OBSERVAÇÃ O – ESTHER BICK TÉ CNICA DE OBSERVAÇÃ O - BICK • Instrumento de pesquisa • Criado em 1948, em Londres por Esther Bick
desenvolvimento da criança, de sua família e das
relações e como se originam as relações (bebe, mãe e demais cuidadores) • Conduta não verbal e verbal e dos jogos pela criança e da conduta de quem não fala e também não joga TÉ CNICA DE OBSERVAÇÃ O - BICK • Setting constante (mesmo dia da semana e horário)
atenção aos mínimos detalhes, observação do
contexto, estudo da continuidade genética, tipo de contrato de trabalho, supervisão continuada, compreensão dos conflitos e sentimentos com seus dinamismos. TÉ CNICA DE OBSERVAÇÃ O - BICK Formulado em 3 tempos: observação, anotação e supervisão – a mesma que Freud em “Formulações sobre os dois princípios do funcionamento mental” (1911/1987): 1) tempo da observação - o observador vai à casa do bebê uma vez por semana, permanece durante uma hora e mantém uma relação cordial e respeitosa; TÉ CNICA DE OBSERVAÇÃ O - BICK 2) tempo das anotações, no qual o observador, após a visita, registra por escrito os detalhes lembrados e, especialmente, os afetos por ele experimentados; 3) tempo da supervisão, ocasião na qual o observador pode compreender, organizar e dar sentido a estas vivências, aprimorando a observação, podendo resgatar mais facilmente a sua função e refletindo sobre seu desempenho e seus sentimentos, ocorrendo semanalmente com o grupo de observação e o supervisor. TÉ CNICA DE OBSERVAÇÃ O - BICK • O observador participa da experiência, despindo- se, tanto quanto possível, dos seus hábitos terapêuticos e teorias que embasam o seu dia-a- dia clínico, para poder, então, tão somente observar. • Partir do não-saber: eu não sei e não procuro nenhuma conclusão. Nesse sentido, observar um bebê significa deixar-se impregnar por uma realidade sensível – sons, cores, atmosferas emocionais. TÉ CNICA DE OBSERVAÇÃ O - BICK • Atitude de espera, tolerância e paciência frente ao desconhecido e ao “não saber”.
Deixar-se penetrar por mensagens não
compreendidas, tolerar esta não-compreensão, suportar viver na falta de um sentido, aguardando que ele surja, de mente aberta, sem ideias pré concebidas. O observador aprende a observar, a sentir antes de teorizar e tolerar, acompanhar os movimentos da mãe com o bebe e suas soluções TÉ CNICA DE OBSERVAÇÃ O - BICK • Ser discreto, atento, receptivo, delicado e não crítico, para depois relatar suas observações nos mínimos detalhes. Não deve aconselhar, interpretar, interferir.
Lidar com o não-saber para poder acompanhar seu
paciente sem precipitar interpretações e observar cada relação; Olhar as reações e o entorno (inclusive suas próprias reações) e formular compreensões do que esta acontecendo. TÉ CNICA DE OBSERVAÇÃ O - BICK Atenção flutuante
• modo como o analista deve escutar o analisando,
quando não se privilegia a priori qualquer elemento particular do discurso do analisando. Seria, portanto, o oposto da atenção focalizada. • destacou a importância de o observador não fazer anotações durante as observações, de forma a não interferir na atenção flutuante, podendo responder mais facilmente às demandas emocionais TÉ CNICA DE OBSERVAÇÃ O - BICK Transferência e contratransferência
• é o processo em que ocorre uma repetição e
reatualização de protótipos de relacionamentos infantis não somente no setting terapêutico, mas em todas as relações. • reconhecer a contratransferência. TÉ CNICA DE OBSERVAÇÃ O - BICK • Apoiado: Bion - de que a mãe ou o terapeuta funcionam como “continente” para a atividade mental do bebê e do paciente; postura de receber e de fazer a contenção de emoções, que muitas vezes expressam sofrimento; Winnicott - conceito de holding como uma função de sustentação, que deve estar presente na mãe suficientemente boa e também o papel do observador, uma vez que ele cria uma atmosfera de sustentação da relação do bebê com seus cuidadores. TÉ CNICA DE OBSERVAÇÃ O - BICK • Criticas: estudos de caso único, não sendo passível de generalizações e tratamento estatístico, porém permite o aprofundamento andamento e a descrição da conduta em detalhes. • Charcot: olhar as mesmas coisas, repetidas vezes, até que elas comecem a falar por si mesmas” (Freud, 1914: 32). • Freud - desde o início, percebe-se o quão difícil é “observar”, i.e., coletar fatos isentos de interpretação. TÉ CNICA DE OBSERVAÇÃ O - BICK • pretensão de ser o mais natural possível: não há neutralidade com a presença do observador, buscando preservar o ambiente familiar, embora se saiba que influencia e modifica o ambiente. O observador deve incluir-se na observação, sendo a ele endereçadas mensagens verbais ou não, emoções, sofrimento, desejos, medos. • As principais qualidades exigidas dos observadores deste método são sensibilidade e capacidade de pensar sobre sentimento, de captar comportamentos e receber as projeções e emoções endereçados a ele. • O observador deve ser reconhecido pela sua presença não intrusiva e continente. TÉ CNICA DE OBSERVAÇÃ O - BICK Preocupações éticas: risco da pesquisa
• obrigação do pesquisador avaliar os riscos envolvidos, a fim
de proteger os participantes de pesquisa, implicando que o pesquisador disponha de recursos para lidar com as possíveis consequências de seus procedimentos, intervindo, imediatamente, sempre que houver a possibilidade de algum dano. • justificado pela importância do benefício esperado, o qual deve ser maior ou igual a outras alternativas já estabelecidas para a prevenção, o diagnóstico e o tratamento. TÉ CNICA DE OBSERVAÇÃ O - BICK • Considerações éticas: consentimento informado – participação voluntária, envolvendo o respeito à autonomia, liberdade e privacidade dos indivíduos. • Sigilo em supervisão