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Respostas das perguntas de TGC

1 - Conceitue contrato:
Para Clovis Beviláqua afirma ser o contrato um acordo de vontades para o fim de
adquirir, resguardar, modificar ou extinguir direitos. Negócio jurídico formado pela
declaração de vontades.

2 – O que informa o princípio da Autonomia das Partes?

Se refere a uma liberdade de contratar – está relacionado com a escolha da pessoa ou


das pessoas com quem o NJ será celebrado.

3 - O que informa o princípio da Igualdade Jurídica das Partes?


Em primeira análise, a igualdade nos orienta que precisa ocorrer uma equidade no
contrato celebrado. Diante disso, podemos notar a igualdade formal: aquela prevista em
lei, quando estabelece que “todos são iguais perante a lei”

E, a igualdade material: é a concretização da igualdade na prática, significa “tratar os


iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual na exata medida das suas
desigualdades”.

4 – O que informa o princípio do Pacta Sunt Servanda? Há exceção? Quais?

Este princípio informa uma força obrigatória. O contrato é lei entre as partes, o contrato
deve ser cumprido, uma vez feito o contrato – trará uma segurança jurídica.

Exceções: estado de necessidade; erro, dolo ou coação; lesão; cláusulas abusivas;

Protege as partes de situações abusivas ou injustas.


5 – O que é o princípio da Função Social e Boa-fé Objetiva?
A função Social nos orienta que os contratos devem contribuir para o bem-estar das
partes, respeitando os valores éticos, sociais e jurídicos da sociedade. Já no que tange a
Boa-fé objetiva, informa um padrão de conduta para ser seguido. É o que esperamos do
outro, embora não explícito no contrato.

6 – O que informa o princípio da Dignidade da Pessoa Humana?

Os contratos devem ser celebrados sem violar as partes envolvidas, uma relação
contratual respeitosa, com honestidade.

7 – Quais os elementos constitutivos de um contrato? Conceitue-os.

Acordo entre as partes: manifestação de vontade das partes.


Valor: é a contraprestação ou o preço acordado entre as partes.
Objeto contratado: bem da relação jurídica. Aquilo que as partes comprometem realizar,
transferir ou entregar em virtude do contrato.
8 – Quais são os elementos de validade de um contrato? Conceitue-os.

Agente capaz: é necessário que as partes tenham capacidade jurídica para contratar.

Objeto lícito, possível e determinável: deve ser permitido pela lei e não pode contrariar
a ordem pública, os bons costumes ou direitos de terceiros.

Forma prescrita ou não defesa em lei: a forma prescrita em lei deve ser respeitada, e a
forma não defesa em lei deve ser livremente escolhida pelas partes.

9 – Uma pessoa incapaz, quer absoluta, quer relativamente, pode firmar um


contrato? Quando?
Sim, quando relativamente incapaz deve ser assistido, já o absolutamente incapaz será
representado.
10 - Em que consiste o fenômeno de legitimação?

Legitimação será uma capacidade circunstancial, ex: o genitor só pode vender para um
dos descendentes, caso os demais concordem e o outro cônjuge também.
11 – Quais são os elementos de eficácia de um contrato? Conceitue-os. Tais
elementos são prescindíveis em um contrato?
São:

Condição: acontecimento futuro e incerto.

Termo: acontecimento futuro e certo

Encargo: obrigação acessória assumida por uma das partes em benefício da outra, sem
que isso constitua o objeto principal do contrato.

12 – O que é puntuação? A puntuação tem efeito vinculativo? Quando?

É a fase pré-contratual de um contrato, tendo em vista em vista o contrato futuro, sem


que haja qualquer vinculação entre os participantes (Maria H. Diniz). Mediante a isso,
não há efeito vinculativo.

É possível a responsabilização contratual nessa fase do negócio jurídico pela aplicação


do princípio da boa-fé objetiva, que é inerente à eticidade, um dos baluartes da atual
codificação privada.
13 – Qual a diferença entre pontuação e policitação?

Puntuação é o pré-contrato e a policitação é a manifestação da vontade da proposta (que


deve ser séria, clara, precisa e definitiva)
14 – A proposta pode deixar de ser obrigatória? Em quais momentos?
Sim, no art.428 é informado os casos em quê a proposta deixa de ser obrigatória.

Primeiramente, se, feita sem prazo a pessoa presente, não for imediatamente aceitar
(art.428, I).

