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Sequência Didática

1º SEMESTRE
Propulsão
2ªSÉRIE

Língua
Portuguesa
Governador do Estado da Paraíba
JOÃO AZEVEDO LINS FILHO

Vice Governadora do Estado da Paraíba


ANA LÍGIA COSTA FELICIANO

Secretário de Estado da Educação e da Ciência e Tecnologia


CLAUDIO BENEDITO SILVA FURTADO

Secretário Executivo de Gestão Pedagógica


GABRIEL DOS SANTOS SOUZA GOMES

Secretária Executiva de Adm. de Suprimentos e Logística


ELIS REGINA NEVES BARREIRO

Secretário Executivo da Ciência e Tecnologia


RUBENS FREIRE RIBEIRO

Gerente Executiva do Ensino Médio -GEEM


AUDILÉIA GONÇALO DA SILVA

Especialista Pedagógica
VIVIANNE DE SOUSA

Especialista em Gestão
JONATTA SOUSA PAULINO

Elaboração
CLARA SUELEN CARVALHO PEREIRA
JARLEYDE ANDRESSA SANTOS SALES DE OLIVEIRA
ANGÉLICA DENISE DA SILVA
Sumário

Olá, Professora! Olá, Professor! 4


Habilidades abordadas neste Material 5
Objetivos 5
Conto e Romance 6
Autoavaliação 27

Observação: As aulas devem ser desenvolvidas no tempo e de acordo com a realidade


de cada turma, priorizando as necessidades dos estudantes.

Bom trabalho!
LÍNGUA PORTUGUESA Material do(a) Professor(a)

Estimamos um bom início de Ano letivo a todos(as)! Que 2021 seja de esperança, na certeza
que dias melhores estão ali à frente!

Este ano o Nivelamento começou com uma grande mudança que contou com a participação
e o engajamento dos(as) estudantes para a escolha de um novo nome para a disciplina, de modo que
passasse um sentimento de pertencimento e melhor entendimento, por parte dos (as) discentes da rede
estadual de Ensino. Desse modo, através da ideia dada pela estudante Amanda Feliciano, da 2ª série
da ECI Deputado Álvaro Gaudêncio de Queiroz – 3ª GRE e por meio de votação no Instagram
@ECIPB, o novo nome para o Nivelamento a ser utilizado em todas as escolas da rede estadual no
corrente ano letivo é Propulsão.

PROPULSÃO é um substantivo feminino que significa “ação ou efeito de propulsar, ou seja,


de impelir para a frente”, rumo a concretização dos projetos de vida dos(as) estudantes da rede.

Dessa forma, deve-se estimular os(as) estudantes para o reconhecimento desse contato com a
disciplina, como significativo no processo de ensino-aprendizagem, articulado não apenas às
disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, mas potencializado por todas as demais áreas, e como
isso contribui diretamente para a concretização do seu Projeto de Vida.

Este material foi cuidadosamente elaborado, de acordo com Matriz de Referência de


Descritores de Propulsão, para o Nível Médio para servir de apoio no planejamento das atividades,
que serão desenvolvidas pelos(as) docentes e acompanhadas pela equipe gestora escolar.

2ª SÉRIE 4
Material do(a) Professor(a) LÍNGUA PORTUGUESA

Habilidades abordadas neste Material

➢Língua portuguesa:
H1- Reconhecer a unidade temática de um texto.
H03- Diferenciar ideias centrais das ideias secundárias em um texto.
H05- Compreender criticamente textos orais, escritos e multissemióticos, reconhecendo
adequadamente os elementos que constituem o gênero e as condições de produção (literários e não
literários).

H12- Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa.

H17- Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra ou expressão.

Objetivos

- Desenvolver e aperfeiçoar a capacidade de distinguir ideias principais de ideias secundárias em


um texto;

- Promover a compreensão sobre elementos que compõem os textos orais, escritos e multissemióticos,
evidenciando através de textos literários e não literários.

- Compreender e identificar, a partir de textos narrativos, o conflito e os elementos que constroem a


narrativa.

5 2ª SÉRIE
LÍNGUA PORTUGUESA Material do(a) Professor(a)

Capítulo Conto e romance


1
Ponto de partida

Abordaremos ao longo desta sequência didática, o processo de leitura com foco na caracterização
dos gêneros conto e romance. Dessa forma, utilizaremos estratégias para levar os(as) estudantes a
diferenciarem ideias principais de ideias secundárias em um texto, como também, evidenciaremos
elementos que compõem textos literários e não literários. Por fim, constataremos conflitos e
elementos que constroem a narrativa.

Professor(a), para relembrar esses conceitos, que tal propor a seguinte situação:

Sugerimos que você, professor(a), elabore uma nuvem de palavras através do link:
www.mentimeter.com e em seguida, para a construção da nuvem de palavras, utilize o seguinte
questionamento: Quais palavras você associa a contos e romances? Para a aplicação no google meet,
compartilhe o link e em seguida solicite que cada estudante cite três palavras que eles associam a
conto e romance. Lembramos que há possibilidades de adaptação desta atividade, tendo em vista a
possibilidade de não utilização do mentimeter, você poderá substituí-lo pela interação dos estudantes
no chat. Além disso, pensando nos(as) estudantes que receberão a atividade impressa, disponibilize
a pergunta e também solicite para que o(a) estudante responda utilizando três palavras.

