RESISTÊNCIA MICROBIANA

Docente: Clemência Massina Niconte

 Objectivos FCS

Distinguir os agentes antimicrobianos.

Conhecer as propriedades dos antimicrobianos.
Conhecer os diferentes mecanismos de ação
antimicrobiana;
explicar a resistência bacteriana a antibióticos;
Relacionar a resistência cruzada e a terapia
combinada (mecanismos);
Interpretar o antibiograma.
 Agentes Antimicrobianos

Os antimicrobianos: são compostos com capacidade para inibir

o crescimento de microorganismos, incluindo bactérias, vírus e
fungos.

Antibioticos: (ant:contra-
Antimicrobianos
bio:vida).

subistancias Produzidas por

microrganismos ou sintetizado em
laboratório, capazes de matar ou
inibir microrganismos (antibióticos Naturais Sintéticos
e quimioterápicos). antibióticos quimioterápicos
 Acção: Bactericida x Bacteriostático
1) A inibição do crescimento bacteriano através da ação
bacteriostática (mantendo o mesmo na fase estacionária);

2) A destruição de uma população bacteriana, por uma ação

bactericida, ao atuar em processos vitais para a célula levando à
morte celular.

Bactericida Bacteriostático

Concentração da droga
Sensibilidade do germe
3)Na medida que os antimicrobianos matam e desintegram as as
bacterias, considera-se a accao bacteriliolitica.

Para que os antibióticos tenham um efeito eficaz é importante que

a sua concentração, no local da infecção, seja suficiente. Eles são
diferentes um dos outros quanto às propriedades químicas, seus
espectros e mecanismos de ação
Efeito dos agentes antimicrobianos
 FCS

Propriedades dos Antimicrobianos

TOXICIDADE SELETIVA – Capacidade de lesar o
microrganismo, sem ser tóxica para o hospedeiro.

As diferencas metabolicas e estruturais entre as celulas

bacterianas e as do hospedeiro garantem a toxicidade selectiva
dos antibioticos.
 Propriedades de um agente antimicrobiano
ideal

Seletivo e bactericida
Alcançar rapidamente o alvo, com boa distribuição no
local de infecção
Espectro estreito (para não afetar a flora saprófita)
Baixo nível tóxico e elevados níveis terapêuticos
Poucas reações adversas (seja de toxicidade ou alergia),
Várias vias de administração (p. ex: oral, IV IM)
Boa absorção
Não deve induzir resistências
Boa relação custo/eficácia
 Mecanismo de ação dos antimicrobianos

Inibição da síntese da parede celular ;

Inibição da síntese ou dano da membrana citoplasmática;

Inibição da síntese proteica nos ribossomas;

Alterações na síntese dos ácidos nucleicos;

Alteração de metabolismos celulares.

Mecanismo de accao dos antimicrobianos
 Outras drogas antibacterianas
Metronidazol – citotoxico para as bacteria.

Isoniazida e pirasinamida- inibe a sintese de acido micolico

(para micobacterias).

Etambutol- inibe a sintese de arabinogalactano (uma ponte

entre o ac. micolico e o peptideoglicano nas micobacterias).

Griseofulvina – inibe a mitose dos fungos.

Pentamidina- inibe a sintese de DNA em protozoarios e

fungos.
 Efeitos colaterais

Efeitos colaterais dos antimicrobianos são reacções

adversas a estas drogas envolvendo um ou mais órgãos ou
sistemas. Os mais comuns são:

Febre
Náuseas
Vômitos
Dor abdominal
Diarréia
 Resistência microbiana

Os microrganismos podem resistir aos

antimicrobianos atravez da adocao de
mecanismos que podem ter origem
genetica (cromossomica) e de origens não
genetica.
 Mecanismos de resistencia não
geneticos

• O estado inativo dos microrganismo pode torna-los

resistentes. Mas os seus descendentes sã susceptíveis;

• A perda de estruturas de ação especifica para alguns

medicamentos durante varias gerações .

• A Produção de enzimas (pelos microrganismos) que

destroem a droga activa;
 Cont.

• A troca da permeabilidade às drogas;

• O desenvolvimento de vias metabólicas

alternativas para as reações inibidas pelas drogas;

• Desenvolvimento de enzimas alteradas que

desempenha a mesma função que as enzimas nos
microrganismos susceptíveis.
 Mecanismos de resistencia
genéticos
Mutações – modificações do gene que codifica para
o alvo da droga.

Plasmídeos – codificam a síntese de enzimas que

podem degradar os antibióticos; é um dos
principais factores de resistencia.

Transposons – pode-se fixar no DNA bacteriano

codificando o gene para a resistência a antibióticos.
 3. Resistência cruzada
E a capacidade que um microrganismo possui de
resistir simultaneamente a dois ou mais farmacos
aplicados para sua eliminação ou controle.

geralmente acontece com drogas com estrutura

química semelhantes . ex. neomicina e kanamicina;

E cujo núcleo activo de medicamentos da mesma classe

é tão semelhante. Ex. tetraciclinas.
 4. Terrapia Combinada
É sempre melhor usar um e o melhor antibiótico para
tratar uma infeccao, portanto há casos que se torna
necessario combinar farmacos para alcancar melhores
resultados.

