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P R O F . N A T Á L I A C A R V A L H O
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R OT U R A P R E M AT U R A
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D E M E M B R A N AS
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OBSTETRÍCIA Prof. Natália Carvalho |Rotura Prematura de Membranas 2

APRESENTAÇÃO:

PROF. NATÁLIA
CARVALHO

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Atenção, Futuro Residente!
A rotura prematura de membranas (RPM) é um tema
muito cobrado nas provas de Residência Médica, pois, além de
ser um dos problemas mais frequentes da prática obstétrica,
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aumenta consideravelmente os riscos materno-fetais, como
a prematuridade e a infecção. Porém, a conduta frente à RPM
apresenta vários pontos controversos na literatura e pode mudar
de uma instituição para outra, o que aumenta a dificuldade na

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resolução das questões. Então, fique atento!


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Para você ganhar tempo, selecionamos tudo o que precisa


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saber sobre RPM, dando atenção especial aos tópicos mais


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cobrados, que são: diagnóstico e conduta. Vamos começar?


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@profnataliacarvalho @estrategiamed
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/estrategiamed Estratégia Med

t.me/estrategiamed
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Estratégia
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OBSTETRÍCIA Rotura Prematura de Membranas Estratégia
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SUMÁRIO

1.0 INTRODUÇÃO 5
2.0 DIAGÓSTICO NA RPM 8
3.0 CONDUTA NA RPM 11
3.1 CONDUTA NA RPM A TERMO (A PARTIR DE 37 SEMANAS) 12

3.2 CONDUTA NA RPM PRÉ-TERMO (ABAIXO DE 37 SEMANAS) 12

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3.3 CONDUTA NA RPM ENTRE 34 E 36 6/7 SEMANAS 13

3.4 CONDUTA NA RPM ENTRE 24 E 33 6/7 SEMANAS 14

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3.5 CONDUTA NA RPM ABAIXO DE 23-24 SEMANAS 16

3.6 VIA DE PARTO NA RPM 16


s.
3.7 TRATAMENTOS SEM EVIDÊNCIA CIENTIFICA NA RPM 16

4.0 CORIOAMNIONITE 17
5.0 LISTA DE QUESTÕES 19

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6.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 20


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7.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 22


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CAPÍTULO

1.0 INTRODUÇÃO

A RPM ou amniorrexe prematura é definida pela ocorrência de rotura das membranas amniótica e coriônica antes do início do trabalho
de parto, independentemente da idade gestacional. Quando a rotura prematura das membranas ocorre antes de 37 semanas, define-se
como RPM pré-termo e, quando ocorre após 37 semanas, como RPM de termo.

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A definição de RPM é bastante cobrada nas provas de Residência Médica, tanto de maneira direta quanto

como pré-requisito para você conseguir entender o enunciado de uma questão. Então, não confunda as palavras
prematura e pré-termo na definição de rotura de membranas!
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O intervalo entre a rotura das membranas e o início do funcionam como uma barreira protetora para o feto, além de
trabalho de parto é chamado de período de latência. O período permitirem a manutenção do líquido amniótico. Por isso, a perda
de latência é inversamente proporcional à idade gestacional e de sua integridade prematuramente aumenta os riscos de infecção
diretamente proporcional à ocorrência de infecção, ou seja, quanto intrauterina, além disso, em casos de RPM pré-termo em idades
menor for a idade gestacional, maior é o período de latência e, gestacionais muito precoces, essa perda pode levar à hipoplasia
quanto maior o período de latência, maior a chance de infecção. pulmonar decorrente do anidrâmnio (ausência de líquido na
Sabe-se que as membranas fetais (córion e âmnio) cavidade amniótica).

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A etiologia da RPM pode ser dividida em


espontânea ou iatrogênica. A RPM iatrogênica pode
ocorrer após procedimentos invasivos intrauterino,
como amniocentese, cordocentese e cirurgia fetal, além
de cirurgias cervicais. Na maioria dos casos, ocorre uma
provável reparação espontânea da membrana em 2 a 3
semanas e a gestação pode evoluir sem complicações.
Por outro lado, a RPM espontânea tem etiologia
complexa e multifatorial. Vários eventos patológicos
podem levar às alterações que culminam com a rotura

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das membranas: infecção, inflamação, estresse,
sangramento, sobredistensão uterina (polidrâmnio),

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fatores mecânicos (movimentação fetal), alteração da
integridade cervical, fatores intrínsecos da membrana,
alteração da oxigenação tecidual (tabagismo) e
diminuição da atividade bactericida do líquido amniótico
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(LA).

