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Questões de Exame Nacional

Dossiê do Professor, Em Questão, Filosofia 11.° ano 5


EQT11DP © Porto Editora

Questões de Exame Nacional


A dimensão religiosa – análise e compreensão da
experiência religiosa [Filosofia da Religião]

Outras questões

1. Identifique a premissa decisiva para, partindo da ideia de que Deus é o maior ser possível,
Anselmo concluir que Deus existe.
A resposta integra o aspeto seguinte, ou outro igualmente relevante.
Identificação da premissa solicitada:
– existir também na realidade é maior do que existir apenas no entendimento (OU um ser é maior se
existir também na realidade, e não apenas no entendimento OU existir é uma perfeição).

2. Temos de acreditar em Deus, pois há provas racionais da sua existência. Concorda com esta
afirmação? Justifique a sua resposta.
Orientações:
– formule o problema filosófico em causa;
– apresente inequivocamente a sua posição;
– argumente a favor da sua posição;
– relacione a sua resposta com uma das provas clássicas da existência de Deus.
O problema é: será que Deus existe?
– no caso de o examinando concordar com a afirmação:
• poderá apresentar uma das três provas clássicas da existência de Deus (argumento
cosmológico, argumento ontológico ou argumento teleológico), explicando a sua pertinência.
– no caso de o examinando não concordar com a afirmação:
• poderá apresentar, pelo menos, uma objeção a uma das três provas.
Serão de aceitar outras possibilidades de resposta, desde que relacionadas com uma das três provas
clássicas.

3. Haverá boas razões para acreditar que Deus existe?


Na sua resposta, deve:
− clarificar o problema filosófico inerente à questão formulada;
− apresentar inequivocamente a sua posição;
− argumentar a favor da sua posição.
A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.
Clarificação do problema:
– o problema consiste em saber se há provas que justifiquem acreditar que Deus existe (OU que Deus
não existe);
– de acordo com o conceito teísta de Deus, os atributos de Deus são, entre outros, a suma bondade, a
omnipotência e a omnisciência;
– ora, algum do nosso conhecimento do mundo parece não ser consistente com a crença na existência
de um tal Deus (por exemplo, a existência do mal, seja natural ou moral, parece ser inconsistente com
a ideia de um mundo governado por um Deus sumamente bom, omnipotente e omnisciente/a convicção
de que o universo é governado por leis físicas parece ser incompatível com a crença num Deus
omnipotente).

José Ferreira Borges, Marta Paiva, Nuno Fadigas, Orlanda


Tavares
5 Questões de Exame Nacional
Dossiê do Professor, Em Questão, Filosofia 11.° ano

Apresentação inequívoca da posição defendida.


Justificação da posição defendida:
– no caso de o aluno considerar que há boas razões para acreditar que Deus existe:
• supondo que uma ordem de causas (eficientes), na qual todos os acontecimentos têm uma
causa, regride infinitamente, não haveria uma primeira causa;
• ora, se não houvesse uma primeira causa, também não haveria causas subsequentes, mas tais
causas existem;
• terá de haver uma primeira causa, a que chamamos Deus, que seja a origem de todas as causas e
não seja causada por nenhuma outra coisa;
OU
• tudo na natureza tem um propósito, incluindo coisas como a Lua, mas essas coisas não
podem mover-se de acordo com um propósito, a menos que sejam dirigidas por alguém com
conhecimento e inteligência:
• do mesmo modo que uma seta não se move pra o seu alvo sem um arqueiro que a dirija, também
as coisas naturais sem inteligência não se movem para os seus fins sem um ser inteligente que as
dirija;
• terá de haver um ser inteligente que dirija todas as coisas sem inteligência para os seus fins, e a
esse ser chamamos Deus;
OU
• Deus é, por definição, o maior ser pensável e, se compreendermos a natureza de Deus,
reconheceremos que Deus terá de existir;
• ora, o que existe no pensamento e na realidade é de uma grandeza maior do que o que existe
apenas no pensamento;
• Deus, o maior ser pensável, terá de existir não apenas no pensamento, mas também na realidade;
OU
• não temos provas de que Deus existe, mas admitindo que é tão provável que exista como que
não exista, ainda assim é racional apostar que Deus existe, tendo em conta as previsíveis
consequências práticas da nossa aposta;
• se apostarmos que Deus existe e Deus existir, obteremos a felicidade eterna e, além disso,
teremos uma vida terrena com prazeres mais elevados do que uma vida de prazeres banais; se
apostarmos que Deus existe e Deus não existir, nada ganharemos e nada perderemos; se
apostarmos que Deus não existe e Deus não existir, nada perderemos; e se apostarmos que Deus
não existe e Deus existir, perderemos tudo e sofreremos uma punição eterna;
• logo, é racional e prudente que cada indivíduo faça a aposta de que Deus existe, que é aquela que
oferece uma compensação maior.
– no caso de o aluno considerar que não há boas razões para acreditar que Deus existe:
• é uma evidência que o mal existe no mundo, seja aquele que resulta de ações humanas, seja
aquele que tem como causa acontecimentos naturais que os seres humanos não controlam;
• um Deus sumamente bom quereria prevenir a existência do mal, um Deus omnisciente conheceria
a diferença entre o bem e o mal e saberia como impedir que o mal ocorresse, e um Deus todo–
poderoso, querendo e sabendo como impedir a existência do mal, poderia impedi-la;
• a existência de mal no mundo é incompatível com a existência de Deus e, além de nos levar a
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afirmar que não temos boas razões para acreditar que Deus existe, permite ainda sustentar que
Deus não existe;

