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Neuropsicologia, Aprendizagem e Disturbios Neuropsicologicos
Neuropsicologia, Aprendizagem e Disturbios Neuropsicologicos
APRENDIZAGEM E DISTÚRBIOS
NEUROPSICOLÓGICOS
Belo Horizonte
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO À NEUROPSICOLOGIA
dificuldades era antigamente mais fácil nas doenças de impacto primário sobre o cérebro,
porém nos últimos anos essa identificação ou suspeita vem sendo feita em relação às
outras desordens, inclusive psiquiátricas e somáticas (TARTER, EDWARDS e VAN
THIEL, 1998; YUDOFSKY,1992).
investigação do funcionamento e dos sintomas por meio de uma vasta avaliação que
integre dados de várias áreas do conhecimento se faz necessária (CAMARGO,
BOLOGNANI e ZUCCOLO, 2008).
AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA
O objetivo da avaliação neuropsicológica consiste em:
A quantificação e a qualificação detalhadas de alterações das
funções cognitivas, objetivando diagnóstico ou detecção precoce de sintomas em
quadros neurológicos e transtornos psiquiátricos, tanto em clínica como em pesquisa.
Investigar a natureza e o grau de alterações cognitivas e
comportamentais.
Monitorar a evolução de quadros neurológicos e psiquiátricos,
tratamentos clínicos, medicamentosos e cirúrgicos.
Planejar programas de reabilitação voltados para as alterações
cognitivas, comportamentais e de vida diária.
Avaliação com foco para os aspectos legais, gerando informações e
documentos sobre as condições ocupacionais ou incapacidades mentais de pessoas que
sofreram algum dano cerebral ou doença, afetando o sistema nervoso central (MIOTTO,
2012; MÄDER-JOAQUIM, 2010).
A avaliação é realizada por meio da aplicação de entrevistas, testes
neuropsicológicos quantitativos e qualitativos das funções cognitivas (atenção,
percepção, memória, linguagem e raciocínio). Alguns métodos já são utilizados há algum
tempo, porém outros estão ainda em construção (MÄDER-JOAQUIM, 2010).
É importante lembrar que a avaliação neuropsicológica não é somente a aplicação,
correção e interpretação de testes de cognição. Ela contribui para o raciocínio, baseado
em hipóteses diagnósticas, possibilita a identificação de maneira pormenorizada o tipo e
a extensão da alteração cognitiva, enfatiza as funções cognitivas preservadas e
comprometidas, a presença de alterações do comportamento e de humor, bem como o
impacto destas nas atividades de vida diária, ocupacional, social e pessoal do indivíduo.
A avaliação consiste também investigar as alterações de humor e do comportamento por
meio de escalas (MIOTTO, 2012).
A avaliação neuropsicológica é indicada em indivíduos com alterações cognitivas
devido a eventos que atingiram primária ou secundariamente o SNC. São os
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ATENÇÃO
que alguns autores consideram a atenção ou pelo menos alguns de seus aspectos como
uma função executiva tendo a necessidade de ser interpretada no contexto nos demais
déficits que ocorrem nas síndromes disexecutivas (COUTINHO et. al., 2010).
A atenção tem papel significativo no nosso dia a dia. As atividades mentais
ocorrem no contexto de ambientes com muitos estímulos, importantes ou não, que
acontecem sem parar. Esses estímulos (olfatórios, visuais, auditivos, etc.) normalmente
são selecionados de acordo com os objetivos pretendidos, conscientes ou não. Não
podemos esquecer também que várias funções cognitivas dependem da atenção, mais
especificamente a memória. Uma deficiência atencional pode então desencadear uma
ampla gama de sintomas e em grande espectro de áreas da vida diária (COUTINHO et.
al., 2010).
Muitos autores vêm salientando que a atenção não se refere a apenas uma
percepção unitária, mas consiste de mecanismos distintos e, muitas vezes que se
completam.
Segundo Muir (1996), a atenção é dividida em três formas básicas que são:
atenção sustentada, dividida e seletiva.
Atenção Sustentada: capacidade de manter o foco em uma determinada tarefa,
assunto, etc.
