Você está na página 1de 35

Módulo 5

Cuidados de Saúde para a


Criança Exposta e Infectada
pelo HIV
Objectivos de Aprendizagem
No final deste módulo, os alunos deverão ser capazes de:
• Descrever os procedimentos dos cuidados para as
crianças expostas e infectadas.
• Interpretar o fluxograma do seguimento da criança
exposta na consulta da criança em risco (CCR).
• Aplicar a profilaxia para IO com Cotrimoxazol,
posologia e ajustes das doses por peso na criança.
• Explicar o protocolo nacional de vacinação das
crianças.
• Orientar as mães em relação à vacinação dos seus
filhos. 2
Debate (Revisão)

• O que significa ser uma criança exposta ou


infectada?
• Existem cuidados de saúde específicos para as
crianças expostas ao HIV?

3
Cuidados de Saúde para a Criança
Exposta e Infectada
Considerações Especiais

4
Cuidados para Crianças Expostas e
Infectada pelo HIV

Os cuidados de saúde para crianças cujo


estado serológico é desconhecido exige
atenção e cuidados especializados durante os
primeiros anos de vida devido à progressão
rápida do HIV em crianças.

5
Cuidados das Crianças Expostas e
Infectadas por HIV: Diferenças
• Exposta ao HIV
• Seguimento na CCR
• Frequencia:
• Mensal no primeiro ano de vida e
bimensal no segundo ano
• Mais frequente se sintomático

• Infectada por HIV


• Seguimento no Serviço de TARV
• Frequencia: depende da clínica, do seu estado de
imunossupressão e se está ou não a fazer TARV

6
Metas dos Cuidados de Saúde para as
Crianças Expostas
• Continuar a assegurar as medidas de
prevenção da TV (ARVs e praticas de
amamentaçao/alimentacao segura)
• Identificar precocemente a criança infectada
pelo HIV e referir para cuidados de TARV
• Avaliar e identificar qualquer doença e referir
para cuidados e tratamento
• Prevenir as infecções oportunistas
• Promover o desenvolvimento psico-motor da
criança
• Promover a saúde e bem-estar de toda a família7
Metas dos Cuidados de Saúde para as
Crianças Infectadas
• Identificar elegibilidade para TARV
• Prevenir a progressão da doença
• Prevenir e tratar as infecções oportunistas
• Promover o desenvolvimento psico-motor da
criança
• Controlar regularmente as análises laboratoriais
• Avaliar a adesão as consultas e ao TARV
• Promover a saúde e bem-estar de toda a família

8
Componentes dos Cuidados de
Saúde das Crianças Expostas e
Infectadas pelo HIV

9
Consulta da Criança Exposta
e Infectada
• Os cuidados das crianças expostas e infectadas
são similares tanto na 1ª consulta como nas
consultas de seguimento.

• Para as crianças infectadas existem as


seguintes particularidades:
• Estadiamento da doença*
• Avaliação da elegibilidade para o TARV*
• Avaliação Psicológica e Serviços de Apoio*

10
Primeira Consulta (1)
Anamnese:
• História pré-natal: investigar
Tipo e local de parto, APGAR, peso à
nascença, patologia neonatal, profilaxia para o
HIV
• Mãe: investigar
• Se a mãe esta em TARV ou se fez profilaxia; se esta’ em
seguimento na consulta de doenças cronicas; o estado de
saúde dela.
• Lactente: investigar
Doencas passadas, actuais
Tipo de alimentaçao
11
Primeira Consulta (2)

Exame Físico
• Dados antropométricos: peso, estatura, perímetro
craniano
• Estado geral
• Mucosas, pele, gânglios, ouvidos, avaliação cardíaca,
pulmonar, abdómen, extremidades (para identificação
de eventuais sinais de alerta)
• Avaliação do estado de nutrição: P/E, edema

