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DIAGNÓSTICO ATUAL DE DRGE

Consenso de Lyon
Fev 2018

Elisa Bertuol – R3 Gastroenterologia HCPR - Abril/2019


DRGE
 Doença mais comum encontrada por gastroenterologistas

 Elevada prevalência mundial

 Alto custo de investigação diagnóstica e tratamento

CONSENSO DE LYON: determinar indicação de testes esofágicos


para avaliação de DRGE + revisão de critérios diagnósticos

Avaliação de testes esofágicos – conclusivos ou não conclusivos


para confirmação de DRGE X testes limítrofes ou inconclusivos,
sugeridos parâmetros adicionais para complementação 2
DRGE – História Clínica
 Importância boa história clínica
 Sintomas típicos de refluxo: pirose + regurgitação ácida
 Maior probabilidade de resposta clínica X sintomas atípicos (dor torácica,
tosse crônica, laringite, etc)

 No entanto, mesmo anamnese realizada por especialista ou questionários


padronizados
 Sintomas não são sensíveis nem específicos de DRGE X critérios objetivos
definidos por pHmetria ou endoscopia (S 70%, E 67%) 3
DRGE – Teste Terapêutico
 Resposta sintomática ao teste empírico com IBP não indica diagnóstico de
DRGE !
 Pacientes com sintomas típicos: S 71% e E 44% em comparação com
combinação de EDA + pHmetria

 Baixa E + alta resposta placebo


 Abordagem diagnóstica baseada na avaliação dos sintomas e tto empírico é
utilizada na prática clínica e orientada em diretrizes ($)
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DRGE – Testes Diagnósticos
INDICAÇÕES:
 Falha de tratamento
 Incerteza diagnóstica
 Tratamento ou prevenção de complicações da DRGE

OBJETIVOS:
 Refluxo patológico
 Hipersensibilidade mediada por refluxo
 Síndromes funcionais 5
Endoscopia e biópsia:
 Ausência de resposta ao tratamento empírico com IBP
 Avaliar complicações ou detectar diagnósticos alternativos

 Achados podem ser clinicamente importantes e específicos DRGE


 EDA tem baixa sensibilidade diagnóstica (apenas 30% dos pacientes
com pirose não tratados têm esofagite erosiva; 5-15% dos pacientes com
doença crônica têm achados de Barrett à EDA, dos quais 50% têm
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comprovação bx)
Endoscopia e biópsia:

CRITÉRIOS ENDOSCÓPICOS CONCLUSIVOS


PARA DRGE:
 Esofagite grau C ou D de Los Angeles
 Esôfago de Barrett comprovado por biópsia
 Estenose péptica

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Endoscopia e biópsia:
 Esofagite grau A: achado inespecífico; encontrado em 5-7,5% pctes
assintomáticos
 Esofagite grau B: adequada evidência para indicar início de tratamento, porém
variabilidade interobservador

 Biópsias: DRGE não erosiva (com pHmetria positiva)


Hipersensibilidade ao refluxo
Pirose funcional 8
Monitorização ambulatorial do refluxo:

 Evidências comprovatórias de DRGE em paciente com EDA normal, sintomas


atípicos e/ou quando se considera cirurgia anti refluxo

Demonstra consequências fisiopatológicas da


DRGE:

 Tempo excessivo de exposição ácida


 Episódios de refluxo
 Mecanismo do refluxo
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Monitorização ambulatorial do refluxo:

pHMETRIA 24 horas:
 Tempo de exposição ácida

IMPEDÂNCIO pHMETRIA:
 Padrão ouro para detecção e caracterização dos episódios de refluxo
 Detecção de qualquer tipo de refluxo (líquido, gás, mistura), independente da
acidez, e define direção do fluxo
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 Dispendiosa, não amplamente disponível, interpretação demorada
Monitorização ambulatorial do refluxo:

Pode ser feita com ou sem uso de IBP

SEM IBP:
 Casos de DRGE não comprovada (ausência de esofagite, pHmetria prévia
negativa)
 Avaliação de tempo de exposição ácida
 Monitoramento de pH por cateter, sem fio ou impedâncio pHmetria – custo e
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disponibilidade
Monitorização ambulatorial do refluxo:

COM IBP:
 Casos comprovados (Esofagite grau C ou D, Barrett em bx, estenose péptica ou
tempo de exposição ácida > 6%)
 Pctes com sintomas refratários ao tto com IBP
 Avaliar ausência/persistência de refluxo, hipersensibilidade ao refluxo
 Impedâncio pHmetria pois nesses casos maioria dos episódios de refluxo não são
ácidos
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Monitorização ambulatorial do refluxo:

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Monitorização ambulatorial do refluxo:

INTERPRETAÇÃO monitorização pH:


Tempo de exposição ácida (TEA):
TEA < 4% normal
TEA > 6% alterado (independente do tipo de monitorização do refluxo ou se
estudo realizado com ou sem IBP)
Número de episódios de refluxo 24 horas:
 < 40 fisiológico
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 > 80 alterado (relevância clínica não totalmente definida,
Monitorização ambulatorial do refluxo:

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Monitorização ambulatorial do refluxo:
PARÂMETROS DETECTADOS PELA IMPEDÂNCIOMETRIA:
 2 novos parâmetros podem aumentar o valor diagnóstico da impedâncio
pHmetria, principalmente para diferenciar DGRE x pirose funional
 Impedância basal da mucosa: reflete permeabilidade da mucosa esofágica; valores
baixos associados a sintomas de refluxo, preveem resposta ao uso de IBP e melhora com
cicatrização da mucosa
 Índice PSPW (onda peristáltica induzida pela deglutição pós-refluxo): reflete
integridade peristaltismo primário do esôfago; diferenciar esofagite erosiva e exposição
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ácida patológica de pirose funcional
Manometria de alta resolução:

INDICAÇÃO:

 Auxiliar no adequado posicionamento dos cateteres de pH ou impedâncio


pHmetria
 Verificar peristaltismo e detectar distúrbios motores que contraindiquem cirurgia
anti-refluxo

 Não é útil para diagnóstico de DRGE 17


Manometria de alta resolução:

 Avaliar função de
barreira de JEG,
incluindo morfologia
(tipo I a III – interação
diafragma crural e EEI
de acordo com
respiração) e vigor
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contrátil
Manometria de alta resolução:

 Avaliar função motora do corpo esofágico (contratilidade normal, ineficaz,


fragmentada ou ausente), relacionada a carga de refluxo esofágico – testes
adjuntos

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Monitorização ambulatorial do refluxo:

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Monitorização ambulatorial do refluxo:

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Obrigada

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