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Definição – Via Aérea Difícil

Via Aérea Difícil – Definição a ´´ Situação clínica na qual o


profissional treinado tenha
Métodos Alternativos
dificuldade em intubar um paciente,
manter ventilação manual sob
máscara ou ambos``
Enf ª Neide Marcela Lucinio (Asa)
VII Encontro de Enfermagem Emergência
São José do Rio Preto
Abril/ 2007

Manejo Adequado da Via Aé


Aérea Difí
Difícil
Objetivos Principais Eventos Adversos
z Óbito
‰ Manter Oxigenação para evitar hipóxia
z Lesão Cerebral
‰ Integridade do Fluxo Aéreo
z PCR
‰ Reconhecer a gravidade do problema
z Traqueostomia desnecessária
‰ Observação atenta à Via Aérea
z Trauma à Via Aérea
‰ Ação com agilidade em tempo hábil
‰ Prevenir Eventos Adversos

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Classificaç
Classificação de Via Aé
Aérea Difí
Difícil Dificuldade de Ventilação

z Dificuldade de Ventilação
z Dificuldade de Laringoscopia - Ventilação é difícil quando não é possível,
z Dificuldade de Intubação para apenas um operador, manter a SpO2
acima de 90%, usando FiO2 de 100%.

ASA

Dificuldade de Ventilação Resposta à Hipoxemia


‰ Impossibilidades de Ventilação:

- Dificuldade para adaptação da máscara


- Dificuldade para manutenção de fluxo
- Obstrução de Via Aérea

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Dificuldade de Ventilação Reconhecimento
‰ Reconhecimento Objetivo:

Macroglossia

Presença de barba espessa Peso e Idade

Falta de dentição Trauma de face Hemorragias de vias aéreas e gástricas

Ações para Minimizar fatores de


Máscara com Tamanho Ideal
Risco

z Sempre avaliar fatores de risco antes


de considerar como Ventilação sob
Máscara Difícil!!!
Selecionar a máscara facial de tamanho indicado para o paciente e de preferência
transparente,para que melhor se visualize qualquer regurgitação. Um aspirador para
secreções deve estar sempre à mão e preparado para pronto uso.

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Posicionamento do Doente Utilizaç
Utilização de cânulas naso e orfarí
orfaríngeas

Para uma correta ventilação sob máscara facial, é indicado Inserir cânula nasofaríngea ou orofaríngea. Em certas situações as duas são
que o paciente seja colocado em posição olfativa. necessárias para uma boa ventilação.

Adaptação da Máscara

A máscara deve estar


adaptada na face do
doente em toda sua
extensão não
permitindo escape
de fluxo

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Abertura de Vias Aéreas Oxigênio Suplementar

Toda ventilação sob máscara deve


ser adaptada a oxigênio suplementar

Lembrar de manobras para realização de abertura de Vias aéreas

Dificuldade de Ventilação Dificuldade de Ventilação


‰Ventilação Difícil sob Máscara:
Rever:
O paciente está em posição olfativa ótima?
Esta posição pode ser melhorada?
As cânulas oro ou nasofaringea estão adequadas ou bem
locadas?
A adaptação está correta?
( aplicar gel ou cobertura plástica em pacientes com
barba,inserir compressas de gaze na região da
O Ideal é sempre ventilação máscara facial-balão com 2 operadores
bochecha, re-inserir próteses dentárias)

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Dificuldade de Laringoscopia Dificuldade de Laringoscopia

Impossibilidade de expor a glote com


‰ Prevenção:
laringoscopia direta

z Operador experiente
z Ausência de hipertonia muscular
z Posicionamento e técnica adequada
z Preparo e reconhecimento de materiais
alternativos para possíveis complicações
ASA

Dificuldade de Laringoscopia Dificuldade de Laringoscopia


‰ Reconhecimento:
Classificação de Visão Laringoscópica

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Dificuldade de Laringoscopia

‰ Ações:

z Checagem do material
z Lâmina do tamanho e tipo adequado
z Posição olfativa correta
z Uso correto de coxins
z Compressão laríngea externa

