Universidade Católica de Moçambique

Faculdade de Ciências e Comunicação

Extensão de Gurué
Curso de Gestão e Administração Educacional

A influência Síndrome de Burnuot (esgotamento profissional) no

Desempenho das Actividades Educativas dos Professores. Caso da
Escola Primária de Borroma
Isaque Ismael Jamal – 712220039

Gurué, Julho de 2023

 Universidade Católica de Moçambique

Faculdade de Ciências e Comunicação

Extensão de Gurué

Curso de Gestão e Administração Educacional

A influência Síndrome de Burnuot (Esgotamento Profissional) no

Desempenho das Actividades Educativas dos Professores. Caso da
Escola Primária de Borroma

Isaque Ismael Jamal – 712220039

Projecto de pesquisa apresentado à

Universidade Católica de Moçambique
Extensão de Gurué como requisito para
elaboração da Dissertação de Mestrado em
Gestão e Administração de Educação

Orientado por: PhD. Bianca Gerente

Gurué, Julho de 2023

Índice
Resumo............................................................................................................................................i
Introdução......................................................................................................................................2
Justificativa.....................................................................................................................................3
Problematização.............................................................................................................................3
Objectivos.......................................................................................................................................4
Objectivo geral...............................................................................................................................4
Objectivos específicos....................................................................................................................4
REVISÃO DA LITERATURA...............................................................................................................5
Conceito.........................................................................................................................................5
Histórico e definição.......................................................................................................................5
Os principais antecedentes organizacionais do Burnuot................................................................6
Sobrecarga de trabalho..................................................................................................................6
Falta de controlo............................................................................................................................6
Sentimento de recompensa insuficiente........................................................................................6
Ausência de comunidade...............................................................................................................6
Falta de justiça................................................................................................................................6
Consequências e manifestações do Burnout..................................................................................7
Sinais de síndrome de Burnout.......................................................................................................7
Exaustão Emocional........................................................................................................................7
Despersonalização..........................................................................................................................7
Falta de envolvimento pessoal no trabalho....................................................................................8
Sintomas da Síndrome....................................................................................................................8
A Síndrome de Burnout nos profissionais da educação................................................................9
Etapas de desenvolvimento e sintomas.........................................................................................9
Os sintomas psíquicos:.................................................................................................................10
Os sintomas comportamentais:....................................................................................................10
A Síndrome de Burnout nos Professores......................................................................................10
A prevenção da Síndrome do Burnout..........................................................................................11
Estratégias de prevenção da Síndrome de Burnout nas instituições escolares............................11
As estratégias de intervenção a nível individual...........................................................................11
A nível grupal/interpessoal...........................................................................................................12
Ao nível organizacional.................................................................................................................12
Metodologia.................................................................................................................................14
Método de abordagem.................................................................................................................14
Tipo de pesquisa...........................................................................................................................14
Quanto aos objectivos..................................................................................................................14
Quanto a natureza........................................................................................................................14
Quanto a abordagem....................................................................................................................14
Quanto aos procedimentos ou técnicas de pesquisa...................................................................15
Participantes da pesquisa.............................................................................................................15
Amostragem.................................................................................................................................15
Instrumentos e técnicas de recolha de dados..............................................................................16
Observação...................................................................................................................................16
A entrevista semiestruturada.......................................................................................................16
Apresentação, Analise e Interpretação dos resultados................................................................16
Resultados esperados...................................................................................................................16
Validação dos resultados..............................................................................................................16
Considerações éticas do trabalho.................................................................................................17
Cronograma de actividades..........................................................................................................17
Orçamento...................................................................................................................................17
6. Referencias Bibliográficas.........................................................................................................19
Resumo
A presente pesquisa visa analisar a relação entre a actividade docente e a sua relação com a
síndrome de Burnuot na Escola Primária de Borroma no distrito de Morrumbala. Parte da
constatação do autor durante as suas actividades defrontar-se com vários educadores que se
apresentam ao trabalho já cansados e desmotivados. Dai que surgiu a necessidade de reflectir a
necessidade de modelos de gestão escolar que podem ser influenciadores da Síndrome de Burnuot
nesta camada profissional. A pesquisa propõe a gestão democrática como um caminho que pode
ajudar os colaboradores a chegar a uma educação de qualidade onde todos possam ser valorizados
evitando que estes sofram da Síndrome de Burnuot que se caracteriza por uma desistência de quem
ainda está na profissão, pois estes profissionais apresentam uma série de sintomas como impotência
diante de problemas que surgem durante as aulas e das precárias condições e trabalho. O Objectivo
geral do projecto é de analisar a influência da Síndrome de Burnuot no desempenho das actividades
educativas dos professores na Escola Primária de Borroma. Os objectivos específicos visam
caracterizar as manifestações da síndrome de Burnuot, Explicar o que é a Síndrome de Burnout,
Identificar os casos da Síndrome de Burnout existentes na escola Primária de Borroma, apresentar os
impactos da Síndrome de Burnout nas actividades dos professores. A metodologia usada para quanto
aos objectivos é exploratória, usar-se-á o método de abordagem indutivo, qualitativo. Os
instrumentos de recolha de dados são a observação entrevista e a pesquisa documental. Com o
presente estudo e em conformidades com objectivos traçados na pesquisa, espera-se melhorias na
parte profissional dos funcionários de modo a desempenharem as suas actividades sem o risco de
desenvolverem a síndrome de Burnout tendo em conta que o objectivo é de que haja uma educação
de qualidade através de uma gestão participativa.

i
Introdução

Cada vez mais percebe-se o aumento da incidência de patologias relacionadas ao alto nível de
exigência do ambiente de trabalho em particular no campo da educação que é o objecto de estudo
da presente pesquisa estas, afectam o físico e psicológico dos funcionários.
A elaboração deste projecto de pesquisa visa apresentar métodos de identificação, prevenção da
síndrome no sector da educação em particular na Escola Primária de Borroma porque nesta área a
actividade docente apresenta condições de trabalho físicas, emocionais e psicológicas desgastantes
(Varella, 2014), a pesquisa vai permitir a antecipação através da aplicação das medidas preventivas e
a rápida identificação dos sintomas pelos gestores escolares para que o mesmo tome as medidas de
prevenção deste problema
O stress excessivo e prolongado denominado Burnuot é decorrente do estado de exaustão
emocional, mental e físico do indivíduo, especialmente naqueles cuja profissão exige envolvimento
interpessoal directo e intenso como é o caso do sector da actividade de docente. Os sintomas deste
problema apresentam-se pela falta de motivação e interesse no desenvolvimento de actividades, a
produtividade é reduzida e percebe-se a mudança no comportamento do sujeito, o qual se sente
cada vez mais impotente, desesperado e ressentido (Helpguide, 2014). Quanto a estrutura o projecto
apresenta a introdução, a justificativa, a problematização, os objectivos, as hipóteses, o segundo
capítulo centra-se na revisão da literatura, o terceiro capítulo estão as metodologias que permitirão a
concretização da pesquisa, a seguir apresenta-se o cronograma das actividades e o orçamento. Na
parte final constam as referências bibliográficas consultadas ao longo da pesquisa.

2
Justificativa
A escolha do tema se deve a aspectos vivenciados pelo autor aquando o exercícios das suas funções
na escola primária de Borroma onde os professores estão expostos a diversos factores estressores
ocupacionais tais como: falta de concentração dos alunos às orientações para as tarefas, mau
comportamento dos alunos, deficiente participação dos pais e/ou encarregados de educação (Abacar
& Aliante, 2016), limitadas oportunidades de desenvolvimento e crescimento profissional (i.e.
mudança de carreira, progressões e promoções), baixos salários e remunerações, precárias
condições de trabalho, sobrecarga de trabalho, maior quantidade de alunos por turma, falta de
oportunidades para a continuação de estudo, atribuição de culpa pelo fracasso dos alunos, falta de
apoio social, carência de planos de benefícios sociais e oscilação de datas de pagamento de salários
(Aliante & Abacar, 2019), aspectos que, se persistentes, podem propiciar o surgimento de Burnuot.
Assim sendo, os Profissionais tem sido idealistas, dedicados e exigentes consigo mesmos, estando
mais propensos a sofrer desta síndrome, assim como, aqueles que estão propensos a serem
desorganizados, com baixos salários, poucas possibilidades de promoção, assédio moral e
competição excessiva no ambiente de trabalho
Estudar este tema vai poder ajudar aos docentes e gestores escolares a identificarem este problema
e visto que a síndrome se manifesta marcadamente em educadores, em virtude do universo
diversificado de alunos que convivem, pois Tomazela et al. (2007), afirma que, sua principal
manifestação é a desistência do profissional em se envolver e manifestar satisfação com o trabalho
que realiza. Portanto, a síndrome atinge principalmente profissionais que são encarregados de cuidar
de pessoas e que por isso estão mais propensos a estabelecer vínculos afectivos.
A nível profissional poderá despertar aos funcionários da necessidade de estarem atentos aos
sintomas que mostram o desenvolvimento da síndrome e tomar precauções de modo a que a doença
não se agudze
Aos gestores escolares a procurarem estratégias de liderança que não seja vector no
desenvolvimento da síndrome aos seus colaboradores
Ao novel académico este estudo poderá trazer subsídios de estratégias de gestão escolar que seja
eficiente ao combate da síndrome de Burnout.

Problematização
Na gestão escolar existe a necessidade de reflectir a função dos gestores escolares na adopção de
modelos de gestão escolar que não sejam influenciadores da Síndrome de Burnuot nesta camada
profissional. Na Escola Primária de Borroma no distrito de Morrumbala, constata-se que vários
educadores apresentam-se ao trabalho já cansados e desmotivados, sempre controlando o relógio
para ver os minutos que faltam para largar e contando os dias para o fim-de-semana ou férias. É
notório também que maior parte dos docentes e funcionários no geral não se identificam com o seu
trabalho pois mostram indisposição em dar respostas satisfatórias ou até ralham durante o exercício
das suas funções resultando deste modo o mau atendimento dos utentes dos serviços daquela
instituição. A ausência de conhecimento por parte dos gestores da educação permite que o sintoma
do Burnuot muitas vezes nem seja percebido, resultando em graves consequências ao trabalhador
não somente no âmbito profissional, afectando também sua vida pessoal. Tendo em conta que a
adopção de gestão democrática é um caminho que pode ajudar os colaboradores a chegar a uma
educação de qualidade onde todos possam ser valorizados evitando que estes sofram da Síndrome

3
de Burnuot que se caracteriza por uma desistência de quem ainda está na profissão, porque os
profissionais apresentam este problema têm uma série de sintomas como impotência diante de
problemas que surgem durante as aulas e das precárias condições e trabalho. Tendo em conta essas
constatações e porque o objectivo é de que haja uma educação de qualidade através de uma gestão
participativa propôs-se a seguinte questão norteadora:

-Até que ponto a Síndrome de Burnuot influência as actividades educativas dos professores na Escola
Primária de Borroma?

Objectivos

Objectivo geral
 Analisar a influência da Síndrome de Burnuot no desempenho das actividades educativas dos
professores na Escola Primária de Borroma.

Objectivos específicos
 Caracterizar as manifestações da síndrome de Burnuot
 Explicar o que é a síndrome de Burnout
 Identificar os casos da Síndrome de Burnout existentes na escola Primária de Borroma;
 Apresentar os impactos da Síndrome de Burnout nas actividades dos professores.

4
REVISÃO DA LITERATURA

Conceito
O Burnout foi definido por Maslach e Jackson (1981) como:

Uma síndrome de exaustão emocional, despersonalização e de redução de realização pessoal, sendo

causada pelo prolongamento de situações de elevada exigência emocional no local de trabalho e que
podem ocorrer nos profissionais da área dos serviços humanos. Os autores referem ainda que o
Burnuot pode ser especificado como uma síndrome psicológica de exaustão, cinismo e de ineficácia no
local de trabalho (p.34).

A síndrome de Burnuot tem sido definida como uma resposta ao stresse crónico no trabalho,
integrando atitudes e sentimentos negativos em relação às pessoas com as quais trabalhamos
(atitudes de despersonalização) e ao próprio papel profissional (falta de realização profissional no
trabalho), assim como pela experiência de estar emocionalmente esgotado (exaustão emocional).
Esta resposta ocorre com frequência nos profissionais de saúde e, em geral, nos profissionais de
organizações de serviços que trabalham em contacto directo com os utentes (Gil-Monte e Peiró,
1997; Gil-Monte, 2001 p.33).

Burnout pode ser o resultado de stress rigoroso, mas não é o mesmo que o excesso de stress. O
stress, em geral, envolve muitas pressões que exigem muito do indivíduo fisicamente e
psicologicamente. Pessoas estressadas ainda podem imaginar que caso tenham tudo sob controle
irão se sentir melhor (Helpguide.ORG, 2014). No Quadro 1 estão apresentadas as características do
stress e a síndrome de Burnuot.

Diferentemente do stress, na síndrome, a pessoa se sente vazia, desprovida de motivação e de

carinho

No caso da síndrome é importante ressaltar que o problema é sempre relativo ao mundo do

trabalho. O Burnuot afecta especialmente aqueles profissionais obrigados a manter contacto
próximo com outros indivíduos e dos quais se espera uma atitude, no mínimo, solidária com a causa
alheia (Conheça, 2014 p.100).

O stress, em geral, envolve muitas pressões que exigem muito do indivíduo fisicamente e
psicologicamente. Pessoas stressadas ainda podem imaginar que caso tenham tudo sob controle irão
se sentir melhor (Helpguide, 2014).

Histórico e definição
De acordo com Varella (2014): a síndrome de Burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, é
um distúrbio psíquico descrito em 1974 por Freudenberger, um médico americano. O transtorno está
registado no Grupo V (transtornos mentais e do comportamento relacionados com o trabalho) da
CID-10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde)
conforme consta na Portaria nº 1339/99 (Brasil, 1999 p.45).

O Termo Burnout tem origem na língua inglesa, a partir da união de dois termos: burn e out, que
Ela ocorre respectivamente significam queimar e fora. A união dos termos é melhor traduzida por
algo como “ser consumido pelo fogo” (Ferrari, 2014). A partir da década de 80, autores como
5
Maslach e Jackson (1981 apud Codo; Vasques-Menezes, 2014) passaram a usar esse termo para
designar a síndrome como uma reacção à tensão emocional crónica gerada a partir do contacto
directo e excessivo com outros seres humanos, particularmente quando estes estão preocupados ou
com problemas. Cuidar exige tensão emocional constante, atenção perene; grandes
responsabilidades espreitam o profissional a cada gesto no trabalho. O trabalhador se envolve
afectivamente com os seus clientes, se desgasta e, num extremo, desiste, não aguenta mais, entra
em Burnuot.

Os principais antecedentes organizacionais do Burnuot

Essas seis áreas em conjunto representam os principais antecedentes organizacionais do Burnuot
(Maslach et al, 2001; Maslach 2009):

Sobrecarga de trabalho
É geralmente encontrada como sendo uma carga de trabalho excessiva, através da fórmula simples,
muito que fazer provoca exaustão ao indivíduo, na medida em que a recuperação se torna
impossível. Por outro lado, ocorre quando os indivíduos estão no trabalho errado, quando não
possuem as habilidades ou apetência para um determinado trabalho ou quando lhes são exigidas
emoções incompatíveis com os seus sentimentos. Geralmente, a sobrecarga de trabalho está
directamente relacionada com a exaustão do Burnuot (Maslach 2009 p.33).

Falta de controlo
De acordo com Varella (2014) a falta de controlo está relacionada com a ineficácia ou com a reduzida
realização pessoal causando Burnuot. Os indivíduos que não são envolvidos ao nível das decisões
inerentes à sua prática profissional podem enfrentar uma crise de controlo, bem como de sobrecarga
de trabalho. Esta falta de controlo, na maioria das vezes indica que os indivíduos não têm autonomia
para resolver os seus problemas, ou para fazer as suas escolhas de modo a contribuir para alcançar
os resultados pelos quais poderão ser responsabilizados mais tarde.

Sentimento de recompensa insuficiente

Esta situação ocorre quando os indivíduos crêem que não estão a ser devidamente recompensados
face ao seu desempenho. Por vezes, a recompensa financeira pode ser insuficiente, como por
exemplo, quando o indivíduo não recebe o salário e benefícios compatíveis com o seu trabalho.
Ainda mais importante, é a falta de reconhecimento social, ou seja, quando há desvalorização do
trabalho e dos trabalhadores. Além disso, a falta de recompensas intrínsecas (como o orgulho em
fazer algo importante e de fazê-lo bem) também pode ser uma parte crítica dessa incompatibilidade.
Assim, a falta de recompensa está associado a sentimentos de ineficácia. Por outro lado, o
reconhecimento positivo neste tipo de situação é importante para evitar o Burnuot.

Ausência de comunidade
Ocorre quando os indivíduos perdem o senso de ligação positiva com os outros no local de trabalho.
As relações de trabalho prosperam quando os indivíduos são elogiados e se sentem confortáveis.
Para além da troca emocional e da ajuda instrumental, este tipo de apoio social reafirma a adesão do
indivíduo a um grupo com um sentido de partilha de valores. Infelizmente, alguns trabalhos isolam os
indivíduos ou tornam impessoal o contacto social.

6
Falta de justiça
A falta de justiça e de respeito entre colegas que trabalham juntos influencia negativamente o bom
ambiente de trabalho e o sentimento de comunidade. O respeito mútuo entre as pessoas é
fundamental para um sentimento comum da comunidade. As situações de injustiça podem ocorrer
quando há desigualdade na carga de trabalho ou de vencimentos. A falta de justiça agrava o Burnuot
de duas formas:

a) Ser tratado de forma injusta é uma experiência emocionalmente desgastante e cansativa;

b) A injustiça vai alimentando um sentimento de cinismo em relação ao local de trabalho. 6. Conflito

de valores: o conflito de valores pode ocorrer quando existe um conflito entre as exigências da
profissão e os princípios e valores do próprio indivíduo. Os indivíduos podem sentir-se constrangidos
quando têm de realizar algo que não se enquadra com os princípios da ética e com os seus próprios
valores. Os conflitos de valores também podem ocorrer quando as aspirações pessoais não
acompanham os valores da organização, ou quando a qualidade de atendimento choca com a
contenção de custos da organização. Nestas situações é provável que surja o Burnuot.

Consequências e manifestações do Burnout

A síndrome de Burnuot é um problema social de primeira ordem, pois é um transtorno de adaptação
crónica, que prejudica a qualidade de vida do profissional e a qualidade do seu trabalho assistencial,
levando a um aumento dos custos económicos e sociais (Estella, et al 2002 p.56).

Segundo Zamora et al (2004) os problemas resultantes do Burnout podem ser de ordem interpessoal
(problemas familiares e sociais); pessoal (perturbações psicossomáticas, os problemas psicológicos,
tais como, hostilidade, ansiedade e depressão) e comportamental (absentismo, atrasos e diminuição
na qualidade do trabalho) que influenciam o rendimento no trabalho.

Assim, e de acordo com Zamora te al (2004):

As manifestações do Burnout são visíveis a dois níveis: o individual e o organizacional. Existe

um conjunto de sintomas clínicos do burnout: a exaustão, o afastamento, o aborrecimento, o
cinismo, a impaciência e a irritabilidade elevada, os sentimentos de omnipotência, a suspeita
de não se ser apreciado, a paranóia, a desorientação, a negação de sentimentos e as queixas
psicossomáticas (p.27).

Para Maslach e Jackson (1981) o burnout está relacionado com diversos indicadores autorelatados
tais como: a insatisfação pessoal, exaustão física, insónias, aumento de hábitos aditivos (álcool e
drogas), problemas conjugais e familiares, entre outros, contribuindo deste modo, para o abandono
profissional, o absentismo e a baixa moral, podendo degradar a qualidade dos serviços prestados
(p.40).

Sinais de síndrome de Burnout

Exaustão Emocional
De acordo com Varella (2014) as situações em que os trabalhadores sentem que não podem dar mais
de si mesmos a nível afectivo. Percebem esgotada a energia e os recursos emocionais próprios,
devido ao contacto diário com os problemas.

7
Despersonalização
Desenvolvimento de sentimentos e atitudes negativas e de cinismo às pessoas destinatárias do
trabalho (usuários / clientes) – endurecimento afectivo, ‘coisificação’ da relação Varella (2014)

Falta de envolvimento pessoal no trabalho

Tendência de uma ‘evolução negativa’ no trabalho, afectando a habilidade para realização do
trabalho e o atendimento, ou contacto com as pessoas usuárias do trabalho, bem como com a
organização. quando a pessoa se sente sobrecarregada e incapaz de atender às demandas
constantes. Como o stress continua, começa a perder o interesse ou a motivação que o levou a
assumir um determinado papel, de forma que as coisas já não o importam mais e qualquer esforço
lhe parece ser inútil. O desgaste emocional danifica os aspectos físicos e emocionais da pessoa.
(Einstein, 2009 p.56)

Caracterizada por ser o ponto máximo do stress profissional, pode ser encontrada em qualquer
profissão, mas em especial nos trabalhos que exijam envolvimento interpessoal directo e intenso em
que há impacto na vida de outras pessoas. Afecta principalmente, profissionais da área de serviços
(educação, saúde, assistência social, recursos humanos, agentes penitenciários, bombeiros, policiais
e mulheres que enfrentam dupla jornada correm risco maior de desenvolver o transtorno) (Menezes,
2014 p.21).
Outras características que podem incentivar a síndrome são: idealismo elevado, excesso de
dedicação, alta motivação, perfeccionismo, rigidez (Conheça , 2014).
Em um momento inicial, a principal característica é a dedicação extrema à actividade profissional,
identificada muitas vezes por horas extras em excesso. Para isso, negligencia-se a vida pessoal,
reduzindo o convívio familiar e o interesse em possíveis hobbies ou outras actividades prazerosas,
até passar a uma dedicação quase exclusiva ao trabalho (Einstein, 2013).

A correria do dia-a-dia, as relações entre chefes e subordinados, a sobrecarga de tarefas e a pressão

institucional compõem uma rotina extenuante. Com o isolamento social, a exaustão tende a se
intensificar e o quadro piora. “Nesse momento, a pessoa percebe que tem algo errado, já que não
consegue mais se organizar, fica mais intolerante e perde a empatia com os outros. Nada a atrai. No
trabalho, sente-se exaurida e não tem válvula de escape” (Conheça , 2014).

Sintomas da Síndrome
Os sintomas podem variar de pessoa para pessoa, existem aproximadamente 130 sintomas da
síndrome de Burnout (Frazão, 2014). De um modo geral, o sintoma típico da síndrome é a sensação
de esgotamento físico e emocional que se reflecte em atitudes negativas, como ausências no
trabalho, agressividade, isolamento, mudanças bruscas de humor, irritabilidade, dificuldade de
concentração, lapsos de memória, ansiedade, depressão, pessimismo, baixa auto-estima (VARELLA,
2014). Além destes, a falta de energia, entusiasmo, motivação, ideias, alegria, satisfação, interesse,
sonhos, concentração e autoconfiança complementam o quadro.
Cada um apresenta os seus próprios sintomas, mas deve-se destacar:
a) Indisposição para agradar ou ser agradado;

b) Desejo de alguma coisa que não se sabe o que é;

c) Atitudes negativas em relação à vida e a si próprio;

8
d) Sensação de que dará muito trabalho e gastará muita energia para fazer aquilo que antes parecia
ser divertido;

e) Sensação de estar preso em uma esteira rolante;

f) Sensação de estar sempre carregando uma cruz;

g) Excesso de coisas para fazer e pouco tempo para se dedicar a elas.

A mentalidade de vítima é um sintoma clássico de esgotamento, além da síndrome do “eu não

quero”: “eu não quero ir para o trabalho”, “não consigo pensar em nada divertido”, “não quero fazer
minhas tarefas ou ver amigos” (MCGEE-COOPER; TRAMMELL; LAU, 1997, p. 131).
As manifestações físicas associadas a síndrome são: dor de cabeça, enxaqueca, cansaço, sudorese,
palpitação, pressão alta, dores musculares, insónia, crises de asma, distúrbios gastrintestinais
(VARELLA, 2014). Em mulheres, as alterações no ciclo menstrual são um sintoma físico importante
(FERRARI, 2014).

A Síndrome de Burnout nos profissionais da educação

Etapas de desenvolvimento e sintomas

De acordo com Reinhold (2002), a síndrome de Burnout tem diversas etapas de manifestação:
idealismo, realismo, estagnação e frustração ou quase Burnout, apatia, Burnout total e o fenómeno
fénix. Na etapa inicial há um grande entusiasmo do educador em relação ao trabalho, a seguir há a
constatação que as ideologias e aspirações do educador não serão alcançadas e que o esforço
empreendido pelo mesmo não será recompensado. Então ele passa a se sentir frustrado (Silva;
Carlotto, 2003).
Para lidar com esta frustração, o professor passa a investir ainda mais no trabalho, em busca da sua
realização, mas se sente ainda mais desiludido e incompetente (Aceves, 2006). Desta forma, o
entusiasmo e o prazer de leccionar cedem, cada vez mais, lugar à frustração e é neste momento que
se inicia a fase de estagnação ou quase Burnout (Carloto, 2003). Nesta etapa aparecem os sintomas
mais perceptíveis do Burnout, irritação, isolamento, atrasos e absenteísmo (Ibidem). O docente
demonstra grande apatia e sinais de estresse crónico, e é nesta etapa que ele ostenta um enorme
desânimo com a educação, auto-estima bastante abalada, depressão, desejo de abandonar a
profissão, podendo chegar a situações agudos com uso de substâncias químicas e psicotrópicas, além
de casos mais graves com tentativas de suicídio (Aceves, 2006).

De acordo com Reinhold (2002. p. 65), essa síndrome não surge em curto espaço de tempo, mas sim,
devido a exposição acumulativa ao longo do tempo de actuação profissional, aos factores
estressantes, de esgotamento físico e mental, tendo como primeiros sintomas ao chegar no
ambiente de trabalho, os ataques de pânico (escola).

Benevides-Pereira e Moreno-Jimenez (2003) caracterizam a síndrome de Burnout pela presença de

quatro tipos de sintomas:

Sensação de fadiga progressiva e constante, distúrbios do sono, dores musculares ou ósseas,

cefaleias, enxaquecas, perturbações gastrointestinais, imunodeficiência, transtornos

9
cardiovasculares, perturbações do sistema respiratório, disfunções sexuais e alterações menstruais
nas mulheres.

Os sintomas psíquicos:
De acordo com Benevides-Pereira e Moreno-Jimenez (2003) os principais sintomas psíquicos são a
falta de atenção e de concentração, alterações de memória, dentificação do pensamento,
sentimentos de alienação, solidão, insuficiência, impaciência, desânimo, depressão e desconfiança.

Os sintomas comportamentais:
Irritabilidade, agressividade, incapacidade em relaxar, dificuldade em aceitar mudanças, perda de
iniciativa, aumento do consumo de substâncias, comportamento de alto risco e aumento da
probabilidade de suicídio (Santos et al., 2018).

A Síndrome de Burnout nos Professores

Num estudo realizado entre 2010 e 2013 por Patrão (2016, cit Santos et al., 2018) mostrou que o
Burnout estava presente em 30% da amostra constituída por cerca de 1000 professores de escolas
portuguesas que leccionavam a alunos do 2º e 3º ciclo e do secundário, e salientou que o Burnout
constitui um risco que não só afecta o professor, mas também todo o contexto educacional,
interferindo na realização dos objectivos pedagógicos sendo fundamental intervir e prevenir (Santos
et al., 2018).

Nos últimos anos decorreram mudanças no sistema de ensino como o aumento de alunos por turma,
sobrecarga de horário dos professores, congelamento das progressões na carreira ou adiamento na
idade de aposentação alertando para as questões ligadas ao papel de professor, desde a avaliação de
desempenho profissional até à utilização de estratégias eficazes face a mudanças no contexto
educativo, consideradas de extrema importância para o seu bem-estar (Santos et al., 2018).

Em termos individuais, os efeitos do stress profissional e do Burnout em professores manifestam-se

através da alteração de hábitos, falta de entusiasmo e de criatividade no trabalho dificuldades de
concentração, e irritabilidade, baixo autoconceito na sala de aula, insatisfação profissional e reacções
emocionais excessivas e acontecimentos do dia-a-dia. A longo prazo são referidos também a
depressão, a ansiedade, e consumo excessivo de álcool e a maior probabilidade de aparecimento de
certas doenças. No que concerne à instituição escolar, esses efeitos reflectem-se sobretudo na baixa
qualidade educacional, na falta de eficiência e na influência indesejável no desempenho dos alunos.
O Burnout em professores afecta o contexto educacional e interfere na obtenção de objectivos
pedagógicos, levando estes profissionais a um processo de exaustão emocional despersonalização e
falta de realização e originando problemas de saúde, absentismo e intenção de abandono da
profissão (Rita et al., 2010).

No que refere às fontes do stress no exercício da actividade docente, já na década de 90, agrupou-se
em seis categorias: comportamento dos alunos, pressão do tempo e carga de trabalho, espírito de

10
curiosidade fraco, fracas condições de trabalho, poucas perspectivas sobre o salário e progressões na
carreira e lidar com mudanças (Santos et al., 2018).
O stress e o Burnout em professores têm sido associados com inúmeras variáveis relacionadas com o
seu desempenho, entre elas destacam-se baixos salários, precariedade das condições de trabalho,
grande exigência de tarefas burocráticas, elevado número de turmas e de alunos, falta de formação e
competências face a novas situações, pressão de tempo para o desempenho das tarefas, exigência na
relação com alunos e pais e suas preocupações pessoais extra-escola (Rita et al., 2010).
Como refere Rita et al. (2010), alguns estudos defendem que o tipo de stress em professores difere
entre os vários níveis de ensino. Quando o professor lecciona a níveis escolares mais baixos, o stress
parece estar mais relacionado com as relações profissionais.

A prevenção da Síndrome do Burnout

Segundo Alves, (2018) a Burnout não é um problema do indivíduo, mas sim do ambiente social onde
este desempenha o seu trabalho. Se as empresas/serviços não forem sensíveis a esta situação e
esquecerem o lado humano de qualquer actividade, contribuem para “uma grave deterioração do
desempenho destes no trabalho”, evidenciando-se prejuízos não só pessoais (dentro da empresa)
como, também, com outras pessoas das suas inter-relações, particularmente a família e os amigos
(Nogueira, 2016).
Todas as medidas preventivas deverão aumentar os desafios e satisfação no trabalho, considerando
as dimensões individual e organizacional e qualquer que seja o método utilizado para a resolução da
SB, o primeiro passo terá de passar pelo reconhecimento da própria existência e consequentemente
a elaboração de estratégias para prevenir e/ou tratar.

Estratégias de prevenção da Síndrome de Burnout nas instituições escolares

A prevenção da SB consiste em aumentar a variedade de rotinas, para evitar a monotonia, prevenir o
excesso de horas extras, dar o melhor suporte social às pessoas e melhorar as condições sociais e
físicas de trabalho e investir no aperfeiçoamento profissional e pessoal dos trabalhadores. Numa
perspectiva psicossocial, o Burnout tem sido entendido como o resultado de um contexto laboral
desfavorável, de características individuais; dessa forma, as intervenções e os programas preventivos
procuram enforcar programas centrados na resposta do individuo, onde consistem basicamente na
aprendizagem, por parte do trabalhador, de estratégias de enfrentamento adaptativas frente às
situações stressantes. Entre outros factores, trata-se de modificar as condições ocupacionais, a
percepção do trabalhador e a forma de enfrentamento diante de situações de estresse ocupacional
(Ruviara & Bardagi, 2010).

Segundo Nogueira (2016), as estratégias de prevenção podem ser de três níveis:

 Individual,
 Grupal e
 Organizacional.

As estratégias de intervenção a nível individual

De acordo com Rita et al. (2010) as estratégias podem incluir intervenções educacionais (ensinando o
indivíduo a desenvolver estratégias de coping e a comportar-se de forma específica e adequada
perante os procedimentos da organização), formação e capacidade profissional, isto é, o tornar-se

11
competente no trabalho desempenhado, o estabelecer parâmetros e objectivos e o participar em
programas de prevenção de stress.

Ainda a este nível de intervenção individual, o profissional teria que repensar a sua rotina de
trabalho, aumentar a variedade de rotinas; fazer pausas durante o trabalho; evitar o excesso de
horas extra; estabelecer prioridades e limites para si mesmo; exigir supervisão, melhores condições
de trabalho e salário justo; fazer exercício físico; valorizar o papel da família, do lazer e da
formação/aperfeiçoamento pessoal e profissional e realizar uma dieta regular (Rita et al., 2010).

A nível grupal/interpessoal
De acordo com Nogueira, (2016) é crucial procurar e fomentar o apoio social no trabalho, junto dos
colegas ou dos patrões pois, assim, os indivíduos afectados, obtêm informação nova, adquirem novas
capacidades ou melhoram as que já possuem, aumentam a realização pessoal, diminuem a exaustão
emocional, melhoram as atitudes de cariz negativo face aos outros, obtêm reforço social e feedback
sobre a execução das tarefas, apoio emocional e conselhos ou outros tipos de ajuda necessários.
Desta sorte, e atendendo às técnicas que se baseiam nestas estratégias sociais, modelam, reforçam,
ensaiam e generalizam condutas alternativas faces às exigências da vida pessoal e profissional
(Nogueira, 2016).

Ao nível organizacional
Nogueira (2016) citado por Martins, 2022 afirma que é essencial atender ao nível organizacional por
ser a origem do problema no contexto organizacional, e relacionar as estratégias individuais e
interpessoais de forma a torná-las eficazes, neste mesmo contexto. As estratégias mais relevantes
são os programas de prevenção para melhorar o ambiente e o clima no local de trabalho, tais como:
programas de socialização antecipada (tentam dar uma visão realista do trabalho e,
simultaneamente, desenvolver aptidões nos trabalhadores para solucionarem, de forma efectiva, as
dificuldades encontradas); programas de desenvolvimento organizacional (baseiam-se na
implantação de sistemas de avaliação e feedback); programas de valorização e desenvolvimento
profissionais (a sua finalidade é aperfeiçoar o ambiente e o clima da instituição, mediante a
implementação de equipas eficazes com um esforço sistemático, planificado e focalizado a longo-
prazo, na cultura e nos seus processos sociais e humanos).

Tratamento

Para um tratamento eficaz, é importante ressaltar a relevância de um diagnóstico realizado de

maneira competente, para que não se cometam erros, como a confusão entre burnout e depressão,
bastante comum nos estágios iniciais, pela similaridade de sintomas (Ferrari, 2014). O ideal é
procurar um especialista no tema e fazer exames psicológicos.

Para sua detecção, deve-se fazer um exame minucioso e analisar se os problemas enfrentados estão
relacionados ao ambiente de trabalho ou à profissão. É necessário avaliar se é o ambiente
profissional que causa o stress ou se são as atitudes da própria pessoa que passam a ser o estopim
(Einstein, 2009).

12
Assim como a grande maioria dos casos de adoecimento psicológico com consequências de
somatização (são os problemas de saúde que ocorrem devido a causas mentais e emocionais), o
tratamento da síndrome de burnout deve compreender uma estratégia multidisciplinar:
farmacológico, psicoterapêutico e médico (Ferrari, 2014).

Com relação ao uso de medicamentos, o tratamento normalmente associa-se a antidepressivos e

ansiolíticos (Ferrari, 2014). Os mais utilizados são os anti-depressivos, que tendem a diminuir a
sensação de inferioridade e de incapacidade, que são os principais sintomas manifestados pelos
portadores da síndrome de burnout (Frazão, 2014).

A psicoterapia é determinante, pois o terapeuta ajuda o paciente a ultrapassar as crises, através da

orientação do indivíduo e de sua família, potencializa os efeitos do uso de medicamentos através da
ressignificação e da retomada dos sentidos da história de vida do sujeito. As terapias podem ser em
grupos, incluindo aulas de dança e teatro que proporcionam ao indivíduo a troca de experiências, o
autoconhecimento, maior segurança e o convívio social. Além desses, o acompanhamento médico e
a alteração de hábitos são dimensões importantes, como actividade física regular e exercícios de
relaxamento, os quais também ajudam a controlar os sintomas (; Ferrari, 2014).

Para Helpguide.org (2014), o processo de tratamento do burnout pode ser resumido de acordo com a
abordagem “Três R”:

a) Reconhecer: prestar atenção aos sinais de alerta da síndrome;

b) Reverter: desfazer o dano por meio do gerenciamento dos sintomas e busca de apoio;

c) Resiliência: construção da capacidade de resistência ao stress por meio do cuidado da saúde física
e emocional.

13
Metodologia
A presente pesquisa pretende abordar o fenómeno Síndrome de Burnout em profissionais da
educação. A Escola Primária de Borroma é o campo de pesquisa devido ao facto de ter-se notado
casos frequentes de colaboradores com esses sintomas. Porém para os efeitos deste estudo,
recorrer-se à especificamente, a Escola Primária de Borroma. Nesta escola, serão feitas entrevistas
com alguns docentes, procurar-se-á perceber se os factores que condicionam a síndrome de Burnuot
e qual é a actuação dos gestores escolares no enfrentamento deste problema.
Assim sendo, as entrevistas a serem feitas, procurarão captar as motivações que fazem com que os
haja a prevalência da síndrome de Burnuot em docentes da escola primária de Borroma e que
estratégias são adoptadas pelos gestores escolares na identificação deste problema e a sua solução,
Procurar-se á perceber se os profissionais conhecem este problema e que medidas são tomadas
pelos profissionais no controle desta doença.

Método de abordagem
Para os efeitos desta pesquisa propõe-se abordar o objecto de estudo (a influencia da síndrome de
Burnuot na escola de Borroma) com base no método indutivo. Este método vai permitir considerar
que a realidade patente nos casos da síndrome de Burnout entre os professores desta escola
registados no local da pesquisa, optar-se-á pelo uso deste método da indução científica, vai permitir
explicar o facto.

Tipo de pesquisa

Quanto aos objectivos

Tendo em vista seus objectivos, a pesquisa é exploratória, porque proporcionará maior familiaridade
com o problema, tornando mais explícito, o fenómeno da síndrome de Burnuot na Escola Primária de
Borroma, explorando as opiniões dos professores sobre as suas consequências. Segundo Gil (1999)
“as pesquisas exploratórias, visam proporcionar uma visão geral de um determinado facto, do tipo
aproximativo”(p.64).

Quanto a natureza
Do ponto de vista da sua natureza, a pesquisa é aplicada, porque procurará solucionar o problema sã
Síndrome de Burnout na escola Primária de Borroma.

De acordo com Freitas (2004),“a pesquisa aplicada gera conhecimentos para aplicação prática
dirigidos a solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais”(p.51).

14
Quanto a abordagem
Relativamente a abordagem do problema será usada a pesquisa qualitativa.

Para Knechtel(2014) “a modalidade da pesquisa qualitativa procura compreender informações para

que factores são responsáveis pela síndrome de Burnout aos funcionários da escola Primária de
Borroma” (p.106).

