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FINANÇAS: MÓDULO 3

CAPITAL DE GIRO / INFLAÇÃO


IMPOSTO DE RENDA
PAULO HENRIQUE SOTO COSTA

PUC-RIO / DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA INDUSTRIAL

Referência: Livro PH capítulos 7, 8 e 9

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RESUMO
1) CAPITAL DE GIRO
1.1) Solução correta
1.2) Solução aproximada

2) INFLAÇÃO
2.1) Preliminares
2.2) Analise de projetos

3) IMPOSTO DE RENDA
3.1) Introdução
3.2) Lucro tributável
3.3) Premissas
3.4) Fluxos de caixa apos o IR
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1. CAPITAL DE GIRO
1.1 - SOLUÇÃO CORRETA
•EXEMPLO: DADOS
•Investimento em ativo imobilizado: R$ 40 M
•Vendas: R$ 4 M/mês
•Custo operacional:
•Matéria prima: R$1.400 K/mês
•Mão de obra direta: R$1.000 K/mês
•Mão de obra indireta: R$ 400 K/mês
•Outros: R$ 400 K/mês
TOTAL R$ 3.200 K/mês
•Outras informações:
•Vida útil do projeto: 60 meses
•Valor residual do imobilizado: R$ 16 M
•Custo do capital: 1 % am

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1. CAPITAL DE GIRO
1.1 - SOLUÇÃO CORRETA
•EXEMPLO: DFC (R$ 1000)
16.000
1.400

4.000
0 800

1 2 60 61 62
VP = 4.771.224
4.000 1.400

40.000
•INVESTIMENTO EM CAPITAL DE GIRO
•Vendas com 30 dias de prazo:
novo VP = 2.990.826
•Compras de matéria prima com 60 dias de prazo:
novo VP = 4.230.934
•SOLUÇÃO: “COLOCAR OS FLUXOS NOS LUGARES CORRETOS”
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1. CAPITAL DE GIRO
1.2 - SOLUÇÃO APROXIMADA
•EXEMPLO: DFC (R$ 1000)
•Tempo contado em anos 1.200
•i = 12,683 % aa 16.000

9.600
0
1 5
VP = 2.835.837
40.000 ATENÇÃO!!!!
1.200

•INVESTIMENTO EM CAPITAL DE GIRO: o mesmo


ICG = 4.000 - 2.800 = 1.200
novo VP = 2.296.376 5
1. CAPITAL DE GIRO
1.2 - SOLUÇÃO APROXIMADA
•SOLUÇÃO:
•Montar o DFC sem pensar em capital de giro
•Colocar no instante inicial uma saída e no instante final uma entrada de
caixa de valor ICG = IE + ICR -ICP , onde:
•ICG = investimento em capital de giro
•IE = investimento em estoques
•ICR = investimento em contas a receber
•ICP = investimento em contas a pagar

OBS.: pode haver investimento em CG durante o projeto, se


mudarem condições ou valores de compras/vendas , ou
os níveis de estoque. Veja seção 7.4 (pag 115 - 118)

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2. INFLAÇÃO
2.1 - PRELIMINARES
•MEDIDA DA INFLAÇÃO
•Variação de um índice de preços (preço de uma cesta de bens)
para nós: IGP DI da FGV
IP1  IP0 IP1
•Taxa para um período: I 0,1   1
IP0 IP0
IP1
Obs.: 1  I 0,1 
IP0
•Taxa acumulada: 1  I 0,t  1  I 0,1 1  I1,2  1  I t 1,t  
IPt
IP0

Exemplo: três períodos 40% + 50% + 60%


acumulado: (1,4 x 1,5 x 1,6) - 1 = 236%

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2. INFLAÇÃO
2.1 - PRELIMINARES
•PODER AQUISITIVO
 
•Variação real de preço (R): pt  p0 1  I 0,t 1  R0,t 
•Real constante (RC$): moeda de poder aquisitivo constante, que está
cotada hoje a R$ 1,00 no mercado
•Cotação do RC$ no instante t : R$ 1,00 x (1+I0,t)
•Moeda corrente ou nominal: R$
•Moeda estável ou (de poder aquisitivo) constante: RC$
•Transformação: FC(m.estável) = FC(m.corrente) / cotação(m.estável)