Alinhamento dos Eixos


Oral, Faríngeo e Laríngeo

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Dificuldade de Intubação
Compressão Laríngea
Externa Mais de 3 tentativas ou duração superior
a 10 minutos para o correto
posicionamento do tubo traqueal,
Suave Deslocamento para trás e algo utilizando a laringoscopia direta.
para cima da cartilagem tireóide, osso
hióide e/ou cartilagem cricóide

ASA

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Dificuldade de Intubação Dificuldade de Intubação
Intubação adequada:
Lembrando que antes de considerar
- Posição e laringoscopia
que é uma Intubação Difícil, verificar direta adequadas
se o operador tem experiência e todo - Lamina de
material está sendo adequado!!! laringoscópio correta
- Cânulas Endotraqueais
apropriadas
- Técnica de Intubação
correta

Dificuldade de Intubação Sinais Indicativos- Propedêutica


Classificação de Mallampati

Intubação traqueal de emergência

I II III IV

via aérea difícil


avaliação

PCR em mais de 1% dos casos


mobilidade atlanto - occipital

Mort 1994

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Opções de Acesso a
Algoritmo VAD
Via aérea Difícil
Não Reconhecida
Não Ventilo e Não
Emergência!
Intubo!!!

Máscara Laríngea

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História Máscara Laríngea
z É um tubo semicurvo,
que se inicia em um
conector padrão de 15
mm e termina em uma
pequena máscara
com um suporte
periférico inflável, que
forma uma vedação à
volta da entrada
laríngea.

Máscara Larí
Laríngea

‰ MÁSCARA LARÍNGEA:
- Dispositivo supra glótico
para ventilação pulmonar
- Dispensa laringoscopia, além
da rapidez no acesso e
controle da via aérea
- Acomoda-se na hipofaringe,
sobrepondo a laringe com
uma câmara inflavel, ocluindo
esôfago

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Inicialmente utilizado eletivamente em
pequenas cirurgias pelos anestesistas

Imediatamente antes do uso, desinfle totalmente o manguito


da ML contra
uma superfície plana, procurando sempre manter suas bordas
Posteriormente na emergência, lisas e com formato uniforme (cuidado para não formar
método alternativo para VAD dobras).

Posicione a cabeça e o pescoço como para uma intubação


Lubrifique a face posterior da ML com geléia neutra hidrossolúvel endotraqueal.
ou anestésica (Lidocaína). Em alguns casos, um pequeno coxim sob a cabeça facilita estas
manobras.

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Ainda segurando como se fosse uma caneta, com o dedo indicador na
Segure a ML como se fosse uma caneta. junção do manguito
Com o dedo indicador na junção do manguito e o tubo. e o tubo, pressione sua ponta contra o pálato duro, assegurando que o
Mantenha o pescoço fletido e a cabeça estendida com uma mão, enquanto que coxim esteja
com a outra, aplanado sobre o pálato e sua ponta não esteja dobrada, antes de se
inicie a passagem da ML, com sua abertura dirigida para FRENTE e o dorso introduzir mais a ML.
contra os Neste momento, a ML deverá estar quase paralela em relação ao paciente.
dentes incisivos do paciente. É normal que a mandíbula se desloca anteriormente apenas com o
Nesta posição, estando a ML corretamente alinhada, deve se observar uma movimento de báscula
linha preta ao longo da cabeça, expondo a cavidade oral. Se necessário, uma tração anterior
do tubo, indicando o lado posterior (convexo) da ML. complementar
Esta linha serve de ponto de referência e aponta sempre em direção ao nariz da mandíbula pelo próprio anestesista ou assistente, pode facilitar a
do paciente. passagem da ML.

