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P R O F . J U A N D E M O L I N A R I

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PA R A DA
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CA R D I O R R E S P I R ATÓ R I A
(PCR)
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CARDIOLOGIA Prof. Juan Demolinari | Parada Cardiorrespiratória (PCR) 2

APRESENTAÇÃO:

PROF. JUAN
DEMOLINARI

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co
Oi, Estrategista, tudo bem? É com muita alegria que
apresento a você neste resumo um importantíssimo tema:
parada cardiorrespiratória! Esse assunto é frequente em provas
de Residência, correspondendo a aproximadamente 7% das
s.
questões de Cardiologia. Dentro desse tema os três tópicos mais
cobrados são a técnica de massagem na RCP, a sequência de
comando no suporte básico de vida e a sequência de comando

eo

no suporte avançado de vida. Neste resumo abordaremos os


o

principais temas desse assunto, fazendo com que você acerte a


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maioria das questões. Porém, não deixe de acessar nosso livro


ro

digital extensivo para um estudo mais aprofundado.


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@drjuandemolinari

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/estrategiamed Estratégia Med

@estrategiamed t.me/estrategiamed

Estratégia
MED
CARDIOLOGIA Parada Cardiorrespiratória (PCR) Estratégia
MED

SUMÁRIO

1.0 CONCEITUAÇÃO E EPIDEMIOLOGIA 4


2.0 SUPORTE BÁSICO DE VIDA 4
3.0 SUPORTE AVANÇADO DE VIDA 7
4.0 PCR E GESTAÇÃO 12
5.0 CUIDADOS PÓS-RESSUSCITAÇÃO 12
6.0 SÍNDROME DO QT LONGO E TORSADES DES POINTES 13

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7.0 LISTA DE QUESTÕES 16
8.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 17

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CARDIOLOGIA Parada Cardiorrespiratória (PCR) Estratégia
MED

CAPÍTULO

1.0 CONCEITUAÇÃO E EPIDEMIOLOGIA


A PCR é definida pela perda de atividade mecânica do retorno à circulação espontânea (RCE) são de 50% a 70%.
coração, que será verificada através da ausência de pulso central, As PCRs que ocorrem dentro do ambiente hospitalar são
responsividade e apneia ou respiração agônica. predominantemente em atividade elétrica sem pulso (37%) e
A principal causa de PCR fora do ambiente hospitalar é a assistolia (39%) e possuem um prognóstico mais restrito, com taxas
fibrilação ventricular (39%), seguida pela taquicardia ventricular de sobrevivência próximas de 17%.
(37%). Quando a desfibrilação é feita em até 5 minutos, as taxas de

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PCR fora do - FV
ambiente hospitalar - TV

PCR dentro do
ambiente hospitalar
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- Assitolia
- AESP
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CAPÍTULO
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2.0 SUPORTE BÁSICO DE VIDA


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1. Verifique a segurança do local! Veja se há condições


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Vamos começar o estudo da PCR de realizar o atendimento.


o

por um tema importantíssimo: o suporte


2. Verifique se o paciente responde: pergunte


básico de vida! "você está bem?" e observe se o tórax está
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O suporte básico de vida (SBV) movimentando-se (5 a 10 segundos).


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corresponde a uma sequência primária


de ações que visam fornecer ao paciente 3. Acione o serviço médico de emergência ou, se possível,
peça que alguém o faça (ligue 192 e 193!) e busque ou
chances de retorno à circulação espontânea peça a alguém para buscar o DEA, se disponível.
antes da chegada do suporte avançado de
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vida (SAV).
4. Circulação: verifique o pulso carotídeo de 5 a 10 segundos,
Um dos pontos mais cobrados em se não sentir o pulso, inicie a sequência de RCP por 2 minutos,
com compressões torácicas intercaladas e com ventilações;
provas de Residência é a sequência de após 2 minutos, cheque o pulso e alterne a pessoa
atendimento no suporte básico de vida, que comprime o tórax.

portanto, tome um café duplo agora e


atente-se ao fluxograma ao lado: 5. Desfibrilação: assim que o DEA chegar, cheque
se o ritmo é chocável, administre choques conforme
indicado e inicie a RCP após cada choque.