A terapêutica combinada é aplicada para:

• prevenir ou retardar o aparecimento de mutantes
resistentes;
• alcançar o sinergismo contra organismos resistentes;
• tratamento de urgência de infecções graves, antes que
o estudo de laboratório seja completado;
• As vezes em infecções mistas.
 Mecanismos da terapeutica
combinada

É fundamental o conhecimento dos farmacos a aplicar em

terrapia combinada. A terrapia cobinada pode resultar
em tres mecanismos diferentes:

1. efeito indiferente;
2. efeito sinergetico;
3. Efeito antagonico.

O objectivo da terrapia combinada é alcançar o

sinergismo.
 Mecanismos da terrapia combinada

1. Indiferente - o uso das duas drogas juntas não da um

resultado diferente do uso delas separadas.

2. Sinergética- o uso das duas drogas combinada da melhores

resultados que o uso delas separadas.

3.Antagônica – uma das drogas inibe a acção da outra levando a

resultados menos favoráveis.
 Profilaxia antimicrobiana
Os antibióticos podem ser aplicados para prevenir que a
doença ocorra- profilaxia antimicrobiana.

É principalmente usada em três circustancias:

• a) Previa a cirurgia. Ex: cefazolina para a prevenção da
infecção das feridas cirúrgicas por stafilococus.
• b) Em pacientes imunodeprimidos. Ex: pentamidina para
prevenção de pneumonia por pneumocistes em pacientes
com aids.
• c) Em pessoas imunocompetentes expostas a certos
patógenos. Ex: penicilina na prevenção da sífilis em
indivíduos expostos a T. palidium
 TESTE DE SENSIBILIDADE AOS
ANTIMICROBIANOS (antibiograma)
É o resultado de um exame laboratorial com o
objectivo de identificar a sensibilidade de uma
linhagem de bacterias isoladas contra diferentes
tipos de antibioticos.
 Importância do TSA

• Permite a identificação de estirpes resistentes a

determinados antibióticos;

• Permite a escolha eficaz de antibióticos para

determinados microrganismos;

• Facilita a determinação da dosagem mínima necessária

para a inibição ou eliminação (morte) de microrganismos;

• Permite limitar a progressão e disseminação de doenças

nas comunidades.
 Metodos usados para antibiograma

1.MÉTODOS DE DILUIÇÃO
utilizam-se meios de cultura líquidos e semi-sólidos
(gel), com concentrações crescentes de um certo
antibiótico. A cada meio adiciona-se a mesma
quantidade de inoculo, são incubados a 35ºC ou 37ºC
apos 18-24 horas observa-se onde ocorreu ou não o
crescimento bacteriano.

Avalia-se o MIC ou CMI a menor concentração da

droga que inibe o crescimento do microrganismo.
 Espectro de ação contra bactérias

CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA (CIM) – menor

concentração da droga capaz de inibir o crescimento bacteriano.

CONCENTRAÇÃO BACTERICIDA MÍNIMA (CBM) -

menor concentração da droga que inibe pelo menos 99,9% do
inóculo bacteriano.

PONTO CRÍTICO– É a concentração de uma droga que

alcança no soro, urina ou líquido cefaloraquidiano, após a
administração do agente, com fins terapêuticos.
 Cont.

Para alguns antibióticos pode-se avaliar o

CMB (concentração mínima bactericida) ou
seja a menor concentração de antibiótico
que mata 99,9% microrganismos.
 2. Métodos de difusão

utilizam-se meios de cultura sólidos em placas de

petri, a inocular com uma dada suspensão bacteriana
por espalhamento a superfície do meio, colocam-se
discos de papel impregnados com diferentes
antibióticos e leva-se a incubação a 35ºC ou 37ºC por
18-24 horas.
Medem-se os halos de inibição á volta dos discos. O
tamanho dos halos a volta dos discos medidos em
mm é traduzido em susceptibilidade (S) ou
resistência (R) ou intermedio (I).
Metodo de difusao
 Cont.

vários fatores podem influenciar o tamanho

do halo, para que isto não aconteça, esta
técnica tem de ser padronizada- medição da
espessura do meio de cultura, a densidade
do inoculo e a concentração de cada
antibiótico no disco. Ou opta-se pela técnica
de Kirby-Bauer, uma técnica idêntica mas
que usa padrões normalizados e qualificados
pela NCCLS ( national comittee for clinically
laboratory standard).
 3. Epsilon test ou
simplesmente E. test

consiste na aplicação de
uma tira plástica
impregnada com um
gradiente de antibióticos,
na placa contendo o inoculo
e observa-se o CMI pela
linha de interseção do
crescimento bacteriano
com a placa.
Um outro método importante é o
método cromogênico, determina
por exemplo se certas bactérias
produzem a enzima beta lactamase.

Consiste na adição de uma

suspensão de microrganismos a
uma droga beta lactámica corada e
observa-se. Se as bactérias
produzem a enzima beta lactamase,
ocorre a hidrolise do anel beta
lactámico da droga produzindo uma
coloração distinta da droga em 2 a
10 minutos. Tambem podem ser
impregnados discos com a droga
cromogênica.
 Antibiograma

• AULA PRATICA : TSA POR DIFUSAO