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Resenha: Caso dos exploradores de

caverna + Defesa dos réus


Trabalho realizado no 1° semestre do curso
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Publicado por Ana Carolina Pontes de Lira
há 2 anos

Resumo da obra:
O livro “O caso dos exploradores de cavernas” foi baseado em casos
reais. Porém, a intenção do autor não é relatar um caso real e,
muito menos, trazer a questão se aqueles homens devem receber a
pena ou não, toda a história é apenas um pano de fundo. O objetivo
do autor é, por meio dessa história, trazer conhecimentos que são
bases do direito: a hermenêutica, a diferença entre direito e a
moral, Estado e povo, e os diferentes ramos e ângulos que se pode
ver o caso, apartir de ideias e teorias do direito. Isso se evidencia
ainda mais, quando Lon Fuller coloca a história cerca de 2000 anos
à frente da nossa época.

Primeiramente, o caso dos exploradores de caverna traz a história


de 5 exploradores que exploram uma gruta e acabam presos dentro
dela, devido a um desmoronamento em sua entrada. Depois de
algumas horas, o resgate chega e por muitos dias trabalham para
tirar os homens de dentro da gruta. Foi um esforço enorme para
retirar os exploradores, cerca de mais de dez homens morreram
para resgatá-los. O resgate durou cerca de 32 dias, conseguindo
libertar os homens após esse periodo.

Depois de libertos e recebidos os devidos cuidados médicos, os


homens exploradores foram acusados de homicídio doloso e, então,
condenados à forca. Porque, no tempo em que estavam na caverna,
eles não tiveram acesso a alimentos e acabaram por matar um dos
companheiros, para que pudessem viver, durante a espera pelo
resgate.
O homem que foi morto, Roger Wetmore, trouxe a ideia de comer
carne humana para que a sobrevivência dentro da caverna fosse
possível, mas depois desistiu. Entretanto, seus companheiros
acataram a ideia e jogaram os dados por ele, que acabou tendo o
azar de ser o escolhido para a morte.

Na 1º instância, o caso foi julgado pelo Tribunal do Condado de


Stawfield, que sentenciou os exploradores à forca, devido a decisão
do júri de se abster da decisão final do caso, dando ao juiz a
responsabilidade de definir o destino dos acusados. O juiz como
um homem que segue a lei de forma literal define, então, a pena
capital para os acusados. Porém, o júri contesta essa decisão e
clama clemência ao poder executivo.

No entanto, o caso vai para a 2º instância, a Suprema Corte de


Newgarth, o juiz presidente Truepenny relata o caso e reafirma a
decisão do juiz da primeira instância e sentencia os homens à forca.
Ele faz isso por que diz que a função do juiz é de apenas agir
conforme a letra da lei e segundo a lei da CommonWealth diz
“Quem quer que intencionalmente prive a outrem da vida será
punido com a morte” - NCSA parágrafo 12. Ela é clara na
determinação, dessa forma, segundo esse juiz, ele não pode desviar
do que diz a lei, mas tambem ele acredita que essa pena não é justa.
Então, pede tambem a clemência executiva para o caso, pois seria a
única forma de proporcionar justiça aos homens sem ferir a lei.

De encontro a narrativa de Truepenny, Foster argumenta que não é


esse o fim que a lei leva os homens, na verdade ele afirma que ela
os torna inocentes. Primeiramente, ela não é aplicável nesse caso,
pois é um fato exclusivo que ocorreu fora da civilização, separados
pela camada de pedras, e em um estado natural, logo a lei que devia
ser imposta não poderia ser a lei positiva (normas juridicas do
Estado), mas as leis naturais (as leis que estão acima da positiva, a
ideal). Além disso, Foster apresenta outra argumentação que
defende a legitima defesa nesse caso, devido a lei contra o
assassinato ter como finalidade a preservação da vida. Assim, no
contexto, se torna autêntica a legitima defesa, pois sem a morte de
um, aconteceria a morte de todos. Então o ato foi um ato em prol
da vida. Assim, Foster dá sua decisão em favor da inocência dos
réus.