Com o dedo indicador ainda mantendo pressão contra o pálato, empurre a ML seguir, sem deslocar a ML de posição, use a mão livre para segurar
para baixo, o tubo, enquanto que simultaneamente, retire o dedo indicador da
de preferência em um único movimento rápido e confiante. cavidade oral do paciente.
Durante este avanço, a pressão da ML tangenciando o pálato e a parede Ao mesmo tempo, introduza ainda mais a ML, preferencialmente
faríngea, com um movimento único,
deve ser conservada, evitando contato da ponta da ML com a epiglote, o que até que se sinta uma resistência elástica.
poderia traumatizá-la. Neste ponto, a ML deverá estar corretamente posicionada, com seu
Deve-se buscar com esta manobra, inserir a ML o mais profundamente extremo pressionando
possível na hipofaringe. o esfíncter esofágico superior.

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Solte a ML, deixando-a totalmente livre.
Infle o manguito com a quantidade de ar recomendada para cada modelo

ML Anatômica

Máscara Larí
Laríngea

ML ML
Convencional Siliconada
PVC ML DE INTUBAÇÃO ( ´´FASTRACH``)

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Máscara Laríngea

ML com tubo de drenagem gástrica – Pro Seal

ML na Emergência ML na Emergência
Vantagens: O uso da Mascara Laríngea (ML) na
- Relativa facilidade na inserção emergência foi primeiramente
descrito por Brain em 1984 , mas um
- Ausência de risco de intubação protótipo de ML foi utilizado pela
esofágica ou bronquial. primeira vez (Londres, 1983) por uma
- Menos reflexógenas- melhor tolerada enfermeira na unidade de terapia
intensiva do Hospital St. Andrews
para ressuscitar um paciente que
sofreu uma parada cardíaca.

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ML na Emergência ML na Emergência
Três estudos demonstraram que profissionais sem No trabalho de Hayes e McCarrol, rofissionais da saúde não
treinamento inserem a ML mais rapidamente e anestesistas obtiveram sucesso na primeira inserção da
com maior confiabilidade do que um tubo ML com intervalo de tempo de 25 segundos em 80% dos
casos, e que a ventilação era superior ao sistema mascara
traqueal 8,9 e dois estudos indicaram que a ML facial/balão.
proporciona melhor ventilação do que o conjunto
máscara facial e balão autoinflável. Grenthan e colaboradores treinaram 30 profissionais de
equipe de ambulância no uso da ML e 233 inserções
Pennant e Walker mostraram que a média de foram realizadas em um período de 12 meses. A ML
proporcionou via aérea efetiva em 90% dos pacientes com
tempo para se conseguir uma adequada nível de coma suficiente para comprometer a
ventilação foi de 38 segundos com a ML e 88 permeabilidade da via aérea.
segundos com o tubo traqueal

ML na Emergência ML na Emergência
Um estudo multicêntrico demonstrou que depois de um A ML já tem seu papel bem definido nas situações de via
programa de treinamento,enfermeiras obtiveram expansão aérea difícil, sendo considerada a primeira escolha nos
torácica satisfatória com a ML em 86% dos casos durante casos “não intubo-não ventilo”. Myles publicou um caso de
RCP. impossibilidade de intubação traqueal no qual a ML foi um
dispositivo salva vidas e facilitou a subseqüente
O Ministério da Saúde japonês aprovou o uso da ML por traqueostomia percutânea.
paramédicos, durante a RCP, em fevereiro de 1992 e o
primeiro simpósio mundial de ML no atendimento Muitos autores consideram que a ML deva ser a opção de
préhospitalar ocorreu em maio de 1993. Em 1996, a ML foi preferência em relação à cricotireoidostomia de
incluída no protocolo do European Resuscitation Council emergência, a qual é tecnicamente mais difícil, um
para o controle de via aérea e ventilação durante a procedimento mais demorado e é associado a índice de
ressuscitação sobrevivência menor que 50%

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ML na Emergência ML na Emergência
Na Austrália e Japão a Máscara Laríngea já é usada O risco de aspiração e a dificuldade de
regularmente pelas equipes de ambulância no atendimento
pré-hospitalar. É possível que a ML tenha seu papel na se alcançar altas pressões de
sala de emergência nos casos suspeitos de trauma cervical, ventilação são relativamente
pois pode ser inserida com a cabeça na posição neutra.
indefinidas nestes pacientes. Estas
Aye e Milne publicaram um trabalho com uso de ML, no limitações indicam que a ML deve
departamento de emergência, proporcionando suporte ser um dispositivo temporário e não
ventilatório temporário em uma paciente com trauma,
obesa, micrognata, pescoço curto e com sangramento um substituto para o tubo traqueal
nasofaringeo. (TT).

