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GENGIVITE

1. SAÚDE PERIODONTAL E SAÚDE GENGIVAL

Há duas situações que podemos encontrar que mostram uma saúde clínica gengival:

 Saúde clínica gengival com periodonto íntegro:


- PS: até 3 mm
- sem sangramento
- sem perda de inserção e sem perda óssea
 Saúde clínica gengival com periodonto reduzido:
- PS: até 3 mm
- Sem sangramento
- com perda de inserção e perda óssea

Ou seja: não é porque a gengiva está saudável que o periodonto estará intacto. Entretanto, nas
duas situações (periodonto integro ou periodonto reduzido) há saúde periodontal!  estável.

2. DOENÇA GENGIVAL

Agora vamos ver quando há gengiva doente!

Tipos de gengivite:

 Gengivite inflamatória  gengivite localizada  10% a 30% dos sítios sangrantes.


 Gengivite  gengivite generalizada  >30% dos sítios sangrantes.

Características da gengivite:

 Edema
 Sangramento e vermelhidão
 Desconforto na sondagem leve
 Halitose

Causas da doença gengival: existem 2 principais causas.

a) Induzida pelo Biofilme:


 Risco sistêmico: tabagismo, hiperglicemia, fatores nutricionais, medicamentos  são
capazes de diminuir o sistema imunológico e aumentar a resposta inflamatória.
 Riscos locais: fatores retentivos de biofilme (ex: aparelho ortodôntico), hiposalivação,
hiperplasia gengival  geram aumento do acúmulo de placa, dificultando sua
remoção.
b) Não induzida pelo biofilme: é quando a doença gengival é induzida por outros fatores.
 Neoplasias: leucoplasia, eritroplasia,
 Nutricional: deficiência de vitamina C
 Infecções: bacteriana (streptococus, sífilis); viral (herpes simples); fúngica (candidose).
 Hipersensibilidade: alergias de contato (ex: alergia a componentes de creme dental)
 Doenças auto-imune: pênfigo vulgar; líquen plano; penfigóide; lúpus eritematoso.
 Lesões traumáticas: traumas físicos; queimaduras; ulceras gengivais;
 Pigmentação gengival: melanoplasia; melanose tabagista;
 Genética: fibromatose gengival hereditária (excesso de gengiva, de forma hereditária).

3. CONTROLE DO BIOFILME
Há dois tipos de controle do biofilme: mecânico e químico.

a) Controle mecânico
 É supragengival (pois o subgengival só é feito com o dentista com raspagem)
 Feito pelo próprio paciente
 Recursos: escova convencional, fio dental, limpador de língua, passa-fio, escova
interproximal, escova uni e bitufo, palito.
 Escova dental:
 Tamanho compatível
 Cerda macia com ponta arredondada
 Tem escova modificada para idoso
 Tem escova para prótese removível
 Tempo de uso: 3 meses
 Força excessiva: desgaste da escova, recessão gengival e abrasão dentária
 Técnica de Bass: limpar o sulco gengival (escova voltada para cervical em 45º
graus  movimentos vibratórios no sulco  vestibular  lingual).
 Escova elétrica  indicada para pacientes com dificuldade motora (deficientes,
idosos, crianças, etc)  o melhor é aquele que tem frequência sônica de
vibração.
 Fio dental: movimento cérvico-oclusal
 Escova interdental: indicado para quem usa aparelho ortodôntico e prótese fixa.
 Escova unitufo:
 É menor que a convencional
 Indicação: dentes apinhados; aparelho ortodôntico; recessão gengival.
 Limpador de língua: remove mais e gera menor ânsia de vômito :

b) Controle químico
O controle químico pode ser feito para região supra e subgengival.