2ª SÉRIE 6
Material do(a) Professor(a) LÍNGUA PORTUGUESA

Imagem da atividade sugerida com a utilização do mentimeter

Após esse momento inicial, utilize as palavras mencionadas para promover uma reflexão sobre os
conhecimentos já obtidos sobre contos e romances, em seguida traga uma breve exposição sobre os
conceitos de conto e romance.

Conto

O conto é um texto curto em que um narrador conta uma história desenvolvida em torno de um
enredo - uma situação que dá origem aos acontecimentos de uma narrativa.

Há poucos personagens e poucos locais, pois como a história é breve não é possível incluir vários
lugares e personagens diferentes.

Há vários tipos de contos: realistas, populares, fantásticos, de terror, de humor, infantis,


psicológicos, de fadas.

A estrutura desse gênero textual é composta por quatro partes: apresentação do enredo,
desenvolvimento dos acontecimentos, momento de tensão - clímax, e solução - desfecho

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LÍNGUA PORTUGUESA Material do(a) Professor(a)

Romance
Na Idade Média, a palavra romance aplicava-se às narrativas populares ou folclóricas, de
autoria desconhecida, escritas tanto em prosa como em verso, que tinham caráter fantasioso,
ficcional. Apenas no século XVII essa palavra adquiriu o sentido de prosa de ficção, produzida
por autor conhecido.
A definição atual para romance é que se trata de uma obra de ficção escrita em linguagem
literária; no entanto, o leitor de um romance, mesmo sabendo que se trata de uma história
inventada, acredita que ela representa uma situação possível de acontecer verdadeiramente,
ou seja que tem verossimilhança com a realidade. O caráter extenso e a maior complexidade da
trama narrativa do romance fazem com que, geralmente, seja subdividido em capítulos: neles,
várias personagens envolvem-se em muitas intrigas, sendo que existe sempre um conflito
principal, mais importante, relativo às personagens protagonistas da história, responsável por
manter o fio narrativo, o desenvolvimento do enredo.

A seguir, disponibilizaremos um conto de Clarice Lispector, intitulado de: felicidade clandestina.


Utilize a maneira que melhor se adeque a sua realidade para apresentar a leitura desse conto. Sendo
assim, o texto pode ser lido a partir da utilização das plataformas google classroom ou google meet,
como também, sugerimos que seja disponibilizado de forma impressa para os(as) estudantes sem
acesso à internet. É válido ressaltar que o(a) professor tem total autonomia para adaptar a atividade
sugerida, da forma como preferir.

Texto 1: A felicidade clandestina

Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto
enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse enchia os dois bolsos da blusa,
por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter:
um pai dono de livraria.

Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela
nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo,
onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras
como “data natalícia” e “saudade”.

Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como
essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos
livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as

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Material do(a) Professor(a) LÍNGUA PORTUGUESA

humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.

Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como
casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.

Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E
completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela
o emprestaria.

Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava devagar num
mar suave, as ondas me levavam e me traziam.

No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa
casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a
outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a
esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho
de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os
dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando
pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.

Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono de livraria era tranqüilo e diabólico.
No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta
calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais
tarde, no decorrer da vida, o drama do “dia seguinte” com ela ia se repetir com meu coração batendo.

E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não
escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às
vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja
precisando danadamente que eu sofra.

Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro
esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu,
que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados.

Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu
sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu
explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A
senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu.
Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você
nem quis ler!

E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da
filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a
menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo,
disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: “E você fica com o
livro por quanto tempo quiser. ”Entendem? Valia mais do que me dar o livro: pelo tempo que eu quisesse ”
é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer.

Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse

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nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o
livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa,
também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo.

Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas
depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais
indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns
instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade
sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar… havia
orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada.

Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase
puríssimo.

Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.

Clarice Lispector
Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Professor(a), após a leitura do conto, realize uma roda de conversa virtual sobre pontos que
merecem destaque no conto, além disso, utilize este momento para evidenciar os elementos que
caracterizam tal gênero e estão presentes no texto apresentado. Ouça os(as) estudantes, dialogue e
instigue para que todos interajam, inclusive utilizando o chat.

A seguir, trouxemos como sugestão a aplicação de algumas questões de interpretação


sobre o conto lido. Professor(a), as questões estão acompanhadas de suas possíveis respostas.
São respostas sugestivas que visam contribuir com o seu trabalho.

Atividade 1 - Os três primeiros parágrafos formam a introdução do conto lido. Neles, são
apresentadas as características das personagens da história.

a) Quais são as personagens principais da história? A narradora e a menina filha do dono de


livraria.

b) Como é feita a caracterização das personagens: de modo superficial ou de modo aprofundado,


minucioso? De modo minucioso

2ª SÉRIE 10
Material do(a) Professor(a) LÍNGUA PORTUGUESA

c) Que aspectos dessas personagens são ressaltados? São ressaltados aspectos físicos e psicológicos.
Enquanto filha do dono de livraria era gorda, sardenta, cabelos excessivamente crespos e
arruivados e tinha bustos enormes, a narradora, como as outras garotas, era bonitinha, esguia,
altinha, de cabelos livres. A primeira não dava valor aos livros; a segunda ansiava por eles.

Atividade 2 - Embora a filha do dono de livraria não tivesse muitas qualidades, algo a fazia parecer
superior aos olhos da narradora. O que era? O fato do pai dela ser dono de livraria, pois isso
possibilitava a ela ter os livros que quisesse.

Atividade 3 - Observe este trecho do texto: “Mas que talento tinha para a crueldade.”

a) Por que, na opinião da narradora, a outra menina tinha talento para a crueldade? Porque fazia
questão de humilhar e só emprestava livros depois que a pessoa implorasse bastante.

Atividade 4 - Sobre os elementos do conto, responda:


a) Tipo de narrador e foco narrativo: narrador personagem. Foco narrativo em primeira pessoa.

b) Onde acontecem os fatos narrados? Nas ruas do Recife, na frente da casa da filha do dono de
livraria e na casa da narradora.

c) Tipo de discurso: discurso indireto livre.

d) Variedade linguística empregada: a norma padrão formal

e) Protagonista: a narradora

f) Antagonista: a filha do dono de livraria

g) Tempo verbal predominante: pretérito perfeito e pretérito imperfeito.

Atividade 5 - Após a leitura do conto, assinale a alternativa que apresenta características que
correspondem e evidenciam tal gênero textual.

a) Tem caráter extenso e apresenta maior complexidade da trama narrativa, fazendo com que, haja
uma subdivisão em capítulos.

11 2ª SÉRIE
LÍNGUA PORTUGUESA Material do(a) Professor(a)

b) Trata-se de um texto literário, escrito em versos, distribuídos em estrofes.


c) Apresenta uma estrutura composta por enredo, desenvolvimento de acontecimentos, momento de
tensão e depois, solução. Além disso, há poucos personagens e poucos locais, pois trata-se de uma
história breve.
d) Há muitos personagens e muitos ambientes, pois, é uma história longa, sendo possível incluir
vários personagens e ambientes.
e) Contém argumentos válidos que sustentem um ponto de vista e tem o objetivo de convencer o
leitor.

Atividade 6 - Que situação é apresentada no texto e corresponde à ideia principal?

a) Uma menina que costuma emprestar livros aos colegas da escola.


b) Uma menina que gosta de ler e tem uma amiga perversa que é filha de dono de uma livraria.
c) A gentileza de uma amiga atenciosa.
d) O egoísmo de uma menina que gosta muito de ler e por isso, se recusa a compartilhar seus livros.
e) Diversos imprevistos que impedem que a menina empreste um livro importante para sua amiga.

Atividade 7 - No quadro a seguir, marque as opções que constroem a narrativa apresentada no conto
lido.

Uma menina que gosta de ler e Uma menina que não consegue
Enredo tem uma amiga perversa que é emprestar seu livro para a amiga
filha do dono de uma livraria. devido uma série de imprevistos.

A menina que gosta de ler


Desenvolvimento de A menina entregou um cartão- livros é informada pela filha do
acontecimentos postal da loja do pai. Ainda por dono da livraria de que ela
cima era de paisagem do Recife possuía Reinações de
Narizinho, livro muito desejado
pela narradora.

Quando a menina que gosta de ler


Momento de tensão livros já está cansada de tantas Porque a mãe da dona do livro
idas em busca do livro e resolve passa a interferir na história
desistir de buscá-lo.

A menina fica com o livro A menina desiste do livro e


Solução do conflito emprestado por tempo consegue adquirir outro livro.
indeterminado.

2ª SÉRIE 12
Material do(a) Professor(a) LÍNGUA PORTUGUESA

Vídeo: gênero textual - conto


Dando continuidade ao diálogo sobre conto, trouxemos como sugestão a exibição do vídeo
intitulado de: gênero textual: conto. O vídeo trará pontos importantes quanto aos elementos
constitutivos de um conto.
Link para acesso ao vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=fjqv4-Wg8G0

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=fjqv4-Wg8G0

Utilize o vídeo para, mais uma vez, dialogar e promover uma reflexão sobre a estrutura do gênero
conto. Professor, lembre-se que você tem total autonomia para adaptar esta atividade de acordo com
o contexto vivenciado ou como preferir aplicá-la.

13 2ª SÉRIE
LÍNGUA PORTUGUESA Material do(a) Professor(a)

Vamos relembrar alguns tipos de conto?

● Conto de ficção científica: caracterizado por possuir elementos que não fazem parte de uma
realidade comum. Seu enredo é construído com base em percepções científicas e
tecnológicas.

● Conto infantil juvenil: narrativa destinada a crianças e adolescentes. Possui linguagem mais
simples e elementos que fazem parte do mundo do seu público-alvo.

● Conto fantástico: construído com personagens e narrativas impossíveis na realidade, é


inspirado em narrativas clássicas, como Odisseia, de Homero.

● Conto de fadas: caracterizado por iniciar com a expressão “Era uma vez...” e apresentar
alguma maldade feita por alguém, costuma ter desfecho favorável aos personagens,
podendo ou não ter interferência de seres encantados (fadas, bruxas, duendes).

Você consegue distinguir as principais diferenças entre texto literário e não


literário?

Texto literário Texto não literário

Definição Textos narrativos e/ou poéticos


que possuem elementos São textos informativos e
artísticos e tendem a causar objetivos.
emoção.

Função Estética. Destinam-se ao Utilitária. Sua função é


entretenimento, à arte e à informar, convencer, explicar,
ficção. comunicar.

Linguagem Subjetiva e conotativa. Objetiva e denotativa.

Utiliza elementos como a


musicalidade, figuras de

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Material do(a) Professor(a) LÍNGUA PORTUGUESA

Características linguagem, multissignificação Linguagem objetiva e clara.


e possuem liberdade na
criação.

Normas gramaticais Costuma subverter a gramática Geralmente adota a gramática


normativa. normativa.

Elemento de composição Ficção, baseada na imaginação Utiliza fatos e informações.


do artista.

Analisar um texto não-literário


A leitura de um texto literário requer confirmação dos fatos,
Análise inclui a busca de metáforas e conhecimento,
simbolismos. desenvolvimento de
habilidades e realização de
tarefas.

Exemplos Poesias, novelas, histórias e Diários pessoais, notícias,


dramas. receitas, jornais e artigos.

Padlet para instigar as próximas reflexões

Para este momento, trouxemos a sugestão de utilização do Padlet que é uma ferramenta digital
para a construção de murais virtuais colaborativos, acessíveis através do navegador de internet de
computador ou aplicativo de celular. Link para acessar o padlet: pt-br.padlet.com. A ideia é utilizar a
seguinte pergunta: “O que você sabe sobre o gênero textual romance?”. Depois compartilhe o link do
padlet para que os(as) estudantes escrevam respostas simples, mas que possam ser utilizadas para
nortear a discussão sobre o gênero romance, ao mesmo tempo, é uma oportunidade de retomar os
conhecimentos prévios que cada um possui.

15 2ª SÉRIE
LÍNGUA PORTUGUESA Material do(a) Professor(a)

Imagem do padlet sugerido para esta atividade


É válido ressaltar que a atividade sugerida pode ser adaptada de acordo com a realidade de cada
professor(a). Sendo assim, é possível utilizar o chat ou outra ferramenta de sua preferência. Além
disso, enfatizamos a necessidade de adequar e proporcionar esta atividade para os estudantes que
devem recebê-la via whatsapp ou de forma impressa.
Traremos, a seguir, a proposta de leitura do trecho de um texto, desta vez, apresentaremos algumas
características composicionais distintas das vistas anteriormente. Nessa perspectiva, apresente o
trecho chamando a atenção dos(as) estudantes para algumas características, de modo a evidenciar
quais podem definir o gênero textual ao qual pertence tal texto.
Professor(a), é válido ressaltar a importância de realizar uma leitura interativa. Assim, incentive a
participação dos estudantes e desenvolva esta atividade de forma atrativa, para que todos(as) se sintam
motivados a participar.
Em Iracema, de José de Alencar, narra-se a história do amor de uma índia, filha do pajé Araquém
da tribo dos tabajaras, com um português, Martim, por quem ela trai sua tribo, fugindo para longe.
Enquanto Martim sai para batalhas, Iracema, sozinha, dá à luz Moacir, o filho da dor. leia a seguir, o
capítulo II do romance Iracema.

Texto 2: Iracema
Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.

Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos
que seu talhe de palmeira.

2ª SÉRIE 16
Material do(a) Professor(a) LÍNGUA PORTUGUESA

O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado.

Mais rápida que a corça selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua
guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que
vestia a terra com as primeiras águas.

Um dia, ao pino do Sol, ela repousava em um claro da floresta. Banhava-lhe o corpo a sombra da oiticica,
mais fresca do que o orvalho da noite. Os ramos da acácia silvestre esparziam flores sobre os úmidos cabelos.
Escondidos na folhagem os pássaros ameigavam o canto.

Iracema saiu do banho: o aljôfar d’água ainda a roreja, como à doce mangaba que corou em manhã de chuva.

Enquanto repousa, empluma das penas do guará as flechas de seu arco, e concerta com o sabiá da mata,
pousado no galho próximo, o canto agreste.

A graciosa ará, sua companheira e amiga, brinca junto dela. Às vezes sobe aos ramos da árvore e de lá chama
a virgem pelo nome; outras remexe o uru de palha matizada, onde traz a selvagem seus perfumes, os alvos
fios do crautá, as agulhas da juçara com que tece a
renda, e as tintas de que matiza o algodão.

Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a virgem os olhos, que o sol não deslumbra; sua
vista perturba-se.
Diante dela e todo a contemplá-la está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da
floresta. Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar; nos olhos o azul triste das águas profundas.
Ignotas armas e tecidos ignotos cobrem-lhe o corpo.

Foi rápido, como o olhar, o gesto de Iracema. A flecha embebida no arco partiu. Gotas de sangue borbulham
na face do desconhecido.

De primeiro ímpeto, a mão lesta caiu sobre a cruz da espada; mas logo sorriu. O moço guerreiro aprendeu
na religião de sua mãe, onde a mulher é símbolo de ternura e amor. Sofreu mais d’alma que da ferida.

O sentimento que ele pôs nos olhos e no rosto, não o sei eu. Porém a virgem lançou de si o arco e a uiraçaba,
e correu para o guerreiro, sentida da mágoa que causara.

A mão que rápida ferira, estancou mais rápida e compassiva o sangue que gotejava. Depois Iracema quebrou
a flecha homicida: deu a haste ao desconhecido, guardando consigo a ponta farpada.

O guerreiro falou:

— Quebras comigo a flecha da paz?

— Quem te ensinou, guerreiro branco, a linguagem de meus irmãos? Donde vieste a estas matas, que nunca
viram outro guerreiro como tu?

— Venho de bem longe, filha das florestas. Venho das terras que teus irmãos já possuíram, e hoje têm os
meus.

— Bem-vindo seja o estrangeiro aos campos dos tabajaras, senhores das aldeias, e à cabana de Araquém,
pai de Iracema.

17 2ª SÉRIE
LÍNGUA PORTUGUESA Material do(a) Professor(a)

Professor(a), após a leitura do texto, promova um momento de diálogo sobre o enredo apresentado,
além disso, solicite para que os(as) estudantes apresentem os pontos que considerarem relevantes no
trecho do romance. E em seguida , apresente o quadro contendo as características composicionais de
um romance.

Características composicionais de um romance

É o ser integrante do texto (distinto do autor,


ser do mundo), responsável pela condução da
narrativa. Pode ser um narrador-personagem,
Narrador / foco narrativo participante dos fatos narrados (foco narrativo
em 1ª pessoa) ou um observador dos fatos (foco
narrativo em 3ª pessoa), que não participa da
história como personagem.

Enredo Conjunto de acontecimentos envolvendo


diversos personagens e que constituem a
história propriamente dita.

O conflito caracteriza-se como um problema,


Conflito /clímax uma complicação narrativa relativa aos
protagonistas. O clímax é o momento de maior
tensão dramática da narrativa.

Protagonistas: em geral, dois ou três, são


aqueles sobre os quais se conta a história.
Personagens Antagonistas: opõem-se aos protagonistas.
Secundárias: são figurantes, compõem o
restante do contexto social.

Lugar, ou lugares, ambientes onde a história se


Espaço passa. Pode assumir importância na
caracterização das personagens, ou ser apenas
cenário.

Tempo em que ocorre a narrativa: pode ser


cronológico, linear, em que os fatos são
Tempo narrados em sequência; ou psicológico,

2ª SÉRIE 18
Material do(a) Professor(a) LÍNGUA PORTUGUESA

desenvolve-se de acordo com o fluxo de


lembranças da personagem, fundindo presente,
passado e futuro.

Texto longo, geralmente dividido em capítulos.


Sua organização pode ser representada por:
Organização/ partes do texto situação inicial/ conflito/ clímax/ desfecho.
Mas há romances que rompem com essa
organização.

Aproveitamos para ressaltar a importância de proporcionar acesso ao quadro, apresentado acima,


para todos os(as) estudantes, utilizando as estratégias que melhor se adequem a sua realidade,
podendo utilizar: o google meet, plataforma google classroom, whatsapp ou de forma impressa.
Aborde, minuciosamente, cada item que compõe o quadro, além disso, relacione com o trecho do
romance lido. Na sequência, sugerimos algumas questões associadas às habilidades trabalhadas nesta
sequência didática, como também, para fortalecer e ampliar a interpretação sobre o trecho do romance
“Iracema”.

Atividade 1 - Localize no texto os parágrafos referentes:


a) à situação inicial – Iracema e natureza em perfeita harmonia;
Parágrafos 1 a 7;
b) à desestabilização da situação inicial;
Parágrafo 8;
c) à volta a uma situação estável.
Parágrafo 13.

Atividade 2 - Nessa cena inicial, narra-se o encontro de Iracema com Martim. Responda:

a) Qual é o narrador e o foco narrativo? Justifique.


O narrador não é personagem da história, é um observador dos acontecimentos, portanto o
foco narrativo está em 3ª pessoa, o que se pode perceber no emprego de formas verbais de 3ª
pessoa, como em: “Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu
Iracema”.

19 2ª SÉRIE
LÍNGUA PORTUGUESA Material do(a) Professor(a)

b) “O sentimento que ele pôs nos olhos e no rosto, não o sei eu”. Quem diz “ eu” nessa frase?
Justifique.
O narrador usa a forma verbal em 1ª pessoa “sei”, seguido de “eu” para referir-se a si mesmo,
o narrador observador, que narra o que ocorre com a personagem Martim.

c) Em que lugar ocorrem as ações narradas? Como se dá a descrição do ambiente?


Este é o Cap. 2 do livro, em que o foco é o encontro dos protagonistas na floresta, onde havia
um rio em que Iracema se banhava: “Um dia, ao pino do Sol, ela repousava em um claro da
floresta. Banhava-lhe o corpo a sombra da oiticica, mais fresca do que o orvalho da noite. Os
ramos da acácia silvestre esparziam flores sobre os úmidos cabelos. Escondidos na folhagem os
pássaros ameigavam o canto”. Observa-se, nessa descrição, a profusão de elementos da
natureza primitiva que justifica haver ali uma indígena, perfeitamente integrada ao ambiente.

d) A passagem do tempo é linear? Explique


Sim, a narrativa segue a ordem cronológica dos acontecimentos relativos ao encontro dos
protagonistas: “ao pino do Sol” (= meio-dia) após Iracema banhar- se no rio, adormece sob as
árvores / um ruído a desperta / vê um guerreiro branco / atinge- o no rosto com uma flecha /
arrependida, vai estancar o sangue / quebra a flecha da paz e dá uma metade a ele / conversam.

Atividade 3 - O efeito de sentido obtido pelo emprego de grau dos adjetivos nas expressões:
- “cabelos mais negros que a asa da graúna; mais longos que seu
talhe de palmeira; Mais rápida que a corça selvagem” - é de
A) destaque da indígena entre os outros animais da floresta.
B) intensificação da beleza e da destreza de Iracema.
C) exagero dos atributos selvagens da índia Iracema.
D) redução da caracterização da índia como selvagem.
E) visão da índia Iracema a simples animal selvagem.

2ª SÉRIE 20
Material do(a) Professor(a) LÍNGUA PORTUGUESA

Vídeo: gênero textual - Romance


Dando continuidade ao diálogo sobre Romance, trouxemos como sugestão a exibição do vídeo
intitulado de: “livro trailer - Senhora”. O vídeo apresenta um breve resumo sobre o Romance
Senhora do autor José de Alencar. A proposta tem por objetivo despertar nos(as) estudantes a
curiosidade e o desejo em ler o romance. Nessa perspectiva, aproveite para ressaltar a importância
do hábito de leitura, destaque que a leitura nos permite conhecer um universo amplo e significativo.
Por fim, dialogue com os(as) estudantes sobre o vídeo e disponibilize o link para leitura da obra
apresentada no vídeo. Link para leitura do Romance “Senhora”:
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2026
Link para acesso ao vídeo sugerido: https://www.youtube.com/watch?v=x-CBlpQy42I

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=x-CBlpQy42I

21 2ª SÉRIE
LÍNGUA PORTUGUESA Material do(a) Professor(a)

Professor(a), na sequência, sugerimos a disponibilização de links para acesso a alguns Romances


da literatura brasileira. Trata-se de uma estratégia para incentivar a leitura e, tendo em vista que,
durante a educação remota tornou-se inviável o acesso à bibliotecas, utilizar os livros digitais tem
sido uma ferramenta muito válida e pertinente.

Sugestões de Romances brasileiros para leitura

http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=1888
Dom Casmurro
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=1836
Memórias Póstumas de Brás Cubas
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2091
Helena
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=3527
A volta ao mundo em 80 dias
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2026
Senhora
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2038
Cinco minutos
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2047
Lucíola
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=7001
8 Dom Quixote

Trecho de “Cinco Minutos” - José de Alencar

"(...) Esperar tranqüilamente um dia para dizer-lhe que eu a amava e queria amá-la com todo o culto e
admiração que me inspirava a sua nobre abnegação, me parecia quase uma infâmia.
Seria dizer-lhe que tinha refletido friamente, que tinha pesado todos os prós e os contras do passo que ia dar,
que havia calculado como um egoísta a felicidade que ela me oferecia.
Não só a minha alma se revoltava contra esta idéia; mas parecia-me que ela, com a sua extrema delicadeza
de sentimento, embora não se queixasse, sentiria ver-se o objeto de um cálculo e o alvo de um projeto de

