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As formas de Estado

INTRODUÇÃO
A palavra “política” é derivada do termo grego “politikos”,
que designava os cidadãos que viviam na “polis”. “Polis”,
por sua vez, era usada para se referir à cidade e também,
em sentido mais abrangente, à sociedade organizada.
Onde quer que haja duas ou mais pessoas, haverá a
necessidade de definir regras de convivência, limites de
ação e deveres comuns. A política acontece justamente no
ato de existir em conjunto.
EVOLUÇÃO DO MODELO
As formas BRASILEIRO
e os sistemas de governo atuais não são os
mesmos de antigamente, tendo em vista a evolução dos
mesmos, de acordo com a mudança da sociedade e dos
aspectos culturais dos povos.
ESTADO UNITÁRIO
Nossa primeira Constituição, a Imperial de 1824, estruturou
o Brasil como estado unitário, herança do estado português.
E hoje, apesar de sermos uma federação, ainda há um
resquício cultural forte de unitarismo no país. Primeiro, pela
concentração de competências na União; segundo, pela
relevância reduzida que ocupam as legislações estaduais e
municipais, que são, em grande parte, até mesmo
desconhecidas pela maioria dos habitantes do município.
A FEDERAÇÃO
A palavra federação vem do latim foedus, significando pacto, aliança. Isto
porque foi concebido, inicialmente, como um acordo entre estados que
cediam a sua soberania, para integrarem um novo estado. Nasceu na
América, mais precisamente nos Estados Unidos, em que as antigas colônias
britânicas resolveram se unir, para se protegerem das ameaças externas e
afastar possíveis tentativas de recolonização. A declaração de independência,
de 4 de julho de 1776, traz expressa essa ideia, nominando os seus
signatários de Estados Unidos da América, nome que ostenta o país até os
dias atuais. Em 1777, no segundo congresso continental, as antigas treze
colônias celebraram um tratado, chamado de Artigos da Confederação, que
garantia amplos poderes e liberdades aos Estados e criava um governo
central com escassas atribuições.
A CONFEDERAÇÃO
A confederação é concebida como um tratado entre estados independentes,
que decidem se unir, mas mantendo sua soberania e o direito à secessão, ou
seja, de dissolverem o vínculo existente, no momento que desejarem. Há,
portanto, uma pluralidade de entes soberanos que podem, a qualquer
momento, quebrarem todos os vínculos existentes e voltarem à condição de
plena independência. No entanto, a história tem mostrado que a separação
pode gerar graves dissidências, descambando até para o conflito armado. Um
exemplo clássico foi o ocorrido nos Estados Unidos, que, de 1861 até 1865,
esteve mergulhado em uma guerra civil contra os entes separatistas do sul que
resolveram deixar a União e criar os Estados Confederados da América. Hoje,
não existe nenhuma confederação em vigor.
O ATUAL MODELO BRASILEIRO
A Constituição de 1988 fixa, primeiro, em seu artigo 18, que nossa federação,
hoje, é composta pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, todos
autônomos entre si. Portanto, não há uma relação de hierarquia e
subordinação entre os mesmos. O termo autonomia vem do grego autos
(próprio) e nomos (norma), e significa que cada integrante tem a capacidade
de auto-organização (por meio de Constituição ou Lei Orgânica), auto
legislação, autogoverno e autoadministração. Como segundo ponto,
ressaltamos que o texto constitucional se preocupou em descrever, ao longo
de 25 incisos do artigo 21, um conjunto amplo de competências político-
administrativas afetas à União, como a de política externa, emissão de
moeda, administração de reservas cambiais e serviços de telecomunicações,
deixando pouco espaço residual para os demais entes.
CONCLUSÃO
A divisão clássica de formas de estado, presente em muitas obras e
doutrinadores, hoje, está a demandar uma revisão e atualização. Os
conceitos de federação, confederação e estado unitário mostram-se mais
teóricos do que práticos. O Brasil é, nos exatos termos do artigo 1º,
Constituição Federal, uma República Federativa. Nossa Carta Magna fixa,
em seu § 4º, art. 60, que a forma federal de Estado é uma cláusula pétrea,
que sequer pode ser submetida a propostas tendentes a aboli-la. Certamente
há muito o que se debater nessa área. Por exemplo, o porquê do Distrito
Federal na condição de ente autônomo, com receitas próprias elevadas, fruto
de arrecadar tanto impostos estaduais, quanto municipais, ainda hoje ser
destinatário de elevados recursos e subvenções federais.

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