Você está na página 1de 11

Reengenharia

Rodrigues e Cruz (2009) comentam sobre a Reengenharia:

Sendo uma das várias tecnologias de administração de processos, ela propõe que a
organização seja reinventada por meio da análise dos processos, buscando fases
dispensáveis, pautada na ideia de satisfazer as expectativas dos clientes e,
consequentemente, melhorar o desempenho organizacional (RODRIGUES; CRUZ,
2009, p. 141).

Lead times :
. Atraso nos inputs . Processo de distribuição(embalagem, armazenamento)
. Paradas de máquina . Retrabalho
Entre 1980 e 1990, o mundo passava por transformações radicais, as quais já indicavam
caminhos difíceis para as empresas, especialmente pelo baixo envolvimento dos
trabalhadores com os resultados organizacionais. Como as empresas poderiam buscar a
melhoria do desempenho nesse cenário? Bem, era necessário primeiro passar por uma
reestrutura para arrumar a casa para se tornar capaz de adaptação, análise e
planejamento.

Assim, surge a Reengenharia, que pode ser entendida como um processo de


mudanças organizacionais radicais, pelo qual todos os processos são
avaliados para se identificar aqueles que são dispensáveis e, assim,
melhorar o desempenho organizacional como um todo, sendo que é necessário
substituir esses processos dispensáveis por outros processos melhores, então, não basta
melhorar os processos.

Aqui está a base radical da Reengenharia, que desloca a visão


organizacional das tarefas para os processos para criar valor diante dos
clientes (RODRIGUES; CRUZ, 2009).
O autor da Reengenharia foi Michael Hammer, que divulgou, em 1980, sua proposta por
meio do artigo Promovendo a reengenharia do trabalho: não automatize, destrua.
Hammer afirma que a maioria das empresas usava a tecnologia da informação de
modo inadequado, ao passo que automatizavam as atividades sem redesenhar
os processos. Em 1993, Hammer se juntou a James Champy para ampliar a proposta e
incluir a metodologia da Reengenharia, apresentando as bases da administração e do
aprimoramento dos processos.

Redesenhar um processo para seu aprimoramento significa identificar seus pontos


fracos e propor um novo desenho ou formato mais eficiente (MAXIMIANO, 2010)
A Reengenharia é desenvolvida e realizada por meio de um projeto, que passa pelas
seguintes etapas integradas (RODRIGUES; CRUZ, 2009):

• Iniciação: autorização do projeto ou de uma fase do projeto;

• Planejamento: atividades para a elaboração do plano de ação, que visa ao alcance dos
objetivos do projeto, que envolvem: plano do projeto; planejamento e detalhamento do
escopo; definição, sequenciamento, estimativa de duração e cronograma das atividades;
planejamento da organização e dos recursos; orçamento dos custos; planejamento das
comunicações; montagem da equipe; planejamento do gerenciamento e identificação dos
riscos; análise qualitativa e quantitativa dos riscos;

• Execução: coordenação das pessoas e dos recursos relativos ao plano, e envolvem:


execução do plano; garantia da qualidade; desenvolvimento da equipe; distribuição das
informações; pedido de propostas; seleção de fornecedores; administração dos contratos;
• Controle: verificação da conformidade da execução em relação ao plano de ação, para
identificar a necessidade de ajustes tanto do planejamento, como da execução, e
envolvem: controle integrado de mudanças; verificação do escopo; controle do
cronograma, dos custos e da qualidade; relato de desempenho; controle e
monitoramento de riscos;

• Encerramento: formaliza que o projeto foi aceito e encerra o projeto, por meio de
documentação com seus resultados, histórico, representando um encerramento
administrativo e dos contratos efetivados no início do projeto.