Dentre essas etiologias, a principal causa identificável de RPM espontânea é a infecção ascendente do trato genital, que produz

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inflamação na membrana fetal, levando à alteração da sua estrutura e, consequentemente, à sua rotura. Os principais agentes infecciosos
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relacionados à RPM são: Gardnerella vaginalis, Neisseria gonorrhoeae, Escherichia coli, Bacterioides spp, estreptococos do grupo B e
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enterococos. Esses agentes são cobrados nas provas de Residência Médica, então vale a pena memorizar!
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A maioria dos fatores de risco para RPM são os mesmos do trabalho de parto prematuro. A história pregressa de RPM pré-termo é o
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maior fator de risco para uma nova RPM pré-termo. Além do mais, estão fortemente associados com RPM: as infecções do trato genital, o
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sangramento do segundo e terceiro trimestre, tabagismo, colo curto, IMC baixo, situação socioeconômica vulnerável e uso de drogas ilícitas

(tabela 1).
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Os fatores de risco são cobrados de maneira direta nas provas de Residência Médica e também podem fazer parte do
enunciado para ajudar na resolução da questão.
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TABELA 1- FATORES DE RISCO PARA RPM

RPM anterior Infecção do sistema geniturinário (vaginose, cistite)

Aborto tardio anterior Extremos de idade materna (<15 anos ou mais de 40 anos)

Gestação múltipla Estado socioeconômico adverso

Polidrâmnio Malformações uterinas e cirurgias colo uterino

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Alterações placentárias Tabagismo, etilismo e uso de drogas ilícitas

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Ausência de pré-natal Doença periodontal

Desnutrição Deficiência de vitamina C


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A principal complicação da RPM é a infecção intrauterina hialina, hemorragia intraventricular, enterocolite necrosante e
(corioamnionite e endometrite) com consequente infecção fetal. sepse neonatal. Ademais, pode haver hipoplasia pulmonar quando
Essa complicação está presente em 15% a 25 % dos casos, sendo o oligoâmnio for grave e em fases muito precoces da gestação (antes

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que o risco de infecção aumenta conforme a duração da rotura das de 20 semanas). Pode ocorrer também descolamento prematuro
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membranas e do período de latência. de placenta, prolapso de cordão umbilical, compressão funicular,


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Além disso, na rotura prematura pré-termo de membranas, há retenção placentária e até morte fetal.
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as complicações da prematuridade que são: síndrome da membrana


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CAPÍTULO

2.0 DIAGÓSTICO NA RPM

A principal queixa da gestante com RPM é a saída de líquido exame de toque não deve ser realizado se a gestante estiver fora de
amniótico pela vagina na ausência de contrações uterinas. Diante trabalho de parto, pelo risco aumentado de infecção.
desse sintoma, a gestante deve ser avaliada clinicamente por meio Desse modo, o diagnóstico de rotura prematura de
do exame especular, a fim de verificar a saída de líquido amniótico membranas ocorre em 90% dos casos por meio da avaliação
pelo orifício externo do colo uterino. Pode-se fazer compressão clínica, com a visualização da saída de líquido amniótico pelo
no fundo uterino ou solicitar que a gestante realize manobra de orifício externo do colo uterino no exame especular, sendo esse o
Valsalva, a fim de observar melhor a saída de líquido amniótico. O diagnóstico padrão-ouro.

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Evitar o toque vaginal para não aumentar o risco de infecção!
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Quando a clínica for duvidosa, deve-se lançar mão de testes laboratoriais, que podem ser utilizados para ajudar no diagnóstico de RPM.
Os testes diagnósticos mais utilizados estão resumidos na tabela abaixo e são cobrados nas provas de Residência Médica, por isso vale a pena

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conhecer cada um deles!


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TABELA 2: TESTES DIAGNÓSTICOS

Cristalização do muco cervical Após secar na lâmina, o líquido amniótico cristaliza-se, apresentando aspecto
(figura 2) arboriforme na microscopia (folha de samambaia).

Mudança de coloração (incolor para marrom) de amostra de líquido amniótico


Teste de Lanetta
em lâmina aquecida por um minuto.