O outro juiz a apresentar sua opinião é o juiz Tatting, esse se recusa


a participar da decisão do caso, devido a sua dualidade quanto a
emoção e a norma, ou o direito e a moral. O juiz tenta tirar as
emoções do caso e agir, somente, conforme a razão. No entanto,
não acha coerente a condenação por homicídio e os seus
sentimentos o levam a concordar com o Juiz Foster. Nessa
dualidade, o juiz exclui sua decisão do caso.

Segundo a visão do Juiz Keen, a lei deve ser seguida literalmente,


pois o desvio do que diz a lei pode gerar grandes problemas na
sociedade e a invalidade da norma. Para exemplificar, usa como
exemplo a Guerra Civil ocorrida nos Estados Unidos, quando não
havia hierarquia entre os poderes Executivo, Judiciário e
Legislativo, e então ocorreu a Guerra. Keen não concorda com a
visão de Foster sobre legitima defesa sendo aplicada nesse caso.
Porque afirma que não houve ameaça a vida dos homens por parte
de Roger, assim não tem como aplicar esse recurso nesse fato.
Portanto, segundo sua visão, a lei deve ser seguida literalmente,
Keen vota pela condenação dos acusados, pois a lei da sociedade
em que estão inseridos diz: “Quem quer que prive
intencionalmente outrem da vida será punido com a morte” –
NCSA $12.

Outrossim, o Juiz Handy vai olhar o caso pelo ângulo do


governante e do governado. Estes devem estar em concordância,
segundo ele, porque senão, pode ocorrer a destruição da sociedade.
Nesse caso, ele vai alegar que há um conflito entre a vontade do
povo e do governante (Poder Judiciário). O Poder Judiciário quer
implantar a lei conforme o que está escrito, o povo quer a
absolvição dos réus. Consoante a pesquisa feita pela mídia, cerca de
92% da sociedade quer que eles sejam perdoados, ou tenha uma
pena simples. Por conseguinte, o juiz afirma que um dos maiores
erros desse caso foi o júri ter abdicado de seu poder de julgar e
dado ao juiz. Pois, claramente, o júri representa o povo daquela
comunidade e se tivesse exercido seu papel, provavelmente a pena
seria menor. Dessa forma, Handy dá seu voto declarando os réus
como inocentes.

Por fim, o Juiz Tatting retorna para a reexaminar sua posição no


caso. No entanto, ele sustenta que não deve participar da decisão
desse julgamento. Assim, tendo empate na decisão dos juízes da
segunda instancia, a primeira sentença é confirmada e os acusados
são sentenciados à forca, e assim termina o livro.

Defesa dos réus:


Após a leitura do livro, formulei minha opinião, a qual declaro os
réus inocentes. No entanto, não discordo da argumentação dos
juízes de condenar os acusados para que não acha a violação da lei,
uma vez que concordo que papel do juiz é de seguir estritamente o
que a norma ordena. Porém, o caso apresentado é de tamanha
complexidade, que apenas olhá-lo pela visão positiva do Direito é
um erro. Em primeiro lugar, o direito não se restringe apenas a
norma, como é evidente na Teoria Tridimensional do Direito de
Miguel Heale, que junta três formas de se ver o direito: fato, norma
e a moral; que amplia assim o direito para além da norma jurídica.
Em segundo lugar, o direito natural está acima do direito positivo,
dessa forma sustento meu ponto de não concordar com apenas a
visão normativa do fato, pois o direito natural norteia o positivo
para maior efetivação e perfeição da norma. Antes de se formar a
lei, ela está presente no consciente coletivo das pessoas e o Estado é
que tem o papel de transformar a moral do povo em norma.
Além disso, é necessário ressaltar o maior erro do Tribunal de 1º
instância, a decisão especial pedida pelo júri. Isto foi um dos
pontos cruciais para a decisão final. O júri no tribunal representa a
voz do povo, a democracia, sendo assim, a posição de se ausentar
da decisão do caso foi fatal e resultou na entrega do julgamento ao
juiz, que não poderia fazer outra coisa, se não impor a norma. Ao
contrário do juiz, o júri não precisa seguir estritamente a norma, o
papel do júri é fazer um julgamento moral, que nem sempre a
norma é capaz de empregar, como no caso. O que tornava o júri
indispensável na decisão final.

