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MUTHINI
1. Conceito de Direito
Como já dizia Aristóteles, o homem é um ser eminentemente social. Ele precisa viver em
sociedade e se relacionar com os seus semelhantes. A convivência social é uma forma de não
viver completamente isolado, é o que proporciona a união entre os grupos humanos, o que sem
dúvida alguma é a característica essencial da nossa espécie.
Porém, essa sociabilidade nem sempre é pacífica. Muitas vezes a convivência em sociedade
gera conflitos, atritos, perturbações, divergências que necessitam de solução, para que seja
restaurada a paz social, para que, pelo menos, haja uma “melhor” convivência entre os homens
em uma dada sociedade.
Viver em sociedade é uma tarefa extremamente difícil, pois o tempo todo precisamos nos
limitar, o tempo todo precisamos restringir a nossa atuação, para evitar interferências às demais
condutas humanas, e o grande responsável pela instituição de tais limitações é o Estado.
O direito pode ser entendido como um conjunto de normas jurídicas coercivas criadas pelo
estado com a finalidade de regualar a sociedade que visam garantir a manutenção da paz social,
que lutam pela busca de uma convivência harmónica e pelo bem estar colectivo. De forma bem
sucinta, o direito simplesmente visa dar a cada um, o que lhe é devido. Ele é o grande
promovedor da justiça social.
O Estado, pessoa jurídica de Direito Público, politicamente organizado, cria através do direito,
princípios reguladores da vida em sociedade. Esses princípios foram alocados em dois ramos
do direito. Dentre todas as divisões propostas pela doutrina, a mais importante é aquela que
distingue os “conteúdos” dos ramos do Direito. Assim, a doutrina costuma dividir o Direito:
em Direito Público e Direito Privado.
b) A ordem religiosa – tem por função regular as condutas humanas em relação a Deus, com
base na Fé; c) A ordem de trato social – aponta normas que se destinam a permitir uma
convivência agradável entre as pessoas mas que não são propriamente indispensáveis à
subsistência da vida em sociedade. Inclui normas sobre a maneira de estar e se comportar em
acontecimentos sociais (normas de etiqueta e boas maneiras, de cortesia e urbanidade); normas
sobre a forma de vestir (moda), normas típicas de uma profissão (deontologia), normas de uma
determinada região (usos e costumes), etc.;
c) A ordem moral – aponta normas ou regras que tratam de influenciar a consciência e moldar
o comportamento do indivíduo em função daquilo que se considera o Bem e o Mal; As normas
morais visam o indivíduo e não directamente a organização social em que se integram; a ordem
moral tem como sanção a reprovação da formação moral da pessoa ou a má reputação;
2. Características do direito
➢ Imprescritibilidade;
➢ Inalienabilidade;
➢ Universalidade;
➢ inviolabilidade;
➢ Complementaridade;
➢ irrenunciabilidade;
➢ relatividade;
➢ Historicidade.
1. Imprescritibilidade
Desse modo, pode-se afirmar que tais garantias não prescrevem. Ou seja, os direitos
fundamentais estarão sempre à disposição e não se perdem pelo decurso do tempo.
2. Inalienabilidade
Segundo o dicionário Michaelis, alienar significa transferir a outrem o domínio de uma coisa,
um bem ou, nesse caso, um direito.
A inalienabilidade como característica dos direitos fundamentais afirma que tais garantias não
podem ser transferidas a outra pessoa.
3. Universalidade
Dentre os motivos que fizeram surgir os direitos fundamentais está a limitação do poder estatal.
Dito isso, surge a inviolabilidade, característica que determina a observância de tais direitos
pelas autoridades públicas e a não violação dessas garantias.
5. Efectividade
Não adianta limitar a actuação do Estado e não garantir a efectividade desses direitos. Por esse
motivo, os direitos fundamentais devem ser efectivados pelo Poder Público, garantindo-os por
meio de sua actuação.
6. Complementaridade
Não pode-se interpretar os direitos fundamentais de forma isolada, mas conjunta com todos os
outros, buscando-se alcançar os objectivos elencados pelo constituinte.
7. Irrenunciabilidade
Renúncia, em sentido jurídico, significa abandono de um determinado direito por aquele que o
detém. A irrenunciabilidade significa a não possibilidade de renúncia de tais garantias pelo seu
titular.
8. Relatividade
A relatividade diz que nenhum direito fundamental é absoluto. É que pode haver conflitos entre
eles. Portanto, deve ser avaliado conforme a situação e interesses.
