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IPIMO

CADEIRA: Pediatria III


TURMA: TMG 18

DOCENTE: BUDJARNE ABDUL ISMAEL

MEDICO DE CLINICA GERAL


Sumario
 Apresentação do docente.
 Apresentação dos alunos.
 Apresentação do plano analítico.
 Introdução à aula:
 Anatomia e fisiologia do sistema respiatorio
Anatomia e fisiologia do sistema
respiratório
Aparelho respiratório (definição)
 É uma rede ramificada de tubos e cavidades onde circula o
ar e acontece a troca de gases entre o ar e o sangue da
circulação pulmonar.
 Nos seres humanos e outros mamíferos, o sistema
respiratório consiste do trato respiratório, os pulmões e os
músculos da respiração que medeiam os dois movimento
de ar para dentro e fora do corpo humano.
Funções
 Realizar o intercâmbio gasoso entre o ar e o sangue, num
processo chamado Hematose pulmonar
 Defender o organismo eliminando partículas, fumos,
microrganismos que entram com o ar;
 Regular a temperatura e humidade corporal.
 Regular o pH do sangue e liberar água.
Funções
 Realizar o intercâmbio gasoso entre o ar e o sangue, num
processo chamado Hematose pulmonar
 Defender o organismo eliminando partículas, fumos,
microrganismos que entram com o ar;
 Regular a temperatura e humidade corporal.
 Regular o pH do sangue e liberar água.
Classificação fisiopatológica
1. Trato respiratório
superior ou vias aéreas
superiores
2. Trato respiratório
inferior ou vias aéreas
inferiores
Classificação fisiopatológica
1. Porção condutora - que é a rede de tubos que leva, filtra,
aquece e humedece o ar desde o exterior até as estruturas de
intercâmbio de gases.
a) Estruturas extra-torácicas ou as VAS: incluem boca, faringe,
nariz, laringe e parte da traqueia
b) Estruturas intra-torácicas extras pulmonares ou VAI: incluem
a parte distal da traqueia e os brônquios principais
c) Estruturas intrapulmonares ou pulmões: que incluem os
brônquios menores, os secundários, os bronquíolos e os ductos
alveolares
Classificação fisiopatológica
2. Porção respiratória - totalmente intrapulmonar, inclui os
sacos alveolares e os alvéolos
ou seja a rede de cavidades
terminais da árvore respiratória.
 É onde ocorre a Hematose
pulmonar
1.1 ) Fossas nasais e faringe
Filtração (Pelos e
muco)

Aquecimento
(capilares)