O pH vaginal é ácido (3,8 e 4,5) e o pH do líquido amniótico varia de 7,0 a


7,7. Na presença de líquido amniótico, o pH vaginal eleva-se (acima de 6,0).
Determinação do pH vaginal
Esse teste pode apresentar falso-positivo quando houver vaginose, sangue ou

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sêmen na vagina.

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A fita de papel nitrazina marcando pH ≥ 6,0 sugere presença de líquido am-
Papel de nitrazina (figura 1)
niótico.
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O líquido amniótico apresenta coloração rosa-choque na presença do corante
Teste do fenol vermelho
alaranjado fenolftaleína.

Na presença do sulfato Azul de Nilo a 1%, as células fetais orangiófilas (pre-



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Teste do azul de Nilo sentes após 32 semanas no líquido amniótico) passam a ter uma coloração
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amarelo-alaranjada, comprovando a presença de líquido amniótico.


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Lavado vaginal para pesquisa A presença de ureia e creatinina fetal em lavado vaginal indica presença de
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de ureia e creatinina fetal líquido amniótico.


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O corante é introduzido na cavidade amniótica e um tampão é colocado na


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Prova do corante (índigo carmim ou vagina, se, após 30 min, o tampão estiver azul, confirma-se o diagnóstico de
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vitamina B12) amniorrexe. O azul de metileno não deve ser usado (anemia hemolítica e he-

moglobinemia fetal).

Alfa 1-microglbulina placentária Alta sensibilidade e especificidade no diagnóstico de RPM em qualquer idade
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(PAMG-1). Amnisure® gestacional.

Fator de crescimento semelhante à Alta sensibilidade e especificidade no diagnóstico de RPM em qualquer idade
insulina (IGFBP-1). ActimPROM® gestacional.

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Com exceção dos testes PAMG-1 e IGFBP-1, os outros testes a RPM, uma vez que pode haver rotura de membranas e o líquido
sofrem influência de sangue, sêmen, vaginose, tricomoníase e permanecer normal. Por outro lado, o oligoâmnio pode estar
antisséptico alcalino, gerando resultados falso-positivos. presente por outras causas que não a RPM, como na insuficiência
A avaliação ultrassonográfica do líquido amniótico pode ser placentária ou em malformações do sistema urinário.
utilizada para ajudar no diagnóstico, mas não exclui e nem confirma

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Figura 1: Determinação do PH vaginal com papel de nitrazina. Figura 2: Cristalização do muco cervical. Aspecto arboriforme se liquido
A: normal, B: Vaginose bacteriana, C: RPMO. amniótico
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CAPÍTULO

3.0 CONDUTA NA RPM

Atenção Estrategista, este é o tópico mais cobrado nas questões sobre RPM!

A conduta na RPM depende da idade gestacional, da presença perfil biofísico fetal, já que a Dopplervelocimetria não é um exame
ou não de sinais de infecção e da avaliação da vitalidade fetal. de escolha para avaliar vitalidade fetal nesses casos. Diante de
A idade gestacional deve ser calculada pela data da última alteração na vitalidade fetal, deve-se partir para a resolução

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menstruação e confirmada por ultrassonografia do primeiro imediata da gestação, independentemente da idade gestacional.
trimestre. Datar precisamente a gestação é de suma importância Caso a gestante apresente sangramento vaginal importante, com

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para a tomada de conduta adequada na RPM. suspeita de descolamento prematuro de placenta, a resolução da
Além disso, a avaliação de sinais de infecção é fundamental gestação também deve ser iminente. Outra situação em que a
diante de um caso de RPM, pois, se o quadro for sugestivo de conduta deve ser ativa é diante do diagnóstico de óbito fetal.
corioamnionite, a conduta é resolutiva, independentemente da Sendo assim, a conduta deve ser a resolução da gestação
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idade gestacional. Para isso, deve-se fazer uma avaliação clínica diante de: sinais de corioamnionite, alteração da vitalidade fetal,
minuciosa da gestante e solicitar exames laboratoriais (hemograma sangramento vaginal importante, óbito fetal e trabalho de parto.
e PCR). Falaremos mais adiante sobre o diagnóstico e conduta de Na ausência de sinais de infecção e na presença de feto
corioamnionite, fique atento! com boa vitalidade, a conduta na RPM varia conforme a idade

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A avaliação da vitalidade fetal também é fundamental gestacional, como veremos a seguir.


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nos casos de RPM e pode ser feita pela cardiotocografia e pelo


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3.1 CONDUTA NA RPM A TERMO (A PARTIR DE 37 SEMANAS)

Na rotura prematura de membranas em gestações a termo Além do mais, a antibioticoprofilaxia para estreptococos do
(a partir de 37 semanas), a conduta é ativa com a resolução da grupo B (EGB) deve ser feita durante o trabalho de parto ativo,
gestação, uma vez que a conduta expectante para esses casos se a gestante apresentar cultura positiva ou fatores de risco que
aumenta o risco materno-fetal de infecção. justifiquem a antibioticoprofilaxia em caso de cultura desconhecida
Sendo assim, a resolução da gestação deve ser, (febre >ou = 38 graus, rotura de membranas >ou = 18horas, urocultura
preferencialmente, por indução do parto com misoprostol positiva para EGB no pré-natal ou filho anterior com sepse neonatal
ou ocitocina, a depender das características do colo uterino, por EGB). O antibiótico usado é a penicilina cristalina, 5 milhões UI
logicamente, se não houver contraindicação ao parto normal. seguida de 2,5 milhões UI, a cada 4 horas, até o parto.
Não está indicado o uso de balão cervical, pois não há evidências Atenção para o organograma abaixo que resume a conduta

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seguras para seu uso diante de RPM. na RPM a termo!

Rotura prematura
de membranas
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> 37 semanas

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Rotura das membranas antes de Resolução da gestação ANTIBIOTICOPROFILAXIA


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iniciar o trabalho de parto (EGB positivo ou desconhecido


com fatores de risco)
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PENICILINA CRISTALINA
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3.2 CONDUTA NA RPM PRÉ-TERMO (ABAIXO DE 37 SEMANAS)


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A conduta frente à rotura prematura pré-termo de membranas visa diminuir os riscos da prematuridade. Alguns procedimentos são
controversos e variam de uma instituição para outra. Sendo assim, as condutas a seguir seguem o preconizado pela Febrasgo e pelo Ministério
da Saúde, e vem sendo utilizadas pela maioria das instituições brasileiras¹.

Vale a pena memorizar o organograma abaixo, ele resume as condutas na RPM pré-termo!

¹A Faculdade de medicina da USP ( FMUSP) tem protocolo próprio, com condutas diferentes, como veremos mais adiante

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Para facilitar seu raciocínio na hora da prova, vamos dividir a conduta na RPM pré-termo em três faixas de idade gestacional: entre 34
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e 36 6/7 semanas; entre 24 e 33 6/7 semanas; e abaixo de 24 semanas. Como você perceberá a seguir, as condutas são diferentes para cada
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uma dessas faixas de idade gestacional e é muito importante saber essas diferenças, pois isso é muito cobrado nas questões de obstetrícia.

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3.3 CONDUTA NA RPM ENTRE 34 E 36 6/7 SEMANAS

A conduta mais aceita para essa idade gestacional pelas instituições brasileiras é a indução do parto, porém, desde 2019, os protocolos
internacionais (NICE e ACOG) têm orientado a conduta expectante, por isso é importante ficar atento, pois os protocolos brasileiros podem
também começar a aceitar a conduta expectante nessa idade gestacional.

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Desde 2019 as instituições internacionais orientam a conduta expectante nos casos de RPM entre 34 e 36 6/7
semanas.

Na conduta ativa com indução do parto, não se deve esquecer (hemograma e proteína C reativa), a avaliação da vitalidade fetal,
de que todas as gestantes precisam receber, durante o trabalho de além de colher cultura para estreptococos do grupo B.
parto ativo, antibioticoprofilaxia para EGB com penicilina cristalina Além disso, a administração de um ciclo de corticoide pode
se cultura para EGB positiva ou desconhecida. ser considerada entre 34 e 36 e 6/7 semanas, caso seja realizada a
Caso se opte por conduta expectante, manter internação conduta expectante, pois o uso de corticoide nessa idade gestacional

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hospitalar, realizar o controle clínico (temperatura materna e mostrou diminuição do risco de desconforto respiratório do recém-

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frequência cardíaca materna e fetal) e laboratorial de infecção nascido.

RPM entre 34 e 36 6/7 sem


• Conduta ativa ou expectante.
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• Considerar uso de corticoide se expectante.
• Pesquisa e profilaxia para EGB.