Outrossim, a pena de morte não é justificável, quando olhamos o


caso pelos vários ângulos do Direito e o contexto do caso.
Importante ressaltar a visão de Beccaria em relação a pena e o
crime. Segundo ele, a pena deve ter valor de retribuição e deve
buscar, ao final, a reinserção do indivíduo na sociedade. Sendo
assim, Beccaria não vê a pena capital como uma punição que possa
ser aplicada como pena, pois a pena de morte não tem a finalidade
de inserir o criminoso na sociedade, pois ela não tem a finalidade
de educar, mas sim de exterminar o crime e assim também o
criminoso.

Ao olhar para Criminologia, pode-se questionar se esse fato possa


ser caraterizado como crime. Para essa ciência, para se considerar
crime precisa ter 4 fatores: incidência massiva na população,
persistência no espaço-temporal, incidência aflitiva e consenso
quanto a etiologia e técnicas de intervenção. Primeiramente, existe
a incidência massiva na população quando se trata do homicídio,
no entanto, o caso acontece em situações bem específicas que assim
excluem essa opção, pois evidentemente, dificilmente outro caso
ocorrerá em tais circunstâncias. Além disso, as intenções para
matar, nesse fato, são diferentes das que acontecem normalmente
na sociedade. Em segundo lugar, não existe uma persistência no
espaço-temporal desse delito, no contexto em que foi produzido,
por questões já ditas na primeira colocação. Em terceiro lugar,
existe a incidência aflitiva, aliás é uma morte de uma pessoa que
tinha família e exercia sua função na sociedade, no entanto, o caso
apresenta a comoção da sociedade frente ao caso do julgamento de
pena de morte, cerca de 92% da população afirma não compactuar
com a decisão do Tribunal, isso tudo devido ao contexto do
fenômeno. Por fim, não há consenso quanto as causas e métodos de
enfretamento: uma vez que o fato é sem precedentes na história e
não existem métodos elaborados para evitar esse crime, nessa
situação. Dessa maneira, devido aos apontamentos, reforço a
inocência dos réus.

Conforme o Código Penal Brasileiro, o art. 121 é fático ao afirmar


que “Matar alguém. Pena: reclusão, de seis a vinte anos”. No
entanto, existem aparelhos como a exclusão de ilicitude, que no
caso de homicídio, está entre outras apontadas, o Estado de
necessidade, onde a pessoa que cometeu o crime, o faz por uma
questão de necessidade para salvar a si ou a outro. Nesse caso, o
crime deve ser menor do que o mal que poderia ter ocorrido.
Destarte, no fenômeno do livro, é evidente, que devido a
anormalidade da situação, a morte de Roger foi importante para a
manutenção da vida dos demais. Assim, o mal causado foi
efetivamente menor do que o que poderia ter acontecido caso o
delito não fosse cometido, provavelmente resultando na morte de
todos do grupo.
Decerto, é importante a análise da Vitimologia, observando o papel
da vítima e sua contribuição para o crime. No caso, Roger, segundo
os relatos, foi o primeiro a incentivar a ideia de comer carne
humana para sobrevivência no cárcere, enquanto esperavam por
ajuda. Analisando essa atitude, com base na Classificação da vítima
por Meldensohn, pode-se classificar Roger como “vítima mais
culpada que o criminoso”, pois ele provocou e incentivou a prática
do delito, argumentando com o grupo para que adotassem sua
ideia. Poderia ainda levantar a questão se Roger incentivou o grupo
e depois desistindo da ideia, superficialmente, quando na
realidade, esperava que os membros do grupo jogassem entre si a
sorte, enquanto ele ficaria de fora para no final apenas aproveitaria
a carne de outra pessoa, sem ter que passar pelo sorteio. São
questões a se levantar.

