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Planejamento Dietético

no Envelhecimento
Prof. Dra: Lidiane Paula Ardisson Miranda
Introdução

 Envelhecimento bem sucedido ou ativo = senescência


mal sucedido = senilidade

diferenças no planejamento dietético

➢ Processos fisiológicos do envelhecimento são influenciados por


fatores genéticos e ambientais
➢ Brasil pessoas com 60 anos são consideradas idosas.
➢ Países desenvolvidos 65 anos
Alterações no Processo de
Envelhecimento
Há alterações nos consumo alimentar e no aproveitamento
dos alimentos:

 Dentição incompleta e prótese desajustada comprometem a ingestão;


 Xerostomia = alteração e redução da salivação;
 Alteração do paladar – sabor e olfato;
 Doenças da gengiva e cáries não tratadas;
 Uso de medicamentos anorexígenos;
  secreção digestória – afetam o volume e atividade das enzimas digestórias
do da boca até o intestino.
Alterações no Processo de
Envelhecimento
Há alterações nos consumo alimentar e no aproveitamento
dos alimentos:

 Redução da velocidade do trânsito intestinal – constipação intestinal;


 O peso corporal tende a aumentar com o envelhecimento;
 Á partir dos 75 anos começa a regressão = DESNUTRIÇÃO
 Redução da massa muscular e do nível de atividade física -  GEB e GET
 Redistribuição da gordura corporal – concentração na região abdominal =
resistência a insulina, diabetes e dislipidemias.
Alterações no Processo de
Envelhecimento
Há alterações nos consumo alimentar e no aproveitamento
dos alimentos:

  Massa magra e ↑ corporal = obesidade sarcopênica

Consiste na alteração da permeabilidade seletiva das membranas,


permitindo a infiltração de gordura e tecido conectivo na fibra
muscular e resulta em perda da quantidade e da qualidade
musculoesquelética.
Alterações no Processo de
Envelhecimento
Há alterações nos consumo alimentar e no aproveitamento
dos alimentos:

 Mulheres ocorrem a redução da densidade óssea -  esteroides


 Redução da água corporal

TODAS AS ALTERAÇÕES CITADAS = SÍNDROME DA FRAGILIDADE


Critérios para identificação de fragilidade biológica

Perda de peso não intencional igual ou superior a 4,5 a 5% do peso


corporal no ano anterior.
Fadiga avaliada por autorrelato evocado por duas questões de uma escala
para rastreio de depressão, a CES-D, sendo considerada manifestação de
fadiga se em 3 dias da semana ou mais o idosos sentiu que precisou fazer
muito esforço para realizar as 48 tarefas ou que não conseguiu levar adiante
suas tarefas habituais.
Baixa força de pressão medida com dinamômetro hidráulico portátil na mão
dominante, ajustada por sexo e por IMC
Baixo dispêndio de energia medido em quilocalorias e ajustado ao sexo,
avaliado a partir de exercícios físicos e trabalhos domésticos desempenhados
nos últimos sete dias.
Baixa velocidade de marcha indicada pelo tempo médio gasto para percorrer
uma vez a distância de 3,0cm, com ajustes segundo sexo e altura.
Fatores sociais, cognitivos e
psicológicos
 Recurso econômicos dos idosos
 Local de moradia e a presença de acompanhantes
 Depressão – solidão, perda de familiares e amigos
 Idosos independentes também necessitam de supervisão
 Perda do fluxo sanguíneo e perda natural de neurônios = incapacitações,
como perda de memória, da função cognitiva, do equilíbrio, entre outras, e
isso influenciará nas escolhas alimentares.
Doenças Associadas ao Envelhecimento

 Hipertensão
 Diabetes
 Dislipidemias
 Doença cardiovascular
 Doenças renais
 Doenças neurodegenerativas – disfagia

Papel do nutricionista – alimentação agradável e saborosa com


prevenção do catabolismo proteico e a desnutrição.
Recomendações Nutricionais para
Idosos

 Recomendação hídrica de 20 a 45ml/kg


 Ingestão de proteína: 0,8g/kg/d ou 1,5g/kg/d
 Ingestão mínima de proteína: 46g mulheres
56g homens
Recomendações Nutricionais para
Idosos

 Carbohidrato: 60% - integrais e baixo índice glicêmico


 Fibras 30g homens e 21g para mulheres
 Lipídios: não devem ultrapassar 30% do VCT
Vitamina B6

 B6 ou piridoxina – atua no metabolismo hemocisteína e glutationa – importante


na redução do risco cardíaco e no estresse oxidativo.

 Deficiência: comprometimento das funções cognitivas, neurológicas e de


imunocompetência.

 deficiência:  consumo de carnes e vegetais – idosos institucionalizados.


Medicamentos antiepiléticos, antiasmáticos, antituberculose e levodopa.

 1,7mg/dia para homens e 1,5mg/d para mulheres.