•Exemplo: R$ 500.000,00 recebidos dentro de 3 anos, com inflação


de 40% , 50% e 60% respectivamente, em cada ano
Inflação acumulada: (1+I0,3) = 1,4 x 1,5 x 1,6 = 3,36
Cotação do RC$ = R$ 3,36
Valor em moeda estável = 500.000 / 3,36 = RC$ 148.809,52
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2. INFLAÇÃO
2.1 - PRELIMINARES
•TAXAS DE JUROS
•Taxa nominal (iN): relativa aos fluxos em moeda corrente (R$)
•Taxa real (iR): relativa aos fluxos em moeda estável (RC$)
•Transformação: 1  i N   1  iR 1  I 
AS TRÊS TAXAS REFERENCIADAS AO MESMO PERÍODO
•Exemplo: juros nominais = 80% aa
inflação = 70% aa
iR = (1,8 / 1,7) - 1 = 5,88% aa
•Exemplo: aplicação de R$ 1.000 por um ano, a juros (nominais) de
de 80% aa , com inflação de 70% aa:
Qual o montante em RC$ ?
Qual a taxa paga sobre os RC$ ?
•Cotação do RC$ dentro de um ano: R$ 1,70
•Transformação de moeda: montante = 1.800 / 1,7 = RC$ 1.058,82
•Taxa real: 5,882% aa
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2. INFLAÇÃO
2.2 - ANÁLISE DE PROJETOS
•PRIMEIRO ENFOQUE: fluxos em moeda estável e taxas reais
“o projeto é viável se aumenta a riqueza em moeda estável”
•EXEMPLO: investir R$ 5M para receber RC$ 3M por ano, durante
dois anos. Custo real do capital = 6 %aa
SOLUÇÃO: VP = -5 + 3 ps(6%,2) = R$ 0,500 M

•SEGUNDO ENFOQUE: fluxos em moeda corrente e taxas nominais


“o projeto é viável se aumenta a riqueza (em moeda corrente)”
•EXEMPLO: investir R$ 5M para receber RC$ 3M por ano, durante
dois anos. Custo real do capital = 6 %aa. Inflação prevista de 8 % no
primeiro ano e 12 % no segundo

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2. INFLAÇÃO
2.2 - ANÁLISE DE PROJETOS
•SEGUNDO ENFOQUE:

SOLUÇÃO: DFC em K reais: [-5000; 3000 x 1,08; 3000 x 1,08 x 1,12]


[-5000; 3240; 3629]
Taxas nominais: ano 1 ==> iN1= 1,06 x 1,08 - 1 = 14,48 %aa
ano 2 ==> iN2= 1,06 x 1,12 - 1 = 18,72 %aa

Valor presente:
3240 3629
VP  5000    KR $ 500
1  0,1448 1  0,14481  0,1872
•COMPARAÇÃO
SEGUNDO ENFOQUE, NOVAMENTE:
30001  0,08 30001  0,081  0,12 
VP  5000  
1  0,081  0,06 1  0,081  0,061  0,121  0,06
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2. INFLAÇÃO
2.2 - ANÁLISE DE PROJETOS
•COMPARAÇÃO:
•CONCLUSÃO: os dois enfoques não são apenas equivalentes; eles
levam ao mesmo valor numérico para o VP (não para r, A ou VF)

•QUAL O MELHOR? o que der menos trabalho

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3. IMPOSTO DE RENDA
3.1 - INTRODUÇÃO

•MAXIMIZAÇÃO DE RIQUEZA
Objetivo: maximizar riqueza que fica disponível para os proprietários,
ou seja, depois de todos os impostos da firma

•IMPOSTOS
Impostos tipo ‘custo fixo’: não relacionados com a produção

Impostos tipo ‘custo variável’: sobre o faturamento, compra de um


fator (trabalho...), valor adicionado, etc
Imposto sobre o lucro (IR)

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3. IMPOSTO DE RENDA
3.1 - INTRODUÇÃO
•DEPRECIAÇÃO
É custo? Como considerar na análise de projetos?

