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Submódulo 8.

Seguimento da Criança em
TARV
Objectivos de Aprendizagem

No final deste submódulo, os participantes


deverão ser capazes de:
• Fazer o seguimento clínico e laboratorial da
criança em TARV
• Identificar os doentes a serem encaminhados
para o médico

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Actividade

Folha de Exercícios: O que queremos saber


durante o seguimento?
Pontos para Discussão:
Como Avaliar:
1. Se o tratamento funciona
2. Se existem efeitos secundários
3. Se o cuidador está a dar a medicação regularmente
4. Se a criança está a tomar bem os medicamentos

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Seguimento Após o Início do TARV

Frequência das Consultas Análises de Lab: 6/6m

Dia do início do TARV • Hemograma


• Depois de 14 dias (15° dia) • Perfil hepático
• Depois de 15 dias (30° dia) • Perfil renal
• Mensal no primeiro ano • CD4
• 2/2 a partir do 2° ano se boa
adesão e boa resposta Onde é possível:
clínica e imunológica. • Carga viral anual

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Seguimento Antes do Início do
TARV
Frequência às Consultas Análises de Lab: 6/6m

• Mensal se houver algum • Hemograma


grau de imunodeficiência • Perfil hepático
imunológica ou doença • Perfil renal
oportunista • CD4
• 2/2 meses se a criança tiver
uma boa adesão às
consultas e estiver estável Onde é possível:
clínica e imunologicamente • Carga viral anual

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Seguimento em Cada Consulta (1)

1. Avaliação Clínica - Anamnese e Exame Físico


Completo:
• Altura e Peso
• Sinais/sintomas de alguma doença
• Avaliação do Desenvolvimento Psicomotor
• Avaliação Nutricional
• Verificação da Desparasitação
• Calendário Vacinal
• Rasteio da Tuberculose
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Seguimento em Cada Consulta (2)

• Avaliação da Toxicidade e Efeitos Secundários


• Avaliação da adesão ao TARV e ao cuidados
• Avaliação Laboratorial
• Avaliar necessidade de apoio psicossocial
• Ligação com serviços comunitários

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1. Avaliação Clínica

• Anamnese
• Exame físico completo:
• Avaliação do crescimento e desenvolvimento
• Identificar as possíveis IOs
• Re-estadiar a criança
• Acertar a dose do medicamento com o peso da criança

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2. Avaliação dos Efeitos
Secundários
A diferença na avaliação das crianças que
fazem o seguimento no Serviço TARV e aquelas
que ainda não estão é a seguinte: nas crianças
em TARV, deve-se avaliar e procurar sinais e
sintomas de efeitos secundários do tratamento
anti-retroviral e também pesquisar sobre a sua
adesão ao tratamento.

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3. Avaliação da Adesão
• Pesquisar a atitude perante a administração
diária dos medicamentos.
• Pesquisar as falhas no tratamento e nas
consultas e suas razões.
• Perguntar se é sempre a mesma pessoa que dá
os ARVs.
• Pedir para fazer a demonstração da dose.

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Perguntas-chave para um
Bom Seguimento
• A criança tem estado doente?
• Como é que a criança come? Tem apetite?
• Quem é que dá os ARVs?
• A que horas toma a medicação?
• Esta a tomar o Cotrimoxazol? E como toma?
• Alguém em casa está a tomar tratamento para
tuberculose ou tem sintomas de tuberculose?
• Procurar outras preocupações por parte dos
pais.
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4. Avaliação Laboratorial

• Hemograma completo
• Bioquímica (função hepática e renal)
• Contagem de CD4
• Carga Viral anual
• Rx do Tórax (quando existir suspeita de
patologia respiratória)

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Valores Normais e Anormais (Toxicidade)
Parâmetro e valor normal Leve Moderado Grave Severo
Grau 1 Grau 2 Grau 3 Grau 4

