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Medidas e Avaliação Em

Psicologia II
Professora: Júlia Maria Migot
A investigação da inteligência através do
desenho infantil
• Estudos sobre o desenvolvimento cognitivo e o desenho da criança.
•  O ato de desenhar: é simples?
• Habilidades cognitivas envolvidas nesta ação: percepção,
coordenação viso-motora, abstração e representação (não se desenha
EXATAMENTE o que se vê), memória de detalhes, observação
analítica, relações espaciais,
• Conforme as crianças crescem e se desenvolvem o desenho tende a
se modificar (evolução do grafismo).
Por que a medição desse saber comportaria a medida da inteligência?

 associar os traços gráficos com o objeto real;


 analisar os componentes do objeto e representar;
 valorar e selecionar os elementos característicos;
 analisar as relações espaciais;
 formular juízos de relações quantitativas;
 abstrair;
 coordenar seu trabalho visomanual.
O Teste do Desenho da Figura Humana
(DFH)
1ª versão Goodenough (1926): “a criança, ao desenhar a
figura humana, desenha o que ela sabe a respeito de si,
mas não vê”.

Portanto, a atividade é muito mais intelectual do que


estética.
O Teste do Desenho da Figura Humana
(DFH)
Por que um desenho da figura humana? Critérios (Goodenough. 1961):
1. A figura humana é igualmente familiar para todas as crianças.
2. Apresenta a menor variabilidade possível em seus aspectos essenciais.
3. É uma tarefa bastante simples que pode ser executada até mesmo por crianças mais
novas, ao mesmo tempo que é complexa em seus detalhes para avaliar a capacidade
das mais velhas.
4. Tema de interesse e atração universal (motivação na tarefa).
O Teste do Desenho da Figura Humana
(DFH)
Vantagens:
Aplicação pode ocorrer com crianças bem pequenas, ou ainda,
crianças com diminuição da capacidade auditiva ou com
deficiências neurológicas, crianças não alfabetizadas ou que não
falam a língua do examinador.
O teste é capaz de fornecer uma medida bem razoável da localização
da criança em relação a outras, mais novas e mais velhas.
Como é avaliado o desenho no teste
DFH?
• A avaliação é feita pela atribuição de pontos às partes
presentes no desenhos (inclusão de partes do corpo, detalhes
das roupas, proporção do desenhos, perspectivas).
• 1ª escala Goodenough (1961): 51 itens.
• Escala revisada, Goodenough-Harris (1981): 73 itens
(desenho do homem) 71 itens (desenho da mulher).
O Teste do Desenho da Figura Humana
(DFH) – Escala Sisto
Criada a partir de estudos de padronização, validação e
precisão no Brasil.
Constructo investigado: inteligência, em crianças de 5 a 12
anos.
• Correção leva em consideração:
1. Itens imprescindíveis: cabeça, tronco e membros.
2. 30 itens pontuados como ausentes ou presentes.
Desenho da Figura Humana (DFH)
Escala Sisto (padronização no Brasil), constructo investigado: inteligência,
em crianças de 5 a 12 anos
 30 itens, que são pontuados como ausentes ou presentes.
 “Indicado para avaliar a inteligência de crianças pequenas, ou com diminuição da capacidade
auditiva ou deficiências neurológicas, não alfabetizadas ou que não falam a língua do
examinador. O DFH- Escala Sisto é uma medida de inteligência que se relaciona com o fator g,
operatoriedade e aprendizagem escolar. A operatoriedade é um dos conceitos descritos por
Piaget, na sua perspectiva de desenvolvimento cognitivo em crianças. O teste é capaz de
fornecer uma medida bem razoável da localização da criança em relação a outras, mas novas e
mais velhas.”
Procedimento de aplicação
O teste do Desenho da Figura Humana – Escala Sisto pode ser aplicado
tanto individual quanto coletivamente.
Material: a folha de aplicação e um lápis. Devem ser retirados cadernos e
livros de perto delas para evitar tentativas de cópias.
O uso de borracha é permitido.
Se perguntarem o que pode ser (um homem, uma menina, por exemplo)
deve-se responder que é para desenharem o que preferirem.
 Em geral as crianças menores fazem o desenho em menos de 15 minutos e
as maiores de 5-8 minutos.
O Teste do Desenho da Figura Humana
(DFH) – Escala Sisto
Como se faz a correção?
A partir do manual, com indicações das partes do desenho
que se deve pontuar e os critérios que devemos seguir para
esta pontuação.
Como se faz a análise?
Através de tabelas normativas contidas no manual.
Normas de interpretação
A partir da pontuação bruta (somatória de pontos).
Normas de interpretação por idade em termos de quartis.
Interpretação de protocolos discrepantes (aqueles em que mesmo tendo
realizado os itens considerados imprescindíveis, apresentam discrepâncias e
não podem ser analisados por esta escala).
Interpretação para o sexo masculino e para o feminino (detecção de pontos
discrepantes; porcentagem de respostas para os diferentes itens em relação à
idade; e sumário da pontuação total, percentil e quartil da criança).
Normas de interpretação
Esta informação possibilita uma comparação com o que as crianças
na mesma idade da que está sendo avaliada, faz.
Defasagens, adiantamentos podem ser identificados.
A partir da “soma” das pontuações parciais (itens fáceis, médios e
difíceis) pode-se analisar a discrepância. A diferença entre as somas
deve ser de no mínimo 1 ponto. Nestas condições o protocolo pode
ser analisado e sua interpretação é possível nesta escala.
Para próxima aula:
Teste Gestáltico Visomotor Bender: Revendo
Sua História
Roselaine Berenice Ferreira da Silva, Maria Lúcia Tiellet Nunes

Roteiro de estudos (disponível no AVA)


entrega até dia 26/05 (valor: 1000 pontos)
Referências
• Alves, I.C.B. (1979). O Teste Goodenough-Harris em uma população pré-escola
paulistana. Dissertação de Mestrado. Instituto de Psicologia da Universidade de
São Paulo, São Paulo. 
• Goodenough, F.L. (1961). Test de Inteligencia Infantil por medio del Dibujo de la
Figura Humana. Buenos Aires: Editorial Paidós. (Original publicado em 1926). 
• Rosa, H.R. (2006). Teste Goodenough-Harris e Indicadores Maturacionais de Koppitz
para o Desenho da Figura Humana: Estudo normativo para crianças de São Paulo. Tese
(Doutorado). Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, São Paulo. 
• Sisto, F. (2006). O desenho da figura humana – Escala Sisto. São Paulo, SP: Vetor.

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