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PNEUMOLOGIA Prof. Taysa Moreira | Asma Brônquica 2
APRESENTAÇÃO:
PROF. TAYSA
MOREIRA
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Olá, Estrategista!
Este resumo é uma parada obrigatória em seus estudos
da Pneumologia, já que estamos falando de uma das doenças
respiratórias crônicas mais prevalentes no mundo: a asma.
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A partir de agora, repassaremos todos os tópicos relativos
a essa condição, com destaque para aqueles mais cobrados nas
provas, como definição, diagnóstico, tratamento de manutenção
e exacerbação.
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livro, você domine esse tema tão relevante nas provas e, também,
em nossa prática clínica. Afinal, dificilmente você passará por
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de asma.
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@estrategiamed @estrategiamed
t.me/estrategiamed /estrategiamed
Estratégia
MED
PNEUMOLOGIA Asma Brônquica Estratégia
MED
SUMÁRIO
1.0 DEFINIÇÃO 4
2.0 EPIDEMIOLOGIA 4
3.0 ETIOFISIOPATOLOGIA 5
4.0 FENÓTIPOS E ENDÓTIPOS 7
5.0 QUADRO CLÍNICO 8
6.0 EXAMES COMPLEMENTARES 9
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7.0 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 12
8.0 TRATAMENTO 13
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8 .1 MANEJO DA ASMA BRÔNQUICA 13
9 .2
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ASMA E COVID-19 20
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CAPÍTULO
1.0 DEFINIÇÃO
A asma é uma doença heterogênea, caracterizada por Manifesta-se clinicamente por sintomas respiratórios
inflamação crônica das vias aéreas e limitação variável ao fluxo intermitentes e recorrentes, incluindo sibilância, dispneia, aperto
expiratório, reversível espontaneamente ou com tratamento. no peito e tosse, que variam ao longo do tempo e em intensidade.
CAPÍTULO
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2.0 EPIDEMIOLOGIA
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A asma é uma das doenças respiratórias crônicas mais elevada morbimortalidade e causa importante sobrecarga social
prevalentes e afeta cerca de 1 a 18% da população mundial. O Brasil e pessoal.
está entre os países com maior prevalência de sintomas de asma, É uma doença de apresentação mais comumente em crianças
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com estimativa de aproximadamente 20 milhões de habitantes e adultos jovens, porém o início dos sintomas pode ocorrer em
vivendo com a doença. qualquer década da vida, não sendo infrequente o surgimento
Apesar de todos os avanços no conhecimento da dos sintomas na vida adulta. No sexo masculino, predomina na
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CAPÍTULO
3.0 ETIOFISIOPATOLOGIA
A asma é uma doença multifacetada com etiologia De modo geral, os fatores que influenciam a asma
multifatorial. Diferentes fatores de risco e interações ambientais podem ser divididos em:
são fundamentais para seu surgimento.
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• Associados ao desencadeamento de sinto-
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mas ("gatilhos").
• Sensibilizantes ocupacionais, alérgenos,
fumaça de cigarro, poluição ambiental,
medicamentos, exercícios, alterações
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climáticas.
A alteração elementar na asma é a inflamação crônica das Fique tranquilo, mais à frente, retomaremos esse conceito.
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vias aéreas caracterizada pela presença de diferentes células, Uma vez iniciado esse processo, desencadeia-se uma
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como eosinófilos, basófilos, mastócitos, linfócitos, macrófagos resposta broncoconstritora exagerada a estímulos normalmente
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e neutrófilos, e de citocinas produzidas por elas. Indo um pouco não nocivos, determinando os episódios de sintomas da
mais a fundo, vale a pena destacar que a resposta imunológica doença, reversíveis espontaneamente ou com tratamento.
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na asma é do tipo Th2, a mesma observada na rinite, no O estreitamento brônquico é resultante não apenas da contração
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eczema e, também, nas infecções helmínticas. Isso é importante do músculo liso, mas, também, do edema da mucosa e da
porque guarda relação direta com os endótipos da asma. hipersecreção de muco.
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Figura 1. Representação esquemática da pequena via aérea de paciente com asma brônquica.
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Caso esse processo inflamatório não seja controlado anormalidades clínicas e funcionais, como sintomas, limitação
e se perpetue, estabelece-se um ciclo vicioso de agressão e ao fluxo de ar e broncoconstrição, mesmo na ausência de gatilho
reparo, que pode desencadear o remodelamento das vias desencadeador.
