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autoconhecimento
Apresentação baseada no livro ‘Epistemologia: uma introdução elementar’ de Giovanni Rolla
O problema do autoconhecimento
Mundo exterior (”fora” de nossa cabeça) e mundo interior (”dentro” de nossa cabeça).
Mundo interior: conteúdos mentais, como sensações, pensamentos e emoções.
José é autocego.
José vê o cenário, conclui que está chovendo (crença
de 1º ordem), embora não acredite que esteja
chovendo (crença de 2º ordem).
Mas José não tem prejuízos em suas capacidades
racionais (assim como o cego, por sua cegueira, não
tem).
Dessa forma, ele nota que falar “está chovendo, mas
eu não acredito nisso” é um absurdo, passando a agir
de modo racional e, portanto, como um não-
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autocego.
O problema do autoconhecimento
Seria a autoconsciência uma percepção?
Se está inclinado a responder que não faz sentido um autocego agir de modo perfeitamente racional,
então você não compartilha da intuição de que a autoconsciência é um processo quase-perceptual.
Essa diferença reside no fato de que os objetos da percepção independem de nós, o que parece não
ocorrer com os objetos do autoconhecimento.
Ou seja, no autoconhecimento, não há nada que separe o sujeito que conhece do objeto conhecido;
uma teoria de autoconhecimento precisa abarcar esse ponto.
O problema do autoconhecimento
“Você acredita que vai chover amanhã?”
Primeira atitude não seria “olhar para dentro”, mas “olhar
para fora” (crença de 1º ordem).
Condição de transparência: o autoconhecimento de que eu
acredito que determinada proposição é verdadeira é
transparente às razões que tenho para acreditar na verdade
dessa proposição.
Se as considerações são favoráveis à verdade de que vai
chover amanhã, formo a crença de que eu acredito
(autoconhecimento) que vai chover amanhã.
É a partir da deliberação com respeito à verdade de que
https://www.storytellers.com.br/2015/01/sera-que-vai-chover.html
“vai chover amanhã” e com a formação da crença de que
“vai chover amanhã” que haverá a aquisição do
autoconhecimento.
O problema do autoconhecimento
Condição de transparência: essa concepção funciona bem para a autoatribuição de crenças (por
exemplo, tenho a crença de que acredito que vai chover amanhã”), mas e para preferências e
sensações?
O que seria “olhar para fora” para atestar a verdade de que eu gosto de chocolate? E a verdade de que
estou sentindo calor? Nesses casos, investigo meu mundo interno, e não o exterior.
Outra objeção frequentemente apresentada é a seguinte: queremos saber se um sujeito sabe que acredita
que p, e queremos saber isso em determinado momento – digamos, no tempo t1. Dizer que ele realiza
uma deliberação com respeito à verdade de p, e que essa deliberação pode levar à formação de uma
crença de segunda ordem, não responde exatamente o problema. Porque, quando esse indivíduo
finaliza sua deliberação com respeito a p, algum tempo se passou. Imaginemos que agora estamos no
tempo t2. Pode ser que, em t2, ele saiba que acredita que p... mas e em t1?