Atenção Dividida: capacidade de alternar o foco em duas ou mais tarefas.
MEMÓRIA
TESTE DE MEMÓRIA
FONTE:: <http://www.casadopsicologo.net>
PROCESSOS DA MEMÓRIA
LINGUAGEM
Foi Paul Broca que descreveu a primeira relação cérebro-linguagem por meio de
estudos anatômicos (necropsia de um caso, o qual o paciente foi vítima de um acidente
vascular). O paciente só conseguia emitir o som ”Tan-Tan” devido à afasia de expressão,
sendo a fala localizada na parte posterior do lobo frontal do hemisfério esquerdo (H.E.).
Em 1974, Carl Wernicke descobriu a compreensão da palavra no giro temporal superior
esquerdo. As duas áreas citadas são interconectadas pelo fascículo arqueado que é um
feixe unidirecional de fibras que tem como função conduzir informações da área de
Wernicke para a área de Broca (SOARES et. al., 2012).
CÉREBRO DO PACIENTE TAN-TAN DE PAUL BROCA
<http://mortenahistoria.blogspot.com.br/search/label/PAUL%20BROCA>.
KARL WERNICKE
FASCÍCULO ARQUEADO
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Neologismo.
Disprosódia.
Ecolalia.
Anomia.
Agramatismo.
Parafasia.
Dislexia.
Disgrafia ou agrafia.
TESTE DE LINGUAGEM
<http://pocoescondido.blogspot.com.br/2013_03_01_archive.html>
e WAIS) e testes para avaliação da Teoria da Mente incluídos na linguagem como, por
exemplo: a estória de Sally e Ann (CAIXETA e CAIXETA, 2005).
FUNÇÕES EXECUTIVAS
O CÉREBRO HUMANO
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quais isso é inapropriado); falar demais; ter dificuldade para brincar ou envolver-
se silenciosamente em atividades de lazer; parecer estar “a mil por hora” ou “a todo
vapor”. Os sintomas de impulsividade, que, em geral, são observados em coexistência
com os de hiperatividade, são a dificuldade em aguardar a vez (por exemplo, em filas),
a emissão de resposta sem que o interlocutor tenha terminado a pergunta e a interrupção
das conversas dos outros.
Observam-se também os sintomas de desatenção em várias atividades comuns:
dificuldade de prestar atenção a detalhes ou cometer erros por descuido em atividades
escolares; não conseguir acompanhar instruções longas e/ou não terminar as tarefas
escolares ou domésticas; apresentar grandes dificuldades em organizar as tarefas; evitar
ou relutar em envolver-se em tarefas que exijam esforço mental por um longo período
(tais como ler textos longos ou livros sem gravuras); perder com facilidade coisas
importantes para a realização de tarefas; distrair-se com facilidade com estímulos alheios
à tarefa e esquecer as tarefas ou atividades diárias. A dificuldade para se organizar, um
sintoma de disfunção executiva, é classificada, com grande equívoco, como um sintoma
de desatenção.
A tudo isso, adiciona-se o rendimento escolar abaixo do esperado e que, não raro,
desencadeará problema nas esferas afetiva e emocional.
A SÍNDROME NLD
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HABILIDADES NEUROPSICOLÓGICAS
DEFICITS NEUROPSICOLÓGICOS
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Da revisão dos estudos longitudinais, desde a infância até a fase adulta, são
sugeridos, como possíveis fatores mediadores, os mecanismos genéticos, o substrato
biológico não genético, a conformação do entorno, as habilidades sociais e cognitivas, a
autoestima e a autoeficácia, os hábitos, os estilos cognitivos e as conexões entre
experiências.
Sugarman (1987) analisa a importância da descrição no desenvolvimento,
fazendo uma crítica aos enfoques anteriores e propondo seis diretrizes para a pesquisa
futura sobre o desenvolvimento, diretrizes que obtêm de uma análise muito rigorosa dos
enfoques precedentes e clássicos da psicologia do desenvolvimento:
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Como acontece que se deem uma série de acontecimentos, tanto no meio social
e cultural como no organismo, em relação à idade, às vezes, se lhe tem atribuído um
papel causal que não possui.