2ª SÉRIE 22
Material do(a) Professor(a) LÍNGUA PORTUGUESA

futuro.
A minha viagem foi uma corrida louca, desvairada, delirante. Novo Mazzeppa, passava por entre a cerração
da manhã, que cobria os píncaros da serrania, como uma sombra que fugia rápida e veloz.
Dir-se-ia que alguma rocha colocada em um dos cabeços da montanha tinha-se desprendido de seu alvéolo
secular e, precipitando-se com todo o peso, rolava surdamente pelas encostas.
O galopar do meu cavalo formava um único som, que ia reboando pelas grutas e cavernas e confundia-se
com o rumor das torrentes.
As árvores, cercadas de névoa, fugiam diante de mim como fantasmas; o chão desaparecia sob os pés do
animal; às vezes parecia-me que a terra ia faltar-me e que o cavalo e cavaleiro rolavam por algum desses
abismos imensos e profundos, que devem ter servido de túmulos tirânicos.
Mas, de repente, entre uma aberta de nevoeiro, eu via a linha azulada do mar e fechava os olhos e atirava-
me sobre o meu cavalo, gritando-lhe ao ouvido a palavra de Byron: - Away!* (*Adiante!)
Ele parecia entender-me e precipitava essa corrida desesperada; não galopava, voava; seus pés, como
impelidos por quatro molas de aço, nem tocavam a terra.
Assim, minha prima, devorando o espaço e a distância, foi ele, o nobre animal, abater-se a alguns passos
apenas da praia; a coragem e as forças só o tinham abandonado com a vida e no termo da viagem.
Em pé, ainda sobre o cadáver desse companheiro leal, via a coisa de uma milha o vapor que singrava
ligeiramente para a cidade.
Aí fiquei, perto de uma hora, seguindo com os olhos essa barca que a conduzia; e quando o casco
desapareceu, olhei os frocos de fumaça do vapor, que se enovelaram no ar e que o vento desfazia a pouco e
pouco.
Por fim, quando tudo desapareceu e que nada me falava dela, olhei ainda o mar por onde havia passado e o
horizonte que a ocultava aos meus olhos (...)"

Para saber mais …

José de Alencar (José Martiniano de Alencar), advogado, jornalista, político, orador, romancista e
teatrólogo, nasceu em Messejana (atual bairro de Fortaleza), CE, em 1º de maio de 1829, e faleceu no Rio
de Janeiro, RJ, em 12 de dezembro de 1877. É o patrono da cadeira n. 23, por escolha de Machado de Assis.

Ainda em 1856, publicou o seu primeiro romance conhecido: Cinco minutos. Em 1857, revelou-se um
escritor mais maduro com a publicação, em folhetins, de O Guarani, que lhe granjeou grande popularidade.
Daí para frente escreveu romances indianistas, urbanos, regionais, históricos, romances-poemas de natureza
lendária, obras teatrais, poesias, crônicas, ensaios e polêmicas literárias, escritos políticos e estudos
filológicos. A parte de ficção histórica, testemunho da sua busca de tema nacional para o romance,
concretizou-se em duas direções: os romances de temas propriamente históricos e os de lendas indígenas.
Por estes últimos, José de Alencar incorporou-se no movimento do Indianismo na literatura brasileira do
século XIX, em que a fórmula nacionalista consistia na apropriação da tradição indígena na ficção, a
exemplo do que fez Gonçalves Dias na poesia. Em 1866, Machado de Assis, em artigo no Diário do Rio de
Janeiro, elogiou calorosamente o romance Iracema, publicado no ano anterior. José de Alencar confessou a
alegria que lhe proporcionou essa crítica em Como e por que sou romancista, onde apresentou também a
sua doutrina estética e poética, dando um testemunho de quão consciente era a sua atitude em face do
fenômeno literário. Machado de Assis sempre teve José de Alencar na mais alta conta e, ao fundar-se a
Academia Brasileira de Letras, em 1897, escolheu-o como patrono de sua cadeira.

23 2ª SÉRIE
LÍNGUA PORTUGUESA Material do(a) Professor(a)

Sua obra é da mais alta significação nas letras brasileiras, não só pela seriedade, ciência e consciência
técnica e artesanal com que a escreveu, mas também pelas sugestões e soluções que ofereceu, facilitando a
tarefa da nacionalização da literatura no Brasil e da consolidação do romance brasileiro, do qual foi o
verdadeiro criador. Sendo a primeira figura das nossas letras, foi chamado “o patriarca da literatura
brasileira”. Sua imensa obra causa admiração não só pela qualidade, como pelo volume, se considerarmos o
pouco tempo que José de Alencar pôde dedicar-lhe numa vida curta. Faleceu no Rio de Janeiro, de
tuberculose, aos 48 anos de idade.