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respiratórias (irreversível) com depósito intersticial de colágeno O esquema a seguir resume os principais achados discutidos
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Aproveitando a oportunidade, você já se perguntou o que está por trás dos óbitos causados pela asma?
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Hiperresponsividade brônquica
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INFLAMAÇÃO DAS
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O paciente vítima de uma exacerbação fatal de asma apresenta como mecanismo desencadeador do óbito a
hipoxemia grave e refratária, resultante da presença de tampões de muco nas vias aéreas que impedem o fluxo de ar,
compostos, principalmente, de eosinófilos e células epiteliais mucosas descamadas em grande número.
Os elementos característicos vistos na necropsia desses pacientes incluem os cristais de Charcot-Leyden
(coalescência de grânulos eosinófilos livres), corpúsculos de Creola (aglomerados de células epiteliais mucosas) e espirais
de Curschmann (moldes bronquiolares de muco). Ocorre ainda edema de mucosa e submucosa, com presença de
infiltrado inflamatório local.
CAPÍTULO
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4.0 FENÓTIPOS E ENDÓTIPOS
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Um fenótipo de uma doença descreve as características de crises, dos gatilhos e da resposta ao tratamento. Os principais
comuns clinicamente observáveis, sem que haja, necessariamente, fenótipos trazidos pelo documento GINA (Global Initiative
uma relação direta com a fisiopatologia subjacente. for Asthma) de 2021 e suas principais características estão
A classificação em fenótipos tem como objetivo facilitar o resumidos na Tabela 1:
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entendimento das manifestações clínicas, do desencadeamento
FENÓTIPOS DA ASMA
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• Geralmente, tem início na infância, com história pessoal ou familiar de rinite alérgica,
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•
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• Pacientes com doença de longa duração e provável remodelamento da parede das vias
Asma com limitação
aéreas;
fixa ao fluxo aéreo
• Frequentemente, apresentam baixa resposta aos CIs.
Diferentemente dos fenótipos, os endótipos agrupam características fisiopatológicas consistentes, como vias metabólicas,
inflamatórias, imunológicas e de remodelação, envolvidas na patogênese da doença. Os principais endótipos da asma brônquica estão
resumidos na Tabela 2:
ENDÓTIPOS DA ASMA
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vias aéreas e sistêmica;
Inflamação Th2 baixa
• Responsividade diminuída aos corticoides. Não respondem às drogas que inibem
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a inflamação Th2.
Tabela 2. Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), 2020.
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CAPÍTULO
A asma manifesta-se, classicamente, com episódios permanece assintomático ou oligossintomático, embora, nas
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recorrentes de sibilância, dispneia, opressão torácica e tosse, formas graves e/ou prolongadas da doença, os sintomas possam
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meses, anos). Não se esqueça de que a maioria dos pacientes intensidade e o horário de surgimento dos sintomas (diário,
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asmáticos tem outras manifestações atópicas, sobretudo rinite semanal, noturno provocando despertar, ao fazer exercícios). É
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Um marco importante é a melhora dos sintomas, uso de medicações para alívio dos sintomas, medicações de
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espontaneamente ou pelo uso de medicações específicas, como controle da doença, tratamentos anteriores, exacerbações prévias
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broncodilatadores e/ou corticoides inalatórios ou sistêmicos. e tratamentos requisitados, presença de comorbidades e história
Além disso, durante o período intercrítico, o paciente geralmente familiar.
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• Alérgenos ambientais ou ocupacionais: pólens, fungos, ácaros, pelos de animais, fibras de tecidos;
• Exposição a irritantes: fumo, poluição do ar, aerossóis;
• Drogas: aspirina, anti-inflamatórios não hormonais, betabloqueadores;
• Alterações climáticas, exposição ao ar frio, alterações emocionais e exercícios.
A presença, ou não, de alterações ao exame físico está na inspiração e na expiração. Lembre-se de que, em obstruções
diretamente relacionada à existência de obstrução ao fluxo aéreo, extremas, os sibilos desaparecem em conjunto com o som vesicular,
ou seja, se o paciente está no período intercrítico – em geral, caracterizando o “tórax silencioso”. Muita atenção para nunca cair
assintomático – ou em exacerbação, por exemplo. nessa armadilha, seja na prática clínica, seja na prova.
