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Direito Tributário – Teoria e Exercícios AFRF (ESAF)

Aula 02 – Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar


Prof. Alberto Macedo

Aula 02

Direito Tributário

Professor: Alberto Macedo

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Direito Tributário – Teoria e Exercícios AFRF (ESAF)
Aula 02 – Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar
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Conteúdo

0. O TEMA “LIMITAÇÃO CONSTITUCIONAL AO PODER DE TRIBUTAR”


NOS ÚLTIMOS 10 ANOS NA ESAF ......................................................... 5

1. LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR – U, E, DF, M ......................... 5

1.1. Princípio da Legalidade Tributária ..................................................... 5


1.2. Princípio da Isonomia Tributária ......................................................15
1.3. Princípio da Capacidade Contributiva ...............................................26
1.4. Princípio da Irretroatividade............................................................35
1.5. Princípio da Anterioridade ...............................................................42
1.6. Princípio do Não-Confisco ...............................................................57
1.7. Princípio da Não-Limitação ao Tráfego de Pessoas ou Bens .................65

2. LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR – UNIÃO ............................. 66

2.1. Princípio da Uniformidade Geográfica da Tributação ...........................66


2.2. Princípio da Uniformidade na Tributação da Renda .............................69
2.3. Princípio da Vedação à Isenção Heterônoma (ou Heterotópica) ...........70

3. LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR – E, DF, M ........................... 72

3.1. Princípio da Não Discriminação Tributária Baseada em Procedência ou


Destino .........................................................................................72

4. IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS ........................................................... 77

4.1. Distinção entre Imunidade Tributária e Outras Figuras .......................77


4.2. Imunidade Recíproca .....................................................................83
4.3. Imunidade Religiosa .................................................................... 106
4.4. Imunidade dos Partidos Políticos, Sindicatos dos Trabalhadores e
Instituições de Educação e Assistência Social Sem Fins Lucrativos ..... 109

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4.5. Imunidade de Livros, Jornais, Periódicos e o Papel Destinado a Sua


Impressão................................................................................... 124
4.6. Imunidade para Fonogramas e Videofonogramas Musicais Brasileiros 131
4.7. Imunidades Específicas de Impostos .............................................. 134
4.8. Imunidades Específicas de Taxas ................................................... 140
4.9. Imunidades Específicas de Contribuições ........................................ 140
4.10. Imunidade da Energia Elétrica, Serviços de Telecomunicações,
Derivados de Petróleo, Combustíveis e Minerais ............................... 145
4.11. Imunidade na Transferência de Imóveis Desapropriados para Reforma
Agrária ....................................................................................... 145

5. OUTROS ASPECTOS DAS LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR ... 151

5.1. Esclarecimento aos Consumidores ................................................. 151


5.2. Isenção etc. Só por Lei Específica .................................................. 152
5.3. Substituição Tributária para Frente – Fato Gerador Presumido .......... 153

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Segue um panorama do tema Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar.

Princípios Tributários
(art.150, I a V; 150, §1º)
U, E, DF, M
(art.150)
Imunidades Tributárias
(art.150, VI; 150, §2º ao §4º)

Uniformidade Geográfica da
Tributação (inciso I)

União Igualdade na Tributação da Renda


(art.151) (Inciso II)

Limitações Vedação à Isenção Heterônoma


Constitucionais ao (Inciso III)
Poder de Tributar

E, DF e M Não-Discriminação Tributária em
(art.152) Razão de Procedência ou Destino

Esclarecimento aos Consumidores


(art.150, §5º)

Outros Aspectos Isenção etc Só por Lei Específica


das Limitações (art.150, §6º)

Substituição Tributária para Frente


(art.150, §7º)

Observação: Há outros princípios tributários que não estão elencados nesses três artigos.

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0. O TEMA “LIMITAÇÃO CONSTITUCIONAL AO PODER DE TRIBUTAR”


NOS ÚLTIMOS 10 ANOS NA ESAF
Levantei 28 (vinte e oito) concursos da ESAF em que caiu a disciplina Direito
Tributário de 2006 a 2016. Nesses, o tema “Limitações Constitucionais ao
Poder de Tributar” respondeu por 11,8% das questões, ou seja, uma grande
frequência em concursos da ESAF.

Com essa média, das 12 aulas de Direito Tributário, esta aula fica em segundo
lugar, dos temas que mais têm caído. Portanto, muita atenção com ele!

1. LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR – U, E, DF, M

1.1. Princípio da Legalidade Tributária

Para o tributo poder ser exigido, tem que ser instituído por lei.

Assim dispõe o art.5º, II, CF88:

Art.5º, II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma


coisa senão em virtude de lei;

Mas a CF88 ainda reforça isso, quanto aos tributos, no Capítulo “Sistema
Tributário Nacional”:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte,


é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;

Alguns doutrinadores chamam:


Art.5º, II, CF88, de Princípio da Legalidade;
Art.150, I, CF88, de Princípio da Legalidade Estrita.

Mas essa lei que exige ou aumenta tributo deve ser lei ordinária ou lei
complementar? Vejamos no quadro abaixo:

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Tributo Instituição por


Impostos já previstos na CF88 (arts.153, Lei Ordinária
155 e 156)
Taxas (art.145, II) Lei Ordinária
Contribuições de Melhoria (art.145, III) Lei Ordinária
Contribuições Sociais/Especiais da União Lei Ordinária
(arts.149; 195; 212, §5º e 240)
Contribuições para Previdência Social dos Lei Ordinária
Servidores dos Estados, do Distrito Federal
ou dos Municípios (art.149, §1º)
COSIP (art.149-A) Lei Ordinária
Impostos Extraordinários (art.154, II) Lei Ordinária
Novos Impostos (art.154, I) Lei Complementar
Novas Contribuições (art.195, §4º) Lei Complementar
Empréstimos Compulsórios Lei Complementar

ATENÇÃO 1 – IMPOSTO SOBRE GRANDES FORTUNAS


O art.153, VII, CF88, diz que compete à União instituir impostos sobre grandes
fortunas, nos termos de lei complementar.

A discussão na doutrina é: O “nos termos” não deixa claro se é a lei


complementar que tem que criar, ou se ela estabelece somente as normas
gerais do IGF, podendo ele ser criado por lei ordinária.

Na banca da ESAF, esse ponto específico só caiu uma vez (de meu
conhecimento), na prova para Técnico da Receita Federal (2002.2). Era uma
alternativa que dizia assim: “A instituição do Imposto sobre grandes fortunas
dependerá de lei complementar e de resolução do Senado, fixando as alíquotas
mínima e máxima”.

Essa alternativa foi considerada errada (se bem que a questão foi anulada por
outros motivos), mas a certeza do erro só vem por causa da “resolução do
Senado, fixando as alíquotas mínima e máxima”, que inexiste para fins de IGF.

Repare que se só tivesse o “dependerá de lei complementar” estaria correta,


independentemente de entendermos que precisa de lei complementar para
instituir ou para estabelecer normas gerais.

Minha opinião: como há discordância na própria doutrina, penso que a banca


só porá alternativa dessa forma, que dependerá de lei complementar, e aí
estará certo com certeza.

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ATENÇÃO 2 – MEDIDA PROVISÓRIA


Tributo que pode ser instituído por lei ordinária (lei complementar não),
também pode ser instituído por Medida Provisória, se houver relevância e
urgência.

É o que prevê a CF88 em seu art.62, §1º, III:

Art.62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República


poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo
submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
§1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
III - reservada a lei complementar;

Dessa forma, todo e qualquer tributo tem que ser instituído por lei, sem
exceção.

1.1.1. Instituição de Tributo


E o que é INSTITUIR (= CRIAR) o tributo?

É criar:
(i) o Fato Gerador do tributo
(ii) o Sujeito Passivo do tributo
(iii) a Base de Cálculo do tributo
(iv) a Alíquota do tributo

Pelo art.97, CTN, além desses 4 elementos, também tem que ser estabelecido
por lei:

I - a instituição ou extinção de tributos;


II - a majoração ou redução de tributos;
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a
seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários,
ou de dispensa ou redução de penalidades.

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Resumindo, em relação a tributos, temos, obedecendo ao Princípio da


Legalidade:

Instituição Extinção
Majoração Redução
Fato gerador da obrigação principal
(fato gerador da obrigação acessória pode ser por legislação)
Sujeito Passivo
Alíquota e
Base de Cálculo
Cominação Dispensa ou Redução
de Penalidades de Penalidades
Extinção, Suspensão ou Exclusão do Crédito Tributário

ATENÇÃO 1:
Pelos arts.114 e 115, CTN:
Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em
lei como necessária e suficiente à sua ocorrência.

Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação


que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção
de ato que não configure obrigação principal.

O termo “legislação” é mais amplo que “lei”. Legislação abrange lei, tratado,
decreto, portaria, instrução normativa etc.

Então:

Fato gerador da Obrigação PRINCIPAL LEI



Fato gerador da Obrigação ACESSÓRIA LEGISLAÇÃO

ATENÇÃO 2: Em relação a BASE DE CÁLCULO:

Modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais


oneroso
=
majoração do tributo

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Atualização do valor monetário da base de cálculo


NÃO É majoração de tributo

Para esse ponto, em relação ao IPTU, há a Súmula 160, STJ:

É defeso, ao município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em


percentual superior ao índice oficial de correção monetária.

E também, no STF, o RE 648.245 RG, de 2013, julgado em Repercussão Geral.

ATENÇÃO 3: Definição de PRAZO PARA RECOLHIMENTO pode ser por


instrumento infralegal (por legislação). [RE 172.394 SP, RE 195.218 MG]

1.1.2. Exceções ao Princípio da Legalidade

Apesar de não haver exceção ao princípio da legalidade no que tange à


instituição de tributo por lei, há exceção a esse princípio quanto à
alteração de alíquotas.

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Abaixo, os tributos em que há exceção ao princípio da legalidade para a


Alteração ou Redução e Restabelecimento de alíquotas:

Alteração ou Redução Dispositivo


Tributo Por
e Restabelecimento? normativo
II, IE, IPI e IOF Alteração Art.153, §1º, CF88 Ato do Poder
Executivo
CIDE Combustíveis Redução e Art.177, §4º, I, ‘b’, Ato do Poder
Restabelecimento CF88 Executivo
ICMS Monofásico Definição, Redução e Art.155, §4º, IV, ‘c’, Convênios CONFAZ
Combustíveis Restabelecimento CF88 c/c entre Estados e
LC nº 24/1975 Distrito Federal

OBSERVAÇÃO 1: CONFAZ – Conselho Nacional de Política Fazendária é o


órgão composto pelos representantes dos Estados e do Distrito Federal em que
esses celebram e ratificam convênios concedendo isenções, incentivos e
benefícios fiscais.

OBSERVAÇÃO 2:
Na “alteração”, o Executivo, atendidas as condições e os limites
estabelecidos em lei, mexe nas alíquotas como achar melhor.

Já na “redução e restabelecimento”, o Executivo (ou CONFAZ) pode


somente reduzir a alíquota, e depois retorná-la ao patamar inicial. Mais
que isso, tem que ser por lei.

Na “definição, redução e restabelecimento” do ICMS Monofásico


Combustíveis, o CONFAZ pode não somente reduzir a alíquota, e depois
retorná-la ao patamar inicial, mas também defini-la, não necessitando
de lei para tal.

1.1.3. Princípio da Legalidade no STF

1.1.3.1. Base de Cálculo de Contribuição Social obedece ao Princípio da


Legalidade

Base de cálculo da Contribuição social incidente sobre as remunerações


ou retribuições pagas ou creditadas a transportador autônomo em
contrapartida pelo frete, carreto ou transporte de passageiros,
realizado por conta própria, prevista no art. 22, III, da Lei n. 8.212/91:

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“TRIBUTO – BASE DE INCIDÊNCIA – PRINCÍPIO DA LEGALIDADE


ESTRITA. A fixação da base de incidência da contribuição social alusiva
ao frete submete-se ao princípio da legalidade.
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – FRETE – BASE DE INCIDÊNCIA – PORTARIA –
MAJORAÇÃO. Surge conflitante com a Carta da República majorar
mediante portaria [do Ministério da Previdência e Assistência Social –
MPAS] a base de incidência da contribuição social relativa ao frete.” (RMS
25.476, Relator para o Acórdão Min. Marco Aurélio, julgamento
22.05.2013, Plenário, DJE de 26.05.2014).

1.1.3.2. Tribunal de Justiça Não Pode Instituir Emolulmentos


Cartorários (Taxas Judiciárias), Mas Somente a Lei

A instituição dos emolumentos cartorários pelo Tribunal de Justiça


afronta o princípio da reserva legal. Somente a lei pode criar, majorar ou
reduzir os valores das taxas judiciárias. (ADI 1.709, de 2000).

1.1.3.3. Contribuições Anuais dos Conselhos de Fiscalização


Profissional – Por Sua Natureza Tributária, Obedecem ao Princípio da
Legalidade

ARE 640937 AgR-segundo PR, de 2011:


AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO.
CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO
PROFISSIONAL. CONTRIBUIÇÕES ANUAIS. NATUREZA TRIBUTÁRIA.
OBSERVÂNCIA AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA. AGRAVO
IMPROVIDO. I – As contribuições anualmente devidas aos
conselhos de fiscalização profissional possuem natureza
tributária e, desse modo, sujeitam-se ao princípio da legalidade
tributária, previsto no art. 150, I, da Lei Maior. II – O Plenário desta
Corte, no julgamento da ADI 1.717/DF, Rel. Min. Sidney Sanches,
declarou a inconstitucionalidade de dispositivo legal que autorizava os
conselhos de fiscalização profissional a fixar suas contribuições anuais.
III – Agravo regimental improvido.

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1.1.3.4. Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), Cobrada Pelos


CREA’s, Tem Natureza Jurídica de Taxa – Necessária a Obediência ao
Princípio da Legalidade

“O Tribunal reconheceu a existência de repercussão geral da matéria


debatida nos presentes autos, para reafirmar a jurisprudência desta
Corte, no sentido de que a Anotação de Responsabilidade Técnica,
instituída pela Lei 6.496/1977, cobrada pelos Conselhos Regionais de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia, tem natureza jurídica de taxa,
sendo, portanto, necessária a observância do princípio da legalidade
tributária previsto no art. 150, I, da Constituição. Em consequência,
conheceu do recurso extraordinário, desde já, mas lhe negou
provimento”. (ARE 748.445, de 2013).

1.1.3.5. Recolhimento do Tributo por Estimativa, Considerado o Mês


Anterior, Deve Ocorrer Mediante Lei no Sentido Formal e Material,
Descabendo, para tal Fim, a Edição de Decreto

Cia de Eletricidade do Rio de Janeiro reclamou da cobrança de ICMS sobre


energia elétrica por meio de estimativa definida por decreto, o que deveria ser
por lei. O STF acolheu o pleito:

RE 632.265 RJ, de 2015:


TRIBUTO – PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. A exigibilidade de tributo
pressupõe lei que o estabeleça – artigo 150 da Constituição Federal.
ICMS – REGIME DE APURAÇÃO – ESTIMATIVA – DECRETO –
IMPROPRIEDADE. A criação de nova maneira de recolhimento do tributo,
partindo-se de estimativa considerado o mês anterior, deve ocorrer
mediante lei no sentido formal e material, descabendo, para tal fim, a
edição de decreto, a revelar o extravasamento do poder regulamentador
do Executivo.

01- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL – Tributário e Aduana


2005 ESAF) Ainda que atendidas as condições e os limites estabelecidos em
lei, é vedado ao Poder Executivo alterar as alíquotas do imposto sobre
(A) importação de produtos estrangeiros.
(B) exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados.

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(C) propriedade territorial rural.


(D) operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores
mobiliários.
(E) produtos industrializados.

Resolução

Analisando as alternativas da questão acima, o único imposto que não


pode ter suas alíquotas alteradas pelo Poder Executivo é o ITR.

GABARITO: C

Com as questões abaixo, fica claro que é do gosto da banca da ESAF não o
princípio da legalidade em si, mas sim as exceções a esse princípio. Vejamos.

02- (ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO - APO 2008 ESAF) A


competência tributária, assim entendida como o poder que os entes políticos –
União, Estados-Membros, Distrito Federal e Municípios – têm para instituir
tributos, não é ilimitada. Ao contrário, encontra limites na Constituição Federal,
entre os quais destacamos o princípio da legalidade tributária, segundo o qual
nenhum tributo poderá ser instituído ou majorado a não ser por lei. Porém, a
própria Constituição Federal excetua da obrigatoriedade de ser majorados
por lei (podendo sê-lo por ato do Poder Executivo) alguns tributos. São
exemplos desses tributos:
(A) imposto sobre renda e proventos / imposto sobre importação de produtos
estrangeiros / contribuição para o PIS/PASEP.
(B) imposto sobre produtos industrializados / CIDE combustível / contribuição
para o PIS/PASEP.
(C) imposto sobre importação de produtos estrangeiros / imposto sobre
exportação de produtos nacionais ou nacionalizados / imposto sobre renda e
proventos.
(D) CIDE combustível / imposto sobre produtos industrializados / imposto
sobre operações de crédito, câmbio e seguros.
(E) contribuição para o PIS/PASEP / imposto sobre operações de crédito,
câmbio e seguros/ imposto sobre produtos industrializados.

Resolução

Reparem que a questão fala em exceção à majoração, e não à instituição.

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ALTERNATIVA “A)”: o imposto sobre renda e proventos (IR) e a contribuição


para o PIS/PASEP devem ser majorados por lei ordinária. ERRADA.

ALTERNATIVA “B)”: a contribuição para o PIS/PASEP deve ser majorada por lei
ordinária. ERRADA.

ALTERNATIVA “C)”: o imposto sobre renda e proventos (IR) deve ser majorado
por lei ordinária. ERRADA.

ALTERNATIVA “D)”: O imposto sobre produtos industrializados (IPI) e o


imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguros (IOF) podem ter suas
alíquotas majoradas por ato do Poder Executivo. A CIDE combustível pode ter
sua alíquota restabelecida, depois de reduzida, por ato do Poder Executivo.
Mas, como não há outra alternativa melhor (tributo com possibilidade de
majoração independentemente de prévia redução), considera-se aqui que a
questão pressupôs que ela teve sua alíquota previamente reduzida para depois
ser majorada por ato do Poder Executivo. CORRETA.

ALTERNATIVA “E)”: a contribuição para o PIS/PASEP deve ser majorada por lei
ordinária. ERRADA.

GABARITO: D

03- (ANALISTA JURÍDICO SEFAZ-CE 2006 ESAF) O princípio constitucional


da legalidade preceitua que a instituição ou a majoração de tributos deverá ser
estabelecida por lei. Com relação à majoração de alíquotas, porém, a
própria Constituição Federal prevê que alguns tributos poderão tê-la por meio
de decreto presidencial. Entre estes, não se inclui:
(A) Imposto de Importação.
(B) Imposto Territorial Rural.
(C) Imposto sobre Operações Financeiras.
(D) Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico Sobre Combustíveis.
(E) Imposto Sobre Produtos Industrializados.

Resolução

ALTERNATIVA “A)”: II, IE, IPI, IOF – pode a majoração de alíquotas por
decreto presidencial (Art.153, §1º).

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ALTERNATIVA “B)”: ITR – só se pode majorar alíquota por lei.

ALTERNATIVA “C)”: II, IE, IPI, IOF – pode a majoração de alíquotas por
decreto presidencial (Art.153, §1º).

ALTERNATIVA “D)”: CIDE Combustível – pode redução e restabelecimento de


alíquota por ato do Poder Executivo (Art.177, §4º, I, ‘b’, CF88).

ALTERNATIVA “E)”: II, IE, IPI, IOF– pode a majoração de alíquotas por decreto
presidencial (Art.153, §1º).

GABARITO: B

04- (ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE EXTERNO TCU 2000 ESAF)


As disposições da Lei de Responsabilidade Fiscal relativas à renúncia de receita
não são aplicáveis à alteração de alíquotas, na forma do § 1o do art. 153 da
Constituição, do imposto sobre:
(A) renda e proventos de qualquer natureza
(B) produtos industrializados
(C) transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos
(D) propriedade territorial rural
(E) ganhos de capital

Resolução

Prevê o art.153, §1º:


§ 1º - É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os
limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos
enumerados nos incisos I, II, IV e V. [Respectivamente, nesses incisos:
II, IE, IPI, IOF].

GABARITO: B

1.2. Princípio da Isonomia Tributária

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O Princípio da Isonomia consiste em:

TRATAR IGUALMENTE AQUELES QUE SE ENCONTREM NA MESMA SITUAÇÃO


e
TRATAR DESIGUALMENTE AQUELES QUE SE ENCONTREM EM SITUAÇÕES DESIGUAIS, NA
MEDIDA DE SUAS DESIGUALDADES

Prevê o art.150, II:


Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte,
é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (…)
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se
encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em
razão de ocupação profissional ou função por eles exercida,
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos,
títulos ou direitos; [...]

Obviamente, se a CF88 veda o tratamento desigual entre contribuintes que se


encontrem em situação equivalente, a contrário senso, determina um
tratamento tributário desigual entre aqueles que se encontrem em situações
notoriamente distintas.

A própria CF88 traz exceções fundadas em justificativas relevantes,


notadamente de relevante interesse público.

Exemplo:
Vejamos a parte final do art.151, I:
Art. 151. É vedado à União:
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou
que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito
Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão
de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do
desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do
País.

Ou seja, promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as


diferentes regiões do País é uma justificativa relevante para se conceder um
benefício fiscal sobre atividade econômica para determinada região do País.

Outro exemplo é o art.179:

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Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte,
assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a
incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas,
tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução
destas por meio de lei.

Essa justificativa foi reforçada com a EC 42/2003, que incluiu a alínea ‘d’ ao
inciso III do art.146, CF88, ficando assim o texto:
Art. 146. Cabe à lei complementar: [...]
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária,
especialmente sobre: [...]
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as
microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive
regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no
art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da
contribuição a que se refere o art. 239. [...]

Esse regramento deu fundamento ao Regime Especial Unificado de


Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e
Empresas de Pequeno Porte - Simples Nacional, instituído pela LC 123/06.

1.2.1. Princípio da Isonomia e Princípio da Capacidade Contributiva

Os dois princípios andam de mãos dadas, pois a capacidade contributiva é


justamente o parâmetro de desigualdade a ser conferido na tributação para
que esta seja isonômica, tratando os contribuintes desigualmente na medida
em que se desigualem.

O Princípio da Capacidade Contributiva está expresso no art.145, §1º:


§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão
graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte,
facultado à administração tributária, especialmente para conferir
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos
individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as
atividades econômicas do contribuinte.

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1.2.2. Princípio da Isonomia Tributária no STF

1.2.2.1. Regime do SIMPLES

Entendeu constitucional o Regime do SIMPLES, pois “não há ofensa ao


princípio da isonomia tributária se a lei, por motivos extrafiscais, imprime
tratamento desigual a microempresas e empresas de pequeno porte de
capacidade contributiva distinta, afastando do regime do SIMPLES aquelas
cujos sócios têm condição de disputar o mercado de trabalho sem assistência
do Estado.” (ADIMC 1643)

Está se conferindo tratamento desigual a pessoas que se encontram em


situações desiguais (microempresa e empresa de pequeno porte de um lado; e
demais empresas, de maior porte, de outro).

1.2.2.2. IPVA – Cooperativa Específica (ADI 1655 AP)

Lei estadual que concedia isenção de IPVA a proprietários de veículos de


transporte escolar só se regularizados por uma específica cooperativa
municipal foi declarada inconstitucional. Nota-se que é um critério de discrime
desarrazoado para se conceder a isenção.

Porque a Constituição “proíbe o tratamento desigual entre contribuintes que se


encontrem na mesma situação econômica”. Por exemplo, os contribuintes
regularizados por cooperativa municipal e os contribuintes não regularizados
por cooperativa municipal são ambos, da mesma forma, proprietários de
veículos de transporte escolar, não podendo haver diferença na tributação do
IPVA de ambos apenas por essa distinção.

1.2.2.3. Contribuições Previdenciárias – Bases de Cálculo Distintas


Conforme o Ente Político do Servidor Público (ADI 3.105 DF)

O STF declarou inconstitucional a incidência de base de cálculo diferenciada de


contribuição previdenciária sobre proventos de aposentadoria e pensões,
conforme o servidor público inativo fosse da União (BC = remuneração que
excedesse 60% do limite máximo estabelecido para os benefícios do regime
geral de previdência social), ou dos Estados, Distrito Federal e Municípios (BC

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= remuneração que excedesse 50% do limite máximo estabelecido para os


benefícios do regime geral de previdência social).

1.2.2.4. Isenção IPTU para Servidor Público (AgRg no AI 157.871 RJ)

O STF declarou inconstitucional lei municipal que concedia isenção de IPTU


somente pelo fato de o contribuinte ser servidor público.

1.2.2.5. Cofins e CSLL (RE 336.134)

Quando a Lei 9.718/98 aumentou a alíquota da Cofins (base de cálculo =


receita ou faturamento) de 2% para 3%, permitiu que os contribuintes sujeitos
à Cofins e à CSLL (base de cálculo = lucro) abatessem até 1/3 da Cofins
devida com a CSLL devida, caso houvesse lucro.

Contribuintes entraram com ação judicial alegando que isso feriria o princípio
da isonomia, já que as empresas que obtivessem prejuízo, apesar de não
pagarem CSLL (que só incide quando há lucro), não poderiam obter esse
desconto no pagamento da Cofins.

O STF não entendeu assim, mas sim apenas uma atenuação na carga tributária
daquele contribuinte sujeito a ambas as contribuições.

1.2.2.6. Custas Judiciais, Taxas ou Emolumentos – Isenção para


Membros do MP (ADI 3260; ADI 3334)

“A lei complementar estadual que isenta os membros do Ministério Público do


pagamento de custas judiciais, notariais, cartorárias e quaisquer taxas ou
emolumentos fere o disposto no art. 150, II, da Constituição do Brasil.”

1.2.2.7. Isenção às Operações de Aquisição de Automóveis por Oficiais


de Justiça Estaduais Fere o Princípio da Isonolmia (ADI 4.276, de 2014)

“(...) A isonomia tributária (CF, art. 150, II) torna inválidas as distinções
entre contribuintes ‘em razão de ocupação profissional ou função por
eles exercida’, máxime nas hipóteses nas quais, sem qualquer base

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axiológica no postulado da razoabilidade, engendra-se tratamento


discriminatório em benefício da categoria dos oficiais de justiça estaduais.”

1.2.2.8. PIS/COFINS-IMPORTAÇÃO. A Não Admissão de Crédito, Senão


para as Empresas Sujeitas à Apuração do PIS e da COFINS pelo
Regime Não Cumulativo, Não Chega a Implicar Ofensa à Isonomia. (RE
559.937, de 2013, com Repercussão Geral)

“Pis/Cofins-Importação. Lei 10.865/2004. Vedação de bis in idem. Não


ocorrência. Suporte direto da contribuição do importador (...). Alíquota
específica ou ad valorem. Valor aduaneiro acrescido do valor do ICMS e
das próprias contribuições. Inconstitucionalidade. Isonomia. Ausência de
afronta. (...) Inaplicável ao caso o art. 195, §4º, da Constituição. Não há
que se dizer que devessem as contribuições em questão ser
necessariamente não cumulativas. O fato de não se admitir o crédito
senão para as empresas sujeitas à apuração do Pis e da Cofins pelo
regime não cumulativo não chega a implicar ofensa à isonomia, de modo
a fulminar todo o tributo. A sujeição ao regime do lucro presumido, que
implica submissão ao regime cumulativo, é opcional, de modo que não se
vislumbra, igualmente, violação do art. 150, II, da CF.”

1.2.2.9. A Proibição da Adoção do Regime de Admissão Temporária


para as Operações Amparadas por Arrendamento Mercantil, previsto
na Lei 6099/1974 Não Fere o Princípio da Isonomia (RE 429.306 PR, de
2011)

“(…) 3. Violação do princípio da isonomia (art. 150, II da Constituição), na


medida em que o art. 17 da Lei 6.099/1974 proíbe a adoção do regime de
admissão temporária para as operações amparadas por arrendamento
mercantil. Improcedência. A exclusão do arrendamento mercantil do
campo de aplicação do regime de admissão temporária atende aos
valores e objetivos já antevistos no projeto de lei do arrendamento
mercantil, para evitar que o leasing se torne opção por excelência
devido às virtudes tributárias e não em razão da função social e do
escopo empresarial que a avença tem.”

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O Regime Aduaneiro Especial de Admissão Temporária é o que permite a


importação de bens que devam permanecer no País durante prazo fixado, com
suspensão total do pagamento de tributos, ou com suspensão parcial, no caso
de utilização econômica, na forma e nas condições deste Capítulo (art.353 do
Regulamento Aduaneiro).

1.2.2.10. A COSIP – Contribuição para o Custeio do Serviço de


Iluminação Pública não ofende o Princípio da Isonomia (RE 573.675,
com Repercussão Geral)

"Lei que restringe os contribuintes da Cosip aos consumidores de energia


elétrica do município não ofende o princípio da isonomia, ante a
impossibilidade de se identificar e tributar todos os beneficiários do
serviço de iluminação pública. (…) Exação que, ademais, se amolda aos
princípios da razoabilidade e da proporcionalidade." (RE 573.675, de
2009, com repercussão geral). No mesmo sentido: RE 642.938-AgR, de
2012; AC 3.087-MC-QO, de 2012; RE 635.001, de 2012.

1.2.2.11. Isenção Fiscal Relativa a Pagamento de Custas Judiciais


sobre as Medidas Relativas à Copa das Confederações Fifa 2013, à
Copa do Mundo Fifa 2014 e aos eventos relacionados realizados no
Brasil (Lei 12.663/2012 - Lei Geral da Copa)

“É constitucional a isenção fiscal relativa a pagamento de custas judiciais,


concedida por Estado soberano que, mediante política pública formulada pelo
respectivo governo, buscou garantir a realização, em seu território, de eventos
da maior expressão, quer nacional, quer internacional. Legitimidade dos
estímulos destinados a atrair o principal e indispensável parceiro envolvido,
qual seja, a Fifa, de modo a alcançar os benefícios econômicos e sociais
pretendidos” (ADI 4.976, de 2014).

Entendeu o STF que a referida isenção de custas e outras despesas judiciais


não fere o princípio da isonomia tributária (CF, art. 150, II), dado que essa
isenção somente incidiria sobre demandas provenientes de fatos ocorridos na
realização das referidas competições, bem assim de eventos correlatos, sendo
norma dotada de vigência com expressa limitação temporal e material.

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Além disso, que o afastamento da condenação nas despesas processuais


não ofende o princípio da isonomia tributária, porque apenas as custas e
os emolumentos possuiriam natureza tributária, e seriam qualificados
como taxas judiciárias remuneratórias de serviços estatais específicos e
divisíveis. Assim, não se confundiriam com as despesas processuais devidas a
pessoas estranhas ao corpo funcional do Judiciário, como os peritos,
assistentes técnicos, leiloeiros e depositários.

E que também não há ofensa ao art. 150, §6º, da CF88, que fica
regularmente atendido mesmo nas hipóteses em que a norma concessiva de
isenção esteja inserida em diploma a dispor de outras questões correlatas,
desde que existente inequívoca pertinência entre a isenção e o tema geral
objeto da legislação que o instituíra.

05- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2012 ESAF) A Constituição


Federal de 1988 veda aos entes tributantes instituir tratamento desigual entre
contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer
distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida,
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou
direitos. Considerando decisões emanadas do STF sobre o tema, assinale a
opção incorreta.
(A) A exclusão do arrendamento mercantil do campo de aplicação do regime
de admissão temporária não constitui violação ao princípio da isonomia
tributária.
(B) A progressividade da alíquota, que resulta do rateio do custo da iluminação
pública entre os consumidores de energia elétrica, não afronta o princípio da
isonomia.
(C) A sobrecarga imposta aos bancos comerciais e às entidades financeiras, no
tocante à contribuição previdenciária sobre a folha de salários, fere o princípio
da isonomia tributária.
(D) Lei complementar estadual que isenta os membros do Ministério Público do
pagamento de custas judiciais, notariais, cartorárias e quaisquer taxas ou
emolumentos fere o princípio da isonomia.
(E) Não há ofensa ao princípio da isonomia tributária se a lei, por motivos
extrafiscais, imprime tratamento desigual a microempresas e empresas de
pequeno porte de capacidade contributiva distinta, afastando do regime do
simples aquelas cujos sócios têm condição de disputar o mercado de trabalho
sem assistência do Estado.

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Resolução

(A) CORRETA. CONFORME RE 429.306 PR:


“Violação do princípio da isonomia (art. 150, II, da Constituição), na
medida em que o art. 17 da Lei 6.099/1974 proíbe a adoção do regime
de admissão temporária para as operações amparadas por arrendamento
mercantil. Improcedência. A exclusão do arrendamento mercantil
do campo de aplicação do regime de admissão temporária atende
aos valores e objetivos já antevistos no projeto de lei do arrendamento
mercantil, para evitar que o leasing se torne opção por excelência devido
às virtudes tributárias e não em razão da função social e do escopo
empresarial que a avença tem.” (RE 429.306, Rel. Min. Joaquim Barbosa,
julgamento em 1º-2-2011, Segunda Turma).
REGIME DE ADMISSÃO TEMPORÁRIA, QUE “É O QUE PERMITE A IMPORTAÇÃO
DE BENS QUE DEVAM PERMANECER NO PAÍS DURANTE PRAZO FIXADO, COM
SUSPENSÃO TOTAL DO PAGAMENTO DE TRIBUTOS, OU COM SUSPENSÃO
PARCIAL, NO CASO DE UTILIZAÇÃO ECONÔMICA, NA FORMA E NAS
CONDIÇÕES” DOS ARTIGOS 353 A 379 DO DECRETO Nº 6.759/09
(REGULAMENTO ADUANEIRO).
(B) CORRETA, APESAR DE A BANCA TER TROCADO O PRINCÍPIO DA
CAPACIDADE CONTRIBUTIVA PELO DA ISONOMIA. A CAPACIDADE
CONTRIBUTIVA DECORRE DO PRINCÍPIO DA ISONOMIA.
RE 573675 / SC (REPERCUSSÃO GERAL – MÉRITO):
“EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. RE INTERPOSTO CONTRA
DECISÃO PROFERIDA EM AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
ESTADUAL. CONTRIBUIÇÃO PARA O CUSTEIO DO SERVIÇO DE
ILUMINAÇÃO PÚBLICA - COSIP. ART. 149-A DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL. LEI COMPLEMENTAR 7/2002, DO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ,
SANTA CATARINA. COBRANÇA REALIZADA NA FATURA DE ENERGIA
ELÉTRICA. UNIVERSO DE CONTRIBUINTES QUE NÃO COINCIDE COM O
DE BENEFICIÁRIOS DO SERVIÇO. BASE DE CÁLCULO QUE LEVA EM
CONSIDERAÇÃO O CUSTO DA ILUMINAÇÃO PÚBLICA E O CONSUMO DE
ENERGIA. PROGRESSIVIDADE DA ALÍQUOTA QUE EXPRESSA O RATEIO
DAS DESPESAS INCORRIDAS PELO MUNICÍPIO. OFENSA AOS
PRINCÍPIOS DA ISONOMIA E DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA.
INOCORRÊNCIA. EXAÇÃO QUE RESPEITA OS PRINCÍPIOS DA
RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. RECURSO EXTRAORDINÁRIO
IMPROVIDO. I - Lei que restringe os contribuintes da COSIP aos

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consumidores de energia elétrica do município não ofende o princípio da


isonomia, ante a impossibilidade de se identificar e tributar todos os
beneficiários do serviço de iluminação pública. II - A progressividade
da alíquota, que resulta do rateio do custo da iluminação pública
entre os consumidores de energia elétrica, não afronta o princípio
da capacidade contributiva. III - Tributo de caráter sui generis, que
não se confunde com um imposto, porque sua receita se destina a
finalidade específica, nem com uma taxa, por não exigir a
contraprestação individualizada de um serviço ao contribuinte. IV -
Exação que, ademais, se amolda aos princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade. V - Recurso extraordinário conhecido e improvido.”
(C) INCORRETA
AC 1109 MC / SP:
EMENTA: PROCESSO CIVIL. MEDIDA CAUTELAR. EFEITO SUSPENSIVO A
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA.
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE A FOLHA DE SALÁRIOS.
ADICIONAL. § 1º DO ART. 22 DA LEI Nº 8.212/91. A sobrecarga imposta
aos bancos comerciais e às entidades financeiras, no tocante à
contribuição previdenciária sobre a folha de salários, não fere, à
primeira vista, o princípio da isonomia tributária, ante a expressa
previsão constitucional (Emenda de Revisão nº 1/94 e Emenda
Constitucional nº 20/98, que inseriu o § 9º no art. 195 do Texto
permanente). Liminar a que se nega referendo. Processo extinto.
(D) CORRETA – ADI 3260 RN:
“EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGO 271 DA
LEI ORGÂNICA E ESTATUTO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO
RIO GRANDE DO NORTE --- LEI COMPLEMENTAR N. 141/96. ISENÇÃO
CONCEDIDA AOS MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO, INCLUSIVE OS
INATIVOS, DO PAGAMENTO DE CUSTAS JUDICIAIS, NOTARIAIS,
CARTORÁRIAS E QUAISQUER TAXAS OU EMOLUMENTOS. QUEBRA DA
IGUALDADE DE TRATAMENTO AOS CONTRIBUINTES. AFRONTA AO
DISPOSTO NO ARTIGO 150, INCISO II, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL.
1. A lei complementar estadual que isenta os membros do
Ministério Público do pagamento de custas judiciais, notariais,
cartorárias e quaisquer taxas ou emolumentos fere o disposto no
artigo 150, inciso II, da Constituição do Brasil. 2. O texto
constitucional consagra o princípio da igualdade de tratamento aos
contribuintes. [...]”
(E) CORRETA – ADI 1643:

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“EMENTA: ACÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. SISTEMA


INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS
MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO PORTE. CONFEDERAÇÃO
NACIONAL DAS PROFISSÕES LIBERAIS. PERTINÊNCIA TEMÁTICA.
LEGITIMIDADE ATIVA. PESSOAS JURÍDICAS IMPEDIDAS DE OPTAR PELO
REGIME. CONSTITUCIONALIDADE. 1. Há pertinência temática entre os
objetivos institucionais da requerente e o inciso XIII do artigo 9º da Lei
9317/96, uma vez que o pedido visa a defesa dos interesses de
profissionais liberais, nada obstante a referência a pessoas jurídicas
prestadoras de serviços. 2. Legitimidade ativa da Confederação. O
Decreto de 27/05/54 reconhece-a como entidade sindical de grau
superior, coordenadora dos interesses das profissões liberais em todo o
território nacional. Precedente. 3. Por disposição constitucional (CF,
artigo 179), as microempresas e as empresas de pequeno porte devem
ser beneficiadas, nos termos da lei , pela "simplificação de suas
obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou
pela eliminação ou redução destas" (CF, artigo 179). 4. Não há ofensa
ao princípio da isonomia tributária se a lei, por motivos
extrafiscais, imprime tratamento desigual a microempresas e
empresas de pequeno porte de capacidade contributiva distinta,
afastando do regime do SIMPLES aquelas cujos sócios têm
condição de disputar o mercado de trabalho sem assistência do
Estado. Ação direta de inconstitucionalidade julgada improcedente.”

GABARITO: C

06- (FISCAL DE RENDAS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO 2010


ESAF) O princípio da isonomia tributária, previsto no art.150, inciso II, da
Constituição, proíbe o tratamento desigual entre contribuintes que se
encontrem em situação equivalente. Entretanto, tal princípio exige a sua
leitura em harmonia com os demais princípios constitucionais. Destarte, pode-
se concluir, exceto, que:
(A) em matéria tributária, as distinções podem se dar em função da
capacidade contributiva ou por razões extrafiscais que estejam alicerçadas no
interesse público.
(B) relativamente às microempresas e empresas de pequeno porte, a
Constituição prevê que lhes seja dado tratamento diferenciado e favorecido,
por lei complementar, inclusive com regimes especiais ou simplificados.

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(C) a sobrecarga imposta aos bancos comerciais e às entidades financeiras, no


tocante à contribuição previdenciária sobre a folha de salários, não fere o
princípio da isonomia tributária, ante a expressa previsão constitucional.
(D) determinado segmento econômico prejudicado por crise internacional que
tenha fortemente atingido o setor não permite tratamento tributário
diferenciado sem ofensa ao princípio da isonomia.
(E) a proibição de importação de veículos usados não configura afronta ao
princípio da isonomia.

Resolução

Vamos às alternativas da questão, que pede a alternativa INCORRETA:


(A) CORRETA. Em matéria tributária, a capacidade contributiva e o
interesse público são parâmetros adequados para justificar distinções de
tributação.
(B) CORRETA. Relativamente às microempresas e empresas de pequeno porte,
a Constituição prevê que lhes seja dado tratamento diferenciado e favorecido,
por lei complementar, inclusive com regimes especiais ou simplificados. É o
que prescreve o art.146, III, ‘d’.
(C) CORRETA. Se há expressa previsão constitucional (Art.195, §9º, CF88), ela
justifica a sobrecarga imposta aos bancos comerciais e às entidades
financeiras, no tocante à contribuição previdenciária sobre a folha de salários,
no mesmo nível constitucional do princípio da isonomia.
(D) ERRADA. Se um segmento econômico é prejudicado por crise internacional
que tenha fortemente atingido o setor, isso justifica um tratamento tributário a
esse segmento, o que se coaduna com o princípio da isonomia, pois esse setor
está em situação desigual a outros setores que não foram atingidos com a
referida crise internacional.
(E) CORRETA. A proibição de importação de veículos USADOS visa proteger o
mercado de automóveis USADOS nacional não configurando afronta ao
princípio da isonomia.

GABARITO: D

1.3. Princípio da Capacidade Contributiva

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Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão


instituir os seguintes tributos: [...]
§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e
serão graduados segundo a capacidade econômica do
contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para
conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos
individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as
atividades econômicas do contribuinte.

1.3.1. Sempre que Possível

Imposto pessoal é aquele que leva em conta as características pessoais do


contribuinte.
Exemplo clássico é o imposto de renda pessoa física (IRPF), que leva em
consideração os gastos do contribuinte com educação, dependentes e saúde.

Afinal, não se pode cobrar o mesmo valor de IRPF de um indivíduo que ganha
R$ 5.000,00 e é solteiro, morando sozinho, e outro indivíduo que ganha os
mesmos R$ 5.000,00 e tem mulher que somente cuida dos filhos e mais três
filhos para criar.

Há que se considerar as despesas deste último para se perquirir sua efetiva


renda (renda = receita menos despesa).

Imposto Real é o que não considera as características pessoais do


contribuinte.
Exemplos: IPTU, IPVA, IPI.

Se uma senhora que vive de pensão, com salário mínimo, ganhou uma mansão
para morar, pagará o mesmo valor de IPTU que um empresário rico e bem
sucedido que tem mansão de valor venal idêntico.

1.3.1.1. Proporcionalidade e Progressividade

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BASE DE CÁLCULO X ALÍQUOTA = VALOR DO TRIBUTO

PROPORCIONALIDADE
BASE DE CÁLCULO 1.000 10.000 100.000
x ALÍQUOTA 5% 5% 5%
= VALOR DO TRIBUTO 50 500 5.000

PROGRESSIVIDADE
BASE DE CÁLCULO 1.000 10.000 100.000
x ALÍQUOTA 5% 7% 9%
= VALOR DO TRIBUTO 50 700 9.000

Essa progressividade, em função da base de cálculo, é a PROGRESSIVIDADE


FISCAL.

Mas há a PROGRESSIVIDADE EXTRAFISCAL, em que a alíquota aumenta em


razão de outros fatores.
Exemplo:
ITR:
Art.153, §4º:
§ 4º O imposto previsto no inciso VI [ITR] do caput:
I - será progressivo [PROGRESSIVIDADE FISCAL] e terá suas alíquotas
fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades
improdutivas [PROGRESSIVIDADE EXTRAFISCAL];

Ou seja, independentemente da progressividade fiscal, que o ITR possui, ele


também tem a progressividade em função do grau de utilização da terra
(extrafiscal). Assim, quanto menor o grau de utilização (isto é, quanto mais
improdutiva), maior a alíquota do ITR.

Outro exemplo:
IPTU:
Na execução da política de desenvolvimento urbano, o Poder Público municipal
pode, para fins de forçar a adequada utilização do imóvel, cobrar IPTU
progressivo no tempo. Veja o dispositivo constitucional:
Art.182, §4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei
específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei
federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou
não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob
pena, sucessivamente, de: [...]

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II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo


no tempo; [...]

Com a EC 29/2000, já existe a previsão constitucional de progressividade fiscal


para o IPTU, além de ter surgido outra espécie de progressividade extrafiscal:
Art.156, § 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere
o art. 182, §4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I [IPTU] poderá:
I - ser progressivo em razão do valor do imóvel [PROGRESSIVIDADE
FISCAL]; e
II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do
imóvel [PROGRESSIVIDADE EXTRAFISCAL].

1.3.1.1.1. Princípio da Progressividade no STF

1.3.1.1.1.1. Impostos Reais e Impostos Pessoais

Em regra, o STF só tem admitido a utilização da progressividade fiscal nos


impostos reais pelo legislador se houver expressa autorização constitucional.
Foi assim com o ITBI (RE 234.105 SP) e com o IPTU antes da EC 29/2000 (RE
153.771).

Seguem Súmulas que solidificam o entendimento:

Súmula 656
É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o
imposto de transmissão "inter vivos" de bens imóveis - ITBI com base no
valor venal do imóvel.

Súmula 668
É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da
emenda constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU,
salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função social da
propriedade urbana.

Entretanto, na decisão no RE 562.045-RG RS, o STF entendeu constitucional a


progressividade de alíquotas do ITCMD de lei do Estado do Rio Grande do Sul.

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O fundamento de tal decisão foi que todos os impostos estariam sujeitos ao


princípio da capacidade contributiva, mesmo os que não tivessem caráter
pessoal. Conforme a decisão, pelo art.145, §1º, CF88, que estabelece que os
impostos, sempre que possível, deveriam ter caráter pessoal, revela que todos
os impostos, independentemente de sua classificação como de caráter real ou
pessoal, poderiam e deveriam guardar relação com a capacidade contributiva
do sujeito passivo.

Veja a ementa do RE 562.045-RG RS, julgado em 06.02.2013:

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. LEI


ESTADUAL: PROGRESSIVIDADE DE ALÍQUOTA DE IMPOSTO SOBRE
TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E DOAÇÃO DE BENS E DIREITOS.
CONSTITUCIONALIDADE. ART. 145, § 1º, DA CONSTITUIÇÃO DA
REPÚBLICA. PRINCÍPIO DA IGUALDADE MATERIAL TRIBUTÁRIA.
OBSERVÂNCIA DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA. RECURSO
EXTRAORDINÁRIO PROVIDO.

Assim, se a banca fizer menção a um imposto quando falar em progressividade


fiscal em impostos reais, vai depender do imposto quando o questionamento
da banca for sobre se o STF aceita ou não a progressividade fiscal nos
impostos reais.

Agora, se a banca perguntar, de forma genérica, sem citar o imposto, se o STF


aceita ou não a progressividade fiscal em impostos reais, podemos afirmar,
atualmente, que sim.

1.3.1.1.1.2. COSIP com Alíquota Progressiva

Pelo STF, a COSIP com alíquota progressiva não ofende os princípios da


progressividade e da capacidade contributiva (RE 573.675, de 2009,
Plenário, com Repercussão Geral):
"(…). A progressividade da alíquota, que resulta do rateio do custo da
iluminação pública entre os consumidores de energia elétrica, não
afronta o princípio da capacidade contributiva. Tributo de caráter sui
generis, que não se confunde com um imposto, porque sua receita se
destina a finalidade específica, nem com uma taxa, por não exigir a
contraprestação individualizada de um serviço ao contribuinte. Exação

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que, ademais, se amolda aos princípios da razoabilidade e da


proporcionalidade."

07- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2000 ESAF) Para responder


esta questão preencha corretamente as lacunas, indique a opção que, de
acordo com a Constituição da República, contém o par correto de expressões.
_____(1)______, os impostos terão caráter pessoal Para, entre outros
objetivos, conferir efetividade, ao objetivo de graduar os impostos segundo a
capacidade econômica do contribuinte, é facultado à administração tributária,
identificar o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do
contribuinte,_____(2)_____
(A) � Sempre que possível, � respeitados os direitos individuais e nos termos
da lei.
(B) � Havendo opção pelo legislador e aplicador da lei, segundo sua livre
discrição, � desde que, segundo expressa exigência constitucional, haja
específica autorização judicial.
(C) � Havendo expressa opção pelo legislador, � mas apenas se houver
alteração constitucional nesse sentido, pois hoje o Estatuto Supremo o impede.
(D) � Tendo em vista o princípio da impessoalidade, em caso algum � desde
que haja determinação da autoridade administrativa, em mandado específico
de investigação fiscal.
(E) � Desde que previsto em lei de iniciativa exclusiva do Presidente da
República, � mas a Constituição expressamente veda acesso a dados
financeiros do contribuinte em poder de terceiros.

Resolução

Analisando a questão:
Basta decorar o que prevê o art.145, §1º, CF88:
§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e
serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte,
facultado à administração tributária, especialmente para conferir
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos
individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as
atividades econômicas do contribuinte.

GABARITO: A

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1.3.2. Capacidade Contributiva Só para Impostos?

Apesar de a literalidade do dispositivo falar somente em “impostos”, vemos na


jurisprudência do STF a referência à capacidade contributiva para outras
espécies tributárias.

1.3.2.1. Taxa – Poder de Polícia

A taxa de Fiscalização do Mercado de Títulos e Valores Mobiliários (Taxa de


Fiscalização da CVM) varia de valor conforme o patrimônio líquido da empresa.
Alegavam, então, os recorrentes do RE 177.835 PE que ela tinha base de
cálculo própria de imposto.

Mas, no voto, veja trecho da decisão:


“O que a lei procura realizar, com a variação do valor da taxa, em
função do patrimônio da empresa, é o princípio da capacidade
contributiva – C.F., art.145, §1º. Esse dispositivo constitucional diz
respeito aos impostos, é certo. Não há impedimento, entretanto, na
tentativa de aplicá-lo relativamente às taxas, principalmente quando se
tem taxa de polícia, isto é, taxa que tem como fato gerador o poder de
polícia.”

Reparem que a taxa CVM varia de valor conforme o patrimônio líquido da


empresa, mas a base de cálculo não é o patrimônio líquido das empresas. O
STF vai nessa linha, dizendo que não se identifica com o patrimônio líquido das
empresas:
“A taxa de fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM),
instituída pela Lei 7.940/1989, qualifica-se como espécie tributária cujo
fato gerador reside no exercício do poder de polícia legalmente atribuído
à CVM. A base de cálculo dessa típica taxa de polícia não se
identifica com o patrimônio líquido das empresas, inocorrendo,
em consequência, qualquer situação de ofensa à cláusula
vedatória inscrita no art. 145, §2º, da Constituição da República. O
critério adotado pelo legislador para a cobrança dessa taxa de polícia
busca realizar o princípio constitucional da capacidade contributiva,
também aplicável a essa modalidade de tributo, notadamente quando a
taxa tem, como fato gerador, o exercício do poder de polícia”. (RE
216.259 AgR, de 09.05.2000; RE 177.835, de 22.04.1999).

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Por exemplo, a Tabela A da Lei que instituiu essa taxa diz que:
Classe do Patrimônio
Contribuinte Valor da Taxa em BTN
Líquido em BTN
Até 10.000.000 1.500
De 10.000.000 a
Companhias abertas 3.000
50.000.000
Acima de 50.000.000 4.000

O valor varia conforme o patrimônio líquido mas este não é a base de cálculo
da taxa.

1.3.2.2. Taxa – Serviço Público

Para a taxa de coleta de lixo, mencionou-se a realização do princípio da


capacidade contributiva, no RE 232.393 SP. Veja a ementa:
“O fato de um dos elementos utilizados na fixação da base de cálculo do
IPTU – a metragem da área construída do imóvel – que é o valor do
imóvel (CTN, art.33), ser tomado em linha de conta na determinação da
alíquota da taxa de coleta de lixo, não quer dizer que teria essa taxa
base de cálculo igual à do IPTU: o custo do serviço constitui base
imponível da taxa. Todavia, para o fim de aferir, em cada caso concreto,
a alíquota, utiliza-se a metragem da área construída do imóvel, certo que
a alíquota não se confunde com a base imponível do tributo. Tem-se,
com isso, também, forma de realização da isonomia tributária e do
princípio da capacidade contributiva: C.F., artigos 150, II, 145, §1º.”

O princípio da capacidade contributiva, apesar de não expresso, parece estar


presente na ADI 948 GO quando o STF entendeu constitucional a taxa
judiciária progressiva “exceto se a progressividade de suas alíquotas e
ausência de teto para sua cobrança inviabilizarem ou tornarem excessivamente
oneroso o acesso ao Poder Judiciário”.

1.3.2.3. Contribuições Sociais do Empregador, da Empresa e da


Entidade a Ela Equiparada (art.195, §9º, CF88)

Com a EC 20/1998, foi inserido o §9º ao art.195, que depois foi modificado
pela EC 47/2005, ficando assim:
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo
poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da

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atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte


da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.

Os critérios “atividade econômica” e “porte da empresa” são fortes indícios da


possibilidade da aplicação, a essas contribuições sociais, do princípio
da capacidade contributiva. Aliás, é por isso, por exemplo, que a alíquota
da contribuição social das empresas sobre a remuneração dos empregados,
enquanto regra geral é de 20%, no caso das instituições financeiras é de
22,5% (art.22, I, e §1º, Lei nº 8.212/91).

1.3.3. Princípio da Capacidade Contributiva no STF

1.3.3.1. Base de Cálculo das Sociedades Prestadoras de Serviços


Profissionais. Tributação Diferenciada que Não Atenta Contra a
Isonomia ou a Capacidade Contributiva

Em vez de recolher o ISS com base no faturamento, as sociedades prestadoras


de serviços profissionais recolhem o imposto em valores fixos reduzidos,
calculados conforme o número de profissionais da sociedade. Embora
os Municípios tenham alegado ferimento ao princípio da capacidade
contributiva, o STF entendeu que isso não ocorre.

AgRg no AI 703.982, de 2013:


“EMENTA: Agravo regimental no agravo de instrumento. ISS. Recepção
do Decreto-Lei nº 406/68, art. 9º, §3º. Base de cálculo das
sociedades prestadoras de serviços profissionais. Tributação
diferenciada que não atenta contra a isonomia ou a capacidade
contributiva. Incidência da Súmula nº 663 do STF. 1. As bases de
cálculo previstas para as sociedades prestadoras de serviços profissionais
foram recepcionadas pela nova ordem jurídicoconstitucional, na medida
em que se mostram adequadas a todo o arcabouço principiológico do
sistema tributário nacional. 2. Ao contrário do que foi alegado, a
tributação diferenciada se presta a concretizar a isonomia e a
capacidade contributiva. As normas inscritas nos §§ 1º e 3º não
implicam redução da base de cálculo. (…).

08- (ANALISTA EM PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E FINANÇAS


PÚBLICAS ESTADO SP 2009 ESAF) O princípio da capacidade contributiva:

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(A) aplica-se somente às contribuições.


(B) não se aplica às penalidades tributárias.
(C) aplica-se somente aos impostos.
(D) aplica-se indistintamente a todas as espécies tributárias.
(E) é atendido pela progressividade dos impostos reais.

Resolução

Vamos à análise das alternativas:


(A) ERRADA. O princípio da capacidade contributiva não se aplica somente às
contribuições, mas também às taxas e aos impostos, pelo entendimento do
STF.
(B) CORRETA. Não há previsão, no ordenamento, de aplicação do princípio da
capacidade contributiva às penalidades tributárias, às multas. Situação
diferente ocorre em relação ao princípio do não-confisco, que veremos mais
adiante.
(C) ERRADA. Apesar da literalidade do art.145, §1º, CF88, vimos, pelas
decisões do STF, que o princípio da capacidade contributiva não se aplica
somente aos impostos.
(D) ERRADA. O art.145, §1º, é claro ao afirmar que o princípio da capacidade
contributiva aplica-se sempre que possível. Isso porque ele se realiza na
aferição das características pessoais do contribuinte, e nem todos os tributos
levam em conta essas características. É o que acontece com os impostos reais,
como o IPTU.
(E) ERRADA. O STF entende que a progressividade dos impostos reais não
atende ao princípio da capacidade contributiva, e só é aplicada se
expressamente previsto no texto constitucional.

GABARITO: B

Mais uma sobre capacidade contributiva.

1.4. Princípio da Irretroatividade

Prevê o art.150, III, ‘a’, CF88:


Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte,
é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...]
III - cobrar tributos:

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a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da


lei que os houver instituído ou aumentado; [...]

1.4.1. CF88 e CTN

Veja os arts.105 e 106, CTN:


Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos
geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja
ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos do
artigo 116.

Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:


I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa,
excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos
interpretados;
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de
ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha
implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei
vigente ao tempo da sua prática.

Analisando somente a CF88, não há qualquer exceção ao princípio da


irretroatividade.

Mas se considerarmos também o CTN, podemos afirmar que:


(i) o princípio da irretroatividade não é incompatível com a existência de leis
tributárias que produzam efeitos jurídicos sobre atos pretéritos;
(ii) a retroatividade do CTN só é permitida se:
a. Quando a lei for meramente interpretativa (art.106, I);
b. Retroatividade benigna por infração (art.106, II);
(iii) a lei que reduz ou extingue o tributo também não retroage.

Mas o STF já entendeu que só lei complementar pode restringir essa


retroatividade, porque é norma geral (art.146, III, ‘b’, CF88), que foi
regulada pelo CTN (RE 407.190).

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1.4.2. Irretroatividade e Fatos Geradores Pendentes

Os fatos geradores pendentes (também chamados de complexivos ou


periódicos) são aqueles constituídos dentro de um determinado período de
tempo. É o caso do imposto de renda, em que o aumento patrimonial (que
enseja a renda) é verificado dentro de um exercício financeiro, que começa em
01 de janeiro do ano e conclui-se no último instante do dia 31 de dezembro
deste mesmo ano.

Distintos são os fatos geradores instantâneos, em tributos como o ITBI e o


IOF, que ocorrem num instante de tempo.

Está pacificado no STF o entendimento de que o princípio da irretroatividade


não impede a lei nova que institua ou aumente tributo alcance o período
inteiro do fato gerador pendente, desde que o termo final desse período se dê
após a entrada em vigor dessa lei (RE 194.612 SC; RE 197.790 MG; RE
199.352 PR; AI-AgRg 333.209 PR).

Há inclusive Súmula que vai nesse sentido:


Súmula 584
Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do ano-base,
aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser
apresentada a declaração.

Mas não é só a vigência que deve ser observada, mas também a lei tem de
estar apta a produzir efeitos (princípio da anterioridade) na data em que se
der o termo final do fato gerador.

Assim, na ADI 15 DF, o STF entendeu inconstitucional o art.8º da Lei 7.689, de


15.12.1988 (publicado no Diário Oficial de 16.12.1988), que instituiu a CSLL. É
que o referido artigo previa que a CSLL seria devida a partir do resultado
apurado no período-base a ser encerrado em 31.12.1988.

Ora, apesar de já estar em vigor em 31.12.1988, nessa data não estava a lei
apta a produzir efeitos por conta da anterioridade nonagesimal (veremos no
tópico seguinte), que prevê que, no art.195, §6º, CF88:

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§ 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser


exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da
lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o
disposto no art. 150, III, "b".

1.4.3. Princípio da Irretroatividade no STF

“Não é legítima a aplicação retroativa do art. 1º, I, da Lei 7.988/1989


que majorou a alíquota incidente sobre o lucro proveniente de operações
incentivadas ocorridas no passado, ainda que no mesmo exercício.
Relativamente a elas, a legislação havia conferido tratamento fiscal
destacado e mais favorável, justamente para incrementar a sua
exportação. A evidente função extrafiscal da tributação das referidas
operações afasta a aplicação, em relação a elas, da Súmula 584/STF.”
(RE 183.130, de 2014).

É que decreto-lei de 1988 (Decreto-Lei 2.413 de 10.02.1988) previa a


tributação, pelo imposto de renda, do lucro decorrente de exportações
incentivadas à alíquota de 3% (três por cento) no exercício financeiro de 1989
e à alíquota de 6% (seis por cento) a partir do exercício financeiro de
1990.

A Lei 7.988, de 28.12.1989, que entrou em vigor na data de sua publicação


(29.12.1989), elevou a alíquota para 18%, a partir do exercício financeiro de
1990, correspondente ao período-base de 1989.

Para dizer que não se aplicava a Súmula 584, o STF utilizou o argumento de
que a tributação das operações incentivadas tinha da função extrafiscal.

O STF reconhece a possibilidade da existência da lei interpretativa (ADI 605-


MC DF):
“[...] É plausível, em face do ordenamento constitucional brasileiro, o
reconhecimento da admissibilidade das leis interpretativas, que
configuram instrumento juridicamente idôneo de veiculação da
denominada interpretação autêntica. [...] Mesmo as leis interpretativas
expõem-se ao exame e à interpretação dos juizes e tribunais. Não se
revelam, assim, espécies normativas imunes ao controle
jurisdicional.”

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1.4.4. Princípio da Irretroatividade no STJ - Art.4º, Lei Complementar


118/2005. Lei De Natureza Modificativa E Não Simplesmente
Interpretativa, Conferindo Alcance Diferente Do Atribuído Pelo Poder
Judiciário – Impossibilidade

De fato, as leis ditas interpretativas podem passar pelo crivo do Poder


Judiciário. Isso aconteceu com a LC 118/05, que se disse interpretativa sobre o
conteúdo do art.168, I, CTN, querendo interpretar retroativamente que o
termo inicial do prazo de prescrição para repetição de indébito tributário não
seria mais a data da homologação do pagamento (o que daria, em regra, um
prazo de 10 anos após o pagamento do tributo para pedir restituição do tributo
pago a maior), mas sim a data do pagamento antecipado (o que faria cair esse
prazo para 5 anos). Esse suposto caráter interpretativo foi afastado pelo STJ
no AI no EREsp 644.736 PE, que entendeu ser modificativa, e não meramente
interpretativa:
“CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. LEI INTERPRETATIVA. PRAZO DE
PRESCRIÇÃO PARA A REPETIÇÃO DE INDÉBITO, NOS TRIBUTOS
SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. LC 118/2005:
NATUREZA MODIFICATIVA (E NÃO SIMPLESMENTE INTERPRETATIVA) DO
SEU ARTIGO 3º. INCONSTITUCIONALIDADE DO SEU ART.4º, NA PARTE
QUE DETERMINA A APLICAÇÃO RETROATIVA.”

09- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2012 ESAF) Com relação à


retroatividade das leis tributárias, permitida pelo Código Tributário Nacional,
assinale a opção correta.
(A) Embora o CTN seja categórico ao admitir a aplicação da lei tributária a
fatos pretéritos, é necessário que a lei que se enquadrar nas hipóteses em que
ele admite esta retroação decline de modo expresso tal previsão.
(B) Apesar da multa fiscal ser estabelecida de acordo com a lei vigente ao
tempo do fato gerador, a pena menos severa da lei posterior substitui a mais
grave da lei anterior, podendo prevalecer para efeito de pagamento.
(C) No caso da retroatividade das leis interpretativas, esta retroatividade será
meramente aparente, vigente que estava a lei interpretada. Torna-se ainda
necessário que a interpretação que der à lei anterior coincida com a
interpretação que lhe der o Judiciário.
(D) As leis interpretativas, em alguns casos, podem vir a alterar as relações
jurídicas advindas da lei interpretada.

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(E) No Estado Democrático de Direito, a lei interpretativa constitui uma


exceção, de vez que a função interpretativa constitui prerrogativa da doutrina
e dos tribunais.

Resolução

(A) ERRADO. Embora o CTN seja categórico ao admitir a aplicação da lei


tributária a fatos pretéritos, é necessário que a lei que se enquadrar nas
hipóteses em que ele admite esta retroação decline de modo expresso tal
previsão. ISSO SE APLICA AO CASO DA LEI INTERPRETATIVA, QUE DEVE SER
EXPRESA NESSE SENTIDO; MAS NÃO AOS CASOS DE ATO NÃO
DEFINITIVAMENTE JULGADO, PREVISTOS NO ART.106, II, CTN:
CTN, Art.106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa,
excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos
interpretados;
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação
ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado
em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei
vigente ao tempo da sua prática.
(B) ERRADO. Apesar da multa fiscal ser estabelecida de acordo com a lei
vigente ao tempo do fato gerador, a pena menos severa da lei posterior
substitui a mais grave da lei anterior, podendo DEVENDO prevalecer para
efeito de pagamento. NÃO HÁ DISCRICIONARIEDADE NO CASO. RESPEITADO
O DISPOSTO NO ART.106, II, CTN, SE A PENA POSTERIOR É MENOS SEVERA,
É A QUE DEVE SER APLICADA.
(C) CERTO. No caso da retroatividade das leis interpretativas, esta
retroatividade será meramente aparente, vigente que estava a lei interpretada.
Torna-se ainda necessário que a interpretação que der à lei anterior coincida
com a interpretação que lhe der o Judiciário.
ESSA ASSERTIVA FOI CONSIDERADA CORRETA, E BASEIA-SE EM
ENTENDIMENTO DE LEANDRO PAULSEN (PAULSEN, Leandro. Direito tributário.
9. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007, p. 825) ABAIXO
TRANSCRITO:
“A situação das leis interpretativas é a seguinte: a) constituem leis novas
e, portanto, como tal devem ser consideradas; b) se meramente

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esclarecem o sentido de outra anterior, não estarão inovando na ordem


jurídica, de maneira que nenhuma influência maior terão, senão de
esclarecimento para os agentes públicos e contribuintes, se no seu texto
constar aplicação retroativa à data da lei interpretada; c) esta
retroatividade será meramente aparente, vigente que estava a lei
interpretada; d) somente subsistirá o preceito supostamente
retroativo se a interpretação que lhe der à lei anterior coincidir
com a interpretação que lhe der o Judiciário; e) do contrário,
havendo qualquer agravação na situação do contribuinte, será
considerada ofensiva ao princípio da irretroatividade das leis, merecendo
atenção, ainda, o princípio da anterioridade comum ou especial no que
diz respeito à criação e majoração de tributos.” (GRIFOS MEUS).
(D) ERRADO. As leis interpretativas, em alguns casos, NÃO podem vir a alterar
as relações jurídicas advindas da lei interpretada. CONFORME O
ENTENDIMENTO DOUTRINÁRIO SUPRACITADO, AS RELAÇÕES JURÍDICAS NÃO
PODEM SER ALTERADAS POR LEI INTERPRETATIVA, QUE NA VERDADE SÓ
ESTARÁ ESCLARECENDO O ENTENDIMENTO JURÍDICO.
(E) ERRADO. No Estado Democrático de Direito, a lei interpretativa constitui
uma exceção, de vez que a função interpretativa constitui prerrogativa da
doutrina e dos tribunais. DE FATO A LEI INTERPRETATIVA É UMA EXCEÇÃO,
MAS A FUNÇÃO INTERPRETATIVA NÃO É PRERROGATIVA DA DOUTRINA, MAS
SIM DOS APLICADORES DO DIREITO, QUAIS SEJAM, OS AGENTES PÚBLICOS
(PODER EXECUTIVO E PODER JUDICIÁRIO) E OS SUJEITOS PASSIVOS DA
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA.

GABARITO: C

10- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL MG 2005 ESAF) Assinale


a opção correta. O princípio segundo o qual é vedado cobrar tributos em
relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os
houver instituído ou aumentado (art. 150,III, ‘a’ da CRFB/88) é o da:
(A) anterioridade.
(B) irretroatividade.
(C) anualidade.
(D) imunidade recíproca.
(E) legalidade.

Resolução

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Para resolver a questão, basta a simples leitura do dispositivo


constitucional, art.150, III, ‘a’, CF88:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao


contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios:
[...]
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da
vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; [...]

GABARITO: B

1.5. Princípio da Anterioridade

Art.150, III. [...] é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e


aos Municípios cobrar tributos:

b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei


que os instituiu ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido
publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na
alínea b;

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no mesmo
exercício
financeiro de lei que os
É vedado U, E, DF, M
publicada instituiu ou
cobrar tributo e
aumentou
antes de 90d

ATENÇÃO: MARCO TEMPORAL DISTINTO

Princípio da Irretroatividade ENTRADA EM VIGOR



Princípio da Anterioridade PUBLICADA

1.5.1. Exceções ao Princípio da Anterioridade

Art.150, §1º A vedação do inciso III, b, [anterioridade exercício


financeiro] não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I
[empréstimo compulsório – calamidade ou guerra], 153, I, II, IV e
V [II, IE, IPI, IOF]; e 154, II [imposto extraordinário]; e a vedação
do inciso III, c [anterioridade nonagesimal], não se aplica aos
tributos previstos nos arts. 148, I [empréstimo compulsório–
calamidade ou guerra], 153, I, II, III e V [II, IE, IR e IOF]; e 154, II
[imposto extraordinário], nem à fixação da base de cálculo dos
impostos previstos nos arts. 155, III [IPVA], e 156, I [IPTU].

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Segue um diagrama das exceções às anterioridades, para facilitar:

EXCEÇÕES À

Anterioridade Anterioridade
Exercício Financeiro Nonagesimal
(art.150, III, ‘b’) (art.150, III, ‘c’)

Empréstimo Compulsório
Calamidade ou Guerra
(art.150, §1º)

II, IE, IOF


(art.150, §1º)

Imposto
Extraordinário
IPI (art.150, §1º) IR
(art.150, §1º) (art.150, §1º)

Contribuição Financiamento Base de cálculo


Seguridade Social IPTU
(art.195, §6º, in fine) (art.150, §1º)

CIDE-Combustível Base de cálculo


(restabelecimento) IPVA
(art.177, §4º, I, ‘b’) (art.150, §1º)

ICMS Monofásico
Combustíveis
(restabelecimento)
(art.155, §4º, IV, ‘c’)

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ATENÇÃO: Alguns doutrinadores chamam a anterioridade nonagesimal do


art.150, III, ‘c’, CF88 de ANTERIORIDADE NONAGESIMAL MÍNIMA; enquanto
a anterioridade nonagesimal do art.195, §6º, CF88, seria a ANTERIORIDADE
NONAGESIMAL DAS CONTRIBUIÇÕES DE SEGURIDADE SOCIAL (Por
exemplo, Leandro Paulsen).

1.5.2. Princípio da Anterioridade no STF

Princípio da Anterioridade é CLÁUSULA PÉTREA (ADI 939).

1.5.2.1. Prazo de Recolhimento - Não Basta Modificar, tem que Majorar


para se aplicar o Princípio da Anterioridade

“Regra legislativa que se limita meramente a mudar prazo de


recolhimento da contribuição, sem qualquer outra repercussão, não
se submete ao princípio da anterioridade mitigada prevista no §6º do
art.195 da CF” (RE 245.124 PR).

O art.8º da Lei 7.787/89, “embora não estando previsto na redação original da


MP 63/89, não majorou o tributo, tampouco modificou base de cálculo ou fato
gerador. Por esta razão, não se lhe aplica o princípio da anterioridade
mitigada” (RE 199.198 SP).

Nesse sentido já há até Súmula:


Súmula STF 669:
“Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação
tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade."

Esse entendimento culminou na aprovação da Súmula Vinculante nº 50, em


17.06.2015:
“Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação
tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade.”

1.5.2.2. A Redução de Desconto para Pagamento de Tributo Sob


Determinadas Condições Previstas em Lei, como o Pagamento
Antecipado em Parcela Única, Não É Majoração do Tributo

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“Art. 3º da Lei 15.747, de 24 de dezembro de 2007, do Estado do


Paraná, que estabelece como data inicial de vigência da lei a data de sua
publicação. Alteração de dispositivos da Lei 14.260/2003, do Estado do
Paraná, a qual dispõe sobre o Imposto sobre a Propriedade de Veículos
Automotores – IPVA. Alegada violação ao art. 150, III, c, da CF. A
redução ou a extinção de desconto para pagamento de tributo
sob determinadas condições previstas em lei, como o pagamento
antecipado em parcela única, não pode ser equiparada à
majoração do tributo em questão, no caso, o IPVA. Não incidência
do princípio da anterioridade tributária. Vencida a tese de que a redução
ou supressão de desconto previsto em lei implica, automática e
aritmeticamente, aumento do valor do tributo devido. Medida cautelar
indeferida.” (ADI 4.016-MC, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em
01.08.2008, Plenário).

1.5.2.3. A Substituição Legal dos Fatores de Indexação de Correção


Monetária dos Tributos Não Se Submete ao Princípio da Anterioridade,
Pois é Simples Atualização Monetária

Substituição legal dos fatores de indexação. Alegada ofensa às


garantias constitucionais do direito adquirido e da anterioridade
tributária. Inocorrência. Simples atualização monetária que não
se confunde com majoração do tributo. (...) A modificação dos
fatores de indexação, com base em legislação superveniente, não
constitui desrespeito a situações jurídicas consolidadas (CF, art. 5º,
XXXVI), nem transgressão ao postulado da não surpresa,
instrumentalmente garantido pela cláusula da anterioridade tributária
(CF, art. 150, III, b). (RE 200.844 AgR, de 2002).

Tratava-se de caso em que o contribuinte pleiteava direito adquirido à


utilização do IPC, como fator de atualização do Bônus do Tesouro Nacional,
para correção monetária das demonstrações financeiras do ano-base 1990,
pois a superveniente modificação legal da sistemática de cálculo de indexação,
além de ferir o direito adquirido, significava indevida majoração do imposto de
renda, transgredindo a anterioridade tributária. Os argumentos não foram
aceitos pelo STF.

1.5.2.4. Princípio da Anterioridade e Contribuições

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“A EC 17/1997, ao majorar a carga tributária relativa à incidência do PIS,


deve observar o prazo de anterioridade nonagesimal previsto no art.195,
§ 6º, da CF”. (RE 500.283 AgR-ED, de 2015).

“A EC 10/1996, especialmente quanto ao inciso III do art. 72 do ADCT –


objeto de questionamento – é um novo texto que veicula nova norma, e
não mera prorrogação da emenda anterior. Hipótese de majoração da
alíquota da CSSL para as pessoas jurídicas referidas no § 1º do art. 22
da Lei 8.212/1991. Necessidade de observância do princípio da
anterioridade nonagesimal contido no art. 195, § 6º, da CF”. (RE
587.008, de 2011).

1.5.3. Princípio da Anterioridade ≠ Princípio da Anualidade

Pelo Princípio da Anualidade, a lei tributária, para ser exigida, tinha de estar
incluída na lei do orçamento anual, que tem prazo constitucional para
aprovação. Ele conferia mais garantia à não-surpresa para o contribuinte.

Esse princípio não existe no atual ordenamento.

11- (ANALISTA CONTÁBIL-FINANCEIRO SEFAZ-CE 2006 ESAF) O


princípio constitucional da anterioridade, corolário da segurança jurídica,
estabelece que os entes tributantes – União, Estados, Distrito Federal e
Municípios – não poderão exigir tributo no mesmo exercício financeiro em que
tenha sido publicada a lei que o tenha instituído ou aumentado. No tocante à
possibilidade de majoração de tributos no mesmo exercício financeiro em que
tenha sido publicada a lei que os tenha aumentado, porém, a própria
Constituição Federal estabeleceu algumas exceções. Entre os itens a seguir,
assinale aquele que não constitui exceção ao referido princípio.
(A) Imposto sobre produtos industrializados.
(B) Contribuição de intervenção no domínio econômico, cobrada sobre
combustíveis.
(C) Imposto de exportação.
(D) Empréstimo compulsório para despesas extraordinárias decorrentes de
calamidade pública.
(E) Empréstimo compulsório para despesas de investimento público de caráter
urgente e relevante interesse nacional.

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Resolução

Indo às alternativas:
(A) ERRADA. É exceção: II, IE, IPI, IOF (art.150, §1º).
(B) ERRADA. É exceção: CIDE-Combustíveis (art.177, §4º, I, ‘b’).
(C) ERRADA. É exceção: II, IE, IPI, IOF (art.150, §1º).
(D) ERRADA. O Empréstimo compulsório Guerra ou Calamidade é exceção
(art.150, §1º).
(E) CORRETA. Empréstimo compulsório-Investimento Público não é
exceção à Anterioridade (art.148, II), somente o Empréstimo compulsório
Guerra ou Calamidade é exceção.

GABARITO: E

1.5.4. Princípio da Anterioridade e Medida Provisória

Art.62, § 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de


impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, [II, IE, IPI,
IOF] e 154, II [Imposto Extraordinário], só produzirá efeitos no exercício
financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia
daquele em que foi editada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32,
de 2001)

Esse dispositivo não se aplica às exceções ali previstas nem às demais


espécies tributárias.

Por esse dispositivo, para que IMPOSTOS possam ser exigidos, deve-se
observar, cumulativamente:
1º) O Princípio da Anterioridade do Exercício Financeiro (salvo impostos
exceções ao previsto no art.150, III, ‘b’: II, IE, IPI, IOF, Imposto
Extraordinário)
2º) A conversão da MP em lei até o último dia do exercício em que foi
publicada a lei (salvo exceções ao previsto no art.62, §2º: II, IE, IPI, IOF,
Imposto Extraordinário)
3º) O Princípio da Anterioridade Nonagesimal (salvo exceções ao art.150,
III, ‘c’: II, IE, IR, IOF, Imposto Extraordinário, Base de cálculo IPTU, Base de
cálculo IPVA)

1.5.5. Princípio da Anterioridade e Lei que Revoga Isenção

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Pelo entendimento tradicional do STF, se a lei revogada não concedeu a


isenção por prazo certo nem em função de determinadas condições
(isenção onerosa), não se equipara essa revogação a uma majoração de
tributo, podendo ele ser exigido imediatamente, não se aplicando o
princípio da anterioridade (RE 204.062 e Súmula 615).

No entanto, pelo julgamento da ADI-MC 2.325 DF, ficou decidido que “a


modificação no sistema de creditamento pela norma em questão [LC nº
102/2000, que modificou a sistemática de creditamento do ICMS], quer
consubstancie a redução de um benefício de natureza fiscal, quer configure a
majoração de tributo, cria uma carga tributária para o contribuinte e,
portanto, sujeita-se ao princípio da anterioridade”.

Devemos acompanhar, então, como esse assunto vai evoluir no STF.

12- (PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 2015 ESAF) A Lei que


diminui o prazo de recolhimento de tributo
(A) submete-se ao principio da anterioridade nonagesimal.
(B) somente se aplica no exercício financeiro seguinte àquele em que foi
publicada.
(C) não se submete ao princípio da anterioridade.
(D) somente se aplica no exercício financeiro seguinte ao da data de sua
vigência.
(E) somente gera efeitos normativos 30 (trinta) dias após a data da sua
publicação.

Resolução

“Regra legislativa que se limita meramente a mudar prazo de


recolhimento da contribuição, sem qualquer outra repercussão, não
se submete ao princípio da anterioridade mitigada prevista no §6º do
art.195 da CF” (RE 245.124 PR).

Súmula STF 669:


“Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação
tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade."

Súmula Vinculante nº 50, de 17.06.2015:

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“Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação


tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade.”

GABARITO: C

13- (PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 2012 ESAF) Alguns tributos


possuem, além da função meramente arrecadatória ou fiscal, finalidade outra
que se destina a regular a economia, criando mecanismos que induzem, ou
incentivam, a conduta do potencial contribuinte numa ou noutra direção. É o
que se viu recentemente com a majoração das alíquotas do IPI – Imposto
sobre Produtos Industrializados, incidente sobre a importação de automóveis,
já que, no período de janeiro a agosto de 2011, a balança comercial do setor
automotivo atingiu um déficit de R$ 3 bilhões. Contudo, o STF entendeu que o
decreto que majorar as alíquotas aplicáveis às operações de importação de
veículos automotores
(A) sujeita-se ao princípio da anterioridade, segundo o qual não se poderá
exigir, no mesmo exercício financeiro em que o decreto é publicado, alíquotas
maiores do que aquelas até então vigentes.
(B) tem aplicabilidade imediata, por ser o IPI um tributo regulatório e pelo fato
de que o Decreto-Lei que o criou (DL n. 1.191/1971) ter autorizado o Poder
Executivo a reduzir suas alíquotas a zero; majorá-las, acrescentando até 30
unidades ao percentual de incidência fixado na lei, e, ainda, alterar a base de
cálculo em relação a determinados produtos, podendo, para esse fim, fixar-
lhes valor tributável mínimo.
(C) submete-se, dentre outros, ao princípio constitucional da anterioridade
nonagesimal, ou seja, fica suspenso até que tenha transcorrido o prazo de
noventa dias da sua publicação.
(D) fica suspenso, por força da anterioridade nonagesimal, até que tenha
transcorrido o prazo de noventa dias da sua publicação. Contudo, a suspensão
somente opera efeitos ex tunc caso haja pedido liminar formulado no sentido
de reparar dano, e não para prevenir risco ao contribuinte.
(E) não se submete ao princípio constitucional da anterioridade nonagesimal,
eis que a Constituição Federal foi clara ao prever tal comando para a lei (antes
de decorridos 90 dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu
ou aumentou). Assim, como o texto constitucional fala em “lei”, o aumento das
alíquotas por decreto não está sujeito à espera nonagesimal.

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ADI 4661 MC / DF
“AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE – DECRETO –
ADEQUAÇÃO. Surgindo do decreto normatividade abstrata e autônoma,
tem-se a adequação do controle concentrado de constitucionalidade.
TRIBUTO – IPI – ALÍQUOTA – MAJORAÇÃO – EXIGIBILIDADE. A
majoração da alíquota do IPI, passível de ocorrer mediante ato do Poder
Executivo – artigo 153, § 1º –, submete-se ao princípio da anterioridade
nonagesimal previsto no artigo 150, inciso III, alínea “c”, da Constituição
Federal. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE – IPI –
MAJORAÇÃO DA ALÍQUOTA – PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
NONAGESIMAL – LIMINAR – RELEVÂNCIA E RISCO CONFIGURADOS.
Mostra-se relevante pedido de concessão de medida acauteladora
objetivando afastar a exigibilidade da majoração do Imposto sobre
Produtos Industrializados, promovida mediante decreto, antes de
decorridos os noventa dias previstos no artigo 150, inciso III, alínea “c”,
da Carta da República.”

GABARITO: C

14- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2012 ESAF) Parte


significativa da doutrina entende que os princípios da legalidade e da
anterioridade tributária constituem regras concretizadoras da segurança
jurídica. Sobre os conteúdos desta, no direito tributário, analise os itens a
seguir, classificando-os como corretos ou incorretos, para, a seguir, assinalar a
assertiva que corresponda à sua opção.
I. Certeza do direito, segundo a qual a instituição e a majoração de tributos
obedecem aos postulados da legalidade, da irretroatividade e das
anterioridades de exercício e nonagesimais mínima e especial, demonstrando a
garantia adicional que representam para o contribuinte se comparadas ao
princípio geral da legalidade e às garantias de proteção ao direito adquirido,
ato jurídico perfeito e coisa julgada.
II. Intangibilidade das posições jurídicas, o que se vislumbra, por exemplo,
com o estabelecimento de prazos decadenciais e prescricionais a correrem
contra o Fisco.
III. Estabilidade das relações jurídicas, por exemplo, no que diz respeito à
consideração da formalização de um parcelamento de dívida como ato jurídico
perfeito a vincular o contribuinte e o ente tributante.

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IV. Confiança no tráfego jurídico, segundo o qual o contribuinte não pode ser
penalizado se agir em obediência às normas complementares das leis e dos
decretos.
V. Tutela jurisdicional, que se materializa pela ampla gama de instrumentos
processuais colocados à disposição do contribuinte para o questionamento de
créditos tributários, tanto na esfera administrativa como na esfera judicial.
Estão corretos apenas os itens:
(A) I, III e IV.
(B) II, III e IV.
(C) I, IV e V.
(D) III, IV e V.
(E) todos os itens estão corretos.

Resolução

É INTERESSANTE E, A MEU VER, PREOCUPANTE, A ESAF COMEÇAR A TRAZER


QUESTÕES TIRADAS ESTRITAMENTE DA DOUTRINA. NESSA QUESTÃO VÊ-SE
BEM ISSO, EM QUE A ESAF COM CERTEZA SE BASEOU NA OBRA DO MESTRE
LEANDRO PAULSEN (CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO, 3ª ED., EDITORA
LIVRARIA DO ADVOGADO, 2010).
O PROBLEMA É QUE OS DOUTRINADORES PODEM EXPOR IDEIAS QUE SE
DIFERENCIAM, OU MESMO DEFENDER MESMAS IDEIAS USANDO PALAVRAS
DIFERENTES. POR EXEMPLO, QUANTO AOS ITENS II E III, NO MEU HUMILDE
ENTENDIMENTO, AS EXPRESSÕES “INTANGIBILIDADE DAS POSIÇÕES
JURÍDICAS” E “ESTABILIDADE DAS RELAÇÕES JURÍDICAS” PODEM SER
ENCARADAS MUITO BEM COMO SINÔNIMOS. A ESTABILIDADE DE UMA
RELAÇÃO JURÍDICA PODE SE DAR POR A LEI PROIBIR QUE ELA SEJA
“TOCADA”, OU SEJA, COM SUA INTANGIBILIDADE; CONSIDERANDO-SE
TAMBÉM QUE “POSIÇÃO JURÍDICA” PODE SER UMA RELAÇÃO JURÍDICA OU
ENSEJAR UMA RELAÇÃO JURÍDICA. E JUSTAMENTE NESSES ITENS II E III, A
INVERSÃO DOS EXEMPLOS, À LUZ DO QUE EXPOS O PROF. PAULSEN, FEZ OS
REFERIDOS ITENS FICAREM ERRADOS.
VEJAMOS A CORREÇÃO DOS ITENS CONSIDERANDO A SUPRACITADA OBRA
DO PROF. LEANDRO PAULSEN. OS GRIFOS EM NEGRITO SÃO MEUS.

“Para uma melhor identificação da potencialidade normativa do princípio


da segurança jurídica, impende que sejam identificados os seus
conteúdos, quais sejam:
1 – certeza do direito (legalidade, irretroatividade, anterioridade);

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2 – intangibilidade das posições jurídicas (proteção ao direito adquirido e


ao ato jurídico perfeito);
3 – estabilidade das situações jurídicas (decadência, prescrição extintiva
e aquisitiva);
4 – confiança no tráfego jurídico (cláusula geral da boa-fé, teoria da
aparência, princípio da confiança);
5 – devido processo legal (direito à ampla defesa inclusive no processo
administrativo, direito de acesso ao Judiciário e garantias específicas
como o mandