Você está na página 1de 54

Gabriela Guerini Cardoso

2° BIMESTRE

GINECOLOGIA E
OBSTETRICIA
DOENÇAS DO ÚTERO:
DIVISÕES DO ÚTERO: .

● Colo, corpo, trompas.

CORPO DO ÚTERO: .
Doenças benignas:
● Pólipos;
● Miomas;
● Adenomiose;
● Endometriose;

Doenças malignas:
● Adenocarcinoma de endométrio:
● Sarcoma;

DOENÇAS BENIGNAS: .

Pólipos .

● O pólipo uterino surge quando ocorre um crescimento anormal e desordenado de


células na parede interna do útero, chamada de endométrio. A condição provoca
lesões semelhantes a verrugas e pode ser causada por alterações hormonais,
influência genética e lesões uterinas preexistentes.

Sinais e sintomas:
● Muitas vezes não promove sintomas;
● Pode causar aborto recorrente;
● Espessamento endometrial ao USTV;
● Hiperfluxo menstrual;
● Irregularidade menstrual;
● Sangramento pós menopausal.

Diagnóstico:
● Exames de imagem: USOM transvaginal; Histerossonografia; Histeroscopia (padrão
ouro).

Tratamento:
● Histeroscopia cirúrgica;

Miomas: .

● É um tumor benigno;
● São formados por fibras musculares lisas;
● É o tumor benigno sólido mais frequente em idade fértil;
● Consiste em uma causa estrutural de SUA;
● Desenvolve-se durante os anos reprodutivos e regride na menopausa - é um
tumor dependente de estrogênio!
● Podem ser únicos ou múltiplos;
● Queixa principal: alterações menstruais.
● Muito frequente - 50% nas mulheres na 4 ou 5° década de vida;

Fatores de risco:
● Negras;
● Nulíparas;
● Obesas;
● História familiar de miomatose;
● Menarca antes dos 11 anos.

Quadro clínico:
● Maioria são assintomáticas;
● Sangramento uterino anormal;
● Dismenorreia;
● Dor pélvica e dispareunia;
● Miomatose volumosa - aumento do volume abdominal;
● Infertilidade quando está localizado dentro da cavidade endometrial - funciona como
se fosse um corpo estranho, deixando a cavidade não propícia.
● Os que deformam mais a cavidade endometrial são os que mais causam sintomas;
Existem de vários tamanhos, podendo ou não deformar a cavidade uterina.

Diagnóstico:
● Exame físico - palpação abdominal e toque bimanual;
● USOM transvaginal/pélvico;
● RM pelve (se necessário).

Tratamento:
● Não são todos que vamos tratar;
● Tratamento clínico:
➔ Sintomáticos e acompanhamento;
➔ Análogos GNRG pré-operatórios - depois que para de tomar, o mioma volta a
crescer;
➔ Embolização da artéria uterina - raro
➔ de ser feito.
● Cirúrgico conservador:
➔ Miomectomia por histeroscopia/laparoscopia/laparotomia;
*Mantém o útero, tirando apenas o mioma, sendo bom para quem ainda quer
ter filho.
● Cirúrgico definitivo:
➔ Histerectomia (via abdominal, laparoscópica ou via vaginal).

Adenomiose: .

● É benigno;
● É caracterizada por uma invasão de endométrio (tecido que reveste internamente o
útero) na musculatura do útero (miométrio). O endométrio infiltra no miométrio,
● Não é muito frequente - 15% da população;
● É difusa em todo o útero, deixando ele mais globo de uma forma geral;

Quadro clínico:
● Dismenorréia - dor;
● Sangramento uterino anormal - hiperfluxo menstrual (SUA);
● Cólica;
● Pode estar associada a infertilidade;
● Heterogeneidade do miométrio.
Diagnóstico:

Tratamento:
● Definitivo: Retirada do útero - histerectomia.
● Provisório: Induzir amenorréia (contraceptivo oral contínuo, progestágeno oral
contínuo ou DIU).
● Tratar anemia e demais sintomas.
● Se ela quer engravidar, deixar ela ovular (dando remédios para dor) e ver se dentro
de 1 ano consegue. Se não conseguir, tratar a infertilidade.

Endometriose: .

● Endometriose é uma doença inflamatória provocada por células do endométrio


(tecido que reveste o útero) que, em vez de serem expelidas durante a menstruação,
se movimentam no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal,
onde voltam a multiplicar-se e a sangrar.
● Presença de glândulas e estroma endometrial fora da cavidade uterina, o que induz
a uma reação inflamatória crônica nas mulheres com idade reprodutiva.
● Ocorre em 10 a 15% das mulheres em idade reprodutiva.
● Patologia estrogênio dependente .

Fatores de risco:
● Predisposição genética.
● Baixa exposição à lactação.
● Menarca precoce (+ tempo de exposição ao estrogênio)

Fatores protetores:
● Gestação e lactação (menos tempo em exposição ao estrogênio)
● Uso prolongado de anticoncepcionais hormonais

Quadro clínico:
● Dismenorreia;
● Infertilidade; Dispareunia profunda;
● Alterações urinárias e intestinais;
● Dor pélvica fora do período menstruais;

Diagnóstico:
● USG com preparo intestinal
● RMN da pelve
● Laparoscopia é padrão ouro e a biópsia confirma o diagnóstico

Tratamento:
● Medicamentos orais (progestágenos, aines e anticoncepcionais orais);
● Cirúrgico:
➔ Laparoscopia - remover lesões
➔ Histeroscopia
DOENÇAS MALIGNAS: .

Câncer de endométrio: .

Fatores de risco:
● Maior exposição ao estrogênio e sem oposição progesterona;
● Idade: maior que 60 anos
● Nível socioeconômico alto
● Histórico familiar
● Anovulação crônica
● Menarca precoce
● Menopausa tardia
● Nuliparidade
● TH sem progesterona
● Tamoxifeno
● Obesidade
● Irradiação na pelve
● Câncer de mama
● Hiperplasia endometrial atípica

Fatores de proteção:
● Multiparidade
● Anticoncepcional combinado oral
● Tabagismo*
● SIU Levonorgestrel

Sinais e sintomas:
● 95% dos pacientes terão algum sintoma
● Sangramento
● Corrimento vaginal
● 5% assintomáticas e descobrem pelo USG de rotina com espessamento endometrial

Exame físico:
● Em geral sem alterações

Diagnóstico: .
● Colpocitologia - células endometriais
● USGTV - espessamento endometrial pós menopausa (4-5mm)
● Diagnóstico definitivo - histeroscopia com biópsia dirigida
Sarcoma uterino: .

● Origem de estroma e no miométrio


● Progressão biológica e clínica rápida;
● Pior prognóstico
● Corresponde a 2-3% dos tumores malignos do corpo uterino
● Fatores de risco: nuliparidade, obesidade, radiação e tamoxifeno
● No ultrassom a imagem é parecida com mioma ao ultrassom, entretanto o
crescimento é rápido e agressivo
● Tratamento: cirurgia e radioterapia

COLO DO ÚTERO: .

CÂNCER DE COLO DE ÚTERO: .


● Transformações intra epiteliais progressivas
● 10 a 15 anos - câncer invasor
● 3 ° câncer mais comum em mulheres;
● 4° que mais mata mulheres no Brasil;
● 16 mil casos por ano;
● É doença de mulher jovem;
● Desenvolvimento lento - até 10 anos de evolução.

Sintomas: .
● Geralmente assintomática;
● Incialmente: sem sintomas.
● Sangramento vaginal intermitente;
● Sangramento pós coito (sinusiorragia)
● Secreção vaginal anormal - tem odor fétido;
● Dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais nos casos mais
avançados.

Fator de risco: .

O principal fator de risco é o HPV, responsável por 99% dos casos. Outros fatores são:
sexarca precoce, número de parceiros, parceiro sexual com câncer de penis, outras ISTs,
uso de anticoncepcional oral, deficiências vitamínicas, tabagismo, imunossupressão (HIV,
lúpus, DM, transplante, quimioterapia e radioterapia) e baixo nível socioeconômico.

Diagnóstico: .

Exame especular:
● Inspeção da vulva, vagina e colo;
● Mobilizar espéculo pois pode esconder lesões;
● Coleta do preventivo;
● Colposcopia - vê o útero em até 40x, conseguindo colocar produtos que coram
imagens preventivas. Se faz uma biópsia, retirando um pedacinho do útero.
Toque vaginal:
● Espessamento ou irregularidades
● Extensão do tumor para fórnice vaginal
Toque retal:
● Avaliar infiltração dos paramétrios

Coleta de colpocitologia oncótica: .

1. Passagem do espéculo;
2. Visualização do colo uterino
3. Espátula de Ayre;
4. Espátula endocervical;
5. Colocação na lâmina ou meio líquido

Quando coletar:
Segundo o Ministério da Saúde:
● Após 25 anos de idade;
● Uma vez por ano (se tiver dois exames anuais consecutivos, realiza a cada 3 anos);
● Coletar até os 65 anos (se após 64 anos tiver 2 exames negativos consecutivos nos
últimos 5 anos)

Orientações: .
● Não ter relação por 2-3 dias antes do preventivo;
● Sem ducha vaginal por 2 dias;
● Sem uso de cremes por 1 semana;
● Não utilizar lubrificante no espéculo;
● Ausência de sangramento (se possível)

Resultado e conduta:

Colonoscopia: .

● A colposcopia refere-se ao exame da vagina e do colo do útero por meio de um


microscópio binocular. O colposcópio é um instrumento endoscópico utilizado para
estudar o epitélio da vagina e do colo do útero in vivo sob iluminação e ampliação
adequadas. Esse exame tem o objetivo de detectar neoplasia intraepitelial e a
neoplasia inicial do colo do útero, da vagina e da vulva.
● Achou uma lesão faz biópsia

Ácido Acético 5%
● Coagula proteínas citoplasmáticas do epitélio alterado
● Lesão acetobranca
Lugol/ Teste de Schiller
● Cora glicogênicas das células
● Lesão iodo negativo / Teste de Schiller positivo
Características do câncer de colo de útero: .
● Cresce lateralmente (paramétrios, paracolpos);
● Cresce verticalmente (bexiga e reto) - incomum
● Linfática (primeiro para linfonodos paracervicais)
● Hematogênica (raro)

Estadiamento e tratamento: .
Estádio IA1 e IA2
● Conização
● Histerectomia Simples
Estádio IA até IB1
● É possível preservar a fertilidade
Estádio IB1
● Histerectomía com linfadenectomía pélvica
Estádio IB3 e IIA 2 em diante
● Quimioterapia
● Radioterapia
Infecções genitais e HPV:
TEMAS: .

● Vulvovaginites;
● Doença inflamatória pélvica;
● Úlceras genitais;
● HPV;

VULVOVAGINITES: .

● Secreção fisiológica normal: branca, inodora, viscosa, cerca de 200 tipos de


bactérias - principal é lactobacillus;
● É causada pelo desequilíbrio da flora vaginal, ocorre ausência de lactobacilos,
aumento de leucócitos e bactérias e o principal sinal é o corrimento = leucorréia;
● Sintomas: secreção vaginal aumentada, odor vaginal, irritação vulvar/vaginal e
desconforto intenso
● Vulvovaginites mais comuns:
➔ Vaginose bacteriana;
➔ Candidíase;
➔ Tricomoníase

Vaginose bacteriana: .

● Ocorre devido o desequilíbrio da flora vaginal e redução de lactobacillus;


● Não é uma IST;
● Agentes causadores: o principal é a Gardnerella vaginalis;
● Quadro clínico: assintomática em 50 a 70% dos casos, secreção com odor fétido
(parecido com peixe), cheiro piora após a relação sexual, prurido e irritação
vulvovaginal em até 15% dos casos.
● Critérios diagnósticos (pelo menos 3 de 4): ph vaginal > 4,5, leucorreia cremosa
homogênea, cinzenta e aderida às paredes vaginais, teste de aminas/ Whif Test/
KOH 10% - positivo e exame a fresco (clue cells).
● Lâmina: Clue cells

● Tratamento: não trata o parceiro. A primeira opção é metronidazol 500 mg VO


12/12h por 7 dias (inclusive gestantes) ou metronidazol gel VV 5-7 dias a noite;

Candidíase: .

● Não é IST;
● É causado pela candida sp. (albicans)
● Lâmina: pseudohifas

● Fator de risco: gestação, diabetes (candidíase de repetição fazer exame de


diabetes),contato oral-genital, altas doses de estrogênio, antibióticos, espermicidas,
uso de diafragma e DIU, contato oral-genital, ACO oral.
● Quadro clínico: prurido; ardência; corrimento geralmente grumoso, sem odor;
dispareunia de intróito vaginal; disúria externa;
● Os sinais característicos são eritema e fissuras vulvares, corrimento grumoso do tipo
nata, com placas aderidas a parede vaginal, de cor branca, edema vulvar,
escoriações e lesões satélites, por vezes, pustulosas, pelo ato de coçar.

● Diagnóstico (clínico): é feito pelos sinais e sintomas


● Tratamento:
➔ Creme vaginal antifúngico e/ou antifúngicos orais;
➔ Candidíase de recorrência: tratamento prolongado e tratar o parceiro. O
tratamento pode durar até 6 meses a depender do caso.
➔ Miconazol creme 1 semana e fluconazol
➔ Gestantes não pode usar fluconazol - usa nistatina e miconazol (somente
cremes vaginais)

Tricomoníase: .
● Lâmina (leveduras)

● É uma IST
● É causado pelo trichomonas vaginalis;
● Quadro clínico: Secreção amarelo-esverdeada, bolhosa, prurido intenso, hiperemia
de vulva e vagina.

● Diagnóstico: corrimento bolhoso, amarelo esverdeado e identificação de


Trichomonas vaginalis no exame a fresco
● Tratamento: tratar parceiro e tratar com metronidazol (2g VO dose única ou 500mg
12/12h por 7 dias) ou Tinidazol (2g VO dose única).
Outras vulvovaginites: .
● Vaginite atrófica (após menopausa);
● Vaginite química;
● Vaginite irritativa;
● Vaginite alérgica;

DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA (DIP): .

● Definição: Infecção polimicrobiana do trato genital superior, causada pela ascensão


de microrganismos do trato genital inferior, espontânea ou devido à manipulação.
Essa infecção pode comprometer o endométrio, tubas uterinas, anexos uterinos e/ou
estruturas contíguas, causando endometrite, salpingite, peritonite, ooforite e
abscesso tubo-ováriano.
● Agente etiológico: 30% dos casos é causado por clamídia ou gonorreia.
● Fator de risco: IST, procedimentos que ultrapassam o útero e DIU (nas 3 primeiras
semanas);
● Quadro clínico: 60% são assintomáticos, quando sintomática - dor pélvica recente,
dispareunia, corrimento vaginal, sangramento pós coital;
● Diagnóstico:
➔ Clínico: dor pélvica recente (30 dias) + 1 critério (dor à mobilização do colo
uterino ou dor uterina ou dor anexial)
➔ Laboratorial: excluir gravidez, não há exame específico;
➔ Baixa chance: ausência de leucocitose, VHS < 15 mm/h, PCR < 5 mg/dl,
exame a fresco sem clue cells, tricomonas ou hifas
● Tratamento: fluxograma - sempre associar 2-3 antibióticos
➔ Abscesso: ATB e reavaliar em 48 horas, se melhorar dá seguimento, se não
tiver melhora faz drenagem.
➔ DIU: não é necessário retirar, exceto se abcesso, entretanto se retirar
melhora mais rápido e se não tiver uma resposta adequada também é
necessário retirar.

ÚLCERAS GENITAIS .

Sífilis: .

● Agente causador: é o Treponema pallidum (bactéria gram-negativa).


● Transmissão : contato sexual, transfusão de sangue, transplacentária.
● Quadro clínico :
➔ Sífilis primária: Tem-se o cancro duro, aparecimento de 1 a 3 semanas após
o contágio.

➔ Sífilis secundária: Tem-se mialgia, artralgia e febrícula, aparece de 4 a 8


semanas após o cancro duro.
➔ Sífilis latente: é assintomática, podendo durar anos.
➔ Sífilis terciária: aparece de 3 a 12 anos após o contágio e tem-se lesões
gomosas, alterações cardiovasculares e neurosífilis.

● Diagnóstico: Testes imunológicos; • VDRL: é inespecífico. Se for (> 1:16) é


reagente; FTA-ABS: é específico - padrão ouro - confirmatório.
● Tratamento para as 3 fases: Penicilina G benzina; Doxiciclina ou ceftriaxone;
Sempre tratar o parceiro; Abstinência sexual até comprovar a cura; Controle após
tratamento (VDRL 2/2 meses, até 6 meses).

Herpes genital: .

● É a IST ulcerativa mais comum;


● É recorrente e incurável;
● Fatores desencadeantes: trauma mecânico, estresse; fadiga, doença sistêmica;
menstruação, febre e exposição ao sol ou frio intenso;
● Lesão múltipla dolorosa (vesícula - pápulas, úlceras e crostas)
● Duração da lesão: 7 a 10 dias;
● Tempo de disseminação é de 4 dias.
● O tipo mais comum na vagina é o herpes tipo 2;
● Diagnóstico: sorologia IGM e IGG para HVS 1 e 2.
● Tratamento:
➔ Aciclovir, fanciclovir ou valaciclovir por 10 dias;
➔ Tratamento prolongado - 6 a 12 meses para recidivas frequentes ( > 6
episódios/ano).
Donovanose: .

● Agente causador: Calymmatobacterium granulomatis (bacilo gram negativo);


● Incubação de 3 a 6 meses.
● Quadro clínico: Lesão única ou múltipla, ulcerada com fundo granuloso, vermelho
vivo, sangrante, indolores.
● Diagnóstico: esfregaço e cultura.
● Tratamento:
➔ Azitromicina ou doxiciclina por 3 semanas;
➔ Tratamento cirúrgico para lesões extensas.

Cancro mole: .
● Agente causador: Haemophilus ducreyi.
● Quadro clínico: Portadora assintomática; Úlcera única ou múltiplas, sendo
dolorosa, de base amolecida, bordos elevados, fundo purulento e fétido;
Linfadenopatia (bubão cancroide) = cicatriza em 3 a 7 dias.
● Diagnóstico: amostra de pus ou líquido de ulceração para cultura.
● Tratamento: Azitromicina 1g VO DU ou Punção do bubão.

Linfogranuloma venéreo: .

● Agente etiológico: clamydea trachomatis (sorotipos L1, L2 e L3);


● Incubação de 7 a 21 dias;
● Doença sistêmica e crônica: ganglios linfáticos.
● Quadro clínico:
➔ 1° fase: lesão de inoculação (pequena úlcera ou pápula indolor);
➔ 2 ° fase: linfadenite inguinal crônica (supura, abeceda e pode fistulizar);
➔ 3° fase: sequelas (fibrose cicatricial, abcesso e fistularão, elefantíase e
fístulas retais, vaginais, vesicais e estenose retal).
● Tratamento: Doxiciclina 100mg VO 12/12h por 3 semanas; Azitromicina 1g VO por
semana, durante 3 semanas; Punção dos linfonodos flutuantes.
*mais importante é sífilis e herpes

HPV: .

● DNA de dupla fita;


● Infecta apenas humanos;
● Mais de 200 tipos ( os tipos genitais mais comuns benignos: 6, 11 e malignos:
16,18);
● Principais fatores de risco : Início precoce da atividade sexual e múltiplos parceiros.
● Fatores associados : fatores genéticos e imunológicos, tabagismo (diretamente
relacionado a quantidade de cigarros fumados), uso prolongado de pílulas
anticoncepcionais.
● Transmissão: pelo contato de uma superfície epitelial com outra;
● Maioria das infecções resolvem em 12 meses;
● Infecção persistente por HPV de alto risco -> lesões pré cancerígenas e câncer
● A incubação, ou seja, o período necessário para surgirem as primeiras
manifestações da infecção pelo HPV é de aproximadamente 2 a 8 meses, mas pode
demorar até 20 anos.
● Tratamento:
➔ Não elimina o vírus;
➔ Tem objetivo de erradicar condilomas acuminados;
➔ Prevenir evolução de malignidade;
➔ Prevenção da transmissão vertical e horizontal;
● Prevenção: vacinação
➔ Meninas entre 9 e 14 anos: duas doses com intervalo de 6 meses;
➔ Meninos entre 11 e 14 anos: duas doses com intervalo de 6 meses;

OUTRAS IST’s IMPORTANTES (não foi dada na aula): .

Gonorréia: .

● É uma IST;
● Causa pela Neisseria Gonorrhoeae (gram negativa, aeróbio ou anaeróbio);
● Infecções não complicadas de mucosas (colo do útero, reto e garganta).
● Complicações : DIP, dor pélvica crônica, infertilidade por fator tubário, gestação
ectópica, facilita a transmissão de HIV.
● Manifestações clínicas : Assintomática em 60 a 80% dos casos ou sintomáticos com
secreção endocervical purulenta, sangramento irregular (coito ou coleta de CO), dor
pélvica, dispareunia, hiperemia vaginal, disúria, polaciúria (uretrite).
● Diagnóstico : Cultura secreção endocervical para N. gonorrhoeae.
● Tratamento :
➔ Azitromicina (moterapia);
➔ Azitromicina + ciprofloxacino ou ceftraixona.
➔ Sempre tratar o parceiro.
Chlamydia Trachomatis .

● É um bacilo gram-negativo;
● 2 a 3 vezes mais frequente que a gonorréia;
● Frequentemente é assintomática com morbidades futuras.
● Pode causar DIP, infantilidade e gestações ectópicas.
● Quadro clínico : uretrite, endocervicite mucopurulente, síndrome de Reiter
(espondiloartrite), persistência de corrimento fluído e disúria com ou sem infecção
anal após tratamento de gonococo.
● Diagnóstico : Cultura de amostra endocervical; PCR em amostra de urina.
● Tratamento :
➔ Doxiciclina 100mg 12/12h por 7 dias;
➔ Azitromicina 1g VO dose única;
➔ Testar HIV e sífilis.
Doenças benignas e malignas dos ovários:
INTRODUÇÃO: .

● Ovários: são responsáveis pela gametogênese e produção hormonal, além da


função reprodutiva. Para desenvolver suas funções, eles passam por eventos
cíclicos que os torna suscetíveis a alterações.
● Doenças dos ovários são a primeira causa de morte entre as neoplasias
ginecológicas.
● Faixa etária prevalente - Idade: 6ª e 7ª décadas → pico entre 60 e 65 anos.
● Se perder só um ovário os hormônios continuam produzindo normal;
● Depois da menopausa não há mais hormônios nos ovários;

Estas são as doenças benignas e malignas dos ovários, mas nem todas elas são estudadas
durante a faculdade, sendo estudadas apenas na residência de GO.

DOENÇAS BENIGNAS: .

Cistos funcionais/simples e hemorrágicos: .

● É o mais comum

Cistos foliculares:
● Unilaterais de 2 a 8 cm;
● Regridem em 4 a 8 semanas;
● É o mais comum;
● Frequente na menacme
● Originado de um folículo estimulado que não rompeu;
● Assintomáticos, achados no exame

Cistos de corpo lúteo:


● Hematomas de corpo lúteo;
● O mais comum é ocorre uma rotura e sangramento, porém pode ter regressão
espontânea;
● Estimulo de LH - corpo amarelo - corpo cístico
● De 3 a 8 cm;
● Menos comuns;

Cistos teca-luteínicos:
● Menos comuns;
● Bilaterais e múltiplos;
● Resultantes da estimulação hormonal: durante a gravidez molar, gestações
múltiplas, diabetes gestacional, sensibilização Rh, indução ovulação
● Grandes dimensões até 30 cm

Tumores proliferativos de células germinativas .

Teratoma maduro:

● Mulheres jovens (crianças e adolescentes);


● Origina-se de células germinativas: qualquer camada embrionária (ecto, meso e
endoderma) e elementos extra embrionários (saco vitelino e trofoblasto)
● 10% de bilateralidade
● Geralmente não ultrapassam 15 cm
● Risco de torção (conteúdo gorduroso);
● Transformação maligna (2%): carcinoma de células escamosas
● Tratamento: cistectomia e ooforectomia unilateral
● Variante: struma ovari (mais de 50% do teratoma composto de tecido tireoidiano)
Tumores proliferativos epiteliais .

Cistoadenomas são cistos que se desenvolvem a partir do tecido que reveste os ovários.

Cistoadenoma seroso
● Mais comum;
● 20-25% malignos;
● Bilateral em mais de 30% dos casos;
● Não passa de 25 cm
● Assintomáticos;
● Origem: epitélio superficial do ovário;
● Pode causar desconforto pélvico e inchaço abdominal;
● Tratamento cirúrgico: cistectomia ou ooforectomia

Cistoadenoma mucinoso
● Rico em mucina
● Maiores dimensões (até 1 metro);
● Bilateral em até 10% dos casos;
● 5 a 10% são malignos (células do tipo intestinal);
● Pseudomixoma peritoneal: super produção de muco - ascite;
● São multilobulados, císticos e mucóide
● Comum entre 30 e 50 anos

Endometrioma: .

Cisto que surge com frequência nas pacientes portadoras de endometriose

● Endometriose no tecido ovariano;


● Cisto de conteúdo denso no ultrassom - imagem de tv fora do ar;
● Secreção sangue achocolatado;
● Frequentemente compromete função ovariana (fertilidade)
● CA 125 geralmente elevado;
● Pode chegar 6-8cm
● Paciente apresenta dor pélvica
● Tratamento cirúrgico: cistectomia (diminui a fertilidade) e tratamento da
endometriose e da fertilidade (se for o desejo)
DOENÇA MALIGNA: .

Carcinoma de ovário: .

● É considerado o câncer ginecológico mais difícil de ser diagnosticado


● A maioria dos tumores malignos de ovários só se manifesta em estágios avançados;
● É o câncer ginecológico mais letal, embora seja menos frequente que o câncer de
colo de útero;
● Incidência: estimativa 6.650 casos novos/ano e 4123 mortes
● 70% das mulheres é diagnosticada em estádios avançados, com sobrevida em 5
anos menor de 30%.
● Estádio inicial, sobrevida em 5 anos é 92%
● Acontece mais em mulheres na pós menopausa entre a 6° e 7° década de vida

Fatores de risco:
● Idade > 60 anos
● Histórico familiar de câncer de mama, ovário ou colorretal;
● Portadores de mutações nos genes breast câncer ½ (BRCA ½)
● Infertilidade
● Endometriose
● Obesidade
● Síndrome de Lynch II (sr. de predisposição hereditária para alguns tipos de câncer;

Fatores de proteção:
● Contraceptivos orais hormonais
● Multiparidade
● Amamentação
● Laqueadura tubária: Reduz em cerca de 50% o risco de carcinoma endometrioide e
de células claras de ovário, provavelmente bloqueando a menstruação retrógrada e
prevenindo o depósito de células endometriais na pelve.
● Salpingectomia bilateral
● Salpigooforectomia bilateral

Sinais e sintomas (em fase avançada):


● Ascite, massa abdominal ou pélvica
● Distensão abdominal persistente
● Perda de apetite e peso
● Dor pélvica ou abdominal
● Mudanças de hábitos intestinais e/ou urinários
Medidas de prevenção primária
● Aconselhamento genético (pacientes com história familiar ou pessoal de CA de
mama, ovário e pâncreas);
● Uso de ACO (quanto maior tempo de uso, maior efeito protetor)
● Cirurgia redutora de risco (CRR): retirada profilática de trompas e ovários
● Salpingooforectomia bilateral, após 25 anos (controversas);
● A recomendação para essas cirurgias são para quem tem entre 35-40 anos com
mutação BRCA ½ e para quem tem entre 40-45 anos com mutação BRC2.

Diagnósticos:
● Exame pélvico;
● Ultrassonografia transvaginal (com doppler);
● RM/TC pelve (se necessário)
● Exames de sangue específicos: CA 125, alfafetoproteína e beta-HCG.
● Biópsia (feita por laparoscopia ou laparotomia) do tecido ovariano.

Importante: Não há evidência científica de que o rastreamento do câncer de ovário traga


mais benefícios do que o risco e, portanto, até o momento, ele não é recomendado.
Mesmo em mulheres de alto risco (mutações genéticas conhecidas BRCA1 e BRCA2) ou
com história familiar e outros fatores, o rastreamento do câncer de ovário com
ultrassonografia e Ca 125 também não demonstra reduzir a mortalidade.

Disseminação:
● Peritoneal;
● Linfática (pélvicos e peri-aórticos);
● Hematogênica (pulmão e fígado)

Tratamento:
● Cirurgia: salpingo-ooforectomia (local da lesão) com congelação, se positivo a
congelação, histerectomia com salpingo-ooforectomia contralateral e
linfadenectomia retroperitoneal, omentectomia, apendicectomia
● Quimioterapia adjuvante ou neoadjuvante

CONCLUINDO, QUANDO NECESSITA DE INVESTIGAÇÃO CIRÚRGICA? .


● Tumores sólidos em qualquer faixa etária;
● Tumores císticos >8cm em fase reprodutiva;
● Tumores císticos <8cm, que não regridem após 2 ciclos menstruais
● Tumores complexos
● Tumores císticos em pacientes pré-púberes
● Tumores císticos na pós menopausa (se menor <5cm, unilocular e CA 125 normal:
acompanhamento)
Doenças malignas e benignas da vulva e vagina:
“Sempre que identificar uma lesão sem características comuns fazer biópsia”

DOENÇAS DA VULVA: .

NIV (NEOPLASIA INTRAEPITELIAL VULVAR) .

● Lesão pré-malignas
● Doença benigna;
● Neoplasia intra-epitelial vulvar (NIV) é um termo usado para designar alterações no
epitélio escamoso da vulva;
● Lesão precursora do câncer de vulva, escamosa e não-escamosa;
● Aparência da NIV é variável;
● Pode se apresentar com lesões multifocais, esbranquiçadas, avermelhadas,
escuras, elevadas ou ulceradas (só irá saber se é NIV por biópsia)

Epidemiologia: .
● 2,1/100.000 mulheres-ano;
● Duplicou nas últimas duas décadas
● Triplicou em mulheres < 35 anos;

Classificação: .
● NIV HPV induzida (lesão intraepitelial escamosa de baixo grau da vulva - LSIL
vulvar)
➔ Condiloma plano
➔ Efeito do HPV
➔ Multicentrica (cervical e anam em 50% dos casos);
➔ 60-80% são tabagistas
➔ Infecção viral transitória

● NIV usual (lesão intraepitelial escamosa de alto grau - HSIL vulvar)


➔ Antigas NIV 2 e NIV3
➔ Associado a HPV (16 e 18)
➔ Menor chance de desenvolver câncer comparado com a diferenciada
● NIV diferenciado
➔ Mais rara;
➔ >55 anos;
➔ Sem relação com HPV;
➔ 10% dos NIV;
➔ 25% tabagistas;
➔ Associada a líquen escleroso (doença de pele que normalmente se manifesta
na região anogenital. Sua causa é desconhecida, mas a probabilidade é
tenha origem autoimune, com crises quando a imunidade baixa)

➔ Lesão única, unifical;


➔ 80% dos casos de câncer vulvar invasivo em idosas

Sintomas: .
● Prurido vulvar e ardência localizados, mas grande parte dos casos é assintomática.

Diagnóstico: .
● Biópsia (histopatológica) de toda lesão suspeita.

Tratamento: .
● NIV por HPV de baixo grau: sem necessidade de tratamento
● NIV usual:
➔ Jovens: imiquimode (é um quimioterápico tópico)
➔ Lesão única: exérese da lesão;
➔ Jovens e multifocal: vulvectomia superficial;
➔ Idosas e lesão extensa: vulvectomia simples
● Remoção cirúrgica das lesões, com altas taxas de recorrência;
● Vulvectomia simples
Imiquimode

Vulvectomia simples

CÂNCER VULVAR: .

Epidemiologia: .
● Neoplasia rara, corresponde a 2-5% dos tumores malignos da mulher
● Idade média: 65 anos

Fatores de risco: .
● Idade;
● HPV;
● Tabagismo;
● HIV;
● Neoplasia intraepitelial de vulva;
● Líquen escloso atrófico;
● Melanomas ou pintas atípicas.

Sintomas: .
● Prurido vulvar crônico;
● Área de aspecto diferente do restante da vulva;
● Dor ou queimação;
● Sangramento não associado ao período menstrual normal;
● Secreção com odor (corrimento genital);
● Úlcera/nódulo que persiste por mais de um mês.

Tipos de lesão: .
● Elevada
● Vegetante
● Nódulos
● Ulcerações
Diagnóstico: .
● Exame ginecológico;
● Vulvoscopia.
● Biópsia dirigida:
➔ carcinoma espinocelular - escamoso (90%);
➔ melanoma (5-10%)

Disseminação: .
● Loco-regional (vagina, uretra, ânus);
● Sistema linfático;
● Hematogênica (rara).

Tratamento: .
● Remoção cirúrgica da lesão com margens (exérese lesão, vulvectomia radical em
bloco);
● Remoção linfonodos inguino-femurais
● Radioterapia (neoadjuvante ou pós operatória);
● Quimioterapia (para casos avançados).

BARTHOLINITE: .

Consiste na inflamação das glândulas de Bartholine, que são glândulas acessórias do


aparelho genital externo feminino, situadas ligeiramente abaixo da abertura da vagina, em
ambos os lados (4-5 horas e 7 -8 horas), possui 0,5 cm e são responsáveis por secretar
muco que auxilia na lubrificação da vagina. Comum no menacme.

Quadro clínico: .
● Pode ser um cisto que é assintomático ou tem sintomas compressivos (relação,
sentar,caminhar) ou um abscesso onde a paciente sente muita dor
● Abcesso é 3X mais comum
Outras características do quadro clínico:
● Dias de evolução (massa, dor leve, piora);
● Pode ter drenagem espontânea;
● Febre (20%);
● Histórica prévia de massa;
● Comorbidades;
● Cirurgia prévia;

Diagnóstico clínico: .
● É feito pela palpação, não é palpável palpar essa glândula, se for palpável está com
alguma alteração

Exame físico:
● Cisto: palpa-se uma massa 1-3 cm, macio, sem tensão, unilateral (93%)
● Abscesso: palpa-se uma massa de 3-6 cm, unilateral, macio, tenso e com sinais
flogísticos (hipertermia, ponto de flutuação, eritema e edema)

Tratamento: .
● Incisão e drenagem +/- marsupialização;
● Não é necessário uso de antibiótico (sulfametoxazol com trimetoprima +
metronidazol)
DOENÇAS DA VAGINA: .

NIVA (neoplasia intra-epitelial vaginal) .


● Doença benigna;
● Lesões com potencial de evolução para carcinoma;
● Frequentemente associadas a infecção pelo HPV (16 e 18)
● Incomum (100X menos que NIC - neoplasia intra-epitelial cervical);
● Maior incidência em mulheres a partir dos 60 anos de idade.
● Classificação: NIVA 1, 2 e 3;

Fatores de risco:
● Antecedente de NIC;
● Antecedente de radioterapia para tratamento de câncer do colo do útero;
● Imunocomprometidas;
● Tabagismo.

Quadro clínico:
● Geralmente assintomáticas;
● Lesões verrugosas associadas, desconforto local, prurido ou secreção com odor,
sangramento pós-coita discreto;
● Mais da metade está localizada no terço superior da vagina;
● 75% estão associadas a NICs.

Diagnóstico:
● Biópsia por colposcopia

Tratamento:
● NIVA 1: não requerem tratamento, regridem sozinhas. São multifocais e geralmente
próximas a lesões por HPV. Se necessário, faça cauterização.
● NIVA 2 e 3: depende da idade, localização e quantidade de lesões, se necessário
exérese cirúrgica da lesão ou destruição (cauterização, laser, quimioterápicos..).

CÂNCER DE VAGINA: .

Epidemiologia:
● 0,5% dos tumores malignos da mulher, sendo um câncer raro;
● Normalmente, 70-80% dos casos se desenvolvem com mais de 60 anos
● Maioria dos casos consiste na metástase de outros sítios primários (endométrio, colo
do útero, vulva, ovário, mama, reto e rim).
Fator de risco:
● HPV (sorotipos 16, 18, 31 e 33);
● Tratamento prévio de CA de colo de útero;

Quadro clínico:
● Sangramento genital
● Corrimento
● Dispareunia
● Sinusiorragia
● Tumor em intróito vaginal

Diagnóstico:
● Exame físico: é uma lesão com características inespecíficas;
● Biópsia - tipo histológico mais comum epidermóide - carcinoma de células
escamosas (carcinoma) (90%) que se desenvolve nas células planas semelhantes à
pele que formam a superfície do revestimento da vagina
● RM pelve para avaliar a extensão da lesão;
● Exames de órgãos vizinhos: cistoscopia, retossigmoidosocopia;
● RX e TC de tórax.

Disseminação:
● Loco-regional (bexiga, reto, paramétrico, uretra, ossos da pelve);
● Linfática;
● Hematogênica - pulmões.

Tratamento:
● Depende do tipo histológico e estadiamento, pode ser cirurgia, radioterapia ou
quimioterapia

*pode ocorre disseminação se não tratado


SOFRIMENTO FETAL
INTRODUÇÃO: .

O sofrimento fetal consiste na resposta que o produto conceptual apresenta frente à hipóxia
que, caso não corrigida, culmina em acidose. Em outras palavras, podemos definir
sofrimento fetal como evento que põe em risco a vitalidade fetal e cujo diagnóstico é
fundamental para uma eventual resolução da gravidez.
Basicamente, o sofrimento fetal pode ser classificado da seguinte forma:
● Agudo: É o tipo de sofrimento fetal que ocorre durante o parto (intraparto).
● Crônico: É o tipo de sofrimento fetal decorrente de complicações durante a
gestação (anteparto).

CIRCULAÇÃO FETAL: .

● Através dos vasos sanguíneos do cordão umbilical, o feto recebe todo o apoio de
oxigênio, nutrição e vida necessários da mãe por meio da placenta. Resíduos de
produtos e dióxido de carbono do feto são enviados de volta, através do cordão
umbilical e da placenta, para a circulação da mãe – para ser eliminado.
● Privilegia - dá maior atenção para:
➔ Fígado;
➔ Cérebro;
➔ Coração.
● Sangue oxigenado chega pela veia umbilical e retorna venoso pelas artérias
umbilicais: pO2 20mmHg
● Na placenta: trocas se dão por gradiente de pressão e gradiente de concentração.

SOFRIMENTO FETAL AGUDO: .

● É súbito;
● Ocorre durante trabalho de parto ou descolamento prematuro da placenta;
● Causa asfixia persistente, progressiva e não reversível;
● Tem-se esgotamento dos mecanismos compensatórios do feto
● Incidência: 2% de todas as gestações, tendo maior chance em quem já tem algum
outro risco associado.

Fisiopatologia: .

O bebê entra em hipóxia → usa a glicose → usa glicogênio → aumento do ácido lático →
entra em acidose metabólica → aumento dos catabólicos com aumento do CO2 (acidose
respiratória). Isso causa lesão neuronal e o bebe nasce com distúrbios na fala, para andar…

Portanto, o SFA é caracterizado pelo surgimento de hipóxia, acidose e hipercapnia;


Tem que investigar em qual compartimento está ocorrendo a hipóxia fetal. Pode ocorrer no
compartimento materno, compartimento placentário ou no compartimento intraútero.
Etiologia: .

● Hiperatividade uterina.
● Hipotensão materna: medicamentos, sepse, hemorragias.
● Gestação de alto risco: pacientes com hipertensão arterial materna, pré-eclâmpsia,
colagenoses, trombifilias, doenças consumptivas, insuficiência placentária, asma
materna.
● Acidentes com o cordão (funicular): Circulares apertados, nós verdadeiros,
providências, prolapso de cordão (o cordão sai primeiro que o corpo/ cabeça).
● Parto prolongado: >3h - período expulso prolongado, parada da progressão,
hipertonia (Hiperatividade uterina) e taquissistolia.
● Amniorrexe prematura: menos líquido
● Quadros hemorrágicos graves da gestação: descolamento prematuro de placenta,
placenta prévia sangrante (placenta na saída do útero ao invés do feto), vasa prévia,
rotura uterina (rompe o útero, muito comum quando já tem cicatriz prévia como de
mioma).
● Traumatismo materno ou fetal: acidentes automobilísticos, ferimento por arma
branca ou de fogo, procedimentos propedêuticos invasivos.
● Doenças fetais: malformações, anemia, crescimento intrauterino restrito.
● Ambientes com elevada altitude.

Diagnóstico: .

● Monitorização fetal clínica: BCF a cada 30min na fase de dilatação e a cada 5min na
fase do período expulsivo (BCF vai estar em bradicardia)
● Mecônio: é quando o feto faz “coco” (conteúdo intestinal) dentro da barriga e é um
sinal do relaxamento do esfincter anal que significa que o feto já está priorizando
para onde manda oxigênio → Pode ocorrer por uma hipóxia fetal, mas também
pode ocorrer por uma maturação do TGI fetal ou um reflexo vagal pela compressão
do cordão.
● Dopplervelocimetria
● Cardiotocografia intraparto

Cardiotocografia intraparto: .