Por último, é prudente examinar, a questão psicológica dos


envolvidos no caso, no contexto em que estes estavam inseridos,
pois essa pode ser a chave para entender a execução do crime, uma
vez que não foi citado nenhum delito causado pelos acusados, antes
desse fato. Para fundamentar a minha opinião, é necessário fazer
menção ao livro “Efeito Lúcifer” do psicólogo Phillip Zimbardo, que
relata um experimento onde foi observado a mudança notória de
comportamento dos voluntários pelo contexto ao qual foram
inseridos. No galpão da universidade de Stanford, o psicólogo
separou os estudantes, que se propuseram a participar do
experimento, em dois grupos. Os que ganharam posição de poder,
se tornando guardas e, ao longo dos dias, começaram a apresentar
comportamentos violentos – como violência verbal e psicológica,
enquanto os que foram selecionados para serem os presos no
experimento – se dissociaram da realidade e começaram agir como
presos realmente. A situação ficou tão caótica que esse experimento
terminou no sétimo dia, quando era para ter durado mais tempo.
Desse modo, fica evidente que dependendo do ambiente ao qual a
pessoa foi inserida, o comportamento pode sofrer alterações. O
experimento de Stanford ocorreu durante quase uma semana e já
eram visíveis as transformações dos indivíduos. No caso do livro,
porém, os exploradores ficaram presos por 32 dias, com privação
de fome, sede, numa caverna escura. É obvio, que suas cognições
mentais foram afetadas e começaram a agir em função da
sobrevivência, o que tornou inevitável o crime.

Portanto, através da análise do caso por uma visão ampla do direito


e com base na psicologia, frente a um fenômeno tão complexo
ocorrido em situações anômalas, reafirmo a importância da decisão
do júri, principalmente nesses casos, que poderia levar a
reviravolta do julgamento. Assim, após esses apontamentos,
reafirmo minha posição de inocência dos réus perante o caso.

Crime e castigo.

personagem principal do livro é Ródion Ramanovich Raskolnikov, um ex-


estudante muito inteligente na casa dos vinte anos que vive na miséria num
minúsculo apartamento em Pitsburgo.

O rapaz precisou desistir dos estudos devido às dificuldades financeiras que


enfrentava. Ele acredita que está destinado a grandes ações, mas que a miséria
o impede de atingir todo o seu potencial.

Com problemas econômicos, Raskolnikov recorre à ajuda de uma senhora que


empresta a juros altíssimos e maltrata a sua irmã mais nova, de trinta e poucos
anos.

Convencido de que a velha tem um péssimo caráter e explora as pessoas


vulneráveis que lhe pedem ajuda, Raskolnikov decide assassiná-la.

O crime de Raskolnikov

A obra de Dostoiévski desde cedo nos coloca uma questão moral: o assassinato
de uma pessoa reles seria moralmente errado se o objetivo fosse nobre?
Raskolnikov acredita que todas as pessoas superiores acabam cometendo
assassinatos para atingir os seus objetivos, que, no final, são avanços para a
humanidade.
Convencido de que ele é um dessas pessoas, Raskolnikov julga que matar a
velha para conseguir os meios para atingir o seu potencial não é um ato
moralmente condenável, mesmo que seja contra a lei.

Raskolnikov passa, então, a planejar o assassinato, sendo uma das suas maiores
preocupações o efeito psicológico que este ato pode causar nele. O ex-
estudante acredita que durante e depois do assassinato ele por ser acometido
por uma espécie de remorso, como se fosse uma doença.