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FIGURA 2
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Uma indicação dessa problemática pode ser ilustrada pelas taxas de suicídio nos
adolescentes que produzem grande consternação e impacto social por sua “aparente
compreensão” por parte dos adultos, pais e professores (Cf. BERMAN e JOBES, 1991).
A adaptação e o funcionamento social das pessoas com dificuldades de
aprendizagem dependem das aptidões que possuam e do tipo de dificuldades de
aprendizagem. Não são igualmente incapacitantes, no funcionamento social, as
dificuldades de aprendizagem da leitura e escrita ou da matemática do que as da
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linguagem, posto que a interação social exige um domínio das habilidades comunicativas
e da linguagem, e essas são requeridas nas habilidades sociais. As pessoas com
dificuldades de aprendizagem da linguagem seriam as mais propensas, pelo menos
teoricamente, a apresentar algum deficit nas habilidades sociais.
Realmente a adolescência é difícil para pessoas com dificuldades de
aprendizagem, uma vez que a transição para a vida adulta exige habilidades cada vez
mais complexas, muitas delas do tipo acadêmico, o que influi na adaptação. Se a isso
unimos diversas dificuldades cognitivas, tal como temos apresentado nesta apostila,
parece compreensível a existência de dificuldades na sensibilidade e efetividade social,
o que pode ter como consequência o rechaço dos iguais, dificuldades na vida social e
implicações para sua personalidade em aspectos como a autoconfiança e a autoestima
(BERGMAN, 1987).
Indícios que assumem amplamente a existência de dificuldades de aprendizagem
heterogêneas e variadas, tanto no tipo quanto na profundidade do transtorno, afetando
previsivelmente a adaptação social e, consequentemente, a respectiva intervenção.
Quando se trata de adolescentes com dificuldades de aprendizagem da
linguagem, as dificuldades não são somente acadêmicas, mas afetam também a
adaptação social. As dificuldades comunicativas interferem em uma expressão
adequada socialmente da frustração, da agressividade ou dos conflitos, podendo ter
manifestações emocionais e de conduta. Posto que uma dificuldade de aprendizagem
da linguagem costuma caracterizar-se por atraso no desenvolvimento da fala, erros nas
expressões verbais, deficits no estabelecimento e captação de frases, no seguimento de
instruções e em diversos aspectos pragmáticos da comunicação, com frases simples,
diretas, isso pode afetar todos os processos de interação social e de adaptação, que se
baseiam em processos de natureza comunicativa.
As dificuldades de comunicação complexas afastarão o adolescente com
dificuldades de aprendizagem dos outros, desenvolvendo-se nele um sentimento de
solidão e incompreensão. Ao apresentar dificuldades no uso e/ou compreensão das
metáforas, duplos sentidos, ironias, esses jovens parecerão ser antissociais, às vezes,
ofensivos e mal-educados, sendo uma consequência do não cumprimento das máximas
comunicativas de Grice. Isso pode provocar reações emocionais como ansiedade,
rigidez, frustração, compulsões, agressividade, isolamento, hostilidade e apatia.
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A intervenção neste tipo de adolescente deverá ser dirigida tanto para promoção
de um maior desenvolvimento nas habilidades comunicativas e linguísticas como
atuando sobre as consequências sociais e em sua personalidade – algum tipo de
intervenção psicoterapêutica pode ser necessário. Enfocar a intervenção no
desenvolvimento de estratégias compensatórias para a comunicação pode, em geral,
ser um bom caminho tanto em crianças quanto em adolescentes ou adultos com
dificuldades de aprendizagem de linguagem.
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APRENDIZAGEM E MEMÓRIA
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De pacientes amnésicos.
E sobre os níveis de consciência.
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NEUROPSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
http://clinicaalianca.pt/pt/neuropsicologia-infantil
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clínica e teórica que tem como objetivo compreender as relações entre o cérebro e o
desenvolvimento infantil, bem como das interações recíprocas da psicologia infantil e
sua organização neurobiológica. A compreensão das bases da neuropsicologia infantil
implica desafio do próprio desenvolvimento, ou seja, crianças crescem física,
neurológica, comportamental e emocionalmente, podendo adquirir maior
complexidade nas funções do ponto de vista ontogenético (MIRANDA e MUSZKAT,
2004).