Sistematizando os conhecimentos sobre conto e romance a partir das


habilidades trabalhadas

Para concluir e sistematizar o que estudamos sobre os gêneros conto e romance, como também,
a utilização das habilidades (H03- Diferenciar ideias centrais das ideias secundárias em um texto;
H05- Compreender criticamente textos orais, escritos e multissemióticos, reconhecendo
adequadamente os elementos que constituem o gênero e as condições de produção (literários e não
literários) e H12- Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a
narrativa). Sugerimos a aplicação do kahoot, que é uma plataforma de aprendizado baseada em
jogos, usada como tecnologia educacional em escolas e bastante utilizada durante a educação
remota. Seus jogos de aprendizado, "Kahoots", são testes de múltipla escolha que permitem a
geração de usuários e podem ser acessados por meio de um navegador da Web. Link para
elaboração do kahoot: https://create.kahoot.it/auth/login. Professor(a), além dessa sugestão, é
válido lembrar que há várias possibilidades de aplicar esta atividade, dentre elas, sugerimos a
utilizam de um quiz no powerpoint, ou pelo chat, pelo google classroom, de forma impressa ou a
estratégia que melhor se adeque ao contexto vivenciado. Traremos a seguir, sugestões de
afirmações para que os(as) estudantes possam julgá-las como verdadeiras ou falsas, a partir de tudo
que dialogamos ao longo desta sequência didática.

1- O conto é um gênero textual que conta uma narrativa em que há poucos personagens e poucos
locais.

2ª SÉRIE 24
Material do(a) Professor(a) LÍNGUA PORTUGUESA

Verdadeiro

2- O leitor de um romance, mesmo sabendo que se trata de uma história inventada, acredita que
ela representa uma situação possível de acontecer.

Verdadeiro

3- Existem dois tipos de contos, os contos de ficção científica e os contos de fadas.

Falso

4- Textos literários são aqueles que informam e são objetivos.

Falso

5- Poesias, novelas, histórias e dramas são exemplos de textos literários.

Verdadeiro

6- O clímax é o momento de maior tensão dramática da narrativa.

Verdadeiro

7- Romance é um texto curto, geralmente dividido em capítulos.

Falso

8- O conflito caracteriza-se como um problema, uma complicação narrativa relativa aos


protagonistas.

Verdadeiro

9- O único tipo de narrador em um texto é o narrador-personagem, aquele que participa dos fatos
narrados.

25 2ª SÉRIE
LÍNGUA PORTUGUESA Material do(a) Professor(a)

Falso

10- Os personagens de um romance podem ser protagonistas, antagonistas ou secundários.

Verdadeiro

Professor(a), ao concluir esta etapa, realize uma roda de conversa pelo google meet e relembre
alguns conceitos e itens apontados ao longo desta sequência. Lembre-se que todas as atividades
sugeridas podem ser adaptadas de acordo com diversas realidades, além disso, foram pensadas
intencionalmente para fortalecer e ampliar o conhecimento dos(as) estudantes . Tendo em vista, que
o processo de nivelamento visa contribuir para o desenvolvimento de habilidades que apresentaram
maior defasagem de acordo com a avaliação diagnóstica.

2ª SÉRIE 26
Material do(a) Professor(a) LÍNGUA PORTUGUESA

Autoavaliação

Que tal propor aos estudantes a oportunidade de serem ainda mais autônomos e protagonistas de
sua aprendizagem?

Estudante: Avalie seu desempenho no estudo dos capítulos deste caderno por meio da escala
sugerida a seguir.

Escala de desempenho

Atribua uma pontuação ao seu desempenho em cada um dos objetivos apresentados, segundo a
escala:

4 para excelente, 3 para bom, 2 para razoável e 1 para ruim.

Ação e Organização de um conto

4 3 2 1 Sei identificar um conto e os elementos que o compõem.

4 3 2 1 Sou capaz de diferenciar os tipos de conto.

4 3 2 1 Consigo diferenciar um texto literário e de um não literário.

Leitura e interpretação do gênero “Romance”

4 3 2 1 Consigo identificar o gênero textual “Romance”

27 2ª SÉRIE
LÍNGUA PORTUGUESA Material do(a) Professor(a)

Sou capaz de ler e compreender um texto com facilidade.

4 3 2 1

Leitura e interpretação do gênero “Romance”

4 3 2 1 Consigo identificar a unidade temática de um texto.

Sou capaz de diferenciar centrais de ideias secundárias.

4 3 2 1

Consigo reconhecer o sentido expresso pela maioria das palavras


empregadas em um texto.
4 3 2 1

Desenvolvimento pessoal

4 3 2 1 Participei ativamente das aulas

4 3 2 1 Fiz e respondi perguntas pertinentes ao (s) conteúdo (s)


estudado(s).

4 3 2 1 Ainda preciso estudar mais para entender o que foi visto.

Agora, somando todos os pontos atribuídos, verifique seu desempenho geral no caderno e a recomendação feita
a você.

2ª SÉRIE 28
Material do(a) Professor(a) LÍNGUA PORTUGUESA

Referências

BAKHTIN, M. Questões de literatura e de estética: a teoria do romance. São Paulo: Hucitec,


1988.

LISPECTOR, Clarice. Felicidade Clandestina. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

HOHLFELDT, A.C. Conto brasileiro contemporâneo. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1988.

ALENCAR, José de. “Iracema”. In ALENCAR, José de. Obra Completa. Rio de Janeiro: Editora
José Aguilar, 1959a, vol. III.

29 2ª SÉRIE

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