Não será considerada também, se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido
tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente (art.428, II).
Não obrigatória se a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo
dado (Art.428, III). E por sim, se antes dela ou juntamente com ela, chegar ao
conhecimento de outra parte – o oblato – a retratação do proponente (Art.428, IV).

15 – Em que consiste a aceitação? A aceitação feita a qualquer tempo é válida?

Aceitar é confirmar a proposta integralmente, sem modificações da proposta. Deve ser


pura e simples (art.431).

16 – Em que momento considera celebrado o contrato?


Quando o aceitante concorda com a proposta, quando há um acordo mútuo e expresso
sobre os termos e condições do contrato.

17 – Em sendo feita a proposta entre pessoas que não estejam em comunicação


direta, qual a teoria acerca do momento em que se considerará celebrado o
contrato?

Teoria da expedição: o contrato é considerado celebrado quando a aceitação é expedida


pelo aceitante, ou seja, quando a comunicação da aceitação é enviada, seja por correio,
telefone, e-mail, fax ou outro meio de comunicação similar.

Nessa teoria, o foco está na emissão da aceitação e não da receptação.

A exceção seria a teoria da recepção: o momento crucial é a recepção da aceitação pelo


proponente, e não sua expedição pelo aceitante. Isso significa que, mesmo que a
aceitação tenha sido expedida pelo aceitante, o contrato só será formado quando o
proponente a receber.

18 – Qual a importância da proposta no que diz respeito ao local em que se


considerará celebrado o contrato?
É importante para a eleição do foro do contrato, em relação ao local de celebração do
contrato reside na determinação clara e inequívoca do local onde as partes se vinculam
ao acordo. Isso é crucial para garantir a certeza jurídica, estabelecer a jurisdição
competente em caso de litígio.

19 – O que é interpretar?

Interpretar é extrair a norma.

20 – No momento de se interpretar um contrato, o que deve levar em consideração


o intérprete?
Interpretar as vontades das partes, esclarecer as intenções das partes.

21 – O que são os contratos bilaterais e unilaterais? E qual a sua responsabilidade


que pode nascer em cada um deles na ocorrência de um ilícito?

Bilaterais: geram obrigações para ambos os contratantes/prestação e contraprestação.


Ex: compra e venda, locação, contrato de transporte.
Responsabilidade: se uma das partes não cumprir com o estipulado em contrato, a outra
parte terá o direito de exigir o cumprimento específico das obrigações estipuladas no
contrato ou buscar reparação pelos danos sofridos

Unilaterias: criam obrigações unicamente para uma das partes/não há contraprestação.


Ex: doação pura, mútuo, comodato, mandato, fiança.

Responsabilidade:

22 – Em que consiste a Teoria da Exceção do Contrato Não Cumprido? Em que


tipos de contratos e quando é possível a sua aplicação?

Quando uma das partes não cumpre suas obrigações de forma substancial ou essencial, a
parte prejudicada pode se recusar a cumprir suas próprias obrigações até que a outra
parte cumpra as suas. Pode ser possível em diversos contratos, a sua aplicação pode
variar dependendo das leis e jurisdições aplicáveis, bem como das circunstâncias
específicas de cada contrato.

23 – Há possibilidade de, por acordo de vontade, abrir-se mão do direito à exceção


do contrato não cumprido? Quando?

Sim, por meio de um acordo de vontades expresso e claro.

24 – O que são contratos gratuitos e contratos onerosos?

Gratuitos: ocorre quando uma das partes tem obrigação e a outra apenas aceita o
benefício. (observar art.114 CC). Os contratos gratuitos são unilaterais.

Onerosos: são aqueles que trazem vantagens para ambos os contratantes. Os contratos
onerosos são bilaterais.

25 – O que são contratos comutativos e aleatórios? Um contrato gratuito pode ser


classificado como comutativo ou aleatório? Por que? Quando?

Comutativos: são aqueles em que as partes desde o início conhecem o montante de sua
prestação e, em geral, há uma certa igualdade entre as prestações, como por exemplo, os
contratos de compra e venda, locação e permuta.

Aleatórios: são aqueles em que as partes não conhecem desde o início o montante de
sua prestação, como por exemplo, os contratos de seguro.
Um contrato gratuito pode ser classificado como aleatório se estiver condicionado a um
evento futuro e incerto, cuja ocorrência determinará a obrigação da parte beneficiária
em relação à outra parte. Por exemplo, uma doação.

O comutativo e aleatório leva em consideração o conhecimento ou não das obrigações,


porque somente nos contratos bilaterias/onerosos quando uma parte conhece a outra.

