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Psic. Camila M.O.B.

Paraná
Profissional e Paciente como
Pessoas
 Encontro de 2 pessoas: fenômenos acontecem no
campo do contato interpessoal;
 Profissional, paciente e família: se relacionam,
têm expectativas, desejos, esperanças e
exigências = essa matriz de fenômenos forma a
base do vínculo que estabelece esta relação;
 Profissional = equipe de saúde;
 Paciente + família;

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Profissional e Paciente como
Pessoas
 Consulta = base da relação terapêutica;
 Através da comunicação = realização do ato
terapêutico:
- Ouvir queixas;
- Conhecer a história pessoal;
- Analisar os sintomas;
- Pesquisar os sinais;
- Fazer o diagnóstico;
- Estabelecer a conduta do tratamento;
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Profissional e Paciente como
Pessoas
 Êxito do ato terapêutico = depende da
comunicação estabelecida;
 Comunicação interpessoal: moldada pela
formação educacional, família, escola e preparo
profissional;
 Atuação profissional = remédio: pode fazer bem
ou provocar efeitos colaterais indesejáveis;
 Encruzilhada: profissional como agente de saúde
ou como fonte de dificuldades;

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Profissional e Paciente como Pessoas
 Profissional que atua como bom técnico deixa de
utilizar boa parte do seu potencial terapêutico: a
dimensão humana;
 Colocar-se como pessoa que trata de pessoas;
 Perguntar-se:
- Qual o potencial de ajuda que sou capaz de fornecer?
- Quanto deste potencial o paciente pode aproveitar?
- O que o paciente quer ou espera de mim?
 Expectativas diferentes de profissional e pcte;
 É preciso “ler nas entrelinhas”, o que tem por trás da
queixa????

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Atendimento como Encontro Pessoal
 Sintonia com o pcte = relações familiares e
amizades;
 Impossível atender todos os pctes da mesma
maneira e com a mesma qualidade de
relacionamento;
 Circunstâncias: por melhor que seja o preparo
profissional, sofremos influências pessoais;
 Profissionais e pcte levam suas circunstâncias
para esta interação;
 O vínculo profissional é único e singular;

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Atendimento como Encontro Pessoal
 Ilusão de onipotência = negação de
características e limitações humanas;

 Instituição: favorecer ou dificultar a dinâmica do


atendimento (regras / leis / estrutura);

 Consultório: profissional = instituição / regras dos


conselhos;

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Co-responsabilidade
 Relação = produto das pessoas que compõem o
vínculo;
 A responsabilidade do profissional tem que ser
compartilhada com o pcte;
 Profissional deve cobrar a co-participação do pcte;
 Função do profissional: expor os fatos com
honestidade e clareza, os prós e os contras, os
riscos e consequências, acompanhar o processo
de decisão do pcte e ajudar a pesar alternativas e
a levantar questionamentos;

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Co-responsabilidade
 O profissional não é um deus onipotente que lida
com seres inferiores;
 Prof. e pcte: embora tenham funções diferentes,
compõem um vínculo humanamente simétrico;
 Campo dinâmico da relação: contato interpessoal
acarreta a ativação de sentimentos;
 Transferência e contratransferência: influenciam
na conduta do pcte e prof.
 Transferência: conjunto de sentimentos
mobilizados no pcte, determina a maneira pela
qual este vê o prof.;
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Co-responsabilidade
 Quanto mais intensa a reação transferencial,
maior a distorção perceptual que a pessoa faz;
 Contratransferência: conjunto de sentimentos
mobilizados no prof., determina a maneira pela
qual este vê o pcte;
 Jogo de submissão – dominação / rebeldia –
controle;
 Rede de intercomunicação mais complexa quando
há a interação com os familiares: formação de
alianças ou fenômenos de exclusão;

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Co-responsabilidade
 Reações transferencias: explicitadas quando
criam obstáculos que não se alteram com o
manejo do profissional (“Estou percebendo que a
Sra. está um pouco ansiosa...”);
 Consulta com acompanhante: o outro fala pelo
pcte. Se o prof. “entra neste jogo” passa a reforçar
esta relação de pouca autonomia do pcte;
 Instituições: transf. e contratransf. adquirem forma
triangular: interação prof. / pcte / regras da
instituição;