Figura 1. Sequência de atendimento do suporte básico de vida.

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Não se deve checar o pulso antes de chamar ajuda!

Como podemos observar, a sequência de atendimento, que antes de 2010 era A (airway – vias aéreas), B (breath – ventilações), C
(compressões cardíacas), atualmente é melhor representada por C-C-C-C-C-A-B-D, que em muitas provas aparece simplificado como C-A-B
ou C-A-B-D.

• Checar segurança

m
• Checar responsividade
Chamar ajuda

co

• Checar pulso
• Compressões torácicas
• Abrir vias aéreas
s.
• Boas ventilações
• Desfibrilação precoce

Como tudo na medicina, existem exceções para essa sequência. A tabela abaixo ressalta as situações em que a sequência pode ser

alterada:
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Exceções à sequência 5CABD


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PCR por asfixia Realizar um ciclo de RCP antes de chamar ajuda


o

Não é necessário checar pulso


Socorrista leigo
Não é necessário ventilar – pode manter compressões contínuas
a
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Um dos pontos mais eficazes na abordagem desses pacientes é a realização de


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ressuscitação cardiopulmonar com massagem cardíaca de alta qualidade. Para que


o procedimento produza os efeitos desejados, é importante que você guarde alguns
aspectos da técnica. Atenção! Os detalhes do quadro a seguir despencam nas provas!

Figura 2. Massagem cardíaca. Observe que o socorrista


assume um ângulo de 90º em relação ao paciente. Fonte:
shutterstock.

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RCP de alta qualidade

Colocar a região tenar e hipotenar de uma das mãos sobre a metade inferior do esterno da vítima, mais
precisamente 2 cm acima do apêndice xifoide, e colocar a outra mão sobre a primeira, entrelaçando os
dedos.

Estender os braços e manter a cerca de 90º acima da vítima.

Realizar compressões torácicas com força (≥ 5 cm de profundidade, sem ultrapassar 6 cm) e rápidas (100-
120/min) e aguardar o retorno total do tórax.

Minimizar interrupções nas compressões torácicas (10 segundos ou menos).

m
Alternar a pessoa que comprime o tórax a cada 2 minutos.

Em pacientes sem via aérea avançada, manter relação compressão-ventilação de 30:2.

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Se houver via aérea avançada, realizar 1 ventilação a cada 6 segundos e manter compressões
ininterruptas.

Não hiperventilar.
s.
Após 30 compressões, você deve abrir a

eo

via aérea do paciente e realizar 2 ventilações,


o

fazendo esse ciclo por 2 minutos. A manobra


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prioritária para abertura de vias aéreas é


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a inclinação da cabeça com elevação do


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mento. Em caso de suspeita de lesão cervical,


é

a manobra passa a ser anteriorização da


o

mandíbula.
A ventilação pode ser feita por respiração
a
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boca a boca, porém, caso o socorrista não se


sinta seguro para realizar esse procedimento,


deve realizar as compressões de maneira
contínua.
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Outras opções de ventilação no SBV são


a máscara de bolso, o dispositivo bolsa-válvula-
máscara, a máscara laríngea e o combitube.
Figura 3. Manobras de abertura de vias aéreas.

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Quando o desfibrilador chegar à cena, a prioridade passa a ser


checar o ritmo e desfibrilar, caso haja indicação. Se for um desfibrilador
externo automático (DEA), o próprio aparelho já é programado para aplicar
a carga necessária. Se for um desfibrilador manual, você deve selecionar
a carga, sendo a recomendada na PCR 360 J em aparelhos monofásicos e
120-200 J nos bifásicos.