A inserção da neuropsicologia se refere a uma perspectiva evolutiva
maturacional, cuja expressão clínica de lesões e disfunções se diferenciam de acordo
com as fases do crescimento neuronal, mielinização e maturação sequencial das
várias regiões cerebrais. A alteração neuropsicológica na infância se deve a influência
de fatores genéticos e estruturais (topografia das lesões), especificidade das áreas
cerebrais associadas ao comportamento (linguagem e memória). A alteração também
está relacionada à extensão das disfunções, aos fatores de neuroplasticidade e os que
têm relação ao paradigma da especialização hemisférica, que se refere ao estilo
cognitivo holístico do hemisfério direito ou analítico do hemisfério esquerdo
(MIRANDA e MUSZKAT, 2004).
Segundo Piaget, o desenvolvimento não é apenas a maturação do sistema
nervoso, mas é uma condição de possibilidades de responder ao meio, de potencial
para assimilar e estruturar novas informações. No recém-nascido, as estruturas
cerebrais do sistema nervoso central mais envolvidas nos padrões de comportamento
não estão localizadas nos hemisférios cerebrais, mas nas estruturas subcorticais. A
atividade motora no período neonatal esta organizada em sequencias de ativação
neuronal, geneticamente determinadas, definindo a conduta motora de acordo com as
respostas reflexas filogenéticas. Estes reflexos incluem o reflexo de Moro, o de
sucção, preensões e marcha reflexa. À medida que a criança vai se desenvolvendo,
sobrepõem-se padrões mais organizados de atividade motora (MIRANDA e
MUSZKAT, 2004, pp.213-14).
QUADRO – PERSPECTIVA MATURACIONAL
Perspectiva Maturacional
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DESENVOLVIMENTO NEURONAL
1. Geração da célula (fase de proliferação celular) e a diferenciação celular
(fase da diferenciação celular).
2. A migração das células do seu sítio de nascimento (posição
germinativa), no qual começam a se diferenciar, a sua posição final (fase
de migração celular).
3. A agregação da célula, com suas específicas regiões cerebrais.
4. O crescimento de axônios e dendritos.
5. A formação das conexões sinápticas.
6. A eliminação das células, axônios e dendritos, um processo contínuo
que se expande até a vida adulta (morte celular programada ou
apoptose).
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esses neurônios, são eliminados por meio do processo de morte celular programada
(apoptose), sinapses que não são ativadas funcionalmente. Isso pode se dar não a
apenas fatores genéticos e fatores que são preditores, constitucionais, mas também
a fatores que são formados pela própria experiência, ou seja, quando não estimuladas,
as sinapses não funcionais podem ser perdidas (MIRANDA e MUSZKAT, 2004).
Outro fator de extrema importância na compreensão do desenvolvimento
cerebral e sua relação com a função neuropsicológica é o processo de mielinização.
Os circuitos subcorticais são os predominantes em relação aos corticais na modulação
dos movimentos, refletindo o comportamento essencialmente sensório-motor da
criança pequena. No lactente, o sistema responsável pela modulação dos movimentos
voluntários ainda não está totalmente mielinizado e somente a partir do 7º mês é que
terá sua maior eficiência. Vale ressaltar que a mielinização nas meninas é mais
precoce em áreas referentes à linguagem, o que explica uma maior desenvoltura das
habilidades linguísticas das meninas em relação à fase do desenvolvimento. Nos
meninos a maturidade do hemisfério direito pode ser mais prolongada, o que para
alguns autores, pode exemplificar uma maior habilidade dos meninos em tarefas que
envolvem o processamento visuoespacial (MIRANDA e MUSZKAT, 2004).
O desenvolvimento neuropsicológico se refere também a uma interação
dinâmica das experiências sociais e ambientais. É necessário identificar os fatores
que interferem nesse processo, mas também sua influência.