Umidificação (muco)
1.2 ) Laringe
• Conduto
cartilaginoso
• Produz sons
• Fecha a traqueia
durante a
deglutição
1.3 ) Traqueia, brônquios e bronquíolos
Pulmões
Existem dois pulmões:
 Pulmão direito - è mais
ancho, mais curto e mais
voluminoso
 Pulmão esquerdo - è mais
estrito, mais longo e menos
voluminoso
Particularidades na idade pediátrica
 A via aérea da criança é muito menor do que a do adulto,
tornando-a assim desse modo mais propensa à obstrução.
 A língua é maior no interior da cavidade oral da criança.
 Os meatos nasais são estreitos
 O seio paranasal mais afectado na criança (1-5 anos) é o seio
etmoidal (desde o Nascimento junto Maxilar)
 Em crianças pequenas os brônquios são relativamente amplos;
Particularidades na idade pediátrica
 O músculo e as fibras elásticas dos bronquíolos são
subdesenvolvidos e portanto facilmente podem colapsar.
(Por isso a bronquiolite é comum dos 6 meses a 2 anos).
 Na criança o tamanho e a quantidade de alvéolos é menor
do que no adulto.
 Em lactentes o reflexo da tosse é fraco pois os músculos do
aparelho respiratório ainda não estão bem desenvolvidos.
Anatomia topográfica do SR
Áreas anatómicas anteriores
 Fossa/região supraclavicular (direita e
esquerda): acima da clavícula.
 Região infraclavicular (direita e esquerda).
 Região supra-esternal: acima do manúbrio do
esterno.
 Regiáo infra-esternal.
 Região mamária (direita e esquerda).
 Região infra mamária (direita e esquerda)
Anatomia topográfica do SR
Regiões anatómicas posteriores
Região supra-escapular (direita e
esquerda).
Região interescapulovertebral.
Região escapular (direita e esquerda).
Região infra-escapular (direita e
esquerda)
Anatomia topográfica do SR
Regiões anatómicas laterais:
• Região axilar (direita e esquerda): entre as
linhas axilar anterior e posterior.
• Região infra-axilar (direita e esquerda):
abaixo da região axilar
ANAMNESE E EXAME FISICO DO
APARELHO RESPIRATÓRIO
Anamnese
As perguntas dirigidas primeiro a mãe/cuidador,
sobretudo se a criança é lactente ou se for menor
de 5 anos;
Na criança mais velhas ou com uma boa
capacidade de comunicar o clínico pode perguntar
a criança mas sempre pedindo confirmação a
mãe/cuidador.
Anamnese
1. Queixa principal
 Dispneia (falta de ar); Sintomas associados incluem:
 Taquipneia,  Febre;
 Dificuldade na alimentação;
 Apneia,
 Vómito;
 Tosse;  Dor abdominal;
 Expectoração de vária natureza;  Diarreia;
 Rouquidão;
 Alteração da consciência
(sinal
 Pieira (sibilos respiratórios audíveis);
 Estridor (respiração ruidosa);
Anamnese
3. História da doença actual
algumas das associações entre sintomas e patologias da criança:
 Dispneia: pode estar relacionada com todas as doenças que causam
insuficiência respiratória como pneumonia, asma, bronquiolite entre
outras;
 Apneia: pode estar relacionada com tosse convulsiva, pneumonia
grave, difteria, epiglotite, crupe, asma, bronquiolite entre outras,
 Tosse: pode ser produtiva, seca, aguda (até 3 semanas), recorrente ou
crónica, nocturna ou diurna.
Anamnese
3. História da doença actual
 Tosse aguda produtiva: associada a febre pode estar relacionada com
processo infeciosos das vias aéreas superiores e inferiores como
pneumonia ou infecções virais como rhinovirus;
 Tosse crónica produtiva ou seca: pode estar relacionada com TB.;
 Tosse seca associada a pieira pode estar relacionada com asma
especialmente nas crianças >2 anos de idade enquanto em presença de
febre e idade < 2 anos o diagnóstico mais provável esta relacionado com
infecções agudas virais como a bronquiolite
Anamnese
3. História da doença actual
 Tosse aguda produtiva: associada a febre pode estar relacionada com
processo infeciosos das vias aéreas superiores e inferiores como
pneumonia ou infecções virais como rhinovirus;
 Tosse crónica produtiva ou seca: pode estar relacionada com TB.;
 Tosse seca associada a pieira pode estar relacionada com asma
especialmente nas crianças >2 anos de idade enquanto em presença de
febre e idade < 2 anos o diagnóstico mais provável esta relacionado com
infecções agudas virais como a bronquiolite
Anamnese
3. História da doença actual
 Tosse súbita especialmente se associada ao estridor pode estar
relacionada com inalação de corpo estranho,
 Tosse tipo cão as vezes associada a estridor pode estar relacionada com
a laringotraqueobronquite;
 Tosse com rouquidão: pode estar associada com laringite;
 Tosse nocturna típica: pode estar associada com rinorreia, adenoidite,
asma alérgica, refluxo gastroesofagico (primeiro ano de vida).
Anamnese
4. História Médica Pregressa
Indagar os vários componentes, como:
 Doenças crónicas da mãe como HIV e TB;
 Doenças pregressas:
 Infecções respiratórias repetidas na infância podem levar a alterações irreversíveis
 Uma história de tuberculose pulmonar prévia
 Serologia positiva para HIV