Folato

 Absorção afetada pela hipocloridria, doenças que afetam a porção


superior do intestino delgado e drogas antineoplásicas.
 Anemia Megaloblástica
 Deficiência de folato, de B12 ou B6 pode determinar o aumento da
homocisteína – considerada fator de risco para doença cardiovascular
e cerebrovascular – relacionados com sintomas de depressão e danos
cognitivos e, possivelmente Alzheimer.
 Deficiência é maior em idosos institucionalizados.
 Farinha fortificada -  deficiência no Brasil.
 Recomendação de 400g/dia
Vitamina B12

 Cobalamina – sua deficiência é um problema de saúde pública mundial.

  absorção = má-absorção, falta de fator intrínseco, ressecção estomacal ou


doença do íleo, uso crônico de antiácido, como omeprazol, e hipoglicemiantes
como metformina.

 Deficiência: alterações neuropsiquiátricas e anemia megaloblástica.

 Recomendação: 2,4g/d.
Vitamina D

 Deficiência é uma epidemia mundial


 Comum em idosos institucionalizados ou acamados que não se expõem ao sol
e não fazem reposição com suplementos
 Deficiência: aumenta o risco para osteoporose, doenças cardíacas,
hipertensão, certos tipos de câncer, desordens imunológicas e dor
musculoesquelética
 51 a 70 anos: 15g/d
 >70 anos: 20g/d
Cálcio

 O consumo de cálcio esta relacionado com prevenção da osteoporose,


redução ao risco de queda, além de proteção para hipertensão arterial ou
câncer de cólon.
 51 a 70 anos: 1000mg/d homens e 1200mg/d mulheres
 >70 anos: 1200mg/dia
 Suplementação é necessária para a maioria dos idosos
 Ingestão excessiva de suplementação = incidência de cálculo renal e aumento
do risco cardiovascular.
Zinco

 Deficiencia de zinco = diminuição do paladar, dermatites e comprometimento


da imunocompetência, dificuldade de cicatrização e alterações de humor.

 51 a ≥70 anos: 11 mg/d homens e 8 mg/d mulheres



Número de porções de acordo com o valor
energético
Grupos da Energia 1600kcl 1800kcl 2000kcl 2400kcl 3000kcl
pirâmide
arroz 150 4 5 6 7 9
Verduras e 15 2½ 3 3 4 5
legumes
Frutas 70 2½ 3 3 4 5
Leite 120 3 3 3 3 3
(desnatado)
Carnes e ovos 190 1 1 1 1½ 2
Feijões 55 1 1 1 1½ 2

óleos e 73 1 1 1 1½ 2
gorduras

Acúcares e 110 1 1 1 1½ 2
doces
Considerações Finais

 Um dos principais fatores que devem ser avaliados na velhice é a


alimentação.
 É importante que se discuta a necessidade de cada pessoa.
 Dieta deve considerar a saúde e consequentemente a qualidade de vida.
 Todos os nutrientes reconhecidamente essenciais devem ser consideradas
no planejamento dietético adequado para os idosos.
Estudo de Caso

 Paciente JA, sexo feminino, 73 anos natural de Belém –PA. Possui primeiro grau
incompleto, casada, renda familiar de 1 salário mínimo. Procurou atendimento
com nutricionista porque relata estar sem apetite e ter emagrecido 4kg em um
mês. Apresenta osteoporose e artrose e entrou na menopausa com
aproximadamente 50 anos. Quanto a história familiar, os pais faleceram em idade
muito avançada, por causas das quais não se lembra, e uma irmã de infarto. A
paciente apresenta-se ativa, sem dependências para atividades diárias, porem
prefere alimentos pastosos. Veio a avaliação acompanhada da filha.
 Peso atual 38,9kg CA: 67.9 cm DCB: 5mm
 Peso usual: 42,9kg CC: 67,9cm DCSI: 9mm
 Estatura:1,50m CQ: 83,2 DCSE: 8mm
 CB: 24 cm DCT: 12mm albumina: 3g/dl (>3,5)
 linfócitos: 1210mm³ (>1800)
Estudo de Caso

 Calcular pela fórmula das DRIs o gasto energético


 Calcular energia, CHO, Lip, Prot. Ca, Fe,
Estudos de Caso
1) Paciente DRBM, 60 anos, natural e procedente de Três Pontas,
aposentada, prática atividade física todos os dias há 2 meses, não faz uso
de medicação, nega antecedentes familiares e pessoais. O apetite está
normal, nega náuseas, vômitos e pirose, consome 2 l de água por dia,
hábito intestinal 3x/semana. Alimento que mais gosta é a carne, tem
aversão a alimentos amargos, nega alergia alimentar e consome cerveja
4x/semana. Nega fumo. Relata consumo de 6L/mês + banha (3 pessoas
casa). Perda de peso. Meta perder 10% do peso em 3 meses. Alcançou a
meta? Em quanto tempo? Dê as orientações pertinentes. Calcular a
antropometria, GET e cardápio?
Data 18/01 30/03
Peso atual (Kg) 103,5 91
Estatura (m) 1,6 1,6
IMC
Circunferência Cintura 108 97
cm
Circunferência 124 115
Abdominal cm
Circunferência Quadril 145 130
cm
RC/Q

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