<6,5 ou Falência
Hgb g/dl (9,4-14,7) 8,5-10 7,5-8,5 6,5-7,5 cardíaca

Neutrófilos (cel/mm3) 750-1000 500-749 250-500 <250

Plaquetas (cel/mm3) 100000-125000 50.000-100.000 25.000-50.000 <25.000 ou


sangramento

AST (18-43)/ALT(16-43)  1,25-2,5x 2,6-5x  5,1-10x > 10x

GGT (<55U/L)  1,1-4,9x  5-9,9x  10-15x > 15x


Bilirubina tot (<21umol/I)  1,1-1,5x  1,6-2,5x  2,6-5x >5x

Amilase tot (30-100)  1,1-1,5x  1,6-2x  2,1-5x  >5x


Diarreia Desidratação Desidratação grave,
moderada, fezes shock ipovolémico
c/sangue

Vómito <1 /dia 1-3/dia >3/dia ou >7 dias Intratavel


(inparáveis)
Dermatológico Prurido sem rash Prurido com rash, Vesículas, úlceras Stevens-Johnson
Maculopapulas, Sdr, Erythema
Descamação seca multiforme,
descamação
húmida

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Valores Normais do Hemograma na
Infância
HGB (g/dl) GB (103mm3) Fórmula percentual ± 10%

Neutrófilos Linfócitos

RN 14.9-23.7 18 (10-30) 60 30

2 semanas 13.4-19.8 18 (10-30) 60 30

3 meses 9.4-13.8 18 (10-30) 60 30

6 meses 10.0-13.8 18 (10-30) 60 30

1 anos 10.1-13.0 12 (6-18) 30 60

2-6 anos 11.5-13.8 10 (6-15) 40 50

7-12 anos 11.5-14.7 8 (5-13) 50 40

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Critérios para Encaminhar a Criança
para o Médico (1)

Critérios Clínicos:
• Infecções oportunistas graves ou que não
melhoram ao tratamento
• Falência de crescimento ou do desenvolvimento
psicomotor
• Aparição de novas doenças definitórias de estadio
avançado (III ou IV) apesar do início do tratamento
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Critérios para Encaminhar a
Criança para o Médico (2)
• Aparição de reacções adversas graves
• Suspeita de aparição dum quadro clínico
compatível com Síndrome Inflamatório de
Reconstituição Imunológica

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Critérios para Encaminhar a
Criança para o Médico (3)
Critérios Laboratoriais:
• Função hepática ou renal alterada (>5 vezes
dos valores normais)

• O não aumento do CD4 acima da base (no


inicio do TARV) após 6 meses de tratamento

• Redução do CD4 a níveis de imunodepressão


avançada ou grave

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Critérios para Encaminhar a Criança
para o Médico (4)
Falta de Adesão
• A falta de preparação da família ou da pessoa
que cuida da criança também pode ser um dos
motivos da falência do tratamento, que poderá
levar à falta de adesão

• Mudança do cuidador, aparecimento de novas


situações sociais

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Actividade

Folha de Exercícios: Caso Clínico do João

Pontos para Discussão:


1. Como será a consulta do João? Descreva os
passos.
2. Qual é o seu diagnóstico?
3. Qual será a conduta?

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Pontos-Chave (1)
• Na consulta de seguimento é importante avaliar os
aspectos clínicos, os laboratorais, os efeitos
secundários e a adesão ao tratamento.
• O calendário das consultas e das análises deve ser
respeitado.
Dia do início do TARV
• Depois de 14 dias (15° dia)
• Depois de 15 dias (30° dia)
• Mensal no primeiro ano
• 2/2 meses a partir do 2° ano se boa adesão e
boa resposta clínica e imunológica.

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Pontos-Chave (2)
• As análises laboratorais de 6/6 meses
• O Técnico deve reconhecer os critérios de transferência
para o médico, como falência terapêutica, reacções
adversas graves, IOs complicadas ou em caso de
qualquer dúvida em relação ao diagnóstico ou
tratamento.
• Os critérios para o Técnico transferir o paciente são:
• Clínicos
• Laboratoriais
• A falta de adesão e mudança no cuidador do paciente
deve implicar o encaminhamento da família para o
conselheiro ou psicólogo.
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