Um bom exemplo dessa característica é agir em legítima defesa. Nesse caso, podemos citar
alguém praticar o crime de homicídio, por exemplo, contra uma pessoa que teria atentado
contra sua vida.
9. Historicidade
A diferença entre direito natural e direito positivo é que o direito natural independe do Estado
ou de leis. Por isso, é considerado autónomo. Esse tipo de direito é inerente a todo ser humano,
possuindo carácter universal, imutável e atemporal.
O direito positivo, por outro lado, depende de uma manifestação de vontade, seja da sociedade
ou de autoridades. Ele é criado por meio de decisões voluntárias, e deve ser garantido por um
conjunto de leis e normas.
Como esse direito se baseia em um ordenamento jurídico, sua validade é temporal e com
base territorial.
Hoje, o direito natural é visto como um conjunto de princípios que os legisladores levam em
consideração na criação de novas leis. Ou seja, para a elaboração do direito positivo. Entre eles
podemos destacar o direito à vida, à igualdade e à liberdade
O direito positivo determina o direito como um factor, e não somente como um valor. Por isso,
é defendido por uma legislação e a infracção será considerada crime, gerando uma sanção
jurídica de acordo com o acto cometido.
Por outro lado, a transgressão de uma regra vista como direito natural não sofrerá sanção
jurídica, pois não é previsto por lei. Porém, a sociedade que dá valor a esse direito irá repudiar
o acto da pessoa.
O direito natural é visto como uma derivação da essência humana, da sua natureza. Essa
natureza pode ser de origem religiosa (as leis de Deus) ou da racionalidade dos seres humanos.
O seu estudo teve origem com os filósofos gregos, que viam esse direito como uma ordem
natural das coisas.
Essa concepção de direito natural foi influenciada pela igreja durante a Idade Média. E os
valores do clero passaram a ser vistos como as leis de Deus. Posteriormente, o pensamento
iluminista classificou o direito natural como a descoberta da razão humana que há por trás da
natureza.
Já o positivismo jurídico, que deu origem ao Direito positivo, surgiu na Europa em meados
do século XIX. Esta corrente defendia que seria considerado Direito apenas aquele emanado
das decisões do Estado. Por isso, deveria ser garantido por meio de leis e normas.
O Direito Natural não é um direito escrito, nem criado pela sociedade e nem formulado pelo
Estado. Como o adjectivo natural indica, é um direito espontâneo que se origina da própria
natureza social do homem e que é revelado pela conjugação da experiência e razão. É
constituído por um conjunto de princípios e não de regras, de carácter universal, eterno e
imutável, como exemplo podemos citar o direito à liberdade e o direito à vida.
Essa corrente pode ser compreendida como uma linha de pensamento que busca explicar a
existência de direitos tão relevantes, importantes e inerentes ao homem que nem precisariam
estar nas leis para serem respeitados. O Direito Natural corresponde então, a uma exigência
perene e imutável de um direito justo representado por um valor superior de justiça. (Nader
,2010)
As diversas formas de expressão jurídica, admitidas pelo sistema adotado pelo Estado,
configuram o direito positivo. O direito positivo é o direito escrito no papel e que compõe o
ordenamento jurídico. Além disso, o positivismo é uma forma de pacificação, controle e
regulamentação da sociedade. Tal papel do direito inspirou a obra de Rousseau em um de seus
célebres escritos: “Contrato Social”.
Tal corrente é a ordem jurídica vigente e obrigatória em determinado lugar e tempo que se
impõe regulando a vida em sociedade. Consiste em normas escritas que regulamentam as
condutas gerais e obrigatórias, onde todos são iguais perante a lei e vale para todos. Os
defensores do positivismo jurídico justificam a importância desse direito partindo da alegação
de que ele seria o único direito legítimo, pois teria no estado a sua fonte de origem. Estaria
representado nas leis, normas e regras que visam criar a base de um sistema jurídico de uma
sociedade. (Nader, 2010)
Dessa forma afirma-se que o Direito Natural não é um direito escrito, é um direito espontâneo
que se origina da própria natureza social do homem e que é revelado pela conjugação da
experiência e razão.
Além disso é constituído por um conjunto de princípios e não de regras, de carácter
universal, eterno e imutável, como exemplo podemos citar o direito à liberdade e o direito à
vida. Entretanto, o direito positivo baseia-se nas diversas formas de expressão jurídica,
admitidas pelo sistema adoptado pelo Estado.