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As únicas medidas comprovadamente eficazes
em reduzir a mortalidade na PCR e, portanto,

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prioritárias são: compressões torácicas de
alta qualidade e desfibrilação precoce em
ritmos chocáveis.
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CAPÍTULO

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3.0 SUPORTE AVANÇADO DE VIDA


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O suporte avançado de vida difere do suporte básico por ser possível


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implantar dispositivos de via aérea avançada, acessos venosos com infusão


o

de medicações, parâmetros de monitorização e investigação de diagnósticos


diferenciais causadores da PCR.


a

As ventilações nessa fase de abordagem da PCR podem continuar


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sendo feitas pelo dispositivo bolsa-valva-máscara, desde que seja efetivo


nessa tarefa. Sendo assim, não é estritamente necessário instalar um tubo


orotraqueal.
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Quando houver a opção de realizar a intubação orotraqueal (IOT), as


massagens cardíacas passam a ser contínuas, o que torna esse método de
ventilação interessante. Além disso, uma vantagem da IOT é a possibilidade
de monitorizar o paciente com um capnógrafo em forma de onda. Figura 5. A intubação orotraqueal não é absolutamente necessária no
atendimento à PCR. Fonte: shutterstock.
Nessa fase do atendimento à PCR, é possível reconhecer os ritmos de
parada. Temos basicamente 4 ritmos identificáveis.

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• Taquicardia ventricular: taquicardia regular, QRS alargado e com frequência muito elevada.

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Figura 6. Taquicardia ventricular. Fonte: shutterstock.

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• Fibrilação ventricular: ondulações muito rápidas e desorganizadas.
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Figura 7. Fibrilação ventricular. Fonte: shutterstock.


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• Atividade elétrica sem pulso (AESP): qualquer ritmo organizado ou semiorganizado que não gere pulso.
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Figura 8. AESP. Fonte: Shutterstock

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• Assistolia: ausência de atividade elétrica cardíaca.

Figura 9. Linha reta, possível assistolia. Fonte: Shutterstock

Após a avaliação do ritmo, podemos separar a abordagem da PCR entre ritmos chocáveis (TV/FV) e não-chocáveis (assistolia/AESP).
Os algoritmos de abordagem também despencam em provas! Portanto, dê uma reforçada no café! Preste atenção total ao algoritmo de
atendimento aos ritmos chocáveis:

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Considerar VA avançada

SIM

- RCP 2 Minutos
Os choques serão CHOQUE! Ritmo SIM CHOQUE! - RCP 2 Minutos Ritmo SIM CHOQUE! Ritmo
RCP - Amiodarona 300mg
aplicados: chocável? - Epinefrina a chocável? chocável?
2 minutos - Repetir 150mg em
- Em modo assincrônico FV/TV cada 3-5 min FV/TV FV/TV
3-5 min
(desfibrilação)
s.
NÃO NÃO NÃO
- Com carga máxima:
200 j (bifásico),
360 j (monofásico)

SIM

- RCP 2 minutos
PCR Ritmo
- Epinefrina 1mg a cada 3-5 min
Chame ajuda chocável?

- Verificar causas reversíveis 5h 5t


eo

NÃO 5Hs 5Ts


e inicie a RCP FV/TV
o

Hipovolemia Tamponamento cardíaco


ub

Hipóxia Tensão no tórax (pneumotórax)


Hipo ou hipercalemia Tromboembolismo pulmonar
ro

Hipotermia Tóxicos
Hidrogênio (Acidose) -H+ Trombo na coronária (Infarto)
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Figura 10. Algoritmo de atendimento da PCR em ritmo chocável.


o

Quero chamar sua atenção agora para alguns pontos fundamentais desse algoritmo. Primeiramente, observe que após a desfibrilação
a

a conduta é retomar a RCP. Ou seja, segure sua curiosidade! Não cheque ritmo e não cheque pulso! Retome a RCP e só faça essas checagens
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após 2 minutos.

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Figura 11. Imagem ilustrando que após o choque não se deve checar o pulso. Fonte: shutterstock.