12
Primeira Consulta (3)

• Aconselhar sobre alimentação: oferecer


suplementacao/tratamento nutricional se for o
caso
• Avaliar o calendário de vacinação: aconselhar
sobre o cumprimento do calendário de
vacinação e referir para vacinação
• Iniciar profilaxia com CTX
• Aconselhar e fazer o test para o HIV

13
A partir dos dados obtidos na
anamnese e exame físico, o clínico
deve identificar crianças com
elevado risco de infecção assim
como evolução rápida da doença

14
Consulta de Seguimento (1)
• Anamnese
• Rever Cartão de Saúde da Criança:
• Avaliar crescimento, vacinação, alimentacao
• Vitamina A: 6/6meses a partir dos 6m de idade
• Mebendazole: 6/6meses a partir de 12m de idade
• Continuar o CTX
• Avaliar sinais e sintomas de possiveis doenças
relacionadas com o HIV:
• Tosse, tuberculose, pneumonia, diarreia
persistente/recorrente, falência de crescimento,
candidíase oral/esofágica
• Avaliar a existência de sinais de alerta 15
Consulta de Seguimento (2)

• Em cada consulta, perguntar:


• Alguma coisa mudou desde a última consulta?
• A criança esteve ou esta’ doente?
• A criança foi ao médico ou a consulta ou ficou
internada desde a última vez que esteve ca’?
• O que a criança esta’ a tomar/comer? Tem apetite?
• Como esta a desenvolver? Perguntar as etapas
alcancadas de acordo com a idade
16
Consulta de Seguimento (3)

• Alguém na família tem tosse ou foi diagnosticado com


tuberculose?
• A crianca esta’ a tomar medicamentos?
• Tratamento para TB
• CTX
• Desparasitante.
• Qual e’ o rendimento escolar? (se a crianca vai a escola.
Esta informacao ajuda a avaliar o desenvolvimento
cognitivo e o bem-estar geral)

17
Frequência das Consultas:
Criança Exposta
• Primeira consulta: 3º dia de vida na consulta pós-
parto.
• Segunda consulta: 7º dia de vida na consulta pós-
parto.
• Terceira consulta: 4 semanas de vida na Consulta
de Criança em Risco - CCR.
• No primeiro mês de vida, a criança deve iniciar o
seguimento na CCR, onde ela é observada
mensalmente até os 12 meses de idade.
• A partir dos 13 meses de idade, a criança deve
continuar a fazer o seguimento de 2 em 2 meses
até os 18 meses
18
Frequência das Consultas da
Criança Infectada
• Seguimento de criancas nao em TARV:
• Mensal se houver algum grau de imunodeficiência
imunológica ou doença oportunista
• 3/3 meses se a criança for assintomática ou não tiver
nenhum sinal de imunodeficiência (↓ CD4 ou clinica)
e tiver uma boa adesão às consultas
• No início do TARV
• 1 semana apos o inicio e 15 dias depois
• Seguimento de criancas em TARV
• Mensalmente: durante o primeiro ano
• De 2 em 2 meses: a partir do segundo ano apos o
inicio do TARV 19
Exames Laboratoriais (1)
Exames em Crianças Expostas:
• 10 PCR DBS: a partir das 4 semanas até os 9
meses.
• 20 PCR DBS: em qualquer idade em caso a 1^
PCR estiver positiva
• Teste rápido para o HIV: a partir de 9 meses.
• PCR DBS: se o test rapido para o HIV entre os
9 e 18 meses estiver positivo
• Teste rápido para o HIV: aos 18 meses ou 2
meses após o desmame para confirmar ou
excluir a infecção 20
Exames Laboratoriais (2)
• Exames em Crianças Expostas:
• CD4: na ausência do PCR e caso haja suspeita
clínica de infecção por HIV, juntamente ao
diagnóstico presuntivo clinico