 Controle químico:
- Supragengival: antissépticos (em dentifrícios e colutórios).
- Subgengival : antisséptico local ou antibiótico

Dentifrícios e colutórios: antimicrobianos/antissépticos; interferem na adesão do


microorganismo; ação limitada no biofilme já formado;

 Clorexidina:
 Age por 12 horas (muito forte)
 Se liga aos dentes, mucosa, película adquirida e microorganismos.
 Afeta a aderência bacteriana, diminui a película adquiria, leva à desorganização
dos microorganismos.
 Encontrada na forma de: diclonato de clorexidina (0,12% como colutório)
(0,2% como digermante).
 Prescrição: uso externo, cloriexidina a 0,12% --- solução, bochechar 15 ml da
solução pura durante 1 minuto de 12 em 12 horas, 30 minutos após a
escovação, por 7 dias.
 Efeitos adversos: manchamento dos dentes; alteração da gustação; sensação
de quimação.
 Quando usar: pré e pós operatório; alto risco de doença periodontal; paciente
hospitalizado; antes e depois do procedimento de raspagem; pacientes com
dificuldade de higienizar;
 Triclosan
 Mais fraco, dura menos tempo
 Na forma de: dentifrício e bochecho
 Antibacteriano, antiinflamatório, ação anti-placa.
 Ex: pasta de dente chamada “prevent anti-placa”  triclosan + citrato de zinco
(essa combinação aumenta a substantividade , ou seja, a duração do produto
na boca)

 Listerine
 Agente fraco
 Na forma de: bochecho
 É antibacteriano e diminui a formação do biofilme
 Prescrição: Uso externo, Listerine ---- frasco, bochechar 20 ml da solução pura
durante 30 segundos de 12 em 12 horas.

 Dentifrício:

Os dentifrícios (pastas de dente) são formados por:

 Abrasivos (polidores): carbonato de cálcio; fosfato de cálcio; hidróxido de alumínio


 fazem o polimento, removendo manchas e placa.  as pastas removem as
manchas e placas por abrasão, portanto são capazes de desgastar o dente/esmalte
(ter cuidado).
 Abrasivos ativos: citrato de zinco  previne a formação de cálculo
 Detergente: sulfato de sódio  limpa os dentes e reduz a tensão superficial
 Umectante: glicerol, propilenoglicol e xilitol  mantém a hidratação da pasta,
evitam o endurecimento dentro da embalagem.
 Flavorizante: sacarina, sorbitol, xilitol, hortelã, eucalipto, mentol, etc  gosto
agradável.
 Conservantes: formaldeído, diclorofeno, benzoato  impedem o crescimento
bacteriano, aumentam o prazo de validade da pasta.
 Fluor: fluoreto de sódio  reduz a incidência de cárie, auxilia na
hipersensibilidade, remineralização.
 Agentes dessensibilizantes: cloreto de estrôncio, citrato de potássio e nitrato de
potássio  combate a hipersensibilidade (obliteram os túbulos dentinários
expostos).
 Agente antimicrobiano: Triclosan  antimicrobiano de amplo espectro, atua
contra bactérias e anti-placa.

Obs: a pasta profilática (de consultório): é mais abrasiva, ou seja, desgasta mais!
o O Triclosan e o Listerine (agentes fracos) são coadjuvantes da escovação!
o A clorexidina (agente forte) pode substituir a escovação!
o Esses 3 são antibacterianos e anti-placa  usados em pacientes com alto índice de
placa e sangramento gengival (gengivite).

Antibiótico: é a segunda forma de controle químico, usado para casos de placa/cálculo


subgengival.

 Antibioticoterapia Sistêmica:
 Antes do procedimento de raspagem subgengival em pacientes com risco de
endocardite
 Após procedimento de raspagem subgengival em paciente com risco de
infecção
 Pacientes com periodontite avançada que atingiu a subgengival
 Procedimentos cirúrgicos periodontais

Isso é necessário porque a periodontite/placa subgengival gera alguns riscos:

- Bacteremia: entrada de bactérias na circulação; significativo para pacientes com risco de


endocardite; pacientes imunossuprimidos;  nesses casos é necessário antibioticoterapia
profilática!

 Prescrição da antibioticoterapia profilática: Adultos (1 hora antes, 4 comprimidos de 500mg


(2 g) de amoxicilina).  antes do procedimento.

Criança (1 hora antes, 50mg/kg de amoxicilina)

Alérgicos à amoxicilina  clindamicina  Adulto (600mg de clindamicina) e


criança (20mg/kg de clindamicina).

 Prescrição antibiótico normal: 500mg amoxicilina --- 21 comprimidos (tomar 1 comprimido


de 8 em 8 horas por 7 dias)  após procedimento.

 Outras indicações: Gengivite necrosante; abscesso periodontal;


 Obs: a antibioticoterapia não remove a placa/cálculo já instalado; não substitui a
raspagem.

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