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Em segundo lugar, nos ritmos chocáveis, a adrenalina só é empregada após o segundo choque e pode ser repetida a cada 3-5 minutos.
Já a amiodarona deve ser usada após o terceiro choque, na dose de 300 mg, e pode ser repetida em 3-5 minutos, na dose de 150 mg.
A adrenalina pode ser substituída pela vasopressina e a amiodarona, pela lidocaína.

Medicações na PCR em ritmos chocáveis:

• Adrenalina só é dada após o segundo choque.


• Amiodarona será dada após o terceiro choque.
• Adrenalina pode ser substituída por vasopressina.
• Amiodarona pode ser substituída por lidocaína.

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Agora que você já está fera no atendimento da PCR em uma assistolia? Não necessariamente, pode ser apenas uma falha
ritmos chocáveis, vamos abordar os ritmos não chocáveis. Antes de na monitorização, sendo assim, você deve fazer o “protocolo da
iniciarmos o algoritmo em si, é importante que você se atente para a linha reta”, mais conhecido como protocolo da CAGADA! Você
s.
seguinte situação: você está atendendo um paciente possivelmente precisa checar CABO, GANHO E DERIVAÇÕES antes de prosseguir
vítima de PCR e depara-se com uma monitorização em linha reta. É com a conduta.

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CA Checar cabos
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GA Checar ganho

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DA Checar derivação

Figura 12. Protocolo da "linha reta" ou protocolo da CAGADA.

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Diante de uma linha reta, a primeira medida é fazer o protocolo da CAGADA

Nesse cenário a sequência é mais simples, como você pode conferir no fluxograma abaixo:

Ir para o algoritmo de
PCR em FV/TV

SIM

PCR Ritmo

m
Chame ajuda chocável?
e inicie a RCP FV/TV

co
NÃO

RCP 2 minutos
s.
- epinefrina assim que disponível
e repetir 3-5 minutos

Ritmo
eo

SIM
chocável?
o
ub

FV/TV
ro

NÃO
id

RCP 2 minutos; Em qualquer checagem de pulso:


é

investigar e tratar causas - Se retorno à circulação espontânea,


o

reversíveis: 5H e 5T vá para cuidados pós PCR



a
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Ritmo SIM
chocável?

FV/TV

Figura 13. Fluxograma de atendimento da PCR em ritmos não chocáveis.


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Como podemos observar, a primeira medida na PCR em ritmos não chocáveis é realizar uma RCP de alta qualidade. Uma das diferenças
para os ritmos chocáveis é que assim que possível, deve-se infundir 1 mg de adrenalina, que será repetida a cada 3-5 minutos. O ritmo é
checado a cada ciclo de 2 minutos.

Fique ligado! A atropina não faz parte do atendimento a pacientes vítimas de PCR!

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Já o bicarbonato de sódio, apesar de também não ser A PCR em assistolia ou AESP tem um prognóstico muito ruim
indicado de forma rotineira, é útil quando a causa suspeita for e, portanto, é necessário que você sempre tente investigar causas
hipercalemia, intoxicação por antidepressivos tricíclicos, acidose reversíveis para o evento. Sendo assim, didaticamente, as causas
metabólica e, com evidência inferior, intoxicação por cocaína. são divididas em 5Hs e 5Ts, como a tabela abaixo ilustra:

5 Hs 5 Ts

Hipovolemia Tamponamento cardíaco


Hipóxia Tensão no tórax (pneumotórax)
Hiper/Hipocalemia Tromboembolismo pulmonar
Hipotermia

m
Tóxicos
Hidrogênio (Acidose) - H+ Trombo na coronária (infarto)

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Figura 14. Legenda: imagem ilustrando o “5H5T”. Hipovolemia: rosto desidratado, garrafa de água vazia e sonda vesical de demora vazia; Hipóxia: dedos das mãos
cianóticos; Hipo/Hipercalemia: banana no chão em forma de “K”; Hipotermia: nevasca; H+(acidose): limão no chão e sonda vesical de demora vazia simbolizando
a acidose metabólica da insuficiência renal; Tamponamento cardíaco: turgência jugular; Tensão no tórax (pneumotórax): acesso venoso em subclávia - uma das
causas de pneumotórax) e turgência jugular; Tromboembolismo pulmonar (TEP): membro inferior esquerdo imobilizado - uma das causas de TEP e turgência
jugular; Tóxicos: saquinho de cocaína e cartela de medicamentos no chão; Trombose de coronária (IAM): mão espalmada no precórdio.