O autor escolheu este tipo de pesquisa para a sua investigação por se tratar de um tipo que segundo
Knechtel (2014):

(…) interpreta as informações por meio da interacção participativa e a interpretação do

discurso dos sujeitos o que além de basear-se na interpretação dos fenómenos observados e
no significado que carrega, para interpretação dos dados”(p.106).

Quanto aos procedimentos ou técnicas de pesquisa

Quanto aos procedimentos é uma pesquisa de campo.

Esse tipo de pesquisa ocorre quando “envolve a interrogação directa das pessoas cujo
comportamento desejamos conhecer através de algum tipo de questionário” (Prodanov&Freitas,
2013, p.57).

O autor escolheu este tipo de pesquisa para sua investigação porque só com o levantamento
bibliográfico não será suficiente para que os objectivos da pesquisa sejam atingidos, pelo que haverá
a necessidade do autor deslocar-se a Escola Primária de Borroma, onde através da interacção com os
intervenientes da pesquisa e o uso dos instrumentos da pesquisa, inteirar-se-á sobre o fenómeno.

Usar-se à também a pesquisa bibliográfica, porque será desenvolvida com base em material já
elaborado (artigos, monografias, manuais) que abordam sobre a síndrome de Burnout nos
profissionais da educação, nacionais e internacionais, os quais se encontram ao longo e no final do
trabalho.

De acordo com Oliveira (2007) “a pesquisa bibliográfica é o estudo e análise de documentos de

domínio científico tais como livros, periódicos, enciclopédias, ensaios críticos, dicionários e artigos
científicos, sendo a principal finalidade proporcionar aos pesquisadores o contacto directo com
obras, artigos ou documentos”.

Variáveis da pesquisa

Para a análise da incidência de Burnout e entre os professores a pesquisa vai usar as variáveis
sociodemográficas e laborais, nomeadamente idade, sexo, estado civil, tempo de serviço, nível de
escolaridade e profissional, número de alunos, classe que lecciona e carga horária semanal. A
pesquisa vai incidir também sobre a relação docente/direcção de escola de modo a perceber se a o
modelo de gestão não influencia no surgimento dos sintomas da síndrome de Burnout na escola
primária de Borroma.

Participantes da pesquisa
De acordo com Prodanov e Freitas (2012) são basicamente aquelas pessoas ou grupos de pessoas
que fazem parte dos colectivos, cujas características, opiniões, experiências, condições de vida, entre
outros rasgos e atributos acabam sendo de interesse particular para pesquisadores (p. 175)
15
Para a presente pesquisa será constituída 12 docentes, o que participarão da entrevista e o inquérito
de modo a analisar a influência da síndrome de Burnout do desempenho dos profissionais daquela
instituição. O critério da escola da amostra será intencional ou por tipicidade (GIL, 1999)

Amostragem
A escolha da amostra intencional ou por tipicidade. Com esta amostra intencional, desenhada dentro
de um projecto de estudos qualitativa, trazer-se-ma uma abordagem qualitativa e compreensiva
sobre o fenómeno analisasse e da Influencia da síndrome de Burnout no desempenho das
actividades dos professores pretendida neste trabalho.

Instrumentos e técnicas de recolha de dados

Os instrumentos usados para a recolha de dados serão questionário e a técnica de observação.

Observação
Nesta pesquisa utilizar-se-á a observação que “é uma técnica de colecta de dados para conseguir
informações e utilizar os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste
apenas em ver e ouvir, mas também em examinar factos ou fenómenos que se desejam estudar”
(Marconi & Lakatos, 2003,p.190).

A entrevista semiestruturada
Entrevista é uma conversa acompanhada de algumas perguntas pontuais, previamente preparadas.
Esta técnica permitirá que os Professores da escola Primária de Borroma dêem resultados da
influência da síndrome de Burnout do desempenho dos profissionais daquela instituição. Esta técnica
de recolha de dados permite uma maior liberdade de expressão aos entrevistados e, em simultâneo,
permite perceber como elas encaram a síndrome de Burnout e que medidas de prevenção são
tomadas pelos funcionários e a direcção da escola.

Análise documental
A análise documental constitui uma técnica importante na pesquisa qualitativa, seja
complementando informações obtidas por outras técnicas, seja desvelando aspectos novos de um
tema ou problema. (LUDKE e ANDRÉ, 1986); O trabalho de análise já se inicia com a colecta dos
materiais, não é acumulação cega e mecânica. Para a pesquisa serão usadas obras de diferentes
autores que tratam da relação entre a síndrome de Burnout e o exercício da actividade docente e os
seus resultados comparados com a presente pesquisa o que proporcionará a solidificação da
informação obtida na presente pesquisa.

Apresentação, Analise e Interpretação dos resultados

Os resultados de estudo, serão obtidos através do uso da estatística, com base nela que se fará a
descrição dos resultados obtidos, assim como dos factos estudados e a sua percentagem em
conformidades com as respostas obtidas.

Para efeitos de apresentação de dados recolhidos no campo e por se tratar de estudos descritivos, os
dados serão organizações de forma descritiva com apresentação em gráficos, e percentagens com
auxílio do programa Office Excel 2007, digitados no computador no Microsoft Word 2013.

16
O facto de a pesquisa ser puramente descritiva achar-se-á ser necessários apoiar-se ao analisar as
informações pela forma tabular para efeitos de compreensão e comparação dos resultados.

Resultados esperados
Com o presente estudo e em conformidades com objectivos traçados na pesquisa, espera-se
melhorias na parte profissional dos funcionários de modo a desempenharem as suas actividades sem
o risco de desenvolverem a síndrome de Burnout.

Validação dos resultados

Para validar os resultados, o autor se baseará nas perguntas de partidas ou de pesquisa
anteriormente formuladas.

A “ obtenção de dados de diferentes e a sua análise, recorrendo a estratégias distintas, melhoraria a

validade dos resultados” (Duarte; 2009).

Para o efeito, o autor recorrerá a métodos usados na obtenção dos dados (a entrevista, documental,
a observação e o exploratório).

Limitações do trabalho
Este trabalho elabora uma proposta de condutas a serem seguidas por gestores escolares de modo a
prevenir-se a síndrome de Burnout no trabalho com procedimentos e métodos visando a
identificação e prevenção dos sintomas do burnout, mas não faz a aplicação da proposta. Esta
monografia não tem por finalidade esgotar os assuntos relacionados a síndrome, mas sim fornecer
referenciais para prevenção e identificação dos sintomas a serem aplicados pelos funcionários e
gestores escolares.