26 – O que é álea?

É um risco.
27 – Explique e exemplifique a compra e venda de coisa esperada (em razão da
existência)?

O objeto consiste em um negócio jurídico, cuja existência pode ou não acontecer.


Contudo, independentemente o devedor deverá cumprir com a sua obrigação de pagar,
salvo se, o credor sabia da impossibilidade de vim a existir ou não o objeto.

É uma modalidade de contrato em que as partes acordam a compra e venda de um bem


que ainda não existe no momento da celebração do contrato, mas que será produzido,
fabricado ou adquirido no futuro.

Ex: Suponha que João deseja comprar um carro personalizado, mas ainda não foi
produzido. Ele negocia com uma concessionária de carros para adquirir um modelo
específico com determinadas customizações e características especiais. Após as
negociações, João e a concessionária celebram um contrato de compra e venda de coisa
esperada.

28 – E de coisa futura?

O contrato firma a quantidade/espécie do objeto,


O objeto do contrato é algo que vai vir a existir em uma certa quantidade. Se existir
alguma coisa, é o aleatório
O contrato de compra e venda em que o elemento aleatório está em quantidade, o objeto
do contrato consiste em algo que vai existir em alguma quantidade.

29 – E de coisa exposta a risco?


Negociam a transação de um bem que está sujeito a riscos ou incertezas, como danos,
perdas ou depreciação, durante um determinado período de tempo ou em circunstâncias
específicas.

Ex: comprar na shein enquanto a China está em risco.

30 – O que é contrato típico e atípico?


Típico: previsão legal, ex: compra e venda.
Atípico: não tem previsão legal, ex: Mateus tem um apartamento de 500k, faz negócio
com Esther, nisso, ela dará 200k em dinheiro e um carro no valor de 300k.
31 – O que é um contrato nominado e inominado?

Nominado: terá um nome jurídico, reconhecido pelo nosso ordenamento. Ex: contrato
de compra e venda.

Inominado: não terá um nome jurídico, não reconhecido pelo ordenamento. Ex: contrato
de parceria.
OBS:

Nominado = típico

Inominado = atípico

32 – O que são contrato consensuais e reais?

Consensuais: quando a mera manifestação de vontades for suficiente para aperfeiçoar


um contrato. Ex: compra e venda; doação, etc.

Real: é aquele que precisa de entrega do objeto para seu aperfeiçoamento, ex:
comodato.

OBS: o que difere é o aperfeiçoamento (as partes devem cumprir com as suas
obrigações).

33 – Quando um contrato é solene?

Exige uma formalidade (forma escrita). Ex: doação.

34 – Quando um contrato é acessório? Exemplifique.

Dependerá de um outro contrato para existir. Ex: garantia; fiança.


OBS: Se o principal se encerra, o acessório também.

35 – O que são contratos de execução instantânea e o que são contratos de


execução diferida?
Instantânea: o contrato terá uma única prestação. Ex: compra e venda à vista.

Diferida: as obrigações das partes são cumpridas em momentos distintos ao longo do


tempo, estabelecendo-se prazos para o cumprimento das prestações. (mais de uma
prestação).

36 – Qual a relevância de um contrato por prazo determinado e por prazo


indeterminado, quanto a sua possibilidade de rescisão?

Determinado: a rescisão de um contrato por prazo determinado antes do seu término


pode ser mais restrita, pois as partes se comprometeram a cumprir as obrigações pelo
período estipulado. Geralmente, é necessário que haja uma justa causa previamente
estipulada no contrato ou que ambas as partes concordem com a rescisão antecipada.
Indeterminado: não há um prazo específico estabelecido para o fim das obrigações
contratuais. O contrato continua em vigor até que uma das partes decida rescindi-lo, seja
por motivo específico ou sem justificativa.

37 – O que são contratos pessoais e impessoais?

Pessoais: quando a pessoa importa para o contrato.


Impessoais: a pessoa que executará a obrigação, poderá ser qualquer uma.

OBS: o que difere é a pessoa certa ou determinada para cumprir a obrigação.

38 – Quando um contrato será preliminar?

É aquele cujo objeto é a realização de um contrato definitivo. (art. 462 e 466)

Obs: em imóveis, só se faz contrato de imóvel que existe. Na planta é uma mera
promessa de compra e venda.

39 – Nosso ordenamento permite o autocontrato? Quando?

Sim, quando uma mesma pessoa assina o contrato nos dois polos, sendo em nome
próprio e outro por procuração (p/p).

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