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DESENVOLVIMENTO INFANTIL
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DÉFICIT DE ATENÇÃO
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transtorno entre pais e irmãos de pacientes é alto variando entre o dobro e oito vezes
mais nas revisões sobre outros trabalhos (FARAONE E BIEDERMAN, 2000). A
descoberta do transtorno também em adultos contribuiu para novas possibilidades em
relação a estudos sobre recorrência familiar. Por outro lado, pesquisas em pacientes
gêmeos, irmãos biológicos e irmãos adotivos indicam a influência genética (gêmeos:
concordância entre 60 e 91%) e a concordância em TDAH em gêmeos monozigóticos
chega a 76% (REED, 2012).
Vários estudos vêm mostrando que há uma predisposição genética associada
a fatores pré e perinatais adversos, desencadeando um distúrbio cognitivo-
comportamental variável, o qual pode ser modificado por influências ambientais e
sociais. A predisposição genética é caracterizada pelas alterações estruturais das
redes neurais e essa predisposição leva a uma alteração funcional que é mediada
pela alteração de neurotransmissores (dopamina, noradrenalina e em parte a
serotonina) (REED, 2012).
O déficit de dopamina no que se refere aos sintomas de TDAH é documentado
de forma constante por meio dos estudos de neuroimagem, moleculares,
neuropsicológicos e de resposta às medicações estimulantes (SWANSON et. al.,
2007).
Por outro lado, não há esclarecimento total sobre a neurobiologia do TDAH,
embora se tenha muitos estudos sobre o assunto. Segundo Kieling et al. (2008), os
estudos em sua totalidade apontam para uma associação entre os diferentes fatores
genéticos e ambientais com as alterações estruturais e funcionais do cérebro que
desencadeiam em alterações de comportamento variando com a fase de
desenvolvimento.
Vale ressaltar que alguns estudos verificam as anormalidades estruturais do
TDAH por meio dos exames de neuroimagem. O estudo de Lou et al. (1989) com a
utilização do PET mostrou que o fluxo sanguíneo cerebral em crianças com TDAH
encontra-se diminuído no núcleo caudado direito em relação ao grupo controle que
participou do estudo, sendo normalizado após a ingestão da medicação Metilfenidato.
Em outro estudo realizado por Castellanos et al., (1996) observou-se pela RM
(Ressonância Magnética) que em 57 meninos com TDAH comparando com 57
meninos do grupo controle havia diminuição do volume cerebral de 5% em média, o
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globo pálido menor e região frontal direita significativamente menor que a esquerda
sendo que nos indivíduos normais o lobo frontal direito é maior que o esquerdo (REED,
2012).
No que se refere ao tratamento do TDAH a combinação de medicação com a
terapia comportamental ou terapia psicossocial consiste no princípio básico de
tratamento. O tratamento somente com medicação mostra uma eficácia em
determinados casos para redução dos sintomas e somente a terapia comportamental
não traz os mesmos resultados da terapia medicamentosa isoladamente ou a
combinação das duas terapias (REED, 2012).
O tratamento medicamentoso se baseia no emprego de quatro tipos de drogas
que são os estimulantes, inibidores seletivos da recaptura de noradrenalina,
antidepressivos tricíclicos e α2 agonistas. Vale ressaltar que muitos desses
medicamentos não se encontram disponíveis no Brasil e que mesmo as formas
disponíveis não são fabricadas aqui, como por exemplo, o Metilfenidato administrado
de forma transdérmica (patch – adesivo). O metilfenidato é considerado a primeira
escolha de tratamento, embora alguns pais não aceitem o uso de estimulantes. No
Brasil as formulações disponíveis dessa medicação são:
Ritalina®: liberação imediata, opções de 5 e 10 mg, 4 a 6 h de duração da ação.
Ritalina LA®: liberação prolongada SODAS (spheroidal oral drug absorption
system), opções de 20, 30 e 40 mg, 8 h de duração.
Concerta®: liberação prolongada OROS (osmotic-controlled release oral
delivery system), opções de 18 e 36 mg, 12 h de duração da ação (Reed, 2012).
