birrefringência negativa sob luz polarizada
→ Tratamento
Interromper a crise (evitar drogas que variam a uricemia, porque pioram a crise)
o AINEs (indometacina, naproxeno): não iniciar AAS (pode causar variação na uricemia)
o Colchicina (paralisa o leucócito intraarticular)
o Se refratário: inibidor IL-1 (canaquinumabe e anakinra)
Prevenir recidiva (em especial, se > 2 crises/ano)
o Afastar fatores de risco (álcool, tiazídico ...)
o Colchicina (para paralisar leucócitos) e depois medicações para reduzir uricemia
Redução síntese ácido úrico: alopurinol
Aumento da eliminação urinária: uricosúrico (probenecida)
Forma Pauciarticular (< 4 artic.) Doença de Still (forma sistêmica) Forma Poliarticular (> 4 artic)
Forma mais comum Artrite
Meninas < 4 anos Febre alta diária
FR negativo Linfonodomegalia generalizada FR variável
Se FAN (+): ↑ Risco uveíte anterior Rash salmão Se FAN (+): ↑ Risco uveíte anterior
Hepatoesplenomegalia
* Artrite Reativa
→ Diagnóstico
(FAN positivo + 1 clinico + ≥ 10 pt)
Obrigatório: FAN > 1:80
Clínicos
o Febre > 38,2ºC
o Hemato: anemia hemolítica, plaquetopenia, leucopenia
o Pele/mucosa: alopecia, ulcera, rash cutâneo
o Rim: proteinúria (> 0,5g/24h), nefrite III ou IV
o Serosa: derrame pleural ou pericárdio ou pericardite aguda
o Artrite ≥ 2 art
o Neuro: delirium, psicose, convulsão
Laboratoriais
o Antifosfolipidios: anticardiolipina ou anti-beta2glicoproteina ou anticoag lúpico
o Complemento (C3 ou C4) baixos
o Ac específicos: anti-DNAdh ou anti-Sm
→ Classificação:
Doença branda: pele, mucosa, articulação, serosa
o Lúpus farmaco-induzido: procainamida (+ risco), hidralazina (+ comum), dpenicilamina
o Tto: corticoide tópico/cloroquina/corticoide dose baixa (não imunossupressor)
Doença moderada: penias hemato
o Tto: corticoide sistêmico (imunossupressor)
Doença grave: rim/neuro
o Tto: corticoide sistêmico (imunossupressor)+ outro imunossupressor
Complicação: AVE isquemico
o Vasculite lúpica
o Embolia por Libman-Sacks
o SAF (+ provável)
→ Anticorpos
Antinucleares: FAN
o Anti-DNA dh (nattivo): nefrite
o Anti-Histona: Farmaco induzido (FAN padrão homogêneo)
o Anti-Sm (mais especifico) (FAN padrão salpicado)
o Anti-RNP: doença mista do tecido conjuntivo (FAN padrão salpicado)
o Anti-Ro (SSA): Sjogren ou lúpus neonatal na gestante (BAVT)
o Anti-La (SSB): Sjogren, protege contra nefrite
→ Nefrite lúpica
Mais comum e mais grave: classe IV (DIFUSA): anti-DNA dupla hélice e consumo de complemento
Classe V (membranosa): não precisa de anti-DNAdh → sd nefrótica e risco de trombose da veia renal (dor lombar
+ hematuria + IRA)
* SAF
→ Diagnóstico
1 clinico + 1 laboratorial
Clinico
o Trombose (venosa ou arterial)
o Gestacional (≥ 3 perdas com menos de 10 sem ou qualquer perda mais de 10 sem ou prematuro menor que
34 sem)
Laboratorial
o Anticardiolipina IgG ou IgM
o Anti-beta2glicoproteina IgG ou IgM
o Anticoagulante lúpico
* Sjogren
Anti-Ro e anti-La
Risco aumentado de linfoma
* Doença mista
Anti-RNP, clinica misturada das colagenoses
Vasculites
* Grandes vasos
Estenose, claudicação, redução de pulsos, sopros, mulheres
Takayasu Temporal **
Idade Jovem Idosa
Artéria Subclávia, carótida, renal Temporal
Claudicação Membro superior Mandíbula
Lesão grave HAS renovascular Cegueira (a. oftálmica)
Detalhe Coarctação reversa (↓ mmss) Cefaleia, ↑ VHS, febre origem indeterminada
Diagnóstico Aortografia Biópsia
Tratamento Corticoide Corticoide (resposta dramáticaaaa)
Revascularização ?