Um assassinato fora de controle

Por uma fatalidade do destino, a irmã caçula da velha acabou entrando na cena
do crime e, por ser testemunha do assassinato, foi também morta a
machadadas. Ao contrário da senhora agiota, que foi um assassinato
premeditado, o crime da irmã aconteceu a quente, sem qualquer planejamento.

Raskolnikov se torna, então, responsável por dois homicídios.

Todo crime merece um castigo?

Ao longo das extensas páginas do romance vemos o personagem Raskolnikov


tendo que lidar com a culpa dos assassinatos cometidos e precisando justificar
para si as escolhas tomadas.

Também fica evidente a urgência do personagem de esconder o seu duplo


crime. O romance literário abre espaço para um verdadeiro levantamento
profundo de questões filosóficas, morais e sociais que cercam um crime. Afinal,
todo crime merece um castigo?

Análise de Crime e Castigo

A obra-prima de Dostoiévski é de uma complexidade ímpar e se destaca


garantindo um lugar de prestígio no hall das obras-primas ocidentais. O
conteúdo filosófico do livro agrega a narrativa que, por si só, já é surpreendente.

O romance extrapola a sua função de puro entretenimento e se torna num meio


de transmissão de grandes questionamentos filosóficos.
A psicologia criminal: a mente criminosa

Uma das características mais marcantes do romance é o aprofundamento


psicológico dos personagens. Na obra de Dostoiévski o mundo interior tem
tanta importância quanto o exterior.

Essa dedicação à descrição e aos diálogos internos faz com que o romance se
aproxime de um ensaio sobre a psicologia humana.

Dostoiévski explora o lado psicológico de uma forma excepcional. Após


assassinar a mulher, Raskolnikov entra num estado febril e de delírios. A
narrativa acompanha esse estado, e o leitor é envolvido em inúmeras questões e
detalhes que passam pela cabeça do assassino.

É possível haver crime sem punição?

Uma das principais questões do romance é essa. Mesmo que o criminoso


acredite que o delito que ele cometeu é moralmente correto e mesmo que ele
seja hábil suficiente para esconder todas as provas e não ser descoberto pelo
crime que cometeu, ele ainda assim será castigado?

O romance então adquire um lado filosófico, de ensaio sobre a moral e sobre a


relação do indivíduo com a sociedade que o cerca.

A sociedade em questão no romance é uma Rússia extremamente moral e


católica, czarista e aristocrática.

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O Crime do Padre Amaro: resumo, análise e explicação do
livro

Mesmo que Raskolnikov não se sinta culpado pelo crime que cometeu, a
sociedade exerce uma pressão moral sobre ele. A presença da sua irmã e da sua
mãe em Pitsburgo, logo na sequência do assassinato, é um motivo de extrema
perturbação para o ex-estudante. As mulheres da sua família são muito
religiosas e queridas ao personagem. A possibilidade delas tomarem
conhecimento do seu ato vil é motivo de constante preocupação por parte de
Raskolnikov.

Dostoiévski nos mostra que, por mais que a moral seja algo do indivíduo, ela
está ligada à sociedade, aos círculos mais íntimos de convívio. A possibilidade
de decepcionar alguém querido é algo que também está em jogo nas escolhas
das ações.

Raskolnikov e a certeza da sua inocência?

Outro aspecto essencial é que Raskolnikov insiste ao longo de todo o romance


que não se sente culpado pelo assassinato e que busca fugir do castigo,
mesmo quando já se encontra na prisão.

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Porém, as suas ações e a sua perturbação - que só é acalmada depois da


confissão - nos mostram o contrário.

Em última instância, nos parece que Raskolnikov busca o castigo desde o


primeiro segundo após o crime. Ele não se aproveita dos bens roubados e cai
num estado de delírio.

Ao ser confrontado com o juiz do caso, a sua irritabilidade e as suas provocações


quase o denunciam. O que faz o leitor questionar se o verdadeiro desejo de
Raskolnikov nesses encontros era ser descoberto e sofrer o castigo.
Crime e Castigo e o ensaio social: os outros

Além dos conflitos internos, Raskolnikov se depara com muitos personagens


secundários que aprofundam os questionamentos feitos pelo personagem e
pelo escritor.

