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Teoria Institucional da Arte

Filosofia (Escola Secundária de Vila Verde)

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TEORIA
INSTITUCIONAL
DA ARTE
Trabalho Realizado pelos alunos de
Línguas e Humanidades da turma 11ºI:
Adolfo Araújo Nº1
Beatriz Sousa Nº4
Iara Lopes Nº9
Joana Dias Nº12
Dennys Nº21
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Índice
Introdução .................................................................................................................................... 2
O que é a Arte? ............................................................................................................................. 3
Teorias Essencialistas .............................................................................................................. 4
Teorias Não Essencialistas ...................................................................................................... 4
Teoria Institucional da Arte ......................................................................................................... 5
Defensores Desta Teoria .............................................................................................................. 7
George Dickie ........................................................................................................................... 7
Morris Weitz ............................................................................................................................. 8
Joseph Beuys ............................................................................................................................ 9
Marcel Duchamp .................................................................................................................... 10
Objeções á Teoria Institucional da Arte ................................................................................. 11
Alfred Wallis ........................................................................................................................... 11
Conclusão ................................................................................................................................... 12

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Introdução

Ao longo deste trabalho iremos abordar a arte como um todo, mas iremos dirigir o nosso
foco para uma teoria da mesma. Uma teoria não essencialista: A Teoria Institucional da Arte
A teoria Institucional da arte é uma teoria não essencialista que considera que qualquer
definição bem-sucedida da arte tem de partir dos elementos dos enquadramentos (contextos e
relações) que rodeiam as obras de arte e não de propriedades essenciais. A formulação mais
conhecida da teoria institucional da arte deve- se a Georgie Dickie e afirma que X é uma obra de
arte, no sentido classificatório, se, e só se, X for um artefacto sobre o qual alguém age em nome
de uma determinada instituição (o mundo da arte), conferindo-lhe o estatuto de candidato à
apreciação.
Iremos também abordar defensores desta teoria e algumas das suas obras.

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O que é a Arte?

Arte é a expressão de um ideal estético através de uma atividade criadora. É um tipo de


manifestação humana universal (existe em todas as culturas) que se comunica de forma simbólica
e criativa com a sociedade. Uma obra de arte transmite ideias, sentimentos, crenças ou emoções.
Essa linguagem pode ter também finalidade transgressora, expondo ao mundo uma visão crítica,
de denúncia e nem sempre agradável da realidade. O termo arte vem da palavra latina ars, que
significa "talento", "saber fazer". Existem muitas definições de arte e seu significado varia
conforme a época e a cultura. Atualmente, a palavra arte é usada para designar a atividade artística
ou o produto da atividade artística. Enquanto atividade, a arte é uma criação humana que busca
aliar forma e conteúdo para se comunicar a partir de um conjunto de técnicas. A dificuldade de
definir arte está na sua direta relação e dependência com a conjuntura histórica e cultural que a
fazem surgir. Isso acontece porque quando um estilo é criado e estabilizado, ele quebra com os
sistemas e códigos estabelecidos. Assim, a arte é um reflexo do ser humano e representa a sua
condição social e essência de ser pensante.

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Teorias Essencialistas
As teorias
essencialistas defendem que
existem propriedades
essenciais comuns a todas as
obras de arte e que só nas obras
de arte se encontram. Ora as
propriedades essenciais são
diferentes das propriedades
acidentais. Uma propriedade é
essencial se os objetos que a
exemplificam não podem
deixar de a exemplificar sem
que deixem de ser o que eram.
Uma propriedade é acidental se, apesar de ser realmente exemplificada pelos objetos, tais objetos
poderiam não a exemplificar. Isso significa que as propriedades essenciais da arte são
exemplificadas por todas as obras de arte, reais ou meramente possíveis. Mas uma definição
essencialista exige também que tais propriedades sirvam para distinguir a arte de outras coisas
que não são arte. Daí que se procurem identificar as propriedades que, sendo essenciais, são
também individuadoras da arte. Por exemplo, uma propriedade essencial das obras de arte é a de
terem um autor (pelo menos). Mas ter um autor não é uma propriedade individuadora da arte
porque outras coisas que não são arte têm também essa propriedade essencial, como é o caso dos
artigos de opinião dos jornais.