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CAPÍTULO

4.0 PCR E GESTAÇÃO

Um tópico à parte no atendimento à PCR trata de como conduzir esse quadro em gestantes. Criei uma tabela para distinguir os pontos
mais importantes desse cenário:

PCR na gestação:
• Deslocar o útero para a esquerda para descompressão aortocaval.

m
• A intubação deve ser mais precoce devido à grande chance da causa da PCR ser hipoxemia.
• A dose das drogas e a carga do choque são as mesmas da população geral.

co
• Não se preocupar em verificar os batimentos fetais até haver retorno à circulação espontânea.
• A cesárea perimortem deve ser decidida em até 4 minutos de PCR e realizada até o 5º minuto. O procedimento
deve ser realizado no mesmo local da PCR.
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CAPÍTULO

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5.0 CUIDADOS PÓS-RESSUSCITAÇÃO


o
ub

Nosso paciente retornou da PCR! Que alegria! A euforia toma e evitar uma nova PCR. É a fase dos cuidados pós-ressuscitação. A
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conta da equipe. E agora? Acabou? Claro que não! Nesse momento tabela abaixo resume as medidas que devem ser instituídas.
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devemos tomar medidas para melhorar o prognóstico neurológico


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Cuidados pós-PCR

Deve-se resfriar pacientes que se apresentem comatosos (sem resposta significativa a comandos verbais),
Modulação visando temperaturas centrais entre 32-36º C por 12-24 horas. Para alcançar essa meta, deve-se usar
terapêutica de mantas térmicas, pacotes de gelo e infusão de solução salina a 4ºC.
temperatura A monitorização de temperatura deve ser central, ou seja, através de termômetros no esôfago, bexiga ou
em cateteres de artéria pulmonar.

Quadros de hipotensão no pós-PCR devem ser tratados com ressuscitação volêmica e, quando necessário,
noradrenalina ou outras drogas vasoativas a depender do caso clínico específico. O objetivo é manter a
Otimização
PAS ≥ 90 mmHg ou PAM ≥ 65 mmHg.

m
hemodinâmica e
A ventilação deve objetivar saturação de O² ≥ 94%, sem, no entanto, haver hiperóxia.
da ventilação
A PCO² deve ser mantida entre 40-45 mmHg (valor normal-alto), já que a hipocapnia pode causar

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vasoconstrição cerebral.

Reperfusão
Reservada aos pacientes que apresentem evidências de que a causa da PCR foi um IAM com supra de ST,
coronária
s.
por exemplo, quando há supra de ST no ECG após o retorno da PCR.
imediata

Controle Considerar estratégias visando um controle glicêmico moderado (144-180 mg/dL).


glicêmico e Corrigir distúrbios hidroeletrolíticos; atenção especial às alterações de potássio para evitar recidiva de
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metabólico arritmias.
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CAPÍTULO
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6.0 SÍNDROME DO QT LONGO E TORSADES DES


POINTES
Vamos aproveitar este resumo e relembrar mais uma duração máxima de 450 ms para homens e 470 ms para mulheres.
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síndrome que pode cursar com PCR? A síndrome do QT longo é Para simplificar, sempre que o intervalo QT for maior que 12
uma anormalidade cardíaca marcada pelo prolongamento do quadradinhos, estará alargado. Devemos lembrar-nos de que esse
intervalo QT (medido do início do QRS ao final da onda T). intervalo deve ser corrigido pela frequência cardíaca, porém esse
O valor normal do intervalo QT corrigido (QTc) encontra aspecto não é muito cobrado em provas de Residência. Em nosso
variações na literatura, mas, como referência, podemos adotar livro extensivo você encontra a fórmula para essa correção.

