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Ausência de febre.
Electrólitos: para monitorar o potássio que pode diminuir por causa do tratamento
com Salbutamol.
Gasometria: somente disponível nos hospitais centrais, para avaliar a oxigenação
do sangue no caso de ataque grave (ocorrência de hipercápnia e acidose
respiratória)
Diagnóstico diferencial
É necessário lembrar as patologias que podem manifestar-se com sibilância:
Refluxo gastroesofágico: nos primeiros 2 anos de vida.
Aspiração de corpo estranho: até aos 4-5 anos.
o Traqueobroncomalácia: tecidos da traqueia e brônquios ainda não bem
desenvolvidos:
Sinusite: se idade > 5 anos.
Laringite: não há broncoespasmo (temos tempo inspiratório aumentado).
Epiglotite: não há broncoespasmo e há salivação abundante.
Bronquiolite.
Tratamento
O tratamento da sibilância recorrente e da asma crônica é igual. É
necessário identificar imediatamente a gravidade do episódio de
asma e em particular se for grave ou potencialmente grave. Os
objectivos do tratamento são:
A remoção da obstrução das vias aéreas
Corrigir a hipoxémia
Ter uma função respiratória normal
Prevenir recaídas
Tratamento no banco de socorros
Asma leve e moderada:
Tratamento não medicamentoso
Oxigénio: 6-8L/min (com máscara simples)
Tratamento medicamentoso
Salbutamol aerossol: 0,03 mL/kg, diluir em 4 mL de soro fisiológico. Nebulizar
com 6 litros de oxigénio; até 3 vezes cada 20-30 min
Se o Salbutamol não estiver disponível, administrar Adrenalina subcutânea:
0,01 mL/kg da solução 1:1.000 (até o máximo de 0,3 mL)
Esteróides orais (Prednisolona 1-2 mg/kg 12/12h (máximoé 50mg/dia)para 5
dias,), eficazes 4-5h
Tratamento no banco de socorros
Asma grave:
Tratamento não medicamentoso
Oxigénio: 6-8l/min
Tratamento medicamentoso
Salbutamol por aerossol: 0,03ml /Kg/dose até 3 vezes a cada 20-30 min.
Se o Salbutamol não estiver disponível, administrar Adrenalina subcutâneas
Esteróides orais: Prednisolona 1-2 mg/kg 12/12h (máximo de dosagem é
50mg/dia) para 5 dias, ou Hidrocortisona EV
Internar sempre todas as crianças com asma grave
Seguimento hospitalar
Em todos os casos é necessário reavaliar a criança após 1 hora:
Se houver boa resposta ao tratamento e a criança ainda tiver dispneia leve:
observar por mais uma hora e se estiver estável enviar para casa. Se houver
resolução do desconforto respiratório, e a criança não apresentar taquipneia,
orientar a mãe sobre os cuidados a ter em casa com:
Salbutamol inalado (1-2 jactos 3-4 x/dia.) ou, se este não estiver disponível,
xarope ou comprimidos de Salbutamol por via oral: Maiores de 12 anos: 5 a
10 mL 3-4 x/dia ou 2-4mg 3-4x-dia. Dos 7 a 12 anos: 5 mL 3-4 x/dia ou 2mg
3-4x-dia; Crianças dos 2 aos 6 anos: 2,5 a 5 mL 3-4 x/dia durante 5 dias.
Tratamento de criança hospitalizada
No caso de asma grave e que não responde ao tratamento inicial é necessário
internar a criança.
É necessário registar os seguintes parâmetros:
Frequência respiratória;
Eventuais sinais de falência respiratória: hipoxia progressiva ou agravamento
do sofrimento respiratório, levando à exaustão, cianose, alteração da
consciência;
Sat O2 se estiver disponível;
Tiragem Costal
Tratamento de criança hospitalizada
Tratamento medicamentoso
O mesmo que os medicamentos usados no Banco de Socorros, mas também
acrescentar:
Aminofilina: se a criança não melhorar após três doses de um broncodilatador
de acção rápida, administrado em curtos intervalos e associado à Prednisolona
EV, administrar Aminofilina EV. A dose inicial é de 5 a 6 mg/kg (máximo de
300 mg), seguida de uma dose de manutenção de 5 mg/kg a cada 8 horas.
Deve-se administrar a dose intravenosa durante pelo menos 30 minutos;
preferencialmente durante 1 hora.
Se a criança permanecer com sintomas significativos, manter esteroides
Tratamento
Antibióticos: Os antibióticos são indicados quando houver febre
persistente e outros sinais de Pneumonia
Tratamento não medicamentoso e cuidados de suporte:
Assegurar que criança receba os líquidos adequados para manutenção
diária de acordo com a sua idade;
Estimular o aleitamento materno e a ingestão de líquidos por via oral,
Encoraje a introdução de alimentos complementares de forma adequada
para a criança pequena, logo que ela conseguir alimentar-se
Controlo do tratamento e Seguimento
Ensinar aos pais/cuidador como fazer o tratamento com broncodilatadores,
corticóides inalatórios e/ou corticóides orais a fazer em casa a seguir a um
ataque agudo e quando o ataque agudo iniciar antes de chegar ao hospital
Fortalecer a importância da adesão ao tratamento em casa para prevenir outras
crises
Marcar a consulta de seguimento
Medidas de suporte - ambientais para prevenir as crises asmáticas:
Prognóstico
As crianças que têm sibilância recorrente evoluem de forma benigna e mais de
metade resolvem a situação espontaneamente por volta dos 6 anos de idade.
Se o broncoespasmo que causa a sibilância recorrente for devido a causas
infecciosas, é mais provável que estas crianças não tenham asma no futuro.
A mortalidade por asma pode ser alta sobretudo no caso em que o ataque não
é reconhecido e tratado antepadamente
As crianças que têm crises recorrentes de asma que continuam até aos 6 anos
de idade irão ter maior broncoreactividade também nas idades seguintes
Bibliografia
Kliegman, KM, et al. Livro Didático de Pediatria de Nelson.19a Edição. 2011.
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