Teorias Não Essencialistas


Estas teorias sustentam que uma obra de arte não se define pela sua essência, mas sim
pela forma como influencia o mundo exterior. Uma obra de arte pode ter várias funções, de acordo
com o contexto em que se encontra, sendo por esta razão que estas teorias também são designadas
por teorias contextualizas. O que conta para estas teorias é sobretudo o modo como um dado
objeto adquire o estatuto de obra de arte e não as propriedades internas que esse objeto tem.

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Teoria Institucional da Arte


Esta teoria baseia-se na importância da comunidade de conhecedores de arte na
definição e ampliação dos limites daquilo que pode ser chamado arte. A teoria institucional da
arte surgiu na década de 60 e foi sustentada por George Dickie. Apresenta duas questões: «O
que é, então, considerado arte?» e ainda «Quem define o que é ou não arte?». A partir disto
temos várias objeções como: não permite distinguir a boa arte da má arte, é uma teoria circular,
quem está ligado a esta tem a autoridade para atribuir a classificação de obra de arte ao
artefacto, mas tem de ter razões para o ter e por fim, vai depender do tempo histórico onde se
vive. A teoria inconstitucional da arte destaca-se no contexto em que as obras de arte surgem e
são apreciadas. Defendida por Georgie Dickie (1926), que considera existentes dois aspetos
comuns a todas as obras de arte: a classificação e a valoração. O primeiro aspeto define que
todas as obras de arte são artefactos. Por definição, artefacto equivale a qualquer objeto que, de
qualquer forma, tenha sido modificado ou trabalhado através da intervenção humana. No
entanto, para Dickie, a arte factualidade constitui algo que pode ser atribuído aos objetos
naturais, sem que esses tenham sido modificados. Ou seja, a exposição intencional de qualquer
objeto numa galeria de arte de arte já faz com que seja considerado um artefacto, e assim, venha
a ser considerado uma obra de arte. É importante ressaltar que uma obra de arte necessariamente
é um artefacto, mas nem todos os artefactos são obras de arte. Com efeito, toda a obra de arte
possui o estatuto de obra de arte, que lhe foi atribuído por alguém. O estatuto de apreciação é
atribuído por pessoas ligadas a esfera artística, ou seja, é avaliado por uma série de pessoas
ligadas ao mundo da arte, as quais têm autoridade suficiente para determinar o que deve ou não
ser admirado (lembrando que não é obrigatório que um artefacto seja apreciado), através do
processo chamado de "batismo", "transformam" (denominam) objetos e artefactos em obras de
arte, por meio de exibições, representações e publicações dessas obras. Em suma, a arte
factualidade é uma condição necessária para que algo seja considerado uma obra de arte, mas
não é uma condição suficiente, só recebe o título de obra de arte, aquela que satisfazer as
condições de arte factualidade e estatuto, simultaneamente. Apesar das objeções, são condições
altamente flexíveis, nas quais destaca-se o carácter decisivo do campo cultural no qual a obra se
encontra inserida, e no que diz respeito a avaliação da mesma. Dickie começa por aderir à ideia
de que o projeto tradicional de encontrar uma definição essencialista deve ser abandonado. No
entanto, defende que é perfeitamente viável dar uma definição explícita de arte. O objetivo de
Dickie é, pois, o de apresentar uma definição verdadeira capaz de resolver o problema: como
distinguir arte de não-arte? O que ele procura é uma definição nominal, ou, nas suas palavras,
uma definição em “sentido classificativo” de arte, que indique condições necessárias e
conjuntamente suficientes (Dickie 1974). Dickie apresentou a seguinte definição
institucionalista:

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Algo é uma obra de arte no sentido classificativo se, e só se, 1) é um artefacto e 2)


alguém age sobre ele em nome de uma dada instituição (o mundo da arte), propondo-o
como candidato a apreciação.
Uma das características mais salientes desta definição é que qualquer coisa pode ser
uma obra de arte, desde que alguém a proponha como candidata para apreciação de acordo com
o procedimento descrito. Por isso Davis diz tratar-se de uma definição procedimentalista.
Assim, objetos completamente diferentes, sem qualquer semelhança percetível a não ser a sua a
sua arte factualidade, podem adquirir o estatuto de obras de arte. A noção de artefacto de Dickie
é alargada de modo a incluir objetos que não são físicos, como, por exemplo, poemas. A ideia é
que um artefacto é tudo o que é feito por seres humanos, aí se incluindo o conjunto de
movimentos coordenados que constituem uma dança ou o que resulta do ato de apanhar um
pedaço de madeira à deriva nas águas de um rio para ser exibido numa galeria de arte. Quanto à
condição 2, Dickie esclarece que as pessoas aptas a propor um dado artefacto para candidato a
apreciação são geralmente os artistas, os galeristas, os críticos de arte ou os curadores de arte e
outros agentes ligados a museus, revistas de arte, faculdades de artes, casas de espetáculos, etc.
Essa é a instituição, genericamente designada ‘mundo da arte’, em nome da qual se confere a
esse artefacto o estatuto de candidato para apreciação. Estamos, portanto, perante condições
necessárias e conjuntamente suficientes da arte, que não excluem inovação artística alguma.

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Defensores Desta Teoria

George Dickie

George Thomas Dickie (12


de agosto de 1926 - 24 de março de
2020) foi um filósofo americano. Ele
foi professor emérito de filosofia na
Universidade de Illinois em
Chicago. Suas especialidades
incluíam estética, filosofia da arte e
teorias do gosto do século XVIII.
O filósofo George Dickie
defende que não se pode encontrar
uma definição para o conceito da
arte, em sentido classificativo,
generalizando características de sistemas artísticos particulares, tão pouco generalizando os
critérios do que foi considerado historicamente e esteticamente como boa arte. Assim, sob o pano
de fundo heterogêneo da arte contemporânea, ele desenvolve o que chamou de “teoria
institucional da arte”, que privilegia metodologicamente o contexto cultural em que um objeto é
instaurado como arte em detrimento das suas propriedades intrínsecas. Deste modo, nosso
objetivo será, num primeiro momento, discutir a estrutura da definição de Dickie, a fim de
verificar como ela agencia o conceito e o valor da arte. Num segundo momento, questionaremos
o papel das poéticas artísticas enquanto instâncias criativas capazes de justificar de modo
valorativo, a cada obra posta, a sobrevivência da arte no contexto institucional. Nesta direção,
poderíamos encontrar nelas indicações filosóficas alternativas à teoria de Dickie.

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Morris Weitz

Morris Weitz (24 de julho de 1916 - 1 de


fevereiro de 1981) "foi um filósofo da estética
americano que se concentrou principalmente na
ontologia, interpretação e crítica literária". De
1972 até sua morte, ele foi Richard Koret
Professor of Philosophy na Brandeis University.
Weitz defendeu que todas as tentativas passadas
de definir a arte estavam erradas. Porquê?
Justamente porque tentavam defini-la. Numa
palavra, é impossível definir a arte.
Weitz, sustentando que não foi bem-sucedido em mostrar que a arte é indefinível.
Weitz propôs que o conceito de arte não deveria ser suscetível de um esgotamento teórico e não
poderia ser fechado numa definição unilateral.
Morris Weitz, um filósofo americano do século XX (1916-1981), De acordo com o
filósofo Morris Weitz, não podemos definir o que é arte. De uma forma muito simples, o filósofo
entende que o conceito de arte é um "conceito aberto", isto é, um conceito cuja extensão poderá
ser revisto a qualquer momento. Logo, por exemplo, que surja um novo objeto ou expressão
artística que não se deixam explicar pela definição e assim nos obriguem a alargar o conceito.
Como mostra, aliás, a longuíssima história da arte, cujas galerias estão sempre "prontas" a admitir
objetos surpreendentes, às vezes sem qualquer relação com o que a dada altura se considera ser
arte. Dito de outro modo, segundo este filósofo todas as teorias teriam falhado quando tentaram
determinar uma natureza comum a todas as obras de arte, exatamente porque tomavam o conceito
de arte como um conceito fechado incapaz de incluir os objetos emergentes. O mesmo é dizer,
para recuperarmos a nossa definição de definição, todas as teorias identificaram propriedades
provavelmente necessárias para que possamos afirmar estar perante uma obra de arte, embora
nenhuma dessas propriedades fosse suficiente.