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Essa síndrome pode ser congênita ou adquirida. A


congênita deriva de alterações de genes formadores de canais
iônicos. A adquirida pode ser associada a diversas medicações
e a distúrbios hidroeletrolíticos como os 3 HIPOS: hipocalemia,
hipomagnesemia e hipocalcemia.
Uma aposta para as provas de Residência da atualidade
é que, cada vez mais, veremos questões cobrando as drogas
que alargam o intervalo QT. Quando uma questão assim cair
em prova, pense: A CASA CAIU!
Figura 15. Intervalo QT e intervalo RR. Fonte: Shutterstock.

Antiarrítmicos (amiodarona, procainamida e quinidina)

m
Cloroquina (e hidroxicloroquina)
Anti-histamínicos (loratadina, hidroxizina)

co
Sotalol
Antidepressivos (tricíclicos, venlafaxina e citalopram)
Cognitivos (donepezila, haloperidol, risperidona)
s.
Antirretrovirais (ritonavir, saquinavir, efavirenz)
Itraconazol (e fluconazol, voriconazol)
Usados em infecções (macrolídeos - azitromicina, eritromicina, claritromicina -,
quinolonas - ciprofloxacino, levofloxacino)

eo
o
ub

A complicação mais temível da síndrome do QT longo é o surgimento da taquicardia ventricular polimórfica do tipo torsades de
ro

pointes (TdP), que pode degenerar para fibrilação ventricular e morte súbita.
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A associação da síndrome do QT longo com torsades des pointes é frequente em provas


de Residência!
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O ECG da torsades des pointes (TdP) é caracterizado por uma sequência de complexos QRS de pequena amplitude intercalados com
complexos QRS de grande amplitude, como se o eixo elétrico cardíaco estivesse se torcendo, daí o nome “torção das pontas”.

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CARDIOLOGIA Parada Cardiorrespiratória (PCR) Estratégia
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Figura 16. Taquicardia ventricular polimórfica do tipo Torsades des pointes (TdP). Fonte: Shutterstock.

A maioria dos episódios dessa arritmia é autolimitada tentando manter o nível sérico dos eletrólitos no limite superior
e recorrente. Nos pacientes que evoluem com instabilidade da normalidade e, em casos refratários, pode ser necessário o
hemodinâmica, o tratamento será desfibrilação. implante de um marcapasso transvenoso para inibir o surgimento
Já nos pacientes estáveis, devemos identificar os fatores da arritmia.
predisponentes e tentar o tratamento farmacológico. O tratamento O mapa mental abaixo pode ser útil para você relembrar os

m
de primeira linha é a administração de sulfato de magnésio. pontos quentes da TdP:
Por fim, devemos corrigir todas as situações predisponentes,

co
TV polimórfica (FC>200bpm)
Mudança cíclica do QRS
s.
Tratamento:
Autolimitada e Desfibrilação 200J
Instável hemodinamicamente
recorrente

TORSADES

DE POINTES
eo
o

Associada à
ub

QT Longo
Tratamento: Correção dos fatores
ro

Estável hemodinamicamente predisponentes


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Fatores
o

predisponentes Sulfato de Magnésio 50%


1-2g em 5-20min
a
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Distúrbios Drogas que MP transvenoso


eletrolíticos prolongam o QT Em caso de bradicardia

Figura 17. Mapa mental da torsades des pointes.


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CAPÍTULO

8.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Futuro (a) Residente,


Chegamos ao final deste importante resumo! Faça muitas questões sobre PCR e, em caso de dúvida, consulte o livro extensivo ou entre
em contato pelo meu Instagram (@drjuandemolinari), terei o maior prazer em respondê-lo!
Até a próxima e bons estudos! A Residência Médica é logo ali!
Juan Demolinari Ferreira

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