Definição:
● A cardiotocografia (CTG) é um importante método não-invasivo de avaliação da
vitalidade e do sofrimento fetal, sendo um dos exames realizados para traçar o perfil
biofísico fetal, permitindo determinar o bem-estar fetal.
● Assim como o eletrocardiograma (ECG) avalia o comportamento elétrico do coração,
a cardiotocografia consiste no registro gráfico da frequência cardíaca fetal e das
contrações uterinas, comparando estes dois registros. Contudo, diferentemente do
ECG, a cardiotocografia não permite o diagnóstico de patologias cardíacas, mas
sim, fornece informações sobre a vitalidade fetal.
● Investiga a frequência cardíaca fetal (FCF), registra continuamente os movimentos
do bebê, as contrações uterinas (quando presentes) e, com esses elementos,
conferir a oxigenação do feto, principalmente nos casos de gravidez de risco.
Como funciona?
● Colocado no fundo do útero da mãe para ver as contrações e outro para ver o BCF
do bebê;
● Fica durante 20 min;
● O SNC modula a FCF através do equilíbrio das forças do SNA: simpático e
parassimpático;
● FCF (frequência cardíaca fetal) pode refletir, indiretamente, o grau de oxigenação
cerebral;
Características:
● Alta sensibilidade (capacidade de detectar os fetos saudáveis quando realmente o
são)
● Baixa especificidade (capacidade de detectar fetos comprometidos quando eles
realmente são. Incluir fetos saudáveis neste padrão cardiotocográfico);
● Estudos evidenciam que a monitorização fetal eletrônica, quando comparada a
ausculta clínica intermitente em gestações de médio e baixo risco,
surpreendentemente, aumenta as taxas de cesariana e de parto vaginal operatório,
e apesar de reduzir o risco de convulsões neonatais, não reduz o risco de paralisia
cerebral e nem tão pouco de mortalidade perinatal → não indicada para gestação
de baixo risco;
● Existe uma recomendação da ACOG para que gestações de alto risco sejam
monitoradas durante o trabalho de parto com a CTG → indicada para gestação de
alto risco;

Como avaliar:
A cardiotocografia deve ser analisada sistematicamente e, de preferäncia, através
do estudo dos seguintes parâmetros: linha de base, variabilidade, aceleração transitória e
desacelerações
● Linha de Base: tem que estar entre 110 e 160;
● Variabilidade boa entre as linhas de base - oscilação entre elas;
● Presença de acelerações transitórias - acima de 15BPM por pelo menos 15 seg
(parâmetro bom)
● Ausência de desacelerações: menor que 15 BPM por pelo menos 15 segundos
(parâmetro ruim)
➔ Desacelerações não-periódicas: não apresentam relação alguma com as
contrações uterinas. São elas: espicas (DIP 0) e desacelerações
prolongadas.
➔ Desacelerações periódicas: guardam relação com as contrações uterinas.
São elas: DIP I (precoce), DIP II (tardio), DIP III (variável).

DIP I precoce ou cefálica - desaceleração fisiológica


● Contração que comprimiu o polo cefálico e levou a uma bradicardia momentânea
● Não é fator de sofrimento fetal
● A desaceleração acompanha a contração

DIP II tardia - desaceleração com sinal de sofrimento fetal


● Contração tardia → diminui a vascularização e o feto não tem reservas para suprir e
indica sofrimento fetal agudo
● Acontece primeiro a contração e depois a desaceleração
● SNC está em hipóxia e não consegue manter a FCF

DIP III - desaceleração devido a compressão do cordão umbilical

Exame ideal

Bebê estava dormindo e acordou


Classificamos a CTG em 3 categorias :

Categoria 1:
● Traçado normal
● Baixo risco de acidose metabólica;
● Vigilância habitual;
● Linha de base entre 110-160;
● Variabilidade ondulatória - moderada - 6 a 25bpm;
● Desaceleração: ausência de DIP II ou DIP variável;
● Aceleração: ausente ou presente;
● É o que está tudo normal.

Categoria 2: tudo que não se encaixa na categoria 1 e 3


● Traçado indeterminado;
● Risco indefinido de acidose metabólica;
● Prosseguir propedêutica;
● Estreitar vigilância;
● Linha de base: bradicardia < 109bmp ou taquicardia > 160bpm..

Categoria 3:
● Traçado anormal;
● Alto risco de acidose metabólica;
● Reavaliação/condutas imediatas
● Avaliar ultimar parto;
● Variabilidade lisa associada as seguintes alterações: bradicardia ou DIP II e/ou DIP
variável recorrentes;
● Padrão sinusoidal.

Conduta: .

A conduta depende de 4 parâmetros:


1. Da origem do sofrimento fetal agudo e da possibilidade de reversão do fator
causador;
2. Da melhora fetal com as medidas de ressuscitação intrauterina;
3. Da idade gestacional;
4. Da proximidade da expulsão do concepto durante o trabalho de parto.
O diagnóstico e a pronta correção do fator desencadeante do SFA não são,
necessariamente, capazes de reverter ou reduzir o quadro de hipóxia fetal. A equipe médica
deve, sempre, estar preparada para a necessidade de realização imediata do parto, seja
pela via abdominal - cesária de urgência -, seja pela via vaginal (nos casos em que o parto
é iminente e/ou é possível aplicação do fórceps).

Medidas de ressuscitação intra uterina: .

SOFRIMENTO FETAL CRÔNICO: .

● Não ocorre de forma súbita, acontece ao longo da gestação;


● Engloba todas as gestações que tem evolução desfavorável para o concepto;
● Gestações de alto risco: 10 a 20% das gestações podem complicar com sofrimento
● fetal crônico;
● Responsável por 50% da mortalidade fetal anteparto;
● Comprometimento da vascularização uterina → alterações placentárias,
comprometem trocas mãe-feto → configura insuficiência placentária.

Principais causas do sofrimento fetal crônico: .

● Pós-maturidade;
● Doença hemolítica perinatal;
● Toxemia;
● Hipertensão arterial sistêmica;
● Nefropatia hipertensiva;
● Colagenoses;
● Diabetes;
● Cardiopatias cianóticas;
● Pneumopatias;
● Prenhez gemelar.

Gestações de alto risco:


● Hipertiroidismo;
● Crescimento intra-uterino restrito;
● História obstétrica de natimorto;
● Grávida idosa ( > ou igual 40 anos);
● Descolamento prematuro de placenta crônico;
● Placenta prévia;
● Anemia pós hemoglobinopatias;
● Aminiorrexe prematura.

Crescimento intrauterino restrito (CIR) : .

CIR X RN PG X RN BAIXO PESO

● Condição em que um bebê não atinge o peso normal durante a gestação.


● As causas da restrição de crescimento intrauterino variam, mas incluem
anormalidades da placenta, pressão arterial elevada na mãe, infecções, tabagismo
ou abuso de álcool.
● Um bebê afetado por esse problema nasce com peso inferior a 90 por cento dos
outros bebês na mesma idade gestacional.
● Feto não consegue atingir seu potencial genético para o crescimento;
● RN PIG (abaixo do percentil 10 para idade gestacional);
● De 50 a 70% dos PIG são constitucionais, com crescimento adequado a sua
herança
● familiar e racial;
● RN abaixo peso é aquele que nasce abaixo de 2500g, mas não necessariamente é
PIG.
● CA ou peso fetal estimado <p10.
● Tipos de CIR:
➔ Simétrico: igualmente hipodesenvolvido, ocorre no 2° trimestre e as causas
são anomalias estruturais e cromossômicas, drogas ilícitas, álcool e
infecções (CMV, toxoplasmose, sífilis e malária).
➔ Assimétrico: ocorre devido a insuficiência placentária e ocorre no final da
gestação.

Diagnóstico : .

● Anamnese (fatores de risco);


● Medida da altura uterina;
● Biometria fetal ao USOM;
● Doppler nas artérias uterinas;
● Diagnóstico do CIR precoce: investigar MF e infecções;
● Dosagem do fatores de crescimento placentário: PIGF - biomarcador produzido pela
placenta, importante para angiogenese e vasculogenese.

Oligodramnia : .

● Oligodramnia é a diminuição do volume de líquido amniótico para uma idade


gestacional definida.
● Líquido amniótico: 1° tri: isosmolar com plasma fetal; 2° tri: urina fetal.
● Redução da filtração renal pela redistribuição do débito cardíaco, com prejuízo renal
devido à centralização fetal.
● Resposta hipoxemia crônica;
● Diagnóstico: USOM
● ILA (índice de líquido aminiótico) < 5, ou menor bolsão <2cm
Avaliação do bem estar fetal - perfil biofísico fetal : .

