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Universidade Lúrio

Faculdade de Ciências de Saúde

Bioquímica II
Tema: Metabolismo dos compostos
nitrogenados
Aula: Mecanismos de eliminação de amônia do corpo
Docente: Odalys L Castillo Miranda
A principal fonte de nitrogênio
metabolicamente útil para o nosso
corpo são os aminoácidos contidos
nas proteínas.

A quantidade e a concentração de aminoácidos no pool são biologicamente


constantes e suas variações ocorrem dentro de limites estreitos.
A constância do pool reflete um equilíbrio dinâmico entre os processos que
fornecem e subtraem aminoácidos dele.
Desaminação
As reações gerais dos aminoácidos, são Transaminação
aquelas comuns a muitos deles ou que Transdesaminação
constituem etapas altamente significativas no
Descarboxilação
metabolismo de alguns desses compostos.
Motivação para
a aula de hoje:

Encefalopatia hepática
Concentrações aumentadas de
amônia no sangue e outros fluidos
corporais levam a
distúrbios graves no funcionamento
do sistema nervoso central devido ao
alto
sensibilidade deste tecido à amônia.
O quadro clínico que ocorre é
denominado
encefalopatia hepática.
Vamos estudar hoje sobre os
mecanismos moleculares que
permitem a eliminação da amônia.
SUMÁRIO:

Mecanismos de eliminação de amônia do corpo.


• Excreção renal direta.
• Síntese e excreção da ureia.
• Mecanismo da glutamina.
• Encefalopatia hepática.
OBJETIVOS:
• Explicar os processos de eliminação do amônia do
organismo, tendo em conta as suas caracteristicas
gerais, importância e consequências de suas
alterações.
Descrever a ureogênese levando em consideração
os caraterísticas invariantes para o estudo das vias
metabolicas.
Origens da amônia no corpo
Metabolismo dos
aminoácidos
Metabolismo de Desaminases e
outros compostos ureases bacterianas
nitrogenados intestinais

NH3
SÍNTESE DE
OUTROS COMPOSTOS ELIMINAÇÃO
NITROGENADO

SÍNTESE DE
AMINOÁCIDOS NÃO
ESSENCIAIS
Desaminação oxidativa
Toxicidade da amônia
Mecanismos para a eliminação de
amônia:

•Excreção renal

•Síntese e excreção da ureia


Excreção renal de amônia
EXCREÇÃO RENAL DE AMÔNIA

• A quantidade de amônia eliminada desta forma é


limitada porque consome H+ e, portanto, essas
reações são dependentes dos mecanismos renais de
regulação do pH sanguíneo.

• Esse processo ajuda a eliminar a amônia produzida


por outros órgãos por meio de um mecanismo de
transporte que envolve a glutamina.
MECANISMO DA GLUTAMINA
C OO H
C OO H
H2N C H
H + NH 3
H2N C
ATP ADP + P C H2
C H2
C H2
C H2
GLUTAMINA SINTETASE C NH 2
(Tecidos extrarrenais)
C OO H
O
ÁCIDO GLUTÁMICO GLUTAMINA
AÇAO DA GLUTAMINASE
C OO H
C OO H
H2N C H
H2O H2N C H
C H2
C H2 + NH3
C H2
GLUTAMINASE C H2
C NH 2 (Rims)
C OO H
O
ÁCIDO GLUTÁMICO
GLUTAMINA
Síntese e excreção de ureia

É o mecanismo mais eficiente para a


eliminação da amônia do corpo e consiste
na síntese hepática de uréia (um composto
com baixíssima toxicidade) a partir de 2
moléculas de NH3 e uma molécula de
CO2. A uréia chega aos rins e é eliminada
pela urina.
Síntese e excreção de ureia

Dessa forma, um ser humano normal elimina


entre 25 e 30 gramas de uréia diariamente.
Este composto representa 90% das
substâncias nitrogenadas urinárias.
As enzimas que participam dele estão
localizadas na mitocôndria e no citosol do
fígado.
Síntese e excreção de ureia
Sequência de reações da ureogênese:
Síntese de Carbamoil fosfato
Sequência de reações da ureogênese:
Síntese de Citrulina
Sequência de reações da ureogênese:
Síntese de Arginino succinato
Sequência de reações da ureogênese:

Síntese de Arginina y fumarato


Sequência de reações da ureogênese:
Síntese de Ureia e regeneração de ornitina
Formação de fumarato
(permite um fornecimento contínuo de grupos amino para a
ureogênese)

O fumarato, em uma
série de reações do ciclo
de Krebs, pode ser
convertido em
oxaloacetato, que por
transaminação dá origem
ao aspartato, que pode
reentrar na sequência
ureogênica.
REGULAÇÃO DA UREOGÊNESE

• A curto prazo:
Regulação alostérica da enzima carbamoil
fosfato sintetase I

• A longo prazo:
Regulação da quantidade de enzimas do
ciclo da ureia (Regulação genética).
A curto plazo:

-Enzima Carbamoil Fosfato Sintetase I


Regulação alostérica
(+): Ácido N acetil glutámico

Sua síntese, por sua vez, é inibida pela arginina, que se
forma nas últimas reações da ureogênese.
A longo plazo:
Mudanças na intensidade de síntese das enzimas do processo e da
Carbamil Fosfato Sintetase I.

-Aumento da síntese enzimática:


. Dietas ricas em proteínas (↑ catabolismo de aminoácidos e,
portanto, ↑ NH3).

. Jejum prolongado

-Disminución de la síntesis de enzimas.


.Dietas con bajo contenido proteico
Custo metabólico de conversão de
NH3 (tóxico) em URÉIA

• A síntese de uma molécula de uréia consome


quatro (4) ligações ricas em energia:
-2 na síntese de carbamoil fosfato
-2 na síntese de arginina succinato.
Toxicidade da amônia

- Distúrbios de consciência
- Transtornos psíquicos
- Tremor (asterixis)
- Tônus muscular aumentado
-Fedor hepático
-Coma
-Morte

Encefalopatia hepática
Excreção de outros compostos
nitrogenados

• Ácido úrico

• Pigmentos biliares derivados da


bilirrubina

• Creatinina
Conclusões
• O catabolismo de aminoácidos produz NH3, que é
uma substância tóxica para o organismo,
principalmente para o SNC, para o qual existem
mecanismos especializados para sua eliminação.

• Existem dois mecanismos principais para a


eliminação da amônia: a excreção renal direta e o
ciclo da ureia (ureogênese), sendo este último o mais
eficiente disponível para o corpo
Bibliografia
 BAYNES, John; Bioquímica médica; 3ª Edição; Cáp 19. São Paulo, 2011. Elsevier Editora
Ltda.

 MURRAY Robert K, et al; HARPER Bioquímica ilustrada; 28ª edición; Cáp 28.

 CARDELLÁ Lidia e Hernández Rolando; Bioquímica médica, Tomo III; Cap 56; Tomo IV, Cap
75. La Habana.

 CARDELLÁ Lidia, Hernández Rolando, Pita Gisela; Metabolismo y Nutrición; Cap 13 La


Habana: Editorial Ciencias médicas;2018.

 Berg Jeremy, Tymoczko John, Stryer Lubert; Bioquímica; 6ª Edición; Cap 23. Barcelona:
Editorial Reverté, 2008.

 Lippincotts, Illustrated Reviews Biochemistry; 3rd Edition; Cap 19.

 NELSON, David L. e Cox, Michael M.; Lehninger, Principios de Bioquímica; 6ª Edição; Cap
18. São Paulo; 2006.
Próxima aula

Integração metabólica

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