3.4 CONDUTA NA RPM ENTRE 24 E 33 6/7 SEMANAS


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A conduta nos casos de RPM entre 24 e 33 6/7 semanas é expectante. Deve-se realizar internação hospitalar, coleta de cultura para
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estreptococos do grupo B, controle clínico (temperatura materna e frequência cardíaca materna e fetal) e laboratorial de infecção (hemograma
e proteína C reativa), assim como a avaliação da vitalidade fetal.
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A corticoterapia para maturação


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pulmonar é a principal conduta nessa


idade gestacional, pois reduz os riscos
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ocasionados pela prematuridade,


diminuindo a morbimortalidade

neonatal. Os corticoides usados são a


betametasona (12mg a cada 24h, duas
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doses) e dexametasona (6mg a cada


12h, 4 doses). O efeito do corticoide já é
notado nas primeiras horas de uso, mas
o efeito completo ocorre após 24 horas
do término do ciclo. Por isso, o uso do
corticoide deve ser feito mesmo quando
não há tempo hábil de se realizar o ciclo
completo.

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Além disso, deve-se fazer antibioticoterapia para aumentar o período de latência e diminuir os riscos de corioamnionite. Existem
vários protocolos de antibioticoterapia profilática utilizados para aumentar o período de latência, o mais utilizado é o preconizado pela ACOG:
ampicilina 2g de 6/6h e eritromicina 250mg de 6/6h endovenosa (48 horas) seguida de amoxicilina 500mg 8/8h e eritromicina oral (5 dias).
A eritromicina pode ser substituída por azitromicina 1g dose única, via oral. No Brasil, pela facilidade de prescrição e disponibilidade, dá-se
preferência à azitromicina dose única, ao invés da eritromicina.

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Caso a gestante entre em trabalho de parto, deve-se aplicar da vitalidade, sinais de corioamnionite, sangramento vaginal

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sulfato de magnésio para neuroproteção fetal (até 32 semanas) e importante sugestivo de descolamento prematuro de placenta,
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antibioticoprofilaxia para estreptococos do grupo B com penicilina trabalho de parto ou óbito fetal.
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cristalina se a gestante não estiver mais utilizando antibiótico para Nessa idade gestacional, as condutas são mais homogêneas,
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aumentar o período de latência. não variando muito na literatura, por isso caem com mais frequência
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Lembre-se de que a resolução da gestação deve ocorrer nas provas de Residência Médica, então vale a pena memorizar!
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independentemente da idade gestacional se: fetos com alteração



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RPM entre 24 e 33 6/7 sem


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• Conduta expectante

• Controle de infecção e vitalidade fetal


• Corticoterapia
• Antibioticoterapia para aumentar o período de latência
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• Pesquisa e profilaxia para EGB quando indicado


• Sulfato de magnésio <32 semanas se trabalho de parto

A tocólise não está indicada nos casos de rotura prematura pré-termo de membranas, a não ser que a gestante entre em trabalho de
parto rapidamente e seja necessário adiar o parto em até 48 horas para transferência da gestante a um centro de referência.

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3.5 CONDUTA NA RPM ABAIXO DE 23-24 SEMANAS

A conduta na RPM abaixo de 23-24 semanas deve ser amniótico esteja muito reduzido, o risco de hipoplasia pulmonar é
individualizada para cada paciente e para cada serviço. Quando maior e o prognostico fetal é pior.
a rotura das membranas ocorre abaixo do limite de viabilidade, a Caso a paciente, mesmo depois de esclarecidos todos os
tendência é optar pela conduta ativa com resolução da gestação, riscos maternos e fetais, optar pela conduta expectante, deve
em decorrência da prematuridade extrema e do prognóstico fetal utilizar antibiótico e assinar o termo de ciência dos riscos. Não está
reservado, evitando, assim, os riscos de infecção materna diante de indicado corticoide, tocólise e nem sulfato de magnésio antes da
uma conduta expectante. viabilidade fetal. É possível, nessa idade gestacional, fazer a conduta
Nessa idade gestacional, a principal variável que indica o expectante ambulatorial.
prognóstico fetal é o volume do líquido amniótico. Caso o líquido

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RPM abaixo de 23-24 sem

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• Conduta ativa ou expectante ( individualizar)
• Controle de infecção e antibiótico se conduta expectante
• Não fazer corticoterapia, tocólise e sulfato de magnésio
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3.6 VIA DE PARTO NA RPM

