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FACULDADE MULTIVIX

PSICOLOGIA NOTURNO
GESTÃO DE PESSOAS
JADDH YASMIM

GEOVANNA MARTINS DAS GRAÇAS SARTORE

O BURNOUT NO AMBIENTE DE TRABALHO:


Causas individuais e fatores contribuintes

SERRA
SETEMBRO DE 2023
1. A SÍNDROME DE BURNOUT NO CONTEXTO LABORAL

A síndrome de burnout, também conhecida como estresse ocupacional, é uma


condição caracterizada pela exaustão emocional crônica, despersonalização e
diminuição do senso de realização pessoal que ocorre como resposta prolongada ao
estresse no trabalho. Essa síndrome não afeta apenas os funcionários
individualmente, mas também tem um impacto significativo em toda a organização em
que está inserida.
A fadiga mental é um grave estado de fadiga que afeta o funcionamento cognitivo
e emocional de uma pessoa. Manifesta-se por meio de fadiga mental persistente,
dificuldade de concentração, falta de clareza mental e uma capacidade reduzida de
lidar com as demandas mentais cotidianas.
A despersonalização é uma condição psicológica complexa caracterizada por um
forte sentimento de isolamento ou alienação de si mesmo ou da realidade circundante.
Nesse estado, uma pessoa pode experimentar uma profunda desconexão com suas
emoções, pensamentos, sensações corporais e até mesmo com sua identidade.
Quando ocorre a despersonalização, a pessoa parece estar observando sua própria
vida fora do corpo em sonhos, quando suas ações e emoções não parecem ser suas.
Finalmente, um declínio na realização pessoal tem implicações importantes para
a motivação, satisfação no trabalho e bem-estar geral de um indivíduo. O esgotamento
no local de trabalho é reconhecido mundialmente como um problema muito sério que
pode impactar negativamente não só a saúde física e mental dos colaboradores, mas
também a produtividade, o moral da equipe e o clima organizacional geral.

2.1 FATORES QUE CONTRIBUEM PARA O BURNOUT

No caso do esgotamento profissional, vários fatores podem contribuir para o


estresse no trabalho. Ambientes de trabalho que ameaçam a saúde física e mental
dos trabalhadores podem incluir más condições de trabalho, falta de apoio emocional
e falta de políticas de bem-estar emocional. Além disso, as demandas excessivas, a
falta de recursos para atendê-las e a pressão para alcançar resultados podem
sobrecarregar os funcionários e criar um ambiente competitivo. A falta de
reconhecimento pelo trabalho árduo e a ausência de recompensas tangíveis, como
promoções ou aumentos, podem afetar a motivação dos funcionários.
Existem também fatores pessoais, como a autocrítica e o perfeccionismo excessivo,
que podem levar os funcionários a estabelecerem metas irrealistas e a se sentirem
inadequados caso as metas não sejam alcançadas. Além disso, baixa autoestima,
sentimentos de inadequação, tendências à ansiedade ou depressão e dificuldades de
adaptação também podem contribuir para o esgotamento.
De acordo com pesquisa da International Stress Management Association (ISMA),
o Brasil é o país com o segundo maior número de casos de burnout, depois do Japão.
No Japão, o problema afeta 70% da população, destacando a gravidade e a escala
do problema e o impacto da fadiga a nível global. Aproximadamente 30% dos
trabalhadores brasileiros sofrem desta síndrome, destacando a importância de
medidas preventivas e de intervenção. Quando se trata desta síndrome há algumas
considerações para a causa, dentre elas estão a pressão por produtividade, longas
jornadas de trabalho, instabilidade econômica e a falta de conscientização e acesso
ao tratamento.
No Brasil, é notável uma enraizada cultura do trabalho que exalta a longa jornada e
a total disponibilidade dos colaboradores, levando muitos a negligenciarem sua saúde
física e mental em prol da produtividade. Essa mentalidade, frequentemente enraizada
em diversos setores, como educação, saúde, empresas privadas e serviços públicos,
resulta em extensas horas de trabalho que sobrecarregam os trabalhadores e minam
seu bem-estar.
A instabilidade econômica do país adiciona uma camada adicional de pressão sobre
os trabalhadores, gerando estresse e ansiedade relacionados ao emprego. A
incerteza em relação à segurança no emprego, salários muitas vezes inadequados e
a falta de oportunidades de crescimento profissional contribuem para um ambiente de
trabalho tenso e desafiador.
Apesar do crescente reconhecimento do burnout, muitos trabalhadores no Brasil
ainda não estão cientes dos sinais e sintomas dessa síndrome. Além disso, o acesso
a tratamentos e apoio adequado nem sempre está disponível para aqueles que sofrem
com o burnout.
2.2 COMO REDUZIR OS IMPACTOS QUE CAUSAM O ESTRESSE OCUPACIONAL

