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FRATURA DE ESTRESSE EM

CORREDORES
HELDER FERNANDO CUNHA DOS SANTOS

MÉDICO DO ESPORTE PELA SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA DO EXERCÍCIO E DO ESPORTE


EX-INTEGRANTE DO DEPARTAMENTO MÉDICO DO GRÊMIO NÁUTICO UNIÃO E GRÊMIO FOOTBALL PORTOALEGRENSE
SECRETÁRIO DA SOCIEDADE GAÚCHA DE MEDICINA DO ESPORTE
FRATURA DE ESTRESSE EM CORREDORES

Introdução

Descrita em soldados prussianos por Breithraupt em 1855 (fratura da marcha)

Devas, em 1958, fez primeiro relato de fratura de estresse no esporte

População: atletas corredores, militares, dançarinos, ...


FRATURA DE ESTRESSE EM CORREDORES
DEFINIÇÃO:

• Atleta: substantivo de dois gêneros; praticante de qualquer tipo de esporte; desportista,


esportista.

• Fratura: Perda da continuidade do osso; 1. ato ou efeito de fraturar; 2. ruptura, quebra,


separação de osso ou cartilagem.

• Fratura de Estresse: São fraturas parciais ou completas, em um osso normal ou


anormal que resultam de ciclos repetidos de carga com forças menores que aquelas aplicadas
a um osso em uma única situação aguda de carga suficiente para fraturá-lo.
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Tipos de atletas:

Recreativos Maior Impacto

Competitivos (não profissionais) Maior Competitividade

Profissionais Maior Esforço Repetitivo

Elite
Maior possibilidade de fratura stress
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ETIOLOGIA

O osso envolvido na atividade física é submetido a uma carga excessiva sem o devido
respeito aos princípios de progressão e repouso, iniciando-se, assim, uma fratura da parte mais
interna do osso – trabéculas ósseas – que pode, se não tratada, progredir para uma fratura
completa (incluindo a cortical).

A raça também é um fator de risco!

TRÍADE DA MULHER ATLETA


(Desordem alimentar / Amenorréia / Osteoporose)
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Fatores de risco
Biomecânicos:

Assimetria dos membros inferiores,

Anteversão femoral aumentada,

A diminuição da largura da tíbia,

Valgismo excessivo dos joelhos e

Pronação dos pés aumentada.


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Fatores de risco
Ambientais (Característica do treinamento):

Mudança de nível nas atividades (aumento súbito na velocidade e distância percorridas),

Mudança de superfícies, equipamentos e técnicas (Pisos duros, Calçados inadequados)

Mudança na intensidade de treinamento;

Mudança na quantidade de treinamento;


FRATURA DE ESTRESSE EM CORREDORES

Fatores Extrínsecos e Intrínsecos causadores de fratura

“Esforço ou estresse pode ser definido como a resistência interna a


deformação ou a força interna gerada dentro de uma substância como
resultado da aplicação de uma carga externa” – Rockwood
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Fatores extrínsecos:
Magnitude
Duração
Direção das forças
Velocidade

Fatores intrínsecos:
Capacidade de absorção de energia;
Módulo de elasticidade;
Resistência a fadiga;
Densidade.
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ORIGEM:

• Teoria 1 = A musculatura enfraquecida reduz a absorção de choque das extremidades


inferiores e limita a distribuição de forças. Isso causa o estresse em pontos focais do
osso e explica a origem das fraturas nos membros inferiores.

• Teoria 2 =  A tração muscular sobre o osso é capaz de gerar forças cíclicas. Seriam
essas forças as responsáveis pelo aparecimento de microfraturas, encontradas nos
membros superiores, em sua maioria.
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DIAGNÓSTICO
Sinais e Sintomas

• Dor intensa em um local delimitado do membro acometido;

• Dor ao pisar quando ocorre em ossos de carga e perda de força;

• Edema e equimose são fenômenos raros em fraturas por estresse no esporte.


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Anamnese

Tipicamente existe queixa de dor, com início insidioso relacionada à atividade esportiva,
que intensifica se continua a atividade, dependendo da quantidade e qualidade da performance
no exercício.

Nos estágios iniciais a dor, geralmente, melhora após o exercício;

Com a continuidade e o aumento dos sintomas, a dor pode ser persistente depois do
exercício.
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Exame Físico

• Sensível, porém pouco específico

• Aumento de sensibilidade;

• Dor e edema (palpação – mobilização)

• “Hop Test”
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Exames de imagem:
• Radiografias Simples = pouco específicas, servem para descartar outras doenças
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• Cintilografia = Auxilia na identificação da “idade” da fratura por estresse e o monitoramento
da sua reparação
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• Tomografia Computadorizada = auxilia a ressonância magnética
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• Ressonância Magnética = melhor exame para o diagnóstico
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Fredericson MRI Classification System for Tibial Stress Injuries
Grade of Stress Injury MRI Findings
• 0 No abnormality
• 1 Periosteal edema with no associated bone marrow signal abnormalities
• 2 Periosteal edema and bone marrow edema visible only on T2-weighted images
• 3 Periosteal edema and bone marrow edema visible on both T1-weighted and
T2-weighted images
• 4a Multiple focal areas of intracortical signal abnormality and bone marrow edema
visible on both T1-weighted and T2-weighted images
• 4b Linear areas of intracortical signal abnormality and bone marrow edema visible
on both T1-weighted and T2-weighted images
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DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
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TRATAMENTO:

• FASE I (Repouso): MAIS IMPORTANTE


Controle da dor (anti-inflamatórios, métodos fisioterápicos de analgesia e cinesioterapia)

•  FASE II (Retorno):
Inicia a partir do momento em que o atleta não apresenta mais dor.
Fase I + correção de fatores biomecânicos, utilização de órteses, regulação do ciclo
menstrual das mulheres, correção dos distúrbios nutricionais e metabólicos e retorno gradual
ao esporte.
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•  Obs: Alguns casos pode ter indicação cirúrgica, no entanto, não são muito frequentes.
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PREVENÇÃO
A intensidade do treinamento pode ser aumentada em até 10% por semana. Isso permite que
os ossos se adaptem ao estresse adicionado, podendo assim, suportar quantidades maiores de
estresse no futuro.
• Alongamentos;

• Aumentar ingesta de cálcio e de vitamina D;

• Monitorar alimentação;

• Utilizar equipamentos adequados;

• Se houver dor ou edema, parar imediatamente a atividade e repousar por alguns dias 
Procurar médico especializado
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RETORNO AO ESPORTE

Em média, leva-se 90 dias para consolidação completa de uma fratura por estresse.

Mesmo que o atleta possa voltar a correr de seis a oito semanas depois do diagnóstico
inicial, é de grande importância recomeçar devagar e aumentar seu volume de treinamento
gradualmente para permitir que ocorra a cura total.
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MUITO OBRIGADO!

Contato:
Telefone: (51) 35458770
Email: hfcs34@terra.com.br ;
sosesporteshelder@gmail.com

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