Ademais, o direito positivo é o direito escrito no papel e que compõe o ordenamento jurídico
e tem como função principal a pacificação, controle e regulamentação da sociedade. Portanto,
pode se afirmar que os dois tipos de direito auxiliam no ordenamento jurídico Moçambicano,
visto que o direito natural actualmente engloba-se dentro do direito positivo. Todavia, são
necessários mais estudos e pesquisas específicas (práticas) para corroborar a ideia do
positivismo jurídico actuante como medida eficaz controle social.
3.1.1.Direito publico
Direito Público regula as relações entre o Estado e os cidadãos, abrangendo áreas como direito
constitucional, administrativo, penal e tributário. Já o Direito Privado trata das relações entre
particulares, como contractos, propriedade, responsabilidade civil e direito das empresas.
Direito Constitucional
O direito constitucional é a área mais importante para qualquer jurista, por ser a base do nosso
ordenamento jurídico. O conhecimento de direito constitucional deve ser o norte de qualquer
profissional do Direito, seja atuante ou não no direito público.
Isso porque não pode existir norma que afronte a Carta Maior CRM.
Direito Administrativo
O direito administrativo é a área mais pura no que tange ao direito público, porque o Direito
Administrativo é uma área do Direito que trata da relação entre a Administração Pública e os
seus administrados. Para isso, ele aborda questões, como funcionamento de licitações, órgãos,
prestação de serviço público à população e gestão pública.
Direito Financeiro
Direito Processual
Definir as normas do processo é exclusividade do Estado, e o direito processual é o ramo
jurídico que reúne os princípios e normas que dispõem sobre actos judiciais tendentes à
aplicação do Direito ao caso concreto.
As normas de direito processual vão nortear a actuação do Estado-Juiz e seus auxiliares, bem
como a actuação do advogado dentro do processo.
Direito Penal
O Estado detém o monopólio do direito de punir. O Direito Penal é o ramo do Direito Público
que define os crimes, estabelece as personalidades correspondentes e dispõe sobre as medidas
de segurança.
O direito internacional público é o ramo jurídico que disciplina as relações entre os Estados
soberanos e os organismos análogos.
Direito Tributário
Direito Civil
As normas do Direito Civil estão estabelecidas no Código Civil, e se relacionam com os direitos
e deveres em casos de direitos de família e sucessões, obrigações e contractos, propriedade e
património, o estado das pessoas, enfim, tudo que se relaciona com direitos e deveres dos
cidadãos, enquanto membros da sociedade civil.
Direito Empresarial
As normas do Direito Empresarial estão dispostas tanto no Código Civil, Comercial, como em
partes das legislações de Direito Público. É o Direito Empresarial o responsável por organizar
as regras para o funcionamento das actividades comerciais no seu país, em todas as suas
transacções.
Direito do Trabalho
Direito do Consumidor
Essa é a área que se relaciona com o comércio. Em Moçambique, temos a lei que visa proteger
os consumidores de possíveis abusos por parte dos comerciantes.
Direito objectivo e direito subjectivo são duas formas distintas e interligadas de relação com o
ordenamento jurídico.
A diferença entre direito objectivo e direito subjectivo existe pelo fato de que a palavra direito
pode significar tanto o ordenamento jurídico quanto as prerrogativas por ele garantidas. Assim,
o direito objectivo (ordenamento jurídico) confere direitos subjectivos (prerrogativas) aos
indivíduos.
Uma técnica eficiente para distinguir direito objectivo de direito subjectivo é traduzir os
conceitos para o inglês. Direito objectivo equivale à palavra “law” enquanto direito subjectivo
equivale à palavra “right”.
Direito objectivo
Em resumo, a expressão direito objectivo é utilizada quando a palavra direito for sinónimo
de ordenamento jurídico.
Exemplos:
Alguns autores entendem que o direito objectivo é todo o ordenamento jurídico vigente no
Estado, enquanto direito positivo é só a parte do ordenamento que foi oficialmente legislada e
oriunda da própria Administração Pública.
Direito subjectivo
O direito subjectivo consiste nas prerrogativas conferidas pelo ordenamento jurídico aos
indivíduos. Assim, sempre que uma previsão do direito objectivo ocorre de forma concreta, a
norma incide sobre os indivíduos envolvidos e eles passam a ser titulares de direitos
subjectivos. Portanto, o direito subjectivo é o resultado da incidência de uma norma jurídica a
um fato jurídico.
Em resumo, a expressão direito subjectivo é utilizada quando a palavra direito for sinónimo de
prerrogativa.
Exemplos:
Chama-se direito público subjectivo a prerrogativa que deve ser exigida do próprio Estado.
Assim, quando um sujeito é titular de um direito como a educação, saneamento básico, etc.,
esse direito é em simultâneo público e subjectivo.