EXEMPLO: compra de máquina (i = 10 %aa)


Preço: R$ 2 milhões
Vida útil: 5 anos (sem valor residual)
Custo operacional: R$ 800 mil/ano
Quanto deve gerar de receita/ano para ser viável?
SOLUÇÃO:
DFC (KR$): [-2.000; X-800; X-800; X-800; X-800; X-800]
VP = -2000 + (X-800) ps(10%;5) > 0 para ser viável
X > 1.328 e a depreciação?
OUTRA SOLUÇÃO: deprecia R$ 400 mil/ano
DFC (KR$): [-2.000; X-1200; X-1200; X-1200; X-1200; X-1200]
X > 1.728
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3. IMPOSTO DE RENDA
3.1 - INTRODUÇÃO
•DEPRECIAÇÃO
SEM DEPRECIAÇÃO: valor residual = R$ 2.000
SOLUÇÃO:
DFC (KR$): [-2.000; X-800; X-800; X-800; X-800; X-800+2000]
X > 1000
3.2 - LUCRO TRIBUTÁVEL (LT)
•CÁLCULO DO IMPOSTO DE RENDA
•O IR é uma fração  do LT, ou seja IR =  LT
•O LT de um dado período (exercício) é
LT = receitas - despesas - deduções
• Compra de ativo imobilizado não é ‘despesa’ do exercício
• A fração do ativo imobilizado que se gasta no exercício
é ‘deduzida’ do LT do exercício 15
3. IMPOSTO DE RENDA
3.2 - LUCRO TRIBUTÁVEL (LT)
•DEPRECIAÇÃO LEGAL
•O governo estabelece prazos mínimos para a vida útil dos ativos:
é a‘vida útil legal’ ==> a firma usa o mínimo
•O governo permite que a firma estabeleça um valor residual
contábil para os ativos ==> a firma usa zero
•O governo permite qualquer método de depreciação desde que
não leve a deduções maiores que as do método linear
==> a firma usa o linear

3.3 - PREMISSAS
•O IR é pago no último dia do exercício
•A única dedução é a depreciação legal (e o valor residual legal)
•Não há juros pagos
•A taxa de IR é independente dos fluxos do projeto
•Não há IR dos proprietários
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3. IMPOSTO DE RENDA
3.4 - FLUXOS DE CAIXA APÓS O IR
• FC(após) = FC(antes) - IR = FC(antes) -  LT

•EXEMPLO: Aquisição de caminhão


Preço: R$ 180.000
Vida útil legal: 5 anos
Vida útil real: 8 anos, valor residual = RC$ 30.000
Receita (economia de frete) = RC$ 80.000 / ano
Custo operacional = RC$ 40.000 / ano
Taxa de IR = 35%

MONTAR O DFC APÓS O IR

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3. IMPOSTO DE RENDA
3.4 - FLUXOS DE CAIXA APÓS O IR
•EXEMPLO (cont.)

A B C D E=C - D F =.35 E G= B+C-F


Instante Investimento Rec. - Desp Deduções LT IR FC(após)
0 -180.000 -180.000
1 40.000 36.000 4.000 1.400 38.600
2 40.000 36.000 4.000 1.400 38.600
3 40.000 36.000 4.000 1.400 38.600
4 40.000 36.000 4.000 1.400 38.600
5 40.000 36.000 4.000 1.400 38.600
6 40.000 40.000 14.000 26.000
7 40.000 40.000 14.000 26.000
8 70.000 70.000 24.500 45.500

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3. IMPOSTO DE RENDA
3.4 - FLUXOS DE CAIXA APÓS O IR
•EXEMPLO (cont.)
‘MACETE’: 1) Multiplicar (Rec. - Desp.) por (1 -  )
2) Multiplicar depreciação legal por  e
acrescentar ao DFC 30
40

DFC(antes) 0
RC$ 1.000 1 8

180
36x0,35
30x0,65
40x0,65

DFC(após) 0
RC$ 1.000 1 5 8

19
180
3. IMPOSTO DE RENDA
3.4 - FLUXOS DE CAIXA APÓS O IR
•OBSERVAÇÕES
•IR e inflação: cuidado com a depreciação (não há correção monetária)
•IR e ICG: o ICG é ‘investimento’ e não altera LT
==> não multiplica por (1 -  )
•IR negativo: em geral, o IR negativo pode ser somado ao DFC
•Se vender o ativo antes do fim da vida útil contábil, o “valor de livro”
é uma dedução

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