A via de parto deve ser discutida com a gestante, porém não há benefícios estabelecidos que justifiquem a indicação de cesárea no

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parto prematuro cefálico, por isso a indução do parto tem sido a conduta mais aceita nos caos de RPM, a não ser que o parto normal seja
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contraindicado por outros motivos. Se o feto estiver em apresentação pélvica entre 26 e 36 6/7 semanas, a cesárea é a via mais indicada.
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3.7 TRATAMENTOS SEM EVIDÊNCIA CIENTIFICA NA RPM


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O tratamento não farmacológico (repouso e hidratação endovenosa vigorosa) é comumente recomendado, mas não há evidência
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científica para sua prescrição. Além disso, essas recomendações podem aumentar os riscos maternos de complicações, como o de

tromboembolismo venoso.
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CAPÍTULO

4.0 CORIOAMNIONITE

Parte importante da conduta na rotura prematura de Peptococcus e Peptostreptococcus.


membranas é afastar sinais de infecção intrauterina, como vimos Os principais fatores de risco para corioamnionite são:
anteriormente. A corioamnionite caracteriza-se por uma inflamação toques vaginais excessivos, trabalho de parto com mais de 12 horas,
aguda da placenta, córion e âmnio, causada principalmente pela RPM há mais de 24 horas, presença de estreptococos do grupo B e
ascensão de bactérias do trato geniturinário inferior. mecônio.
Sabe-se que os patógenos mais comumente relacionados à O diagnóstico de corioamnionite é feito pela avaliação clínica
corioamnionite são: Gardnerella vaginalis, Ureaplasma urealyticum, e laboratorial da gestante, sendo seus principais sinais clínicos e

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estreptococos do grupo B, Bacteroides bivius, Escherichia coli, laboratoriais estes listados abaixo:

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O diagnóstico e conduta na corioamnionite aparecem


com muita frequência nas provas de Residência Médica,
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fique ligado!
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Frente a um caso suspeito de corioamnionite, independentemente da idade gestacional, as duas condutas principais são:
antibioticoterapia e resolução da gestação.
Com relação à antibioticoterapia, ela deve ser empírica e de grande espectro, sendo que os dois regimes de antibiótico mais utilizados
são:

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Porém, a administração de antibioticoterapia não é suficiente para resolver a corioamnionite. O tratamento só será efetivo com a
resolução da gestação. Por isso, a indução está indicada, independentemente da idade gestacional. A via de parto deve ser discutida com a

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gestante, porém não há benefícios estabelecidos que justifiquem a indicação de cesárea.

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MAPA MENTAL DA CORIOAMNIONITE
CLINDAMICINA + GENTAMICINA
(900MG EV, 8/8h) (1,5mg/kg, 8/8h)
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Ascenção de bactérias do SULFATO DE MAGNÉSIO
trato genitourinário inferior
ANTIBIOTICOTERAPIA (<32 SEMANAS)

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• Febre
CORIOAMNIONITE PRÉ - TERMO
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• Taquicardia materna ou fetal


(<37 SEMANAS)
• Útero doloroso
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• Secreção vaginal purulenta


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• Leucocitose com desvio à esquerda


• Aumento do PCR
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RESOLUÇÃO DA GESTAÇÃO NÃO FAZER!


• CORTICOIDE
• TOCOLITICO
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Via de escolha = Parto Vaginal


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Ademais, nos casos de corioamnionite, não é preconizado administrar corticoide para maturação pulmonar, pois os riscos de
complicações materno-fetais superam os benefícios dessa medicação para o feto. Se o feto apresentar menos de 32 semanas, diante de parto
iminente, deve-se administrar sulfato de magnésio para a neuroproteção.

Agora, que você terminou de estudar este Resumo, é importante que resolva o máximo de questões sobre este tema, para que
consiga fixar o assunto e compreenda melhor como isso é cobrado nas provas de Residência Médica.

Prof. Natália Carvalho | Resumo Estratégico | 2023 17


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Lembrando que você pode estudar online ou imprimir as listas sempre que quiser.

Resolva questões pelo computador

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CAPÍTULO

6.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Zugaib obstetrícia 4ª ed. Manole 2020.


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CAPÍTULO

7.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS

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Professora Natália Carvalho

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