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Joseph Beuys

Beuys é considerado o artista plástico alemão mais


importante depois da Segunda Guerra Mundial. Partindo
das oposições razão-intuição, frio-calor, ele trabalhou
para o restabelecimento da unidade entre cultura,
civilização e vida natural, revolucionando as ideias
tradicionais sobre a escultura. Na seleção dos materiais
atribuía à função física de cada um deles certo
simbolismo: assim, por exemplo, o Bloco Beuys de
Darmstad uma instalação interior – é feito de feltro, que
é um isolante, e de cobre, que é um condutor; e Cadeira
com Gordura (1963), como o nome indica, é feita com
gordura (cera de abelha), representando a energia
calorífica, aplicada como plano inclinado sobre o
assento de uma cadeira de cozinha. Sua obra gráfica de
maiores dimensões, iniciada nos anos 50, pode hoje ser
vista no museu do palácio Moyland (Baixo Reno).
Recorrentes na obra de Beuys são os motivos animais,
como lebres ou veados, que aparecem já nos desenhos
que serviram de esboço à investigação básica para outras
obras. A partir de 1961, Beuys trabalhou como professor na Academia de Düsseldorf, onde
também tinha estudado. Beuys considerava que o principal aspecto da sua arte eram as ações
únicas, que de vez em quando permitia que fossem gravadas, como quando em 1974 se fechou
numa galeria nova-iorquina durante três dias com um coiote (I Like America and America Likes
Me). Um dos seus mais célebres projetos foi Arvoredo em Lugar de Administração da Cidade,
iniciado em 1982 no âmbito da Documenta 7 de Kassel: no total, plantaram 7 mil carvalhos
marcados por colunas de basalto colocadas junto às árvores. Com ações desse tipo, e com o seu
compromisso com a democracia, Beuys teve um papel importante na fase de fundação do Partido
Verde na Alemanha.

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Marcel Duchamp

Marcel Duchamp (1887-1968) foi um


pintor e escultor francês, naturalizado norte-
americano. Foi considerado um ícone do
movimento conceitual de arte moderna o
“Dadaísmo” e o precursor do “ready-made”.
Marcel Duchamp nasceu em Blainville-
Vrevon, França, no dia 28 de julho de 1887. Foi
o mais novo de seis irmãos e um dos quatro que
seguiram a carreira artística. Com 17 anos
mudou-se para Paris quando ingressou na
Academia Julian. Depois de iniciar um trabalho
como caricaturista, passou rapidamente por
todas as tendências como o Impressionismo,
Expressionismo, Fauvismo e Cubismo, sem se
comprometer com nenhum deles.
Em 1907 alguns trabalhos do pintor foram
selecionados para o Primeiro Salão de Artistas
Humoristas de Paris. Em 1908 expôs no Salão
de Outono e no Salão dos Independentes. Em
1912 apresentou a tela “Nu Descendo Uma
Escada, nº 2”, obra personalíssima na qual
reuniu elementos cubistas e futuristas. A
pintura foi recusada para o Salão dos
Independentes e esperou um ano para ser exposta no “Armory Show de Nueva York”, onde foi
recebida com entusiasmo e surpresa. Em 1913, Marcel Duchamp produziu “Roda de Bicicleta”,
uma escultura que apresentava uma roda de bicicleta apoiada em uma banqueta, o que causou um
abalo na arte da época. Os objetos da vida cotidiana convertidos em arte só seriam conhecidos
como “ready-mades” (já prontos) algum tempo depois. Em 1917, Marcel Duchamp produz sua
obra mais polêmica quando apresentou um urinol de porcelana branca como obra de arte, assinado
por “R. Mutt”, já chamado de “ready-mades”, e rejeitado pelo júri do salão. A obra só foi aceita
quando os avaliadores ficaram sabendo do verdadeiro autor da escultura denominada “Fonte”
(1917). Em 1919 cria a obra “L.H.O.O.Q.”, uma pintura provocativa onde o artista manipula uma
cópia da obra Mona Lisa em que acrescenta uma barbicha e bigode. Entre 1920 e 1930, Duchamp
se dedicou ao jogo de xadrez, quando participou de diversos torneios semiprofissionais. Em 1923
apresenta “A Noiva Despida Pelos Seus Celibatários, Mesmo” (1923), um diagrama fantástico e
irônico, uma espécie de síntese entre a pintura e a escultura. Em 1927 casa-se com Lydie Sarrazin-
Levassor, mas se separa no ano seguinte. A partir de 1934 estabeleceu fortes laços com o
movimento Surrealista que uniu vários artistas do Dadaísmo. Em 1955 casa-se com Teeny Sattler.
Em 1955 recebeu a cidadania americana. Pouco a pouco passa a viver recluso junto com sua
mulher. Era um defensor da Teoria Institucionalista, da desordem, do caos, do incoerente e do
absurdo.
Marcel Duchamp faleceu em Neuilly-sur-Seine, França, no dia 2 de outubro de 1968.