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OU
• o argumento cosmológico não nos dá boas razões para acreditar que Deus existe, pois não é
seguro que uma entidade que existe fora da natureza seja o Deus pessoal com as propriedades de
suma bondade, omnipotência e omnisciência;
• por outro lado, ainda que qualquer acontecimento natural remonte a um acontecimento que
ocorre fora da natureza, daí não se segue que exista apenas um acontecimento fora do mundo
natural a que remonte cada acontecimento natural;
• além disso, do facto de nenhum acontecimento natural poder ocorrer sem ser causado não se
segue que tenha de haver um primeiro acontecimento natural – as cadeias causais podem
estender-se infinitamente;
OU
• o argumento teleológico, ou do desígnio inteligente, não nos dá boas razões para acreditar que
Deus existe, pois as premissas de que se parte são duvidosas;
• quando observamos o mundo, verificamos que poderia estar ordenado de forma mais inteligente
(por exemplo, com menos doenças ou menos catástrofes naturais);
• a teoria da evolução por seleção natural mostra que os processos evolutivos não são
orientados por uma inteligência ou mente, e a hipótese da seleção natural torna provável que os
organismos se adaptem;
OU
• o argumento ontológico não nos dá boas razões para acreditar que Deus existe, pois podemos
conceber uma ilha maior do que a qual nenhuma outra existe – uma ilha perfeita –, mas a existência
de uma ilha perfeita não pode ser estabelecida por um argumento a priori construído a partir da
análise do conceito de ilha perfeita – a existência de uma ilha perfeita não pode ser descoberta
apenas pelo uso da razão;
• também poderíamos incluir na definição de um conceito a propriedade da existência – por
exemplo, poderíamos definir um E-unicórnio como um unicórnio existente –, mas isso não
implicaria que o conceito fosse exemplificado;
• a proposição de que Deus existe é uma proposição acerca do conceito de Deus, pela qual se
afirma que o conceito de Deus é exemplificado, e não uma proposição acerca de Deus, na qual se
afirmasse que a existência é uma das suas propriedades.
OU
• apenas os argumentos baseados em evidências podem persuadir-nos de que Deus existe, e nesse
caso, não sendo o argumento do apostador baseado em evidências, mas em considerações
práticas, não temos a convicção de que existe algo de real por detrás da aposta;
• é errado excluir a priori conceitos de Deus igualmente admissíveis e pressupor unicamente um Deus
que recompensa os crentes com a felicidade eterna ou que castiga eternamente os descrentes;
• é possível que Deus recompense as pessoas que são boas, sejam ou não crentes, ou que castigue
aquelas que, apenas por interesse próprio (por exemplo, aquelas que são persuadidas pelo
argumento do apostador), procurem ganhar os seus favores.
Nota ‒ Os aspetos constantes dos cenários de resposta apresentados são apenas ilustrativos, não
esgotando o espectro de respostas adequadas possíveis, designadamente, respostas nas quais se
consideram conceções não teístas de Deus.

