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IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA
Guilherme Raso Marques
COGED/PGACD/PGFN
Chimamanda
Ngozi Adichie
FONTE: https://www.ted.com/talks/chimamanda_ngozi_adichie_the_danger_of_a_single_story
A HISTÓRIA CONTADA PELO DEPUTADO FED. ROBERTO DE
LUCENA (PODEMOS/SP) NA JUSTIFICATIVA DO PL 2505/2021
(Substituto do PL 10887/2018)
Fonte: Oscar Pereira da Silva. Descobrimento do Brasil. 1900. Óleo sobre tela.
COMO CONTARÍAMOS NOSSA HISTÓRIA?
FONTE: https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/conteudo/arquivo/2018/02/
0c9f103a34c38f5b1e8f086ee100809d.pdf
EM RESUMO: AINDA PODEMOS
CONSTRUIR UMA HISTÓRIA
Mas isso requer duas posturas:
DOLO [ESPECÍFICO]
Art. 11, §1º: “Nos termos da Convenção das Nações Unidas contra a
Corrupção, promulgada pelo Decreto nº 5.687, de 31 de janeiro de 2006,
somente haverá improbidade administrativa, na aplicação deste artigo,
quando for comprovado na conduta funcional do agente público o fim de
obter proveito ou benefício indevido para si ou para outra pessoa ou
entidade.”
FONTE: BRASIL. Lei de Improbidade Administrativa. Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, com
alterações promovidas pela Lei nº 14.230, de 25 de outubro de 2021.
APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIO DO DIREITO ADMINISTRATIVO
SANCIONADOR
Art. 11, §4º: “Os atos de improbidade de que trata este artigo exigem
lesividade relevante ao bem jurídico tutelado para serem passíveis de
sancionamento e independem do reconhecimento da produção de danos ao
erário e de enriquecimento ilícito dos agentes públicos.”
FONTE: BRASIL. Lei de Improbidade Administrativa. Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, com
alterações promovidas pela Lei nº 14.230, de 25 de outubro de 2021.
ALTERAÇÕES NOS TIPOS DO ART. 9º, VII E ART. 11, CAPUT.
FONTE: BRASIL. Lei de Improbidade Administrativa. Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, com
alterações promovidas pela Lei nº 14.230, de 25 de outubro de 2021.
DOLO X CULPA X DOLO ESPECÍFICO
Art. 18 - Diz-se o crime: Crime doloso I - doloso, quando o agente quis o resultado
ou assumiu o risco de produzi-lo; Crime culposo II - culposo, quando o agente deu
causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Parágrafo único -
Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como
crime, senão quando o pratica dolosamente.
FONTES:
BRASIL. Código Penal Brasileiro. Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940, com redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11 de julho de 1984.
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte geral, 17ª ed. Rev. E atual. São Paulo:
Saraiva, 2012.
DOLO X CULPA X DOLO ESPECÍFICO
DOUTRINA PÓS REFORMA: “Voltando-se os olhos para a LIA, nota-se que não exige
dolo específico de modo indiscriminado, contemplando tanto figuras de dolo genérico
como algumas de dolo específico. Já o fim especial só deve ser buscado quando
expressamente mencionado em um dos incisos dos artigos 9º, 10 ou 11.” (MARTINS,
Tiago do Carmo. O dolo na nova Lei de Improbidade Administrativa. Disponível em:
https://www.conjur.com.br/2021-dez-03/tiago-martins-dolo-lei-improbidade-
administrativa)
PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO SANCIONADOR
CR/88
Art. 5º (...)
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal;
Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, por infringência do art. 117, incisos IX e
XI, incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5
(cinco) anos.
Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público federal o servidor que for demitido ou
destituído do cargo em comissão por infringência do art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI. (Vide
ADIN 2975)
PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO SANCIONADOR
CR/88
CR/88
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso
público.