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Objeções á Teoria Institucional da


Arte
Há duas objeções principais à teoria institucional.
A primeira é que os entendidos em arte decidem o que deve ser considerado uma
obra de arte com base em razões ou o fazem arbitrariamente. Se eles o fazem com base
em razões, essas razões constituem uma teoria da arte que não é a teoria institucional.
Assim, alguém poderá dizer que os quadros de Wallis apresentam excelentes
combinações de cores aliada a simplicidade formal. Mas essa é uma maneira de dizer, por
exemplo, que eles possuem forma significante. Nesse caso a teoria institucional colapsa
em outras opiniões acerca do que é a arte. Suponhamos agora que os entendidos em arte
decidam o que deve ser considerado obra de arte arbitrariamente. Desse modo não fica
claro porque devemos dar qualquer importância à arte.
Uma objeção adicional seria a de que a teoria institucional é viciosamente
circular. Obras de arte são definidas como objetos que são aceitos como tais pelas pessoas
que entendem de arte; e as pessoas que entendem de arte são definidas como as que
aceitam certos objetos como sendo obras de arte. Outra crítica é referente a definição, por
não revelar a imagem do artista independente, que realiza a arte fora do contexto
institucional e por inviabilizar a existência de Arte Primitiva.

Alfred Wallis
Foi um pescador britânico da Cornualha, onde Alfred integrou-se no comércio marítimo,
a comprar sucata de ferro, velas, cordas e
outros itens e materiais. Em 1912, a sua
empresa "Wallis, Alfred, Marine Stores
Dealer" fechou e Alfred sustentou-se com
ela e trabalhou também para um antiquário
local, o Sr. Armor, com quem aprendeu
sobre o mundo dos objetos de arte. As suas
pinturas são um exemplo notável de arte
ingênua, a perspetiva é ignorada e o tamanho
de um objeto é muitas vezes baseado na sua
importância relativa na cena, o que faz com
que muitas das suas pinturas pareçam um
mapa. Com pouco dinheiro, ele improvisou
a sua pintura usando os materiais disponíveis
que podia encontrar, pintava principalmente
em caixas de cartão usadas e com uma gama
limitada de tintas, com base em tintas
compradas de fornecedores navais.

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Conclusão
A Teoria Institucional da Arte afirma que o artefacto é o resultado da apreciação de
pessoas do mundo da arte que o definem como tal, e dessa forma, qualquer artefacto o objeto pode
tornar-se numa obra de arte. Uma obra de arte é arte por causa da posição que ocupa dentro de
uma prática cultural. A autoridade que confere estatuto a uma obra de arte pertence habitualmente
ao mundo da arte. Esta teoria institucional procura ser sobretudo classificativa e descritiva e tenta
explicar por que razão tal objeto é uma obra de arte, mesmo que achemos que ela é péssima.
Talvez a arte seja indefinível, assim como as obras e os artistas a ela ligados, porque a
arte quer ir sempre mais além do pensamento e da realidade procurando ultrapassar a história e o
tempo presente.
Achamos esta Teoria um ponto essencial na história da arte e no conceito de Arte como
um todo, sem ela não teriam sido abertas mentes nem até mesmo sido criados artistas, críticos,
apreciadores e teorias.

Figura 2- "Cadeira com Gordura" Joseph Beuys Figura 1- "A Fonte" Marcel Duchamp

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