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Pcte diante do Profissional
 Motivo explícito X motivo implícito = capacidade
de decodificar;
 Responder o que está subjacente facilita;
 Entender a história da doença e o contexto da
pessoa para poder entender a linguagem do
sintoma;
 Dois níveis de percepção e entendimento:
“registros” racionais e emocionais – analisar o
peso de cada um (pcte entende a necessidade de
um procedimento, mas tem tanto medo que
prefere negar esta realidade);
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Pcte diante do Profissional
 O prof. tb pode sentir este duplo registro: ex.
quando algo sai errado o prof. sente-se culpado
mas sabe que não é sua culpa;
 Idealização do prof.;
 Idealização é diferente de confiança e admiração;
 Confiança e admiração permitem que o pcte
perceba o prof. como “humano”, com limitações e
falhas;
 Idealização: o profissional é visto como mágico –
pcte sente-se no direito de ser muito exigente e
cria altas expectativas;
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Onipotência
 Hierarquia supõe diferenciação de funções, mas não
necessariamente a estratificação rígida de dominação
/ submissão;
 Quanto maior a ilusão onipotente, mais intensa a culpa
onipotente = manifestada pelo medo de cometer
falhas e danos irreversíveis;
 Excesso de idealização e de onipotência impedem a
formação de uma aliança de co-responsabilidade =
trabalho conjunto;
 Culpa onipotente (tudo o que acontece é por minha
causa) = raízes históricas na infância e que continuam
no adulto subjacentes ao pensamento lógico-racional;

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Onipotência
 Sentimento de culpa = adequado à realidade;
 Culpa onipotente = atribuímos a nós mais poderes do
realmente possuímos;
 Sentimento de culpa relacionado com o grau de
exigência de cada um: “Isto não está no seu controle”;
 Sensibilidade: carapaça emocional = gera maior
tecnicismo – tratar a si próprio e aos outros como
meros objetos;
 Narcisismo: vinculado à necessidade de que o pcte
idealize e reverencie o prof. Necessidade de
admiração = para tentar garantir auto-estima
profissional favorável;
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Onipotência
 Auto-estima precária: adota-se fachada de
supervalorização e imponência ou o prof. tenta ser
uma inesgotável fonte de bondade e dedicação;
 Quando nos sentimos mais seguros dependemos
menos da aprovação dos outros e conseguimos
confiar mais na nossa auto-avaliação;
 Evolução histórica: figura do médico revestiu-se mais
do aspecto de salvador do que propriamente de um
profissional de saúde;

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Encaminhamento
 É um processo e não um corte de vínculo;
 A atitude não é de “livrar-se” do pcte, mas
integrar e aproveitar a contribuição dos outros
especialistas = atendimento seja mais
satisfatório e completo;
 Diluição da responsabilidade;
 Vários especialistas, mas nenhum responsável
pela sua totalidade;

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Atitude Clínica
 Capacidade de ver, ouvir, captar e sintonizar-se com o
pcte, a partir do ponto de vista dele e não somente de
um ponto de vista pessoal;
 Considerar a pessoa em sua situação existencial;
 Levar em consideração o contexto do pcte (realidade
econômica, social e cultural);
 Implica a capacidade de integrar conhecimento
técnico à inclinação humana;
 Só é possível quando atuamos por inteiro, não só com
a técnica, mas tb com a intuição e sensibilidade;
 Atitude clínica é a mescla de ciência e arte e é isto que
distingue o bom prof. do técnico competente;
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Formas Típicas de Comunicação
 Ordens, ameaças e lições de moral (quando
há dificuldade em trabalhar com a co-
responsabilidade);
 Sugestões, conselhos e persuasão;
 A comunicação não deve ser a mesma para
todos os pctes, pois cada pessoa é um
universo singular: pensam, agem e sentem de
maneiras diversas – vivemos em mundos e
realidades diferentes;
 Comunicação não verbal;

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Formas Típicas de Comunicação
 Comunicação não verbal;
 Colocar limites;
 Delimitar fronteiras;
 Delimitar o campo de atuação;
 Realizar contrato de trabalho;
 Apontar mensagens contraditórias do pcte;
 Resolução conjunta de impasses;
 Orientação antecipatória;

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Referências

 MALDONADO, M.T; CANELLA, P. Recursos de


relacionamento para profissionais de saúde: a boa
comunicação com clientes e seus familiares em
consultórios, ambulatórios e hospitais. Rio de Janeiro:
Reichmann & Affonso Editores, 2003.

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