O principal achado são os sibilos, que variam conforme a Outras alterações ao exame físico incluem taquipneia,
gravidade da obstrução. Inicialmente, são audíveis somente na prolongamento do tempo expiratório e presença de tiragens,
expiração forçada; posteriormente, são audíveis na expiração não conforme a gravidade da apresentação clínica.
forçada; e, por fim, nos pacientes mais graves, podem ser audíveis
As exacerbações da asma são episódios caracterizados por uma piora dos sintomas, tais como dispneia, tosse, sibilância,
opressão torácica e piora progressiva da função pulmonar.
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Normalmente, ocorrem em resposta à exposição a algum agente (infecção viral do trato respiratório, pólen ou poluição) e/ou
má adesão terapêutica às medicações de controle. No entanto, uma parcela dos pacientes pode cursar com exacerbações sem exposição
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deflagrada. s.
CAPÍTULO
O parâmetro utilizado para a classificação da gravidade da obstrução é o VEF1, conforme a tabela 3 mostra. Muito cuidado
para não confundir com os cortes da classificação de gravidade presentes no documento GOLD relativo à doença pulmonar
obstrutiva crônica (DPOC).
Leve ≥ 60%
Moderado 41-59%
Grave ≤ 40%
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Tabela 3. Classificação da gravidade do DVO na asma conforme o VEF1 (% do previsto).
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Para você fixar os principais conceitos espirométricos relativos à asma, grave o quadro a seguir:
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ACHADOS NA ESPIROMETRIA CLÁSSICA DO PACIENTE COM ASMA
Outro ponto importante – e que sempre é cobrado nas provas – é que, assim como os sintomas, a obstrução ao fluxo aéreo pode estar
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Por isso, nunca se esqueça de que espirometria normal não exclui o diagnóstico de asma.
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A medida seriada do pico de fluxo expiratório (PFE) variabilidade diurna exagerada (> 20%), considerando-se medidas
pode ser uma alternativa na ausência da espirometria ou na matinais e vespertinas obtidas durante, pelo menos, 2 semanas
espirometria normal, ainda que menos acurada. O teste é realizado (com, pelo menos, três medidas de cada vez). Também é indicativo
por intermédio de um aparelho – o peak flow (figura 3) – e é de asma o aumento de, pelo menos, 15% no PFE após inalação de
considerado positivo e indicativo de asma quando apresenta uma broncodilatador ou curso oral de corticoide.
O teste consiste na inalação de doses crescentes desses é compatível com teste positivo. É importante ressaltar que
fármacos, seguida da medida da resposta broncoconstritora o teste positivo confirma a presença de hiper-responsividade das
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(redução de pelo menos 20% no VEF1 basal – CP20). No protocolo vias respiratórias (HRVR) e, isoladamente, não necessariamente de
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de broncoprovocação induzida por exercício, a demonstração asma.
de queda do VEF1 de pelo menos 10 a 15% após também s.
ACHADOS DE EXAMES COMPLEMENTARES COMPATÍVEIS COM ASMA
1. Variabilidade diurna > 20% e/ou aumento de, pelo menos, 15% no PFE após inalação de broncodilatador ou curso
oral de corticoide.
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Pensando no fenótipo alérgico, a identificação de atopia por meio de dosagem de IgE sérica total ou específica (RAST) ou por testes
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cutâneos com aeroalérgenos (prick test) é útil. A medida, direta ou indireta, de inflamação eosinofílica em vias aéreas também faz parte do
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Diagnóstico diferencial entre asma e DPOC
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Características Asma DPOC
hipertransparência pulmonar,
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Diante de uma exacerbação de asma, outros diagnósticos a serem considerados são edema agudo de pulmão, tromboembolismo
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CAPÍTULO
8.0 TRATAMENTO
8 .1 MANEJO DA ASMA BRÔNQUICA
Estrategista, este tópico despenca nas provas, por isso é fundamental que você domine o manejo da
asma.
O principal objetivo do manejo do paciente com asma é a obtenção e manutenção do controle
da doença, que compreende o controle dos sintomas atuais e a prevenção ou minimização de preditores
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de desfechos desfavoráveis da doença, inflamação das vias respiratórias e, possivelmente, piora da qualidade
de vida.
exacerbações e à utilização adequada e correta dos dispositivos relação às últimas quatro semanas.