A atuação do metilfenidato consiste no aumento da concentração de dopamina
nas sinapses pré-frontais e estriatais, objetivando o bloqueio do transporte de
dopamina e noradrenalina e aumentando a liberação de dopamina do pool de
vesículas pré-sinápticas. A medicação também reduz a hiperatividade, agressividade
e o transtorno opositor-desafiante contribuindo para uma melhor relação com
familiares e amigos (WILENS, 2006).
No que se refere à terapia comportamental com a abordagem psicossocial há
uma eficácia solidamente comprovada, porém nem sempre pais e professores
conseguem aderir a esse tipo de tratamento. Ela é indicada para trabalhar a
autoestima e também tentar diminuir a impulsividade, a desorganização e a falta de
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demonstram que a alteração mais comum nesses pacientes está ligada a um déficit
em um componente específico da linguagem (MORRIS et al., 1998; RAMUS et. al.;
2003).
No que se refere ao diagnóstico da dislexia, o mesmo é clínico e o profissional
deve se ater a história, observação e avaliação por meio de testes psicométricos,
leitura e capacidade de codificação fonológica. Há suspeita de dislexia quando uma
criança com desempenho normal na maioria das atividades venha apresentar
dificuldade de ler, escrever e soletrar. Geralmente se observa nessa criança atraso na
capacidade de falar, dificuldades com os sons das palavras ou confusão entre
palavras com sons semelhantes. É importante também investigar dados sobre a
família, pois dificuldades semelhantes reforçam a hipótese diagnóstica (CASELLA,
2012).
É muito importante o diagnóstico ou suspeita clínica precoce, pois, quanto mais
cedo se identifica a dislexia em um cérebro mais jovem, maior será a plasticidade em
relação a uma melhor resposta no que se refere a uma estimulação adequada
podendo evitar problemas oriundos da ausência ou diagnóstico tardio (CASELLA,
2012).
O tratamento da dislexia engloba a estimulação das dificuldades apresentadas
reforçando a importância do papel da consciência fonológica pelo treinamento da
correspondência fonema/grafema. É importante também estimular a identificação que
corresponde aos sons da fala, da capacidade de rimar, soletrar e identificar palavras.
O estímulo da fluência da leitura associada a sua compreensão e também a aquisição
de um vocabulário mais rico também são muito importantes. A orientação adequada
aos familiares objetivando a amenização dos conflitos e frustrações que se referem
às expectativas de uma criança normal, mas que não consegue ler de forma adequada
também é primordial. É crucial que os pais dessa criança trabalhem a autoestima
dessa criança, podendo estimular outros talentos natos em outras atividades como
pintura, música, atividade esportiva. É importante evitar termos pejorativos como,
preguiçoso, desleixado ou comparações com outras crianças ou familiares. Os
profissionais que têm contato com a criança com dislexia também têm conhecimento
sobre a patologia, evitando assim que a criança passe por constrangimento em uma
leitura em voz alta, por exemplo, (CASELLA, 2012).
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DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM
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DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM
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Boa memória verbal para decorar textos, ler e soletrar, mas em repetição de dados ou
ideias que já haviam sido expostas.
Discalculia.
Tendência ao sedentarismo.
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Déficit no que se refere à formação e assimilação de conceitos, bem como resolver problemas,
gerar estratégias, testar hipóteses, estabelecer relações de causa e efeito e desenvolver o
pensamento operacional.
Má prosódia.
Déficit de atenção quanto a informações táteis e visuais, bem como quanto a repetições
verbais, que são comuns.
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REPRESENTAÇÃO DA DISCALCULIA
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Pelo menos duas das alterações faciais características (estreitamento da fenda palpebral,
lábio superior fino e filtro nasal raso).
Retardo do crescimento pré e/ou pós-natal em peso e altura que devem estar abaixo do
percentil 10.
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ALTERAÇÕES COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS
Alterações cognitivo-comportamentais
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SÍNDROME DE WILLIAMS
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SÍNDROME DE WILLIAMS
<http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/sindrome-willians.htm>
SÍNDROME DO X FRÁGIL
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SÍNDROME DO X FRÁGIL
<http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=26>
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REFERÊNCIAS
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