ML na Emergência
Lições que podemos tirar dos estudos multicêntricos:
1. enfermeiros podem ser treinados para a inserção da ML e se tornam
entusiastas,
2. é essencial organizar um programa de treinamento,
3. não deve ser permitido o uso da ML por pessoal não treinado,
4. tempo significativo pode ser salvo para se iniciar uma ventilação
Combitube
efetiva quando
a ML é utilizada por enfermeiros em RCP no ambiente intra-hospitalar,
5. a ML é um substituto da máscara facial, não do tubo traqueal. Assim
que houver profissional habilitado para a intubação traqueal, decidir
se a ML será substituída pelo TT.
6. a freqüência de intubação difícil é maior após parada
cardiorespiratória do que na sala cirúrgica.

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Combitube Combitube
‰ Combitube:
- Dispositivo de ventilação
com dois lúmens, para situação
emergencial de via aérea difícil,
para intubação às cegas
- Lúmen azul – semelhante ao
obturador esofágico
- Lúmen branco para ventilação
com abertura convencional
- Ventila indiferente da posição
adotada
- Adota posicionamento esofágico
em 94% dos casos, podendo
mesmo assim ser ventilado

37F para pacientes de 1,40 a 1,80m de altura


41F para pacientes acima de 1,80m

Manobra de Urtubia
O paciente deve ser posicionado
em decúbito dorsal horizontal com pescoço em posição neutra (não
olfativa).
O operador se coloca ao lado da cabeça, com o polegar na orofaringe
pinçando a língua contra a mandíbula e abrindo a boca o máximo
possível.
Segurar o Combitube entre os 2 balonetes por alguns segundos

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Inserir às cegas o Combitube até que a marca de referência esteja Testar a ventilação no lúmen azul, mais longo (cuja
alinhada com os dentes incisivos. extremidade distal termina em fundo cego). Se a ausculta
Insuflar o balonete proximal (orofaríngeo) com 40 a 85ml para o pulmonar for positiva, é sinal que o Combitube ganhou posição
tamanho 37F e 40 a 100ml no 41F, selando as cavidades oral e nasal. esofágica, o que ocorre em 94 a 99% das vezes.
A seguir, o balonete distal é insuflado com 5 a 12ml para o Combitube Se os sons pulmonares não forem audíveis, provavelmente o
37F e 5 a 15 ml, para o 41F. Combitube ganhou posição traqueal.

Combitube

Se ventilando pelo lúmen azul, a ausculta de sons pulmonares


for negativa e apresentar distensão gástrica, o Combitube
ganhou posição traqueal.
Neste caso, conectar o sistema de ventilação ao lúmen
transparente, mais curto, e manter a ventilação como um tubo
traqueal convencional.

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Combitube

z As contra-indicações são:
1) pacientes com altura abaixo de 1,40m;
2) reflexos laríngeos presentes;
3) patologia esofagiana conhecida
(neoplasia, varizes, estenose e trauma);
4) ingestão de substâncias cáusticas

Via Aérea Cirurgica Crico por Punção

ACESSO CIRÚRGICO: CRICOTIREOIDOTOMIA POR


CRICOTIREOIDOTOMIA PUNÇÃO PERCUTÂNEA, COM
VENTILAÇÃO A JATO

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Ventilação à Jato Transtraqueal

z A ventilação a jato transtraqueal é realizada a


partir de uma cricotireoidostomia feita com
cateter especial ou cateter venoso.

Não tenho ventilador à Jato!!! Porque os Erros Acontecem????

- Falha em reconhecer a gravidade do


problema
- A não observação atenta das aéreas
- Não agir corretamente em tempo hábil

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neidemarcela@yahoo.com.br

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