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Os principais parâmetros, assim como o grau de controle de cada um deles, são resumidos na Tabela 5:
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Mesmo que os sintomas estejam controlados, a asma deve não prescrição de corticoide inalatório, VEF1 < 60% do predito, uso
ser considerada não controlada se houver história de exacerbação frequente de broncodilatador de resgate, gestação, tabagismo ou
nas últimas 4 semanas. Alguns dos principais fatores de risco para exposição ocupacional, intubação prévia ou admissão em UTI e,
as exacerbações são: asma não controlada, uso inadequado ou pelo menos, uma exacerbação grave nos últimos 12 meses.
A gravidade da asma refere-se à quantidade mínima de não tratadas, uso incorreto do dispositivo inalatório e não adesão
tratamento necessário para manter o controle da doença e só ao tratamento.
pode ser realizada de maneira retrospectiva, geralmente, após 12 De acordo com o documento GINA de 2021, a gravidade da
meses de tratamento/seguimento do paciente, e após a exclusão asma é definida como asma leve, moderada e grave, conforme a
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de causas importantes de descontrole, tais como comorbidades tabela 6:
Gravidade da doença
O documento GINA de 2021 não separa a asma leve em Polêmicas à parte, saiba que os fármacos disponíveis para
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“intermitente” e “persistente leve” pelo fato de essa classificação o tratamento de longo prazo da asma podem ser divididos em
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ser arbitrária e não baseada em evidências, como era feito três categorias: medicações de controle, medicação de alívio ou
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anteriormente. Como algumas questões ainda se valem dessa resgate e medicações adicionais para o manejo da asma grave.
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Fonte: Shutterstock
Apesar de, muitas vezes, iniciarmos o tratamento da doença doença e que os corticoides inalatórios (CI) são os fármacos de
de acordo com critérios de gravidade (utilizados previamente, primeira escolha para o tratamento da asma em todas as etapas do
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O pilar do tratamento da asma brônquica é o corticoide inalatório, por isso essa medicação deve ser iniciada
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Estrategista, eu sei que você está pensando que vai ter de Ele foi adaptado de acordo com a recomendação da SBPT,
decorar todas as etapas, mas fique tranquilo, porque o fluxograma em documento publicado em 2020, e alinhado à recomendação
a seguir sintetiza todas elas, trazendo, inclusive, o tratamento presente no GINA.
preferencial (o mais cobrado nas provas) e as opções terapêuticas.
Preferencial
ETAPA V CI dose alta + LABA, adicionar Tiotrópio
Fenotipar: anti-lgE ou anti-IL5 ou anti-IL4R
Opções
Adicionar corticoide oral em dose baixa
Preferencial
CI dose média + LABA + SABA de resgate ou
ETAPA IV CI dose média +Formoterol de manutenção
+ CI dose baixa + Formoterol de resgate
Opções
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montelucaste
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Preferencial
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TODOS OS ASMÁTICOS
Controle ambiental + rever controle de asma e risco futuro regularmente
Vale a pena destacar que, atualmente, a preferência é por esquemas que envolvam CI e formoterol, já que seu uso reduz o
risco de exacerbações quando comparado aos SABAs.
Na etapa 1, dose baixa de CI e formoterol estão sob Por fim, na etapa 5, devemos associar um antagonista
demanda. Com relação às doses dos CIs, vale a pena lembrar que a muscarínico de longa duração ou long-acting muscarinic antagonista
dose baixa de budesonida é de 200 a 400 mcg. (LAMA), sendo o tiotrópio a droga de escolha. Além disso, devemos
Na etapa 2, mantém-se a orientação da etapa 1 e, como encaminhar para um centro de referência para fenotipar a asma.
alternativa, surge o uso diário de CI em dose baixa com SABA sob A alternativa seria o uso de CI (> 800 mcg) e formoterol em altas
demanda. doses.