21
Exames Laboratoriais (3)
Exames de Crianças Infectadas:
• CD4: de 6/6meses ou antes em caso de queda
dos CD4 ou dependendo das condições
clínicas.
• Hemograma: no inicio do seguimento e 6/6m
• Bioquímica: no inicio do seguimento e 6/6m
• Rx do Tórax: em caso de sinais/sintomas
respiratorios/cardiacaos (referir para ao clinico
de referência que oriente)

22
Critérios de Alta da CCR para
consultas de TARV- Criança infectada
por HIV
• PCR positivo em qualquer idade
• Teste rápido positivo aos ≥ 9 meses e PCR
DNA HIV positivo
• Teste rápido para HIV positivo em crianças ≥18
meses de idade.

23
Critérios de Alta na CCR para o
seguimento na CCSadia-Criança
HIV negativa
• Teste rápido negativo em crianças maiores de 9
meses e desmame há mais de 2 meses; sem
nenhuma sinal ou sintoma sugestivo de infecção
por HIV.
• Teste rápido para HIV negativo aos 18 meses e
desmame há mais de 2 meses.

24
Vacinação: Directrizes Nacionais de
Moçambique

• Todas as crianças, independentemente do seu


estado serológico, devem seguir o calendário de
vacinação do MISAU.
• Contudo, as crianças sintomáticas não devem
tomar a vacina BCG

25
Vacinação: Directrizes
Nacionais de Moçambique
• As complicações relacionadas com vacinas
vivas atenuadas são: BCG, sarampo e varicela
• Verifique sempre se as crianças estão com as
vacinas actualizadas

26
Calendário de Vacinação do
MISAU
Idade Vacinação
À nascença BCG e Pólio 0
2 meses DPT 1, HPB, Pólio1 ; HIB
3 meses DPT 2 , HPB, Pólio 2; HIB

4 meses DPT 3, HPB, Pólio; HIB

9 meses Sarampo

27
Critérios para Profilaxia com
Cotrimoxazol

• Todas as crianças expostas (nascidas de mães


HIV+): a partir de 1 mês de idade
• Todas as crianças HIV+ <5 anos
• As criancas >5 anos: CD4 ≤ 350cel/mm3 e/ou
estadiamento OMS II, III, IV

28
Suspensão da Profilaxia com
Cotrimoxazol
• Criança HIV negativa

• Crianca HIV positiva > 5 anos: se CD4 >


350cel/mm3 em duas medidas

29
Dose Recomendada para o CTZ:
Directrizes do MISAU

DOSE UNICA POR DIA

XAROPE (40/200mg/5ml) COMPRIMIDOS (80/400mg)

PESO (kg) DOSE/ml DOSE/comprimidos


<7 2,5 -
7-10 5 1/2
10-15 7,5 1
15-20 10 1

30
Actividade 1

Exercício: Quando Encaminhar uma Criança


Exposta para o clinico?

31
Actividade 2: Caso Clínico

Folha de Exercícios: Caso Clínico da Flora

32
Pontos-Chave (1)

• A criança exposta ao HIV exige atenção e


cuidados especializados durante os primeiros
anos de vida devido à rápida progressão da
doença
• A partir dos dados obtidos na anamnese e
exame físico, o clínico deve identificar crianças
com elevado risco de infecção assim como a
doença de evolução rápida

33
Pontos-Chave (2)
• Todas as criancas expsotas ao HIV devem
receber CTX ate’ a exclusao da infeccao por
HIV
• Todas as criancas expostas devem ser testadas
o mais cedo possivel para o HIV
• As criancas com test de PCR DBS positivo
devem repetir o test de PCR ser logo
encaminhada para o servico de doencas
cronicas para o início do TARV

34
Pontos-Chave (3)
• Todas as criancas expostas devem receber Vit A
e desparasitacao segundo o calendario nacional
• Todas as crianças expostas devem cumprir com
o calendário vacinal nacional,
independentemente do estado serológico

35

Você também pode gostar