* Médios vasos
Levedo reticular, mononeurite multipla, microaneurisma, homens
PAN (poliarterite nodosa) e Kawasaki
Kawasaki
Meninos até 5 anos
Febre ≥ 5 dias, conjuntivite, oral, linfonodo, exantema polimorfo, extremidades (4 dos 5)
Complicação: aneurisma coronariano
o CD: imunoglobulina EV DU + AAS dose alta por 48h sem febre + ECO no dx
o Seguimento: ECO após 1-2 sem do tto e 4-6 sem do tto
o Mantem AAS dose baixa 4-6 semanas (junto com ultimo ECO). Se aneurisma: AAS crônico
Crioglobulinemia
Pequeno calibre (Púrpura palpável)
Associação com hepatite C e consome complemento
CD: tta hepatite C
→ Sindrome pulmão-rim
Wegener (granulomatose com poliangeíte, cANCA)
Poliangeite microscópica (pANCA)
Sindrome de goodpasture: Anti-membrana basal (linear e continuo) - plasmaférese + pred + ciclofosfamida
Leptospirose: mialgia, enchente, cultivo de arroz…
Lúpus: FAN, rash…
→ Púrpura de Henoch-Schonlein
Meninos 3-20 anos, pós IVAS (IgA contra vasos)
Púrpura palpável MMII e nadegas + hematúria (parece Berger) + dor abdominal + artralgia
Dx diferencial com PTI: contagem de plaquetas
Complicações: doença renal e doença intestinal
→ Buerger
Variado → tromboangeíte obliterante
Homem + Tabagismo deflagra + Necrose de extremidade
CD: cessar tabagismo
→ Behçet
Hemoptise + tromboflebite + Hipópio (pus estéril na iris) + patergia (≥ 2 mm em 48h - fura a pele e gera reação)
+ acne + ulceras orais e genitais + ASCA
Risco de grandes aneurismas pulmonares → rotura → hemoptise maciça
Insuficiência cardíaca
Funções do coração
o Bombear sangue
o Suprir demanda: função sistólica
o Sem elevar pressões de enchimento: função diastólica
→ Direita x Esquerda
IVE: congestão no pulmonar e baixo débito
o Dispneia aos esforços, ortopneia, dispneia paroxística noturna, estertoração pulmonar, B3
IVD: congestão do “resto”
o Cansaço aos esforços, turgência de jugular patológica, refluxo hepatojugular, sinal de Kussmaul (aumento
da jugular na inspiração), hepatomegalia
ICC: IVE + IVD
Alto débito → maior trabalho cardíaco: aumento da demanda ou desvio de sangue, mas mesmo assim, não é capaz
de suprir as necessidades do organismo,
o Problemas extra-cardíacos: anemia, tireotoxicose, sepse, beribéri (deficiência vit. B1), fístula AV sistêmica
Baixo débito → menor trabalho cardíaco, que não é capaz de suprir as necessidades do organismo
o Problemas cardíacos
→ Diagnóstico
Clínico
Avaliação inicial: ECG + RX torax
Classificação, etiologia: Eco transtoracico
Duvida (dispneia na sala de urgência): Aumento BNP e pro BNP (alto VP negativo)
→ Funcional (NYHA)
I: sem dispneia com atividades usuais
II: dispneia com atividades usuais
III: dispneia com atividades leves
IV: dispneia em repouso ou qualquer atividade
→ Evolutiva
A: só fatores de risco
B: doente, mas assintomático
C: sintomático
D: refratário
* Tratamento
→ ICFE reduzida
Redução da força de contração (↓ FE)
o “Sobra muito sangue no coração” → aumenta volume câmaras cardíacas → congestão (sintoma)