Diante desses desafios, os empregadores, os profissionais de saúde e os


legisladores no Brasil devem trabalhar juntos para abordar o esgotamento de forma
abrangente e eficaz. Isto significa não só criar ambientes de trabalho que promovam
a saúde e o bem-estar dos trabalhadores, mas também implementar estratégias
específicas de prevenção e intervenção. Para isso, é necessário promover uma
cultura organizacional que valorize não só a produtividade, mas também o equilíbrio
entre trabalho e vida pessoal. Isto significa reconhecer a importância de permitir um
descanso adequado, horários flexíveis e estabelecer limites saudáveis entre vida
profissional e pessoal.
Por último, é crucial aumentar a sensibilização para a importância da saúde mental
no local de trabalho. Isto pode ser alcançado através de campanhas de educação e
sensibilização, sessões de informação e programas de formação concebidos para
permitir que os funcionários reconheçam os primeiros sinais de stress e esgotamento
e procurem ajuda, se necessário. Em suma, só através de uma abordagem
colaborativa e multifacetada por parte dos empregadores, dos profissionais de saúde
e dos responsáveis políticos poderemos esperar enfrentar eficazmente o desafio do
esgotamento e criar ambientes de trabalho mais saudáveis, sustentáveis e humanos.
Os psicólogos desempenham um papel vital na redução do esgotamento nas
empresas, proporcionando uma variedade de intervenções e estratégias para
promover o bem-estar dos funcionários e criar ambientes de trabalho mais saudáveis;
podem realizar avaliações para determinar o nível de estresse e esgotamento de um
funcionário. Isto pode ser feito através de questionários, entrevistas e observações no
local de trabalho.
Podem fornecer serviços de aconselhamento individual aos funcionários que
apresentam sintomas de esgotamento. Essas sessões podem ajudar os funcionários
a desenvolverem estratégias de enfrentamento, melhorar as habilidades de
gerenciamento do estresse e promover o autocuidado.
Podem oferecer treinamento e workshops aos funcionários sobre técnicas
eficazes de gerenciamento de estresse. Isso pode incluir atenção plena, técnicas de
relaxamento, autoconfiança e habilidades de resolução de problemas, além disso,
oferece suporte na gestão de conflitos e no desenvolvimento de habilidades de
comunicação eficazes, visando reduzir a tensão e promover relações interpessoais
saudáveis no ambiente de trabalho.
Por fim, atua como consultor para empregadores, orientando sobre políticas e
práticas que promovam ambientes de trabalho saudáveis e previnam o esgotamento.
Em suma, os psicólogos desempenham um papel vital na redução do esgotamento
nas empresas.
Em resumo, o esgotamento profissional é um problema complexo e multifacetado
que tem um impacto significativo na saúde mental e no bem-estar dos funcionários,
bem como na produtividade e no desempenho organizacional. Através de uma análise
psicológica abrangente, podemos compreender que o burnout não é apenas o
resultado de um stress laboral prolongado, mas também é influenciado por muitos
fatores pessoais, organizacionais e socioeconômicos.
A partir deste entendimento, fica claro que o combate ao burnout requer uma
abordagem abrangente que envolve mais do que apenas intervenções a nível
individual, como o desenvolvimento de competências para lidar com o stress e o
acesso ao apoio emocional, mas também a mudanças estruturais e culturais dentro
da organização. Isto inclui a promoção de uma cultura organizacional que valorize o
equilíbrio entre vida pessoal e profissional, estabelecendo políticas que limitem cargas
de trabalho excessivas e reconhecendo os esforços dos funcionários.
Além disso, é essencial que os empregadores e os responsáveis políticos adotem
uma abordagem proativa para prevenir o esgotamento, investindo em programas de
bem-estar no local de trabalho, fornecendo recursos e apoio adequados aos
trabalhadores e promovendo uma cultura de apoio e respeito mútuos. Ao reconhecer
e abordar o esgotamento de forma abrangente, podemos não só proteger a saúde e
o bem-estar dos nossos trabalhadores, mas também criar ambientes de trabalho mais
saudáveis, mais produtivos e sustentáveis para todos os envolvidos.
É essencial que todas as partes interessadas, desde a liderança organizacional até
aos trabalhadores comuns, estejam empenhadas e proativas na abordagem deste
desafio complexo. Somente através de uma cooperação abrangente e sincera
poderemos garantir que o local de trabalho seja um ambiente verdadeiramente
propício ao desenvolvimento pessoal e profissional dos nossos colaboradores. Isto
não se aplica apenas às políticas e práticas organizacionais que visam o bem-estar e
o desenvolvimento dos colaboradores, mas também a uma cultura que promove a
empatia, o cuidado e o respeito. Quando todos se unem em prol deste objetivo
comum, criamos um ambiente no qual os funcionários não apenas sobrevivem, mas
realmente prosperam, atingem todo o seu potencial e fazem contribuições valiosas
para o sucesso da organização.

REFERÊNCIAS

PERNICIOTTI, P. et al. Síndrome de Burnout nos profissionais de saúde: atualização


sobre definições, fatores de risco e estratégias de prevenção. Revista da SBPH, v.
23, n. 1, p. 35–52, 1 jun. 2020.

REIS, A. L. P. P. DOS; FERNANDES, S. R. P.; GOMES, A. F. Estresse e fatores


psicossociais. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 30, n. 4, p. 712–725, dez. 2010.

DE NASCIMENTO, G. (Re)Conhecendo o Estresse no Trabalho: uma Visão Crítica


Recognizing Stress at Work: A Critical Appraisal (Re)Conhecendo o Estresse no
Trabalho. [s.d.].

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