Benchmarking é uma tecnologia de gestão para a organização comparar e imitar as


organizações líderes (do mesmo segmento ou não) que têm práticas exemplares de
administração. É um padrão a ser copiado ao se redesenhar processos, portanto, é uma
busca pelas melhores práticas para ganhar a vantagem competitiva.
(MAXIMIANO, 2010).
Cinco etapas de um projeto de benchmarking

1. Planejamento Definição das melhores práticas

2. Análise Coleta, estudo e interpretação dos


dados do benchmark

3. Integração Definição das modificações

4. Ação Implementação

5. Maturidade Aprimoramento
Maximiano (2010) complementa a respeito das etapas do Benchmarking:
1.Planejamento: a definição das melhores práticas acontece por um processo de
comparação de um produto ou processo selecionado, os aspectos de comparação e a
definição do método de obtenção dos dados;

2. Análise: a análise é feita pela coleta, estudo e interpretação dos dados coletados sobre a
organização escolhida, em que as práticas de referência são compreendidas e as diferenças
são determinadas;

3. Integração: é a utilização das informações para definir as modificações no produto ou no


processo que foram comparadas e acontece por meio da aprovação das informações
obtidas e a comunicação do benchmarking pelos níveis organizacionais;

4. Ação: é a implementação das melhorias e acontece por meio da prática dos resultados do
benchmarking, avaliação contínua da implementação, previsão de modificações e
comunicação do progresso;

5. Maturidade: representa a incorporação das melhores práticas nos processos ou produto.


Outra tecnologia de gestão que otimiza o processo de Reengenharia é o Six Sigma (ou
Seis Sigma). Veja do que se trata:

“O Seis Sigma tem sido adotado como uma metodologia de abordagem sistêmica que
envolve toda a organização. Essa metodologia visa reduzir as falhas a próximo de
zero, proporcionando um melhor desempenho às organizações por meio da
melhoria contínua dos processos administrativos e operacionais. [...] O Seis
Sigma requer forte comprometimento da alta direção, investimentos em treinamento,
alocação de recursos, alinhamento estratégico e que a estrutura trabalhe de forma a
disseminar e consolidar a mudança cultural na Organização” (CASADEI; CASADEI;
GRAZIANO, 2009, p. 271).
A filosofia Seis Sigma focaliza o controle estatístico da qualidade para definir padrões
de excelência operacional, que determina o limite de 3,4 defeitos por milhão de
oportunidades. Esse modelo reúne várias referências anteriores de técnicas de gestão
na forma de estratégia gerencial que enfatiza a tomada de decisão baseada em dados
e fatos ( CASADEI; GRAZIANO, 2009). Six Sigma (ou Seis Sigma) é uma ferramenta para
aprimoramento da qualidade de sistemas, produtos, serviços e processos
organizacionais (MAXIMIANO, 2010).

A metodologia DMAIC utilizada pelos programas Seis Sigma e que envolve cinco fases:
definir, medir, analisar, melhorar e controlar. O método tem as seguintes
características: (i) enfoca em problemas reais relacionados ao desempenho atual; (ii)
utiliza diversas ferramentas e técnicas, inclusive a estatística; (iii) sustenta a melhoria
em longo prazo; (iv) dissemina a melhoria por toda a empresa; e (v) atua como agente
de mudança (CASADEI; GRAZIANO, 2009).
O programa de qualidade Seis Sigma tem os seguintes participantes:
• Champions ou campeões: gestores que definem a direção e responsáveis por remover
possíveis barreiras;

• Master Black belts: mestres faixas-pretas que atuam como mentores dos Black belts e
apoiando os champions;

• Black belts: faixas-pretas que lideram as equipes na condução dos projetos;

• Green belts: faixas-verdes participantes das equipes lideradas pelos black belts;

• Yellow belts: faixas-amarelas que atuam no nível operacional das empresas e que são
treinados para darem suporte aos Black belts e green belts.
A Reengenharia vem sofrendo críticas tanto pela dificuldade de implementação como pela
sua capacidade de trazer à tona ineficiências e, consequentemente, os responsáveis pelas
mesmas. Outro ponto que leva a Reengenharia a ser criticada é o uso da tecnologia de
modo equivocado pelas empresas, que somente pretendem fazer demissão em massa em
nome do modelo.

Você também pode gostar