 História
vacinal: a ausência de vacinações como as de BCG e
DTP/HepB/Hib
Anamnese
5. História Familiar
A história familiar é importante ser colhida pela seguinte razões:
 O conhecimento de parentes com patologias de carácter hereditário
como asma, bronquite alérgica, rinite.
 A exposição a ambientes patogénicos pode se exprimir também na
família (exposição a poluentes, alérgenos, entre outros);
 Um ou mais membros podem veicular agentes patogénicos, como é o
caso da tuberculose, gripe, pneumonias ou doenças comuns da infância.
Anamnese
6. História Socioeconómica e ambiental
 Os hábitos tabágicos de todos os membros da família.
 As características da habitação determinam patologias respiratórias.
por exemplo, uma convivência em habitação precária, em
aglomerado com escassa circulação de ar facilita a disseminação de
infeções respiratórias como o gripe, pneumonia e tuberculoses.
Perguntas chaves
“Seu bebé consegue mamar bem? tem dificuldade para respirar enquanto chupa?”
• “Sente sons/ruídos, enquanto sua criança esta a respirar?
• “Reparou que seu bebé para de respirar por um tempinho enquanto esta a dormir?”
• “Sua criança disse que tem dor de barriga ou dos ombros?”
• “Pode andar ou tem alguma fraqueza muscular? ”
• “Será que alguém em casa tem a tuberculose? ”
• “Será que alguém em casa fuma cigarros? ”
• “Será que tem animais de estimação em casa? ”
• “A criança recebeu todas as vacinas?”
Anamnese
6. História Socioeconómica e ambiental
 Os hábitos tabágicos de todos os membros da família.
 As características da habitação determinam patologias respiratórias.
por exemplo, uma convivência em habitação precária, em
aglomerado com escassa circulação de ar facilita a disseminação de
infeções respiratórias como o gripe, pneumonia e tuberculoses.
Exame físico orientado aos sintomas
respiratórios
Exame físico geral
 A criança pode apresenta-se visivelmente dispneica, sendo evidente
pelas excursões respiratória, pelo adejo nasal (movimento das asas
do nariz).
 Febre: associada com qualquer processo infecciosos do aparelho
respiratório
 Taquipneia e bradipneia
 Taquicardia: relacionada com a dispneia/taquipneia ou bradipneia,
significando compensação cardíaca pela hipoxia.
Exame físico geral
 Retrações dos músculos respiratórios
 Cianose central: associada com patologias respiratórias que podem
provocar insuficiência respiratória como a asma e pneumonia entre
outras. A cianose central pode ser suspeita pela cor azul da mucosa
sublingual.
 Hipocratismo digital (dedos em baqueta de tambor): associado com
patologias cronicas como LIP.
Exame da cabeça e pescoço
 Cabeça: normal, fontanela anterior normotensa ou macrocefalia,
fontanela anterior abaulada, olhos encovados, o resto normal
 Cavidade oral: mucosa oral normal
 MMTT (membranas timpânicas-ouvido): rosadas/normais ou
opacas e abauladas bilateralmente
 Cavidade oral: mucosa oral com placas esbranquiçadas
 MMTT (membranas timpânicas-ouvido): Exame do pescoço
Exame do tórax
Inspecção
 Taquipneia: sinal de insuficiência respiratória. Normalmente é o
primeiro e mais significativo sinal de uma pneumonia nas crianças.
 Bradipneia: pode ser um sinal de insuficiência respiratória grave e
insuficiência respiratória iminente em patologias como a
pneumonia grave e asma grave.
Exame do tórax
Inspecção
 Taquipneia: sinal de insuficiência respiratória.
 Bradipneia: pode ser um sinal de insuficiência respiratória grave
Exame do tórax
 Dispneia: vide anamnese.
 Retrações (tiragem): sinal de insuficiência respiratória iminente.
Retração significa que os músculos da parede torácica durante a
inspiração são sugados para dentro, conforme a criança respira. Eis
as definições dos três tipos de tiragem.
 Tiragem supra-esternal: são vistos acima da clavícula e esterno;
 Tiragem intercostal: ocorrer entre as costelas;
 Tiragem subcostal: pode ser visto abaixo do rebordo costal inferior da
caixa torácica.
Exame do tórax
Palpação
 Expansibilidade respiratória: diminuída no lado afectado em casos de
patologias unilaterais como derrames pleurais, atelectasias; aumentada
em ambos os lados nos casos de patologia pulmonar difusa como asma,
derrame pleural bilateral.