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4. Muitas pessoas – filósofos, teólogos e cientistas – afirmam que temos bons argumentos a favor da
existência de Deus: uns defendem que a própria ideia de Deus implica a sua existência; outros
sustentam que tem de haver uma causa para o Universo e que essa causa só pode ser Deus;
outros, ainda, alegam que a ordem que encontramos na natureza não pode ser fruto do acaso e
que Deus é a melhor explicação para essa ordem; e há quem considere outros argumentos.
Será que a existência de Deus pode ser provada?
Na sua resposta, considere o argumento (ou prova) que estudou a favor da existência de Deus e:
– identifique, referindo o seu nome, esse argumento (ou prova) a favor da existência de Deus;
– apresente inequivocamente a sua posição;
– argumente a favor da sua posição.
A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.
Identificação do argumento:
– argumento ontológico (ou da perfeição) OU argumento cosmológico (ou da causa primeira)
OU argumento do desígnio (ou teleológico).
Apresentação inequívoca de uma posição de concordância, total ou parcial, ou de discordância, total ou
parcial, relativamente à possibilidade de provar a existência de Deus.
Justificação da posição defendida:
– no caso de o examinando, apoiando-se no argumento ontológico, concordar com a possibilidade de a
existência de Deus ser provada:
• podemos conceber o maior ser possível (o ser mais perfeito);
• o maior ser possível (o ser mais perfeito) não seria o maior (o mais perfeito) se existisse
apenas no pensamento, pois qualquer ser que existisse no pensamento e também na realidade
teria algo de que o maior ser (o mais perfeito) careceria, o que seria contraditório;
• logo, o maior ser possível (o ser mais perfeito) – que é Deus – tem de existir na realidade e
não apenas no pensamento.
– no caso de o examinando, apoiando-se no argumento cosmológico, concordar com a possibilidade de
a existência de Deus ser provada:
• qualquer acontecimento no mundo é causado por algo e nada é causa de si mesmo;
• se a ordem causal regredisse infinitamente, então não existiria uma causa primeira;
• mas, se não existisse uma causa primeira, também não existiriam as causas subsequentes;
porém, essas causas existem;
• logo, tem de existir uma causa primeira que não faz parte do mundo (que é transcendente) e
que é a fonte de todas as causas – essa causa não causada (e transcendente) só pode ser
Deus.
– no caso de o examinando, apoiando-se no argumento do desígnio, concordar com a possibilidade de
a existência de Deus ser provada:
• os relógios têm características complexas – consistem em partes (cada uma com uma função)
que funcionam em conjunto, com um propósito específico;
• nada do que conhecemos e que exibe estas características é fruto do acaso, tendo sido sempre
intencionalmente concebido por algum autor inteligente;
• a natureza é, como os relógios, constituída por partes que funcionam em conjunto, mas de uma
forma ainda mais complexa;
• logo, a natureza não é fruto do acaso e teve também de ser intencionalmente concebida por um
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autor; esse autor superiormente inteligente é Deus.

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– no caso de o examinando, apoiando-se em críticas ao argumento ontológico, discordar da


possibilidade de a existência de Deus ser provada:
• tal como da ideia de uma ilha perfeita não se segue que essa ilha tenha de existir, também da ideia
de Deus como um ser perfeito não se segue que ele tenha de existir;
• é ilegítimo pretender provar questões de facto por meio de argumentos a priori, pois o que
concebemos como existente pode também ser concebido como não existente, sem que isso
implique contradição;
• o argumento é circular, porque a definição de Deus contém implicitamente, desde o início, o
pressuposto de que ele existe necessariamente.
– no caso de o examinando, apoiando-se em críticas ao argumento cosmológico, discordar da
possibilidade de a existência de Deus ser provada:
• tal como pode haver uma longa cadeia finita de causas que, para subsistir, precisaria de uma
primeira causa, também pode haver uma cadeia infinita de causas que, para subsistir, não requer
uma primeira causa;
• o Universo, e não Deus, poderia ser a exceção ao princípio de que tudo tem uma causa, existindo
simplesmente e, portanto, não exigindo uma explicação adicional para a sua existência;
• (o argumento incorre na falácia da composição, na medida em que) não é porque cada
acontecimento tem uma causa que toda a cadeia de acontecimentos tem igualmente uma causa,
ou seja, da premissa de que todos os acontecimentos têm uma causa não se segue que há uma
causa para toda a cadeia de acontecimentos.
– no caso de o examinando, apoiando-se em críticas ao argumento do desígnio, discordar da
possibilidade de a existência de Deus ser provada:
• a analogia entre os relógios e o Universo é fraca, pois aprendemos aquilo que sabemos sobre a
origem dos relógios observando muitos relógios e também a sua produção pelos relojoeiros; em
contrapartida, nunca observamos diferentes universos, visto haver apenas um, nem observamos a
sua produção;
• a ordem do Universo pode ter surgido por um longo processo de adaptação e de seleção natural;
• o argumento não prova a existência de um ser perfeito, mas, no melhor dos casos, de um ser
imensamente poderoso, imensamente inteligente, livre e racional.
Nota – O examinando pode, igualmente, justificar a sua posição com base no problema do mal.