o “Sai pouco sangue do coração” → baixo débito cardíaco → ativação SRAA + liberação de
noradrenalina (remodelamento cardíaco)
→ ICFE normal
Controlar os fatores que prejudicam o relaxamento: PA, FC, coronariopatia, FA
Se congestão: diurético
→ IC descompensada
A (quente e seco)
o Avaliar outras causas para os sintomas
B (quente e úmido) – padrão mais comum
o Diurético + vasodilatador
C (frio e úmido) – pior prognóstico
o Inotrópico (dobuta) + vasodilatadores (se PAS > 90)
D ou L (frio e seco)
o Hidratação venosa
* Cardiomiopatia hipertrófica
Genética, familiar, jovem
Clínica
o Sopro sistólico que piora com valsalva, melhora com agachamento
o Síncope, dispneia aos esforços
Diagnóstico
o ECO, RM: sinais de HVE, hipertrofia septal assimétrica
o Tto
Controlar PA e FC: BB, BCC (evitar nitrito, digital, diurético)
Invasivo: embolização sptal, ventriculectomia
CDI
→ Clínica
Dor torácica intensa, súbita, irradiação para o dorso
Aorta ascendente: IAM, insufiência aórtica, tamponamento cardíaco
Arco aórtico: subclávia (diferença de PA), carótida (síncope, AVEi)
Aorta descendente: hemitórax, isquemia mesentérica, renal
→ Classificação
Stanford
o A: acomete aorta ascendente (+ comum)
o B: não acomete aorta ascendente
DeBakey
o I: origem na ascendente e se estende por toda aorta
o II: limitada a aorta ascendente
o III: origem distal a subclávia E, podendo ou não se estender para aorta abdominal
→ Diagnóstico
Estável: angioTc, angioRM
Instável: ECO transesofágico
→ Tratamento
Clínico
o Alvos: PAS entre 100 e 110; FC < 60
o BB EV (esmolol , propranolol)
o HAS persistente: nitroprussiato de sódio
o Alternativa: labetalol (bloqueio alfa e beta)
Cirúrgico
o A: sempre
o B: casos complicados
→ Causas
Idiopática (viral), piogênica, imune, urêmica, pós-IAM
→ Clínica
Dor torácica continua, tipo pleurítica
Melhora: posição genitopeitoral e “abraçado”
Piora: decúbito, tosse ou inspiração profunda
Atrito pericárdico (85% dos casos): específicos
→ Diagnóstico
RX de tórax: coração em moriga
ECG: supra ST difuso (concavo, sem Q de necrose), infra de PR (+ especifico)
ECO: derrame pericárdico
→ Tratamento
AINES +/- colchicina (melhora sintomas)
Corticoide (refratários)
Resumindo ....
o ECG de repouso teste ergométrico (1° exame. Alternativa: cintilo, PET, estresse farmacológico) angio
TC, RM (anatômicos) CAT + refinamentos
- Tratamento
Terapia antitrombótica: controlar a obstrução: AAS, estatina
Terapia anti-isquemica: controlar a PA e FC: BB, IECA, nitrato SL ou VO (não altera sobrevida)
ABC: AAS + BB + captopril, colesterol
- Refratários
CAT + intervenção por cirurgia ou angioplastia
Cirurgia: lesões graves ou difícil abordagem
o Lesão de tronco
o Disfunsão VE
o DM
o Outras: DA proximal, trivascular
→ ECG
IAM com supra
o Supra de ST persistente
> 1mm em pelo menos duas derivações periféricas contíguas.
> 2mm, em pelo menos duas derivações precordiais contíguas.
o Bloqueio de ramo esquerdo novo ou presumidamente novo.