LEI 9.784/90
Fonte: CAVALCANTE FILHO, João Trindade. In: Textos para Discussão nº 305, de 2021:
Retroatividade da Reforma da Lei de Improbidade Administrativa: Lei nº 14.230, de 25 de outubro de
2021. Disponível em: < https://www12.senado.leg.br/publicacoes/estudos-legislativos/tipos-de-
estudos/textos-para-discussao/td305>
DOUTRINA
Fonte: OLIVEIRA, José Roberto Pimenta; GROTTI, Dinorá Adelaide Musetti. Direito administrativo
sancionador brasileiro: breve evolução, identidade, abrangência e funcionalidades. Disponível em:
file:///E:/CNPAD/Direito%20Administrativo%20Sancionador.pdf
DOUTRINA
Fonte: FISCHER, Douglas. Garantismo penal integral (e não o garantismo hiperbólico monocular) e o
princípio da proporcionalidade: breves anotações de compreensão e aproximação dos seus ideais. In:
Revista de doutrina TRF4. Disponível em:
https://revistadoutrina.trf4.jus.br/index.htm?https://revistadoutrina.trf4.jus.br/artigos/edicao028/douglas
_fischer.html
DOUTRINA
A Nova Lei de Improbidade, em seu art. 1º, §§1º, 2º e 3º, bem como
nos §§1º e 2º do art. 11, c/c o caput do art. 9º exigem o dolo de
enriquecer ilicitamente em decorrência do exercício do cargo. Esse
elemento anímico, contudo, não destoa do dolo genérico até então
exigido pela redação original do caput do art. 9º. Ao prescrever que
“constitui ato de improbidade administrativa importando
enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial
indevida em razão do exercício de cargo” o legislador de 1992
antecipou a motivação do agente, embora sem empregar a
expressão “fim de obter proveito ou benefício indevido” hoje
constante no §1º do art. 11 da Nova Lei de Improbidade.
Art. 11, caput: a morte do conflito de interesses?
Art. 5º (...) III - exercer, direta ou indiretamente, atividade que em razão da sua
natureza seja incompatível com as atribuições do cargo ou emprego,
considerando-se como tal, inclusive, a atividade desenvolvida em áreas ou
matérias correlatas; (...)
Art. 12. O agente público que praticar os atos previstos nos arts. 5º e 6º desta Lei
incorre em improbidade administrativa, na forma do art. 11 da Lei nº 8.429, de 2 de
junho de 1992, quando não caracterizada qualquer das condutas descritas nos arts. 9º
e 10 daquela Lei.
Art. 13. O disposto nesta Lei não afasta a aplicabilidade da Lei nº 8.112, de 11 de
dezembro de 1990, especialmente no que se refere à apuração das
responsabilidades e possível aplicação de sanção em razão de prática de ato que
configure conflito de interesses ou ato de improbidade nela previstos.
RETROATIVIDADE DA NORMA MAIS BENIGNA
CR/88:
Art. 5º (...)
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
(...)
CP
Lei penal no tempo
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença
condenatória.
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-
se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada
em julgado.
Direito civil/processual: tempus regit actum (art. 6º, caput, LINDB e art. 14 CPC/15)
“Como ensinam Carlos Enrico Paliero e Aldo Travi, é o princípio do favor libertatis que
justifica a retroatividade da lei penal mais benigna, considerando-se a gravidade da
pena de prisão e os efeitos que tal medida produz sobre o condenado, só superados
pelos efeitos da pena de morte. No direito administrativo sancionador não há espaço
para o argumento, sendo certo que a sanção administrativa não pode consistir em pena
de prisão. […] Por tais fundamentos, não se pode transportar para o direito
administrativo sancionador a norma penal da retroatividade da lei que extingue a
infração ou torna mais amena a sanção punitiva.” (MELLO, Rafael Munhoz de.
Princípios Constitucionais do Direito Sancionador”. Editora Malheiros, 2007. p. 153-
156).
DIREITO COMPARADO (Portugal - Decreto-Lei nº 433/82)