5. É possível provar racionalmente que Deus existe?


Responda à questão, centrando-se na prova da existência de Deus que estudou.
Na sua resposta, deve, pela ordem que entender:
– apresentar inequivocamente a sua posição;
– argumentar a favor da sua posição;
– apresentar objeções à posição contrária àquela que defende.
A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.
Apresentação inequívoca da posição defendida.
Justificação da posição defendida:
– no caso de o examinando afirmar que não é possível provar racionalmente que Deus existe:
• não há provas da existência de Deus/os argumentos a favor da existência de Deus são fracos;
• o argumento do desígnio, por exemplo, assenta na analogia entre o funcionamento do Universo e o
funcionamento de máquinas, servindo para sustentar que, tal como as máquinas têm um criador,
também o Universo tem um criador;
• o argumento é fraco, porque, considerando a existência do mal natural, também serve para provar
que o Universo tem um criador malicioso, desatento ou com poderes limitados;

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• além disso, considerando a dimensão e a complexidade do Universo, superiores às de uma cidade,


também serve para provar que o universo foi criado por uma equipa multidisciplinar, ao longo de
muito tempo (ou a analogia entre uma máquina e o universo é fraca porque há mais diferenças
(materiais utilizados, grau de complexidade) do que semelhanças relevantes (ser organizado) entre
as duas entidades);
• a perspetiva evolucionista dá-nos uma explicação satisfatória da natureza e do universo, que
dispensa admitir a ação de seres inteligentes invisíveis ou deuses.
– no caso de o examinando afirmar que é possível provar racionalmente que Deus existe:
• há provas da existência de Deus/os argumentos a favor da existência de Deus são fortes;
• o argumento do desígnio, por exemplo, assenta na analogia entre o funcionamento do Universo e o
funcionamento de máquinas, servindo para sustentar que, tal como as máquinas têm um criador,
também o Universo tem um criador;
• considerando a disposição das peças de uma máquina, perfeitamente ajustada e adaptada ao
seu funcionamento, é menos provável que essa disposição tenha surgido do acaso do que dos
planos do inventor da máquina (ou de um criador inteligente);
• fazemos a mesma inferência perante o espetáculo da natureza: é menos provável que tenha
surgido do acaso – ou de sucessivos acasos, segundo a perspetiva evolucionista – do que dos
planos do nosso criador;
• embora a perspetiva evolucionista também ofereça uma explicação do Universo e do seu
funcionamento, essa explicação é mais improvável do que a admissão de um criador inteligente
do Universo.

6. Na sua opinião, as razões apresentadas por Pascal para acreditar que Deus existe são persuasivas?
Justifique.
A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.
Apresentação inequívoca da posição defendida.
Justificação da posição defendida:
– no caso de o examinando considerar que as razões apresentadas por Pascal para acreditar que Deus
existe são persuasivas:
• a crença na existência de Deus pode ser muito compensadora, permitindo alcançar, caso Deus
exista, a felicidade eterna;
• no caso de Deus não existir, a crença na sua existência não conduz a vantagens, mas também não
produz perdas significativas;
• por conseguinte, há considerações práticas que tornam vantajosa a crença na existência de Deus.
– no caso de o aluno considerar que as razões apresentadas por Pascal para acreditar que Deus existe
não são persuasivas:
• para serem vantajosas, as apostas devem ter por objeto coisas que existem (por exemplo, jogos
de futebol ou ações de uma empresa), e não coisas que nem sequer sabemos se existem, como
é o caso de Deus;
• é arbitrário excluir um Deus bom e desinteressado, que recompensaria as pessoas por terem vidas
honradas, independentemente de acreditarem na sua existência, e que castigaria aquelas que,
meramente por interesse próprio, apostassem na sua existência;
• o facto de a crença na existência de Deus se basear em considerações práticas indica que não se
tem provas da existência de Deus; ora, acreditar em algo muito improvável e ter de observar uma
prática religiosa exigente, por exemplo, pode ser uma opção menos vantajosa do que levar uma
vida rica em experiências aprazíveis.
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Nota ‒ Os
esgotando o espectro de respostas adequadas possíveis.

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