 Frêmito vocal táctil: aumentado nos processos de consolidação do
parênquima em que os brônquios não esto obstruídos como na
pneumonia, tuberculose pulmonar, abcesso pulmonar; diminuídos em
presença de derrame pleural, pneumotórax
Exame do tórax
Percussão
 Macicez e submacicez: são áreas com ressonância praticamente
nula (macicez) ou intermedia entre o son claro pulmonar e a
macicez (submacicez); Estão frequentemente associadas com
derrame pleural, pneumonia, tuberculose pulmonar.
 Timpanismo ou hipersonoridade: o som timpânico é devido ao
desvio da relação ar/liquido a favor do a; frequentemente associado
com pneumotorax
Exame do tórax
Auscultação
 Estridor: associado com situações obstrutivas da laringe ou traqueia
como presença de corpo estranho, epiglotite, laringotraqueobronquite.
 Roncos e sibilos: sons musicais e contínuos, audíveis durante a
respiração, com maior intensidade na expiração; Frequentemente
associados com bronquite e asma.
 Diminuição ou abolição do murmúrio vesicular: ocorre quando há
limitação parcial ou total ao fluxo aéreo como na asma brônquica e
derrames pleurais.
Exame do tórax
Auscultação
 Sopro tubário: deve-se á transmissão do sopro traqueal ou brônquico normal
através das condensações pulmonares como na Pneumonia lobar.
 Fervores crepitantes: ruídos agudos, de duração curta, audíveis na inspiração
ou na expiração sobrepondo – se aos sons normais. Modificam-se com a
posição e não com a tosse. Estão frequentemente associados com pneumonia.
 Fervores subcrepitantes ou bolhosos: São ruídos graves e de maior duração
que os fervores crepitantes, audíveis na inspiração e expiração. Estão
frequentemente associados com bronquiolite e bronquiectasia
EXAMES AUXILIARES DO
APARELHO RESPIRATÓRIO
Exames laboratoriais
Hemograma
 indicado em caso de suspeita de infeccao de qualquer tipo ou de um
processo alérgico. Uma leucocitose pode estar associada a qualquer
patologia infecciosa do aparelho respiratório. A leucocitose com
neutrofilia é fortemente sugestiva de infecções bacterianas. O
predomínio de linfocitos (linfocitose) ou monócitos (monocitose)
sugere infecções virais. O predomínio de eosinófilos (eosinofilia)
fala a favor de processos alérgicos (sinusite ou rinite alérgica).
Exames laboratoriais
VS: As indicações são as mesmas do hemograma.
Baciloscopia e exame cultural para BK:
 A baciloscopia é indicada em caso de suspeita de TB. A presença do
BK na expetoração (ou no aspirado nasogastrico) ou em qualquer
outro líquido analisado confirma o diagnóstico de TB. É
importante sublinhar que a sua ausência na amostra analizada não
exclui o diagnóstico especialmente na criança.
Exames laboratoriais
Teste de Mantoux:
 indicado em caso de suspeita de TB nas crianças. A sua positividade
indica infecção latente tuberculosa, mas não diferencia os casos de
doença. Pode auxiliar no diagnóstico da TB, nas crianças com sintomas e
sinais de TB e em conjunto com outros meios de diagnóstico.
Exame cultural das secreções das amígdalas:
 Este teste é indicado em caso de suspeita de faringite bacteriana em
particular para diagnosticar a faringite por Estreptococco de grupo A
ou streptococcus pyogenes.
Exames não laboratoriais
Rx dos seios paranasais:
 indicado no caso de suspeita de sinusite. Pode mostrar infiltração
dos seios com muco.
Rx das vias aéreas superiores:
 Indicado no caso de epiglotite. Em caso de suspeita de epiglotite
grave permite evidenciar uma redução do lúmen da laringe e a
epiglote inchado parece um polegar inchado.
Exames não laboratoriais
Rx do tórax
 Indicado no caso de suspeita de patologia pulmonar ou pleural
como pneumonia, TB, abscesso pulmonar, derrame pleural,
pneumotórax entre outras. Os achados anormais encontrados e
possíveis patologias associadas serão discutidos nas várias aulas
clinicas.
TC, RMN e biópsia
Bibliografia
 Manual de Formação Para Técnicos de Medicina Geral,
Neurologia, 2013, pag 12 – 22.
 Moore D. Anatomia orientada para a clínica. 5ª edição. Brasil:
Guanabara Koogan; 2007.
 Guyton AC. Tratado de Fisiologia Médica. 8ª edição. Brasil:
Guanabara Koogan; 1992.

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