Considerações éticas do trabalho

Por questões éticas serão preservados os direitos ao anonimato pelo que não serão capturadas
imagens fotográficas dos entrevistados nem divulgados os nomes dos intervenientes da pesquisa e
toda a análise de dados ocorrerá em carácter anónimo, não sendo divulgar respostas individuais para
evitar que corra constrangimentos dos entrevistados.

Cronograma de actividades.

Actividade A M J J
A S
Escolha do tema

Revisão Bibliográfica

Pesquisa de campo

Compilação do trabalho

Revisão final do trabalho

Entrega do trabalho

Fonte: autor, (2023)

17
Orçamento

Designação Quantidade Preço Unitário Preço Total

Transporte ---- ------ 3000

Alojamento ---- ------ 5000

Alimentação ----- ------ 5000

Câmara Fotográfica 1 8000 8000

Papel A4 1 Resma 350,00 MT 350,00 MT

Digitação e impressão 30,00 MT 1.200,00 MT

Canetas 5 10,00 MT 50,00 MT

Lápis 5 10,00 MT 50,00 MT

Borracha 5 10,00 MT 50,00 MT

Subtotal ………. …………. 22.700,00 MT

Total 22.700,00Mt

Fonte: autor, (2023)

18
6. Referencias Bibliográficas
Einstein A.T, (2013). Entenda a síndrome de burnout. 2013. Disponível em:
<http://www.einstein.br/einstein-saude/pagina-einstein/Paginas/entenda-a-sindrome-de-
burnout.aspx>. Acesso em: 02 abr. 2014.

Alceves, A. B (2018), Causas de burnout. In Alves, A. B. (Org.), Perceção de stresse, burnout e

autocontrolo. Um olhar sobre os profissionais do trabalho social (pp. 39-42), Editorial Cáritas

Benevides-Pereira e Moreno-Jimenez (2003BENEVIDES-PEREIRA, Ana Maria T. (Org). Burnout:

quando o trabalho ameaça o bem-estar do trabalhador. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002. BRASIL,
1999).

Carlotto, M. S. (2012). Síndrome Burnout. In Carlotto, M. S. (Org.), Sindrome de Burnout em

Professores: Avaliação, fatores associados e intervenção, (pp.17-38). Livpsic.

Carlotto, M. S., & Palazzo, L. S. (2006). Síndrome de burnout e factores associados: um estudo
epidemiológico com professores. Cad Saúde Pública, 22 (5),1017 – 1026.

Reinhold A. (2002). O valor simbólico do trabalho: e o sujeito contemporâneo. Porto Alegre: Artes
e Ofícios, 2000. (Letra psicanalística).

Conheça B. D. 2014). Você não precisa voltar do trabalho exausto: um programa para dar prazer,
energia e equilíbrio à sua vida. Rio de Janeiro: Campus,

Dalcin L & Carlotto MS. (2018). Avaliação de efeito de uma intervenção para a Síndrome de Burnout
em professores. Psic. Escol. Educ., 22(1), 141-50. https://doi.org/10.1590/2175-35392018013718

Dias, S., Queirós, C. (2010). A influência dos traços de personalidade no burnout dos professores.
Atas VII Simpósio Nacional de Investigação em Psicologia. Universidade do Minho 4 – 6 Fevereiro.

Freudenberger HJ. (1974). Staff burnout. Journal of Social Issues, 30(1), 159-163.
https://doi.org/10.1111/j.1540-4560.1974.tb00706.x

Freundenberger e Richelson (1980, citados por Maslach e Schaufeli 1993)

Gil (1999) GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo: Atlas, 1987, 206p.

GIL, 1999) Gil-Monte, P.R (2005). El Syndrome de Quemarse por el Trabajo (Burnout). Una

Enfermidad Laboral en la Sociedad del Bienestar. Madri, Pirâmide.

Gil-Monte, P. R. e Peiró, J. M. (1997). Desgaste Psíquico en el Trabajo: El Síndrome

de Quemarse. Madri, Síntesis.

Gomes et al., 2010 Gomes, R. & Peixoto, A.P. (2010). Stress ocupacional no ensino: um estudo com
professores do 3º ciclo e ensino secundário. Psicologia & Sociedade, 22 (3), 587 – 597.

19
Maslach C & Leiter MP. (2017). New insights into burnout and health care: Strategies for improving
civility and alleviating burnout. Medical Teacher, 39(2), 160-63.
https://doi.org/10.1080/0142159X.2016.1248918

Maslach et al, 2001; Maslach 2009) MASLACH, C. (1993). Burnout: A multidimensional perspective.
Em W.B.Schaufeli, C. Maslach & T. Marek (Eds.),Professional burnout: Recent developments in theory
and research (pp.19-32). New York: Taylor & Francis.:

Oliveira (2007) OLIVEIRA, G.F.; BARBOSA, G.A.; SOUZA, L.E.C.; COSTA, C.L.P.; ARAÚJO, R.C.R;
GOUVEIA, V.V. Satisfação com a vida entre profissionais de saúde: correlatos demográficos e
laborais. Revista bioética. 2009. 17(2). P.319-334.

Prodanov&Freitas, 2013, p.57). Prodanov, C. C., & Freitas, H. C. (2013). Metodologia do Trabalho
Científico: Métodos e técnica da pesquisa e do trabalho académico (Recurso electrónico).

Santos A, Teixeira AR & Queirós C. (2018). Burnout e stress em professores: um estudo comparativo
2013-2017. Psicologia, Educação e Cultura, 22(1), 250-70. Disponível em: https://repositorio-
aberto.up.pt/bitstream/10216/112287/2/269145.pdf

Santos et al., 2018Santo, Raimundo da Silva. < htpp://www.shivoong.com. Acesso em 01/11/2010.

Varella D. (2014):

RITA, J. (2010) Burnout, Stress Profissional e Ajustamento Emocional em Professores Portugueses do

Ensino Básico e Secundário. In: Simpósio Nacional de Investigação em Psicologia, 7., Portugal,.
Anais... Portugal: Universidade do Minho, 2010.

Silva, G. N.; Carlotto, M. S. (2003). Síndrome de Burnout: um estudo com professores da rede pública.
Revista Psicologia Escolar e Educacional, v. 7, n. 2, Campinas-SP, , p.145-153.

A.S. A. A SÍndrome de burnout nos profissionais do magistério da educação básica: Reflexões sobre a
prática docente Revista Etos, Lucena-PB, v.1, n.1, p. 26-40, jan./jun. 2017 –
ttp://www.revistaetos.com.br

Abacar M., Aliante G. & António F. (2020). Burnout in secondary school teachers. Research, Society
and Development, 9(7): 1-25, e545973776.

20