● Perfil Biofísico Fetal serão medidos parâmetros como o volume de líquido amniótico
no útero, movimentos do feto em pontos como abdômen e reto e também os
movimentos do abdome materno. Em alguns casos, o exame também é combinado
com uma cardiotocografia.
● Aceleração da frequência cardíaca fetal (FCF): 2 acelerações;
● Movimento respiratório fetal (MRF): episódio contínuo com 30s de duração;
● Movimento fetal: 3 movimentos do corpo ou dos membros;
● Tônus fetal: 1 episódio de extensão/flexão dos membros ou de tronco ou abertura/
fechamento das mãos;
● Volume do líquido amniótico (vLa): bolsão vertical > 2cm.
● Duração do teste: 30min; nota da variável: se presente 2 e se ausente 0.
● Perfil biofísico fetal - resultados:
➔ > 8: bem estar - repetir em 7dias;
➔ 6: equivocada;
➔ < 4: anormal (resolução gestação);
● Quando todo o PBF (perfil biofísico fetal) está alterado, a mortalidade fetal é quase
100%. Alterações do movimento fetal e tônus são parâmetros tardios no processo de
asfixia.
● *Falso positivo:
➔ Fetos prematuros (imaturidade do SNC);
➔ Uso de drogas sedativas;
➔ Hipoglicemia;
➔ Infecção aminiótica;

Avaliação do bem estar fetal - perfil hemodinâmico fetal: .


● Ultrassom com Doppler;
● Revela comprometimento fetal de forma precoce;
● Não tem tanto valor na diabética sem comprometimento vascular;
● Doppler em gestação de alto risco: reduz a mortalidade perinatal entre 36 a 38% nas
gestações de alto risco para insuficiência placentária.
● Feto centralizado: dilatação das artérias cerebrais, mudando a prioridade do sangue
sob os órgãos.
● Permite avaliar:
➔ Função placentária e resposta fetal à hipoxemia
➔ Circulação materna (artéria uterina);
➔ Circulação feto-placentária (artérias umbilicais);
➔ Circulação fetal (a. cerebral média, aorta descendente, a. renais, ducto
venoso e seio transverso)
Puerpério e infecção puerperal:
PUERPÉRIO .

● Do parto (vaginal ou cesárea) até 6 semanas após


● Retorno do corpo ao estado pré gravídico

Modificações anatômicas e fisiológicas: .

Útero:
● Diminuição de peso e volume
● Imediato: globoso, endurecido, entre sínfise púbica e cicatriz umbilical
● 2 dias após: diminui consistência, na cicatriz umbilical
● 2 semanas: cavidade pélvica

Colo uterino:
● Imediato: pregueado e dilatado
● 2 dias: dilatação de 1 dedo
● 1 semana: impérvio
● Orifício cervical externo em fenda após parto vaginal

Lóquios
● Os lóquios são definidos como a secreção vaginal perdida durante o puerpério
resultante da descamação da decídua superficial e de células do canal vaginal.
● Eliminação do conteúdo pós parto
● Decídua externa --> necrose
● Lóquios vermelhos: 2 primeiros dias
● Lóquios serosos: 3-4 dias
● Lóquios claros: 10° dia
● Importância: caso o lóquios fique por muito tempo pode indicar retenção placentária
e infecção pélvica

Vagina e Vulva:
● Retorno rápido ao estado pré gravídico
● Rápida cicatrização: 4-5 dias pequenas lacerações
● Atrofia: expõe vasos das camadas profundas
● Hipoestrogenismo
Sistema circulatório:
● Imediatamente pós parto
➔ Aumento de 10% do débito cardíaco e volume plasmático (descompressão
aorto-cava)
➔ Aumento da resistência periférica (retirada da placenta)
● 2 semanas: estado pré-gravídico
● Retorno da pressão venosa (melhora das varizes vulvares e MMII, edema e
hemorroidas)

Trato urinário:
● Superdistensão vesical
● Sensação de esvaziamento incompleto
➔ Menor sensibilidade à pressão
➔ Anestesia
➔ Opioides
➔ Traumas vesicais
➔ Sondagem vesical
➔ Dilatação e refluxo ureteral
● Maior risco de infecção

Ovulação:
● Retorno variado
● Em média: 6-8 semanas após o parto (sem amamentação)
● Pode ocorrer antes da menstruação

Mamas:
● Colostro: ocorre nos primeiros 5 dias, + minerais e proteínas, - açúcar e gordura e
tem os anticorpos (IgA)
● Leite maduro: entre 5 dias e 1 mês
● Contraindicação para amamentação
➔ HIV
➔ HTLV
➔ Herpes ativa na mama
➔ Varicela 5 dias antes a 2 dias após parto
➔ Tuberculose ativa
➔ Algumas medicações
➔ Alguns erros inatos do metabolismo no RN
● Orientações sobre amamentação com profissional capacitado
➔ Dores na mama
➔ Ingurgitamento: esvaziar mama, compressa fria e analgésico
➔ Esgotar sempre as mamas
➔ Mastite: Analgésico + compressa fria + esvaziamento + ATB ou em caso de
abscesso: drenagem + ATB

Clínica puerperal: .

O que avaliar na primeira hora pós parto:


● DDVV a cada 15 minutos
● Calafrios (diminuição da massa corporal): aquecer
● Sangramento vaginal e palpação uterina: hipotonia uterina, laceração de colo e
vagina, ruptura uterina ou restos placentários
O que avaliar no alojamento Conjunto: é o local em que a mulher e o recém-nascido
sadio, logo após o nascimento, permanecem juntos, em tempo integral, até a alta. Nele
deve-se avaliar:
● DDVV: PA, FC, FR, T po pelo menos 2 vezes ao dia
● Aumento de temperatura: averiguar se não tem infecção infecção / ingurgitamento
mamário
● Palpação uterina: dor, subinvolução, amolecimento e endometrite
● Lóquios: quantidade, cor e odor
● Cólicas: avaliar as contrações uterinas fisiológicas - dar analgésico se necessário
● MMII: edema, dor e risco de trombose --> avaliar heparina
● Episiorrafia / Lacerações: analgesia VO, gelo local nas primeiras horas e afastar
hematomas, infecção e deiscências
● Ferida operatória:
➔ 3-15% de infecção - sem profilaxia
➔ Menos de 2% - com profilaxia
➔ Avaliar seroma, hematoma e infecção
● Imunização: para paciente Rh-negativo com coombs indireto negativo e RN
Rh-positivo dar 300mg de imunoglobulina anti-DIM (até 72h)
● Cefaleia pós raqui: cefaleia frontal com irradiação occipital, piora na posição
ortostática, realizar hidratação, analgesia e cafeína

Alta hospitalar:
● Anticoncepção: progesterona isolada, preservativo, SIU (cobre ou hormonal) que
pode ser Imediato (24h) ou entre 8-12 semanas e laqueadura
● Analgesia: analgésico e AINE
● Relação sexual: ter apenas após 2 semanas, ocorre diminuição da libido (hormonal,
fadiga, humor) e pode ter Hipoestrogenismo: hidratante / lubrificante

INFECÇÃO PUERPERAL: .

Introdução: .

● Febre do 2° ao 10° dia pós parto (nas primeiras 24h febre é comum - principalmente
pós PN)
● Diagnóstico diferencial
➔ Infecção de sítio cirúrgico
➔ Endometrite
➔ Mastite / Abscesso mamário
➔ ITU (cistite, PNA)
➔ Tromboflebite pélvica séptica
➔ Reação medicamentosa

Infecção de ferida operatória: .

Pode ocorrer na:


● Episiotomia
● Laceração
● Incisão abdominal

Epidemiologia:
● 0,1 a 24% de infecção perineal
● 0,2 a 25% de deiscência
● 2,5 a 16% pós cesárea
● 4 a 7 dias após cirurgia

Tratamento:
● Abrir, drenar, limpar e debridar
● ATB se celulite
● Avaliar ressutura

Endometrite: .
● Febre pós parto
● Taquicardia
● Dor em hipogástrio
● Útero involuído e amolecido
● ATB precoce

Mastite: .
● Mais comum nas primeiras 6 semanas
● Problemas na amamentação
● Trauma
● ATB

Abcesso: .

● Coleção purulenta
● Realizar drenagem + ATB
ITU: .

● Cistite
● PNA (pielonefrite aguda)

Reação medicamentosa: .