Imagem em espelho
Lateral alta ↔ inferior
Anterior ↔ dorsal
Supra gera o infra
- Marcador de necrose
Solicitar dosagem de Troponina
ECG e dosagem de enzimas seriados: Para todo paciente com dor típica, deve-se solicitar ECG em até 10 minutos
de admissão. Dosar marcadores de necrose miocárdica e fazer novo ECG de 3 em 3 horas até 9 horas de
admissão ou 12 horas de dor! Indicar repouso no leito.
ASS
Dose de ataque: 162 – 325 mg VO (02 cp mastigável – 200 mg )
Dose de manutenção: 81 – 325 mg VO (01 cp)
+
Ticagrelor, Clopidogrel ou Prasugrel
Dose de ataque Clopidogrel: 300 mg VO (04 cp)
- IAM com supra, seguido de trombólise mecânica: 600 mg VO (08 cp)
- Trombólise química em paciente > 75 anos: 75 mg VO (01 cp)
Dose de manutenção: 75 mg VO (01 cp)
Obs.:Ticagrelor* e Prasugrel: mais potentes que clopidrogrel
+
Heparina
(IAM sem supra ou sem instabilidade: enoxaparina ou fondaparinux. Instabilidade: HNF)
Dose Enoxaparina (heparina de baixo peso molecular): 30 mg IV em bólus + 1mg/kg SC de 12-12h.
- se doente > 75 anos: 0,75mg/kg SC de 12-12h.
- se clearence <30: 1mg/kg SC 1x ao dia.
Dose Fondaparinux: 2,5mg SC 1x ao dia (1 ampola = 2,5mg).
Dose HNF: 80 U/Kg em bolus IV + 18 U/Kg/h em BIC.
+
Estatina
(assim que paciente estável)
Dose Sinvastatina: 80 mg VO (04 cp)
+
O2 se Sat. < 94%
+
Nitrato em casos de dor
(CI: viagra nas últimas 24 hrs, hipotensão, bradicardia, IAM VD)
Dose Isordil - Dinitrato de Isossorbida VO: 5 mg a cada 5 min. até atingir 15 mg (dose máxima - 03 cp
sublingual) Se não melhorar dor, Morfina EV: 2 a 8 mg. Pode repetir em 5 a 15 min. ou Nitrato IV
+
Betabloqueador
(nas primeiras 24 hrs)
(CI: FC < 60 bpm, PAS < 100 mmHg, asma ou DPOC grave, disfunção ventricular grave, Killip ≥ II, IAM VD, uso cocaína)
Metoprolol VO: depende da clínica do paciente, em geral, titular a dose para alvo de 60 bpm (25 – 100 mg 12 – 12 hr).
+
IECA/BRA
(nas primeiras 24 hrs se IAM anterior + IC + FE < 40% + DRC)
Dose Enalapril VO: 2,5 mg 12- 12 hr, com alvo de 10 mg 12 – 12
hr.
+
→ Trombólise química ou mecânica (IAM com supra ST)
- Trombólise química: tempo porta balão > 90 min ou > 120 min para transferência e tempo porta agulha < 30 min
° Estreptoquinase: 1,5 milhões UI em 100 mL de SG 5% ou SF 0,9% em 30-60 minutos
° Alteplase: 15 mg EV em bólus + 0,75 mg/kg em 30 minutos + 0,50 mg/kg em 60 minutos (Máx.: 100 mg)
° Tenecteplase: bolo único: 30 mg < 60 kg; 35 mg: 60 a 70 kg; 40 mg: 70 a 80 kg; 45 mg:80 a 90 kg; 50 mg > 90 kg
Em pacientes > 75 anos, deve-se considerar o uso de metade da dose
- Trombólise mecânica: tempo porta balão < 90 min ou < 120 min para transferência
Terapia fibrino invasiva em até 24 horas
Se tem infra e supra: quem manda é o supra! Infra pode ser imagem em espelho
Reperfusão imediata
o Sintomas <12 horas + supra ST ou Bloqueio de ramo novo
o Angioplastia ou trombolítico
Angioplastia
o Preferência se realizada em < 90 a 120 minutos ou choque cardiogênico
o Se indisponível, fazer trombolítico em até 30 minutos
Trombolitico
o 1° escolha: tenecteplase (dose em bolus único)
o Opções: alteplase
o CAT em ate 24 horas (estratégia farmacoinvasiva)
Critérios de reperfusão
o Melhora da dor + redução supra em 50%
