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O Cão na Literatura
5a. ed.
2022
São Paulo, Brasil
O Autor
O Cão na Literatura
5a. ed.
2022
São Paulo, Brasil
Sumário
I. À Guisa de Prefácio..................................................................................11
O Autor
II - O Cão na Poesia e na Literatura
“Lá jazia o cão Argos (...), mas ele percebeu que Ulisses estava ali
perto e, não podendo ir até o dono, sacudiu a cauda e abaixou as duas
orelhas. E o herói enxugou furtivamente uma lágrima...” (Homero,
Odisseia, liv. XVII, p. 284; trad. G.D. Leoni).
Bruno Seabra
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Carlos Biasotti
Ou:
“(...) e se tamanha desventura não vale tuas lágrimas, por qual outra causa
costumas tu vertê-las?” (Dante Alighieri, A Divina Comédia, 1886, p. 586; trad.
Joaquim Pinto de Campos; Imprensa Nacional; Lisboa).
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III. O Cão na Poesia
(*) Lebréu — Cão amestrado na caça das lebres. Cão de fila (cf. Caldas
Aulete, Dicionário, 2a. ed.; v. lebréu).
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(*) Rafeiro — Diz-se de certa casta de cães próprios para guardar gado (cf.
Caldas Aulete, Dicionário, 2a. ed.; v. rafeiro).
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Depois subitamente
o artista arremessou o cão na água fria.
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3. “Por que ler este livro com o fito de aprender a fazer amigos? Por
que não estudar a técnica do maior conquistador de amigos que o
mundo já conheceu? Quem é ele? Você pode encontrá-lo amanhã
descendo a rua. Quando estiver a uma distância de dez pés ele
começará a sacudir a cauda. Se você parar e lhe fizer mimos, ele
saltará sobre você para demontrar que o estima. E você sabe que atrás
desta demonstração de afeto não existem motivos escusos: ele não
deseja vender prédios, nem casar-se com você.
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Rex veio para casa com dois meses de idade, em 1930. Nessa
ocasião, eu estava com meus quinze anos.
Rex foi criado e educado por mim. Foi meu bom confidente,
meu companheiro de estudos, até meu quarto ano de faculdade. Foi
meu amigo certo, em minhas tristezas e alegrias.
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5. “Um dos meus amigos escolhidos era este cão, que eu tenho aos
pés. Todas as manhãs entrava ele na cadeia, quando se abriam as
portas, e saía espontaneamente ao toque da sineta. Nunca lá quis
pernoitar. Era o instinto do seu pulmão, que o levava a respirar de
noite o ar puro, e a voltar no dia seguinte, quando a atmosfera
circulava nos corredores infectos da cadeia” (Camilo Castelo
Branco, Memórias do Cárcere, 1927, vol. I, p. 72; Parceria
Antonio Maria Pereira – Livraria Editora; Lisboa).
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5. Adivinha:
12. “Preso por ter cão e por não ter cão, ser censurado por
motivos opostos” (ib.).
13. Frase: “Isto não há cão nem gato que o não saiba”
(Francisco Ferreira dos Santos Azevedo, Dicionário Analógico
da Língua Portuguesa, p. 233).
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14. “Preso por ter cão, preso por não ter cão — Significa este
adágio que quando se tem o propósito de perseguir ou condenar
alguém, quando a pena foi de antemão deliberada, qualquer motivo
que se invoque serve como justificativa. Foi o que, sem alusão a este
provérbio, demonstrou La Fontaine na fábula O Lobo e o Cordeiro.
O Conde d’Eu, marido da Princesa Isabel, escreveu, em carta à
Condessa de Barral, que os políticos brasileiros ora o condenavam por
se desinteressar dos negócios públicos, ora por se imiscuir neles. E dizia
ter sido preso por ter cão e por não ter cão...” (R. Magalhães Jr.,
Dicionário de Provérbios e Curiosidades, 1960, pp. 224-225;
Editora Cultrix; São Paulo).
17. “Em árabe a palavra cão é usada como insulto desde que, há
cerca de 1.350 anos, um cão latiu e alertou os inimigos de Maomé,
enquanto o fundador do islamismo se escondia deles numa caverna.
Ya, ibn kaib — Oh, filho do cão — é um desafio à luta, em árabe”
(Charles Berlitz, As Línguas do Mundo, 4a. ed., p. 66; trad.
Heloísa Gonçalves Barbosa; Editora Nova Fronteira; Rio de
Janeiro).
28. Bole o rabo o cão, não por ti, senão pelo pão.
34. “Canis canem non est”. Cão não come cão; (est = edit).
35. Guarda-te de homem que não fala e de cão que não ladra.
37. “Melior est canis vivus leone mortuo”. “Mais vale um cão vivo
do que um leão morto” (Bíblia Sagrada; Ecl 9,4; trad. Pe.
Antônio Pereira de Figueiredo).
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38. “Una domus non alit duos canes”. Uma só casa não alimenta
dois cães (apud Paulo Rónai, Não Perca o seu Latim, 8a. ed.,
p. 176).
40. “Dois cães ao mesmo osso raro estão de acordo” (Hall Caine, O
Filho Pródigo, 1926, p. 5; trad. Januário Leite; Lisboa).
42. “Roer os ossos fica bem só para cães” (Erasmo de Roterdã, “De
Pueris”, p. 144; trad. Luiz Feracine; Editora Escala; São
Paulo).
Lido algures:
13. “Nolite dare sanctum canibus”. Não deis aos cães o que
é santo (Mt 7,6).
“Um dos meus amigos escolhidos era este cão, que eu tenho aos
pés. Todas as manhãs entrava na cadeia, quando se abriam as
portas, e saía espontaneamente ao toque da sineta. Nunca lá quis
pernoitar. Era o instinto de seu pulmão, que o levava a respirar de
noite o ar puro, e a voltar no dia seguinte, quando a atmosfera
circulava nos corredores infectos da cadeia”.
O cão, porém, está numa fona, ladra, pula, quer com as patas
abrir a porta, mas nada consegue.
(*) “fibra; ligamento, músculo; nervo (...). A carne limpa de gordura e de osso, e que é
comestível” (Caldas Aulete, Dicionário, 2a. ed.; v. febra).
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22. “O cão sabe ser amigo. O homem pode não valer grande coisa.
Mas se ele sabe dar valor ao seu cão – mesmo com as deficiências e
limitações da amizade do homem – ele encontra no seu cão uma
fidelidade canina. Que tolera e perdoa os defeitos humanos, esquece
muito pontapé intempestivo do seu dono, e retribui com juros altos os
relativos bens que recebe. Ninguém como o cão sabe agradecer uma
simples lata de comida, geralmente restos da mesa. Ninguém, na sua
frente, ataca o seu dono. O cão se transforma. Parece um homem
enfurecido. Vira bicho. E bota para correr o assaltante” (Orígenes
Lessa, Confissões de um Vira-Lata, 4a. ed., p. 52; Edições de
Ouro).
(4) “Littera enim occidit, spiritus autem vivificat” (II Cor. 3,6).
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29. “O mais desgraçado dos homens é o que não tem sequer por si
o olhar compadecido de um cão” (Napoleão Mendes de Almeida,
Dicionário de Questões Vernáculas, 1981, p. 296; Editora
Caminho Suave Ltda.).
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(5) Barbatão – (Bras.) Rês que, criando-se nos matos, se tornou bravia (cf.
Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, 11a. ed.; v. barbatão; Editora
Civilização Brasileira; Rio de Janeiro).
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1. “Argos”, de Ulisses:
“Mas Buck não era cão caseiro, nem de canil. Todo aquele reino
lhe pertencia. Mergulhava no tanque de natação ou saía para caçar
com os filhos do Juiz; escoltava Mollie e Alice, filhas do Juiz, em
longos passeios à hora do crepúsculo ou de manhã cedo; nas noites de
inverno, deixava-se ficar aos pés do Juiz, diante do fogo crepitante da
lareira da biblioteca; carregava nas costas os netinhos do Juiz, ou
rolava com eles pela grama, e vigiava seus passos em arriscadas
aventuras junto à fonte, no terreno do estábulo e mesmo mais além,
onde se encontravam os haras e os canteiros de morangos” (Jack
London, As Vozes da Floresta, 1986, pp. 9-10; trad. Luiz
Roberto de Godoi Vidal; Clube do Livro; São Paulo).
“Joli sem demora percebeu que o diamante estava oculto sob o chapéu
de um dos bandidos. Ergueu-o com os dentes, e João Nariz,
deslumbrado, viu no chão o seu tesouro maravilhoso” (Monteiro
Lobato, O Garimpeiro do Rio das Garças, 1925, p. 36; Editora
Monteiro Lobato; São Paulo).
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“E esse aqui é Tilô. Bom dia, Tilô, bom dia! Ah, você brigou
um bocado na floresta, hein?” (Maurice Maeterlinck, O Pássaro
Azul, 1962, p. 239; trad. Carlos Drummond de Andrade;
Editora Delta; Rio de Janeiro).
18. “Pickles”.
(*) Galgo – “Cão pernalto e esguio, próprio para a caça de lebres” (cf. Pequeno
Dicionário Basileiro da Língua Portuguesa, 11a. ed.; v. galgo).
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“Eu sei o que é aquela moça! Ora trata-me de modo que eu vou
ao sétimo céu; ora é tal a sua indiferença que me atira ao inferno.
Hoje um sorriso, amanhã um gesto de desdém. Ralha-me de não
visitá-la; vou visitá-la, ocupa-se tanto de mim como de Ganimedes;
Ganimedes é o nome de um cãozinho felpudo que eu lhe dei.
Importa-se tanto comigo como com o cachorro... É de propósito. É um
enigma aquela moça” (Machado de Assis, Contos Fluminenses,
p. 255; H. Garnier, Livreiro-Editor; Rio de Janeiro).
Os dois líderes têm uma boa relação e uma série de acordos nos
setores de petróleo e armas. A raça da nova mascote de Chávez foi
desenvolvida na Rússia para guardar prisões do regime soviético e
ficou conhecida como cachorro de Stálin, em referência ao ex-ditador.
A prática é comum. O próprio Putin foi presenteado em janeiro com
um cão akita pelo então primeiro-ministro japonês, Koichiro Gemba”
(cf. O Estado de S. Paulo, 29.9.2012, p. 25).
Voto nº 10.384
Relator
É o relatório.
“Em face do novo Código, os uxoricidas passionais não terão favor algum,
salvo quando pratiquem o crime em exaltação emocional, ante a evidência da
infidelidade da esposa. O marido que surpreende a mulher e o tertius em flagrante ou
in ipsis rebus venereis (quer solus cum sola in eodem lecto, quer solus cum sola in
solitudine) e, num desvairo de cólera, elimina a vida de uma ou de outro, ou de ambos,
pode, sem dúvida alguma, invocar o § 1º do art. 121; mas aquele que, por simples
ciúme ou meras suspeitas, repete o gesto bárbaro e estúpido de Otelo, terá de sofrer a
pena inteira dos homicidas vulgares” (Comentários ao Código Penal, 1981, vol. V,
pp. 162-163; Editora Forense; Rio de Janeiro).
“Abolitio criminis. O art. 240 do Código Penal foi revogado pelo art. 5º
da Lei nº 11.106, de 28 de março de 2005. Em face disso, já não existe o crime
de adultério em nossa legislação penal” (Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 812;
Editora Saraiva).
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