Na etapa 3 temos a terapia MART (Maintenance and O montelucaste, que reduz a inflamação, os sintomas e a
Reliever Therapy) com CI em baixa dose e formoterol como frequência de exacerbações, não foi citado anteriormente nos
medicações de manutenção e resgate. Como alternativa, pode-se esquemas preferenciais, mas surge como opção nas etapas 2 a 4.
também associar o CI ao LABA e deixar um SABA por demanda. Curso curto de corticoide oral pode ser necessário na etapa
Na etapa 4, devemos utilizar a terapia MART com o plus do 5 caso o paciente mantenha a doença sem controle adequado, não
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CI em dose média (> 400 e 800 mcg). A opção seria o CI em dose esquecendo de seus eventos adversos.
média associado a LABA com SABA de resgate.
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Estrategista, este tópico é muito importante e, também, muito denso. Por isso, é hora de dar aquela pausa, alongar e beber uma xícara
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de café para retomar o foco. Durante a resolução das questões, volte, quantas vezes for necessário, ao esquema acima, pois isso ajudará a
fixá-lo.
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• Pelo próprio paciente ou com a ajuda de cuidadores, em ambiente domiciliar, o que requer engajamento e instrução;
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O objetivo do tratamento é a rápida melhora da obstrução ao fluxo aéreo e da hipoxemia, controlando, assim, a via inflamatória
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Fique atento aos sinais de alarme que indicam a necessidade de transferência do paciente para um serviço de urgência/emergência
(tabela 7).
Incapacidade de completar frases Frequência respiratória maior que 30 incursões por minuto
Frequência cardíaca maior que 120 batimentos por minuto Oximetria de pulso com saturação periférica de oxigênio < 90%
Pico de fluxo expiratório menor ou igual a 50% do predito ou do melhor resultado pessoal,
ou paciente incapaz de realizar o pico de fluxo expiratório.
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Por isso, após uma adequada estratificação de risco, O antagonista muscarínico de curta duração ou SAMA
a principal terapia inicial consiste em administrações de repetidas (short-acting muscarinic antagonist), em especial o brometo
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doses de SABA, introdução precoce de corticoterapia sistêmica de ipratrópio, tem o potencial de reduzir exacerbações
e controle da oxigenoterapia suplementar, caso o paciente tenha em pacientes com exacerbações moderadas.
indicação. Corticoterapia sistêmica deve ser iniciada e a droga
Para exacerbação leve e moderada, devemos administrar de escolha é a prednisolona 1 mg/kg dia ou dose equivalente a 50
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repetidamente SABA inalatório (4-10 puffs a cada 20 minutos mg/dia por 5 a 7 dias.
na primeira hora). Após a primeira hora, a dose varia de Para pacientes com falência ao tratamento inicial e hipoxemia
4-10 puffs a cada 3-4 horas até 6-10 puffs a cada 1-2 horas. persistente, o sulfato de magnésio pode ser administrado.
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Não Sim
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gravidade para classificação) intubação, transferir para UTI
LEVE A MODERADA
- Orientado
- Dispneia ausente ou leve
co GRAVE
- Orientado ou agitado
- Dispneia moderada
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- Frases completas - Frases incompletas
- Retrações musculares leves ou - Utilização de musculatura acessória
ausentes - Sibilos localizados ou difusos
- Sibilos ausentes - FR aumentada (> 30 irpm)
- FR normal ou aumentada - FC > 120bpm
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- SpO2 90 - 95%
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SABA SABA
- Ipratrópio
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Reavaliação frequente
Nova avaliação funcional em 1h
Em caso de piora, considerar UTI
Considerar alta se houver melhora clínica com PFE 60-80% do predito ou
melhor do paciente
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9. 1 ASMA E GESTAÇÃO
As exacerbações da asma são comuns, especialmente durante o segundo trimestre. CI, beta-agonistas,
montelucaste e teofilina não estão associados a um aumento na incidência de malformação fetal, por isso
podem ser utilizados.
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Em linhas gerais, as principais orientações para esse período da vida das pacientes são:
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• evitar o step-down durante a gestação;
• não interromper CI;
• evitar corticoterapia sistêmica – no entanto, como as exacerbações respiratórias podem cursar com hipoxemia
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fetal, ela deve ser adotada se necessário.
9. 2 ASMA E COVID-19
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Além disso, pacientes com asma bem controlada não apresentam maior mortalidade. No entanto, a
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Por isso, os pacientes devem utilizar suas medicações regularmente, especialmente os CIs.
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s. https://estr.at/zCMZ
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