● Rash cutâneo
● Alergias
● Misoprostol (medicameto usado para induxir o parto)

CASOS CLÍNICOS: .

Caso clínico 1:
● Bruna, 28 anos
● G1P1, 72 horas pós parto normal
● 38,5°C
● Amamentação exclusiva, com dificuldade
● Dor nas mamas
● Ausência de dor abdominal ou perineal
● Ausência de secreção com odor fétido
● Mamas endurecidas
● Diagnóstico
➔ Ingurgitamento mamário
● Tratamento
➔ Esvaziamento das mamas

Caso clínico 2:
● Larissa, 24 anos, G1C1
● 10 horas pós cesárea
● QP: "Dor no pé da barriga"
● Dor progressiva
● Refere não ter urinado desde a cesárea “sem vontade de urinar”
● Ao exame
➔ Abdomen doloroso em hipogastro, com palpação de massa globosa
suprapúbico
● Diagnóstico
➔ Bexigoma
● Tratamento
➔ Sondagem vesical de alívio
Métodos contraceptivos:
DECISÃO DA ESCOLHA: .
● Critérios sociais;
● Critérios comportamentais;
● Doenças associadas;
● Permitir que a paciente faça a própria escolha esclarecida (esclarecer = comparar
diferentes métodos)
● São escolhas complexas e multifatoriais, estando sujeitas à mudanças

SOBRE CADA MÉTODO DEVE-SE ORIENTAR: .


● Uso correto;
● Funcionamento;
● Efeitos colaterais comuns;
● Riscos e benefícios para a saúde;
● Sinais e sintomas que necessitam voltar ao serviço médico;
● Retorno da fertilidade após a parada;
● Prevenção das DSTs;
● Método de inserção (para os implantes de e SIU);
● Abordagem cirúrgica: métodos definitivos
MÉTODOS DE BARREIRA: .

Camisinha: .
● 15% de falha;
● 20% de falha a feminina;
● Muito seguro para ISTs;
● Associar com outro método para quase chegar aos 100% de eficácia.

Diafragma: .
● Apresenta 16% de falha;
● Não previne ISTs;
● Pode ser usado associado com o gel espermicida (barreira química).

ANTICONCEPCIONAIS HORMONAIS COMBINADOS ORAIS: .


● Eficácia: 99,9%
● Efetividade: 97 a 98%
● Monofásicos:é igual todas as pílulas
● Bifásicos: é diferente cada pipila
● Trifásico:3 composições diferentes
Critérios de cada categoria: .

● Tabagista <35 anos: categoria 2


● Tabagista >35 anos: categoria 3-4
● Hipertensão: categoria
● História de (ave, tvp, tep, iam): categoria 4
● Trombose veia superficial: categoria 2
● história familiar tvp e tep- 1.grau: categoria 1
● veias varicosas: categoria 1
● hipercoagulabilidade-trombofilias familiares: categoria 4
● Diabetes sem de doença vascular: categoria 2
● Diabetes complicada: categoria 3 ou 4
● Múltiplos fatores de risco cardiovascular: categoria 3 ou 4
● Enxaqueca : sem aura: categoria 2 ou 3 e com aura é categoria 4
● Câncer de mama (doença atual): categoria 4
● Câncer de mama (doença curada há mais de 5 anos): categoria 3
● História familiar de câncer de mama: categoria 1

Qual o principal medo das mulheres em usar contraceptivos orais combinados? .

Riscos para trombose:


● 1 a 5 mulheres em cada 10 mil mulheres com ou sem pílula vão ter;
● 5,47 mulheres em cada 10 mil vão ter usando o melhor anti;
● 7,8 mulheres em cada 10 mil vão ter usando o pior anti;
● Na gestação e no puerpério esse risco para quem tem predisposição chega de 40 a
70 mulheres em cada 10 mil.

Fatores que diminuem o efeito do anti : .


● Uso incorreto - esquecimento, horário;
● Má absorção - como no vômito, diarréia;
● Uso de antibióticos;
● Uso de alguns anticonvulsivantes - mulheres com epilepsia.

Anticoncepcionais somente com progestogênio: .


Mini pílulas:
● Espessamento de muco e inibe a implantação endometrial;
● Usado por mulheres que estão amamentando

Progestanego isolado:
● Inibe o eixo-hipotálamo-hipófise-ovariano
● Sem pausa, sem sangramento;
● Pode ter escape.

Efeitos adversos: .
● Sangramento irregular;
● oligo ou amenorreia;
● Acne;
● Mastalgia;
● Náuseas;
● Aumento de peso;
● Alteração do humor;
● líbido

ANTICONCEPÇÃO HORMONAL NÃO ORAL .


● São combinados.
● Tudo igual ao anti combinado, só muda onde é absorvido (nos vasos da parede
vaginal);
● Mesma eficácia dos orais

Anel vaginal: .
● Coloca o anel a cada 3 semanas e tira, tendo 1 semana de sangue;
● Não atrapalha em nada.

Adesivo transdérmico: .
● O adesivo pode ser colocado no braço, ombro, nádega;
● Colocar 1 por semana;
● Evitar em pacientes com >90kg.

Combinado injetável : .
● Dificuldade para aderir tomas diárias;
● 1x por mês - tem sangramento;
● Indicado se tiver problemas de absorção entérica.

Injetáveis só de progesterona : .
● AMPD 150 mg IM profunda a cada 90 dias
● Retorno lento a fertilidade (3-12 meses);
● Vantagens: amenorréia;
● Desvantagens: sangramento de escape, acne, edema, ganho de peso, náuseas,
● mastalgia, cefaléia, alterações de humor, redução da densidade mineral óssea;
● Contra-indicações: suspeita de gravidez, sangramento vaginal de causa
desconhecida, doença trofoblástica e patologias malignas
● Pode demorar até 1 ano para voltar a menstruar depois que parar.
LARCS: REVERSÍVEIS DE LONGA DATA .
● Tempo de duração muito grande;
● Implante e DIU - progestágeno isolado e vão diminuindo o sangramento pela
afinação do endométrio.

DIU de mirena .
● Dura 5 anos;
● Segurança tão grande quanto da laqueadura
● Progestágeno isolado;
● Afina o endométrio;
● Diminui o sangramento até parar.
● Contra-indicação:
➔ Sepse puerperal;
➔ Gonorreia ou clamídia sintomática;
➔ DIP;
➔ Anormalidade uterina;
➔ Câncer de útero.
● Critérios de elegibilidade:
➔ Os mesmos para progestágenos isolados
➔ São iguais ao DIU de cobre, exceto que no de cobre pode ser usado no
câncer de mama.

DIU de cobre: .
● 10 anos de eficácia;
● Similar a laqueadura;
● Causa alterações espermáticas, ovulares, cervicais, endometriais e tubárias que
dificultam a fertilização;
● Ela continua menstruando normal;
● Não bloqueia a ovulação.
● Indicação: pode ser colocado até 48h depois do parto, mas é indicado 6 semanas
após parto porque o útero já voltou ao normal.

Implante subdérmico: .
● Implante de etonogestrel
● 3 anos;
● Inibir a ovulação;
● Afina o endométrio;
● Aumento a viscosidade do muco;
● Retorno da fertilidade 1 a 18 semanas;
● Sangramento de escape

PACIENTES COM NECESSIDADES ESPECIAIS: .


● Pessoas com deficiência (injetável trimestral);
● Adolescentes;
● Pós parto, lactantes;
● TVP/TEP
● Lúpus eritematoso sistêmico (evitar hormonais)
● Hepatite viral;
● Cirrose;
● Tumores hepáticos;
● Terapia antirretroviral (Ritonavir)
● Uso de anticonvulsivantes

ANTICONCEPÇÃO DE EMERGÊNCIA .
● Reduz a chance de gravidez em 85%;
● Utilizada em 72h após o coito;
● > 72h - reduz em 50% a chance de gravidez.
● Indicação:
➔ Após estupro;
➔ Após coito sem proteção adequada;
➔ Levonorgestrel isolado;

MÉTODO IRREVERSÍVEL .
● Laqueadura na mulher;
● Vasectomia no homem;
● Índice de erro 0,3% de eficácia;
● Pode ser feita por via abdominal, laparoscópica, umbilical (no pós parto) ou
culdotomia (fundo de saco);
● Tá sendo cada vez menos feita no BR porque foi proibida de fazer durante o parto,
salvo exceções. Além disso, precisa ter mais de 25 anos, 2 ou mais filhos vivos.

Você também pode gostar