A sua família, junto ao seu amigo de estudos Razumíkhin e a Sônia Marmeladova


formam uma espécie de núcleo de apoio à Raskolnikov.

Porém, como tudo na narrativa é complexo, esse núcleo assume diversas


facetas e também é responsável por atormentar psicologicamente o
personagem principal nas suas questões morais.

A relação de Raskolnikov com a irmã e os seus pretendentes

Outras duas personagens marcantes são os pretendentes ricos da irmã de


Raskolnikov: Pyotr Petrovich Luzhin e Arkady Ivanovich Svidrigaïlov. Cada um, a
sua maneira, tenta subjugar a irmã de Raskolnikov. Estes personagens entram
em conflito com o ex-estudante que, de certo modo, tenta proteger a sua irmã.

Mesmo que todos os personagens se relacionem com Raskolnikov de uma forma


ou de outra, eles são muito independentes na narrativa. Essa autonomia gera
um aprofundamento das características dos personagens. Eles não existem pura
e simplesmente para cumprir um papel narrativo, mas dão profundidade às
relações humanas e ao romance.

É como se cada personagem existisse independentemente da narrativa. A


extenuante descrição física e moral que Dostoiévski faz dos personagens ajuda a
criar todo um universo em volta deles.

A maioria dos diálogos são surpreendentes, os personagens agem de forma


autônoma e não necessariamente de acordo com a expectativa do leitor.

O realismo e o existencialismo em Crime e Castigo

A narrativa de Fiódor Dostoiévski é cheia de detalhes nas descrições dos


cenários, situações e personagens.

Essa descrição dá um tom realista aos romances do autor. É quase como se


estivéssemos vendo tudo aquilo que é narrado.
Crime e Castigo" é um romance clássico escrito pelo autor russo Fyodor Dostoevsky.
A obra aborda questões profundas relacionadas à moral, ética, crime e punição na
sociedade russa do século XIX. Embora o livro não trate especificamente do código
penal brasileiro, sua problemática central envolve a análise das motivações por trás
de um crime, as consequências emocionais e psicológicas para o criminoso e a
sociedade, e as questões morais e éticas que cercam a punição.

Se você estiver interessado em discutir o livro "Crime e Castigo" em relação ao


código penal brasileiro, pode abordar temas como:

1. Motivação do crime: O protagonista, Raskolnikov, comete um assassinato por


razões que ele considera justificáveis. Isso levanta questões sobre as
motivações por trás dos crimes e como o código penal brasileiro lida com a
intenção e motivação do criminoso.
2. Consequências para o criminoso: O livro explora as profundas consequências
emocionais e psicológicas que o crime tem sobre Raskolnikov. Você pode
discutir como o sistema penal brasileiro considera a reabilitação e a
ressocialização dos criminosos.
3. Questões morais e éticas: "Crime e Castigo" faz com que os leitores reflitam
sobre questões morais e éticas relacionadas à punição e ao perdão. Você pode
explorar como o código penal brasileiro lida com essas questões e se a justiça
é sempre compatível com a moralidade.
4. Justiça e sistema penal: O livro questiona a eficácia e a justiça do sistema
penal. Você pode comparar as ideias apresentadas no romance com a
realidade do sistema penal brasileiro e discutir possíveis melhorias ou
problemas.

Para usar o Código Penal Brasileiro em uma discussão sobre "Crime e Castigo", você
pode referenciar artigos relacionados a crimes e punições que tenham paralelos com
a trama do livro, como homicídio, roubo, e os princípios gerais do direito penal. No
entanto, é importante lembrar que o livro é uma obra de ficção e não se baseia
diretamente no código penal brasileiro. Portanto, qualquer análise será uma
interpretação literária e não uma aplicação direta das leis brasileiras.

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