* Complicações
FV
o Principal causa de óbito pre hospitalar
o CDI
IAM VD
o IAM inferior, até 50%
o Evitar diurético, nitrato e morfina
CIV, insuficiência mitral
→ Sinusal
Ritmo sinusal: onda P + e bonitinha precedendo QRS, em D2
Tto: Corrigir fator desencadeante (febre, infecção, desidratação, ansiedade)
→ Atrial
P com morfologia diferente
Tto: Corrigir fator desencadeante
→ Flutter
Ondas F -, em D2, D3 e aVF (300 x/min), Ondas F, “dentes de serra”:
- Tratamento
Instável / estável
1. Cardioversão elétrica sincronizada (50 J) (obs.: não respondem bem a cardioversão química)
2. Opção: ibutilida
3. Cura: ablação
Tendência atual: rastrear trombo (condutas semelhantes as de FA. FA pode degenerar para flutter; e flutter pode
degenerar para FA. Por isso, a tendência é de rastrear trombos, e, se não for possível, anticoagular os quadros
crônicos antes da cardioversão)
→ Extrassístole
Batimento que ocorre “antes do tempo” (área qualquer do átrio solta estímulo antes da hora)
Atrial: onda P diferente, com QRS estreito
Ventricular: ausência de onda P, com QRS alargado
- Tratamento
Instável (hipotensão, sincope, angina, congestão pulmonar)
1. Cardioversão elétrica sincronizada
Estável
1. Cardioversão elétrica ou química (amiodarona, procainamida)
2. Buscar causa base
Se causa não reversível, prevenção de morte:
o Beta-bloqueador +/- CDI
→ Fibrilação ventricular
Múltiplos circuitos de reentrada no ventrículo
Mecanismo mais comum de PCR nos adultos
Ventrículo fibrilando = ventrículo infartando (não ejeta sangue, ventrículo não é perfundindo)
o 10 minutos em PCR = 10% de massa miocárdica degenerando
- Tratamento
1. Desfibrilação + protocolo RCP (choque, RCP, adrenalina, amiodarona)
* Taquicardia sem onda P, com QRS estreito
→ Fibrilação atrial
Ausência de onda P + QRS estreito + RR irregular
Taquicardia mais comum. Múltiplos circuitos de reentrada nos átrios. O nodo AV “filtra” os estímulos elétricos.
Muito comum a oscilação da linha de base, devido a contração desordenada dos átrios
FA baixa resposta ventricular: FC < 80 bpm
FA alta resposta ventricular
- Tratamento
Instável (hipotensão, sincope, angina, congestão pulmonar)
o Cardioversão elétrica sincronizada
Estável
o Controle da frequência: < 110 bpm em repouso
1. Redução da FC (betabloqueador, antagonistas canal Ca (diltiazem) digitálicos)
2. Anticoagulação (varfarina (preferível em doença valvar, DRC grave), dabigatrana, rivaroxabana
(preferível nos demais casos))
o Controle do ritmo: para pacientes refratários ou em 1° episódio de FA (FA aguda)
Se > 48 horas ou desconhecido
1. Exclusão de trombo por ECO transesofagico +
2. Cardioversão (amiodarona) ou CVE +
3. Anticoagulação por no mínimo 4 semanas e depois pelo critério de CHADSVASC
→ Taquicardia supraventricular
Ausência de onda P + QRS estreito + RR regular
Comum em mulher jovem sadia, com clínica de palpitação paroxística
- Tratamento
Instável (hipotensão, sincope, angina, congestão pulmonar)
o Cardioversão elétrica sincronizada
Estável
1. Manobra vagal
Manobra de valsalva modificada é a mais eficaz, no entanto, é dependente do paciente
Massagem do seio carotídeo: excluir sopro carotídeo, AVE, AIT, IAM, FV, TV prévios.
Fazer pressão por 5 a 10 segundos em região inferior ao ângulo da mandíbula. Iniciar pelo lado
direito, e se necessário, tentar o lado esquerdo, após 2 minutos.
2. Adenosina (6 mg em bolus → 12 mg em bolus)!!!!
3. Verapamil, Diltiazem (drogas antiarrítmicas)
4. Cura: ablação
* Tratamento
Desfibrilação: choque não sincronizado, não tem QRS. Usado para pacientes em parada (TVsp, Torsades, FV)
Cardioversão elétrica sincronizada: choque sincronizado. Usado para pacientes instáveis
o MOV, ACLS (VA, respiração), ECG
o Sedoanalgesia (fentanil + propofol)
o Posicionar pás
o Colocar gel, aplicar pressão de 13 kg
o Sincronizar
Monofásicos: 100 J, 200 J, 300 J, 360 J
Bifásicos: 50 J, 100 J, 200 J
* Disfunção sinusal
* Bloqueios atrioventriculares
Benignos: suprahissianos
Malignos: infrahissianos
Expectativa: onda P sem QRS
Bloqueios Tratamento
Benignos BAV 1° grau (atraso PR > 5 quadradinhos) Assintomático: observar
Supra-hissianos BAV 2° grau Mobitz I (avisa que vai bloquear) Sintomático: atropina
Não respondeu: marca passo, adrenalina,
dopamina
Malignos BAV 2° grau Mobitz II (bloquei súbito) Maioria: marca-passo
Intra/infra-hissianos BAV 3° grau (perda enlace AV)
Parada Cardiorrespiratória
* Definição
Cessação súbita da circulação
Parada é diferente de morte
Obs.: Garantir segurança da cena, paramentação
* Diagnóstico
Irresponsabilidade (inconsciência)
Respiração agônica ou apneia
Ausência de pulso em grandes artérias: se chegar pulso, por no máximo 10 segundos
Obs.: não é necessário todos os critérios para iniciar as condutas
Chamar a ajuda!! Pode-se “abandonar” paciente para isso.
* Condutas ABLS
A pessoa está em PCR. E agora, o que eu faço? CHAMAR AJUDA!
Exceção: paciente afogado, seguir ABCD (pode começar pela ventilação)
Demais situações: CABD
→ C
Deprimir de 5 – 6 cm
Frequência de 100 – 120 / min
Deixar tórax voltar
→ A
Abrir via aérea: extensão cervical + elevação do queixo
→ B
2 ventilações
30 compressões: 2 ventilações
Trocar depois de 5 x 30:2 ou antes, se fadiga
* Condutas ACLS
1. VA avançada
2. Acesso venoso / intra ósseo
3. Tratar arritmia
4. Identificar e corrigir causas
5. Cuidados pós parada
→ VA avançada
Em tempos de COVID: intubar o mais precoce para proteger o ambiente
Não precisa de drogas para intubar
Obs.: se na capnografia ETCO2 < 10 mmHg após 20 minutos de RCP = prognóstico ruim
Com VA avançada
o Não precisa respeitar 30:2
o Compressão 100 - 120/min
o Ventilar 8 – 10 x/min
o Trocar profissional que faz massagem a cada 2 minutos
o COVID: se não estiver intubado, usar filtro em ambu.
Se tiver intubado, deixar no tubo, não passar para ambu.
→ Tratar arritmia
* Acetaminofeno
Dose máxima: 4 g/dia
Muito NADPQI: hepatite
Primeiras 24 horas: sintomas gerais inespecíficos
24 a 48 horas: hepatoxicicdade, insuficiência hepática e renal (NTA)
1 a 2 semanas: recuperação
Tratamento
o Controlar hipoglicemia, coagulopatia (falência hepática)
o Se grave: avaliar transplante hepático
o Carvão ativado nas primeiras 4 hroas
o Atídodo: n-Acetilcisteina, idealmente nas primeiras 8 hras
* Digital
Inibidor de Na, K, ATPase
Tem muito Ca no interior do miócito: aumenta força de contração
Náuseas, vômitos, dor abdominal, alteração visual
Redução da condução nodo sinusal e no AV
Aumento automatismo atrial e ventricular
Extrassístole ventricular: alteração ECG mais comum e precoce
TV bidirecional: sinal quase patognomônico
TAqui atrial com VA: quase patognomônico
Fatores de risco
o I: insuficiência renal
o D: doenças cardíacas
o A: alterações eletrolíticas (hipoK, hipoMg, hiperCa)
o D: drogas (amiodarona, BCC, ciclosporina, diurético)
o I: idade avançada
Tratamento
o Correção eletrolítica: potássio
o Cuidado: arritmia (fenitoina)
o Intoxicação oral: carvão ativado
o Antídoto: anticorpo anti-Fab (se arritmia grave ou hiperK)
* Síndrome colinérgica
Muscarínico (órgãos)
o Miose, broncoconstricção, incontinência urinária, salivação;
o Clínica parassimpática
Nicotínico (junção neuromuscular)
o Miofascisculação, fraqueza
Fisiopatologia
o Inibidores da acetilcolinesterase
Carbamatos: pesticidas, neostigmina, rivastigmina (reversíveis)
Organosfosforados: pesticidas, gás sarim (irreversíveis)
Tratamento
o Muscarinico: atropina
o Nicotinico: pralidoxima
o + suporte clinico
o + carvão ativado
* Opioide
Clínica
o Depressão respiratória, miose, náusea, vômitos, prurido
Tratamento
o Avaliar necessidade de IOT
o Antídoto: naloxone
* Triciclicos
Bloqueador muscarínico: sd anticolinérgica
Alteração neurológica: convulsão, sedação, coma
Bloqueador alfa adrenérgico: hipotensão
Bloqeuador canal Na cardíaco: QRS largo, aVR +
Tratamento: bicarbonato de sódio
- Recomendado: lavar o local da picada apenas com água, ou com água e sabão; manter o paciente deitado, hidratado, procurar o serviço médico mais próximo; se
possível, levar o animal para identificação. A ferida deve ser debridada e o paciente avaliado para profilaxia antitetânica de acordo com a história vacinal.
- Não recomendado: fazer torniquete ou garrote, cortar o local da picada, perfurar ao redor do local da picada, colocar folhas, pó de café ou
outros contaminantes, oferecer bebidas alcoólicas, querosene ou outros tóxicos.
Crotalus - Neurotóxica - Efeitos locais discretos: formigamento - Soro anticrotálico - Mais letal
(acidente crotálico – cascavel) - Miotóxica - Fáscie miasteônica (5 – 20 ampolas) - Único que causa rabdomiólise
- Coagulante - Visão turva ou dupla - SF 0,9% 1,5 l/h
- Rabdomiólise (IRA): urina escura, dor Deb. Urin.: 300 ml/h
muscular - Manitol: ↑ fluxo urinário
- Bicarbonato: alcalinizar
urina
- Corrigir distúrbios
hidroeletrolíticos
Micrurus - Neurotóxica - Efeitos locais discretos - Soro antielapídico
(acidente elapídico – cobra coral - Fáscie miasteônica (10 ampolas)
verdadeira) - Visão turva ou dupla - Neostigmina (administrar
atropina antes)
Escorpionismo
- Mortalidade: 0,2% (maior em crianças < 10 anos).
- Escorpião amarelo, marrom, preto
- Quadro clínico leve (83% dos casos): apenas dor (dura até 24 h), parestesias, eritema, sudorese local
- Quadro moderado a grave (restante): presença de manifestações sisteômicas (mais comum em crianças)
- Manifestações sisteêmicas que merecem atenção: alteração estado mental, ↑ ou ↓ PA, sialorreia, arritmias, EAP, choque. Essas manifestações podem surgir
em um intervalo curto de tempo (2 – 3 horas).
- Alterações no ECG: bradicardia sinusal, BAVT, supra ST, onda Q (desaparece em 3 dias)
- Pode haver elevação da CK e CK-MB
- Leve: dor, parestesias, eritema e sudorese local → medidas de suporte - Soro antiescorpioônico - Maior risco em < 14
ou antiaracnídico (apenas anos, principalmente pelo
- Moderado: alterações locais + qualquer manifestação sisteômica (agitação, sudorese, náuseas, para casos moderados a escorpião amarelo
voômitos, HAS, taquicardia, taquipneia) → 2 a 3 ampolas de soro graves) - O soro antiaracnídico é
- Suporte: anestésico local indicado em casos que não
- Grave: alterações locais + qualquer um dos seguintes: voômitos profusos, sialorreia, sudorese sem vasoconstrictor se sabe se a picada foi por
profusa, tremores, espasmos musculares, prostração, convulsão, coma, bradicardia, bradipneia, (lidocaina 2%) ou escorpião ou aranha ou na falta
alterações ECG, IC, EAP, choque → 4 a 6 ampolas de soro analgésico sisteômico do soro antiescorpioônico
- Suporte casos graves:
BAVT: atropina 0,01 mg/kg
HAS: nifedipina 0,5
mg/kg Ventilação
mecânica s/n Drogas
vasoativas s/n
- Terceiro tipo mais comum de acidente por animal peçonhento (atrás dos acidentes escorpioônicos e ofídicos)
- Menor letalidade entre os treôs.
- Acidentes causados por Lycosa (aranha de grama ou tarântula) e aranhas caranguejeiras não possuem importância clínica.
Lexosceles - Demonecrótica - A picada costuma ser imperceptível, os - Casos moderados a graves: - Mais comum no Brasil
(aranha marrom) - Hemolítica sinais locais demoram a aparecer soro antiloxoscélico ou - 38% dos casos Brasil
- Foma cutânea (99%): processo soro antiaracnídico - Não são agressivas,
inflamatório intenso, que evolui de forma - Prednisona 40 – 60 geralmente picam somente
lenta e progressiva, com dor, edema mg/dia ou 1 mg/kg/dia para quando comprimidas contra o
endurado e eritema, acentuando-se crianças, por 5 a 10 dias. corpo.
nas primeiras 24-72 h do evento. Iniciar nas primeiras 48 - Lesão marmórea
Pode ser acompanhado por sintomas horas. - “Não sei qual bicho me picou”
sisteômicos - Dapsona 50-100 mg/dia, por
- Forma cutâneo-visceral / hemolítica (1%): 10 a 14 dias pode ser útil
hemólise intravascular (geralmente nas - Suporte
primeiras 36h), podendo evoluir com
CIVD
Phoneutria - Age sob - Efeitos locais: dor de início imediato, - Casos moderados a graves: - Mais comum região sudeste
(armadeira) terminações intensidade variável, edema, eritema, soro antiaracnídico - 14% dos casos Brasil
nervosas parestesias e sudorese em local da picada - Suporte: anestésico local - Tem comportamento de defesa
- 8%: sintomas sisteômicos diversos, ou bloqueio troncular, e saltam em direção a presa
como sudorese, tremores, convulsões, analgésicos, imersão do ou ao homem
taquicardia, arritmias, distúrbios visuais e local da picada em água
até choque morna, uso de compressas
quentes.
Latrodectus - Age sob - Efeitos locais - Não há soro específico - 0,5 % dos casos Brasil
(viúva negra) terminações - Manifestações sisteômicas motoras - Diazepam: 5 a 10 mg IV - Litoral da região nordeste
nervosas (dor irradiada e contrações espasmódicas a cada 4 horas s/n - Geralmente picam quando
dos MMII, contraturas musculares - Gluconato Ca 10%: 10 a comprimidas contra o corpo
intermitentes, tremores, dor com rigidez 20 ml a cada 4 horas s/n
abdominal (lembra abd agudo) e - Clorpromazina 25 a 50 mg
fáscies latrodectísmica) IM a cada 8 horas s/n
- Pode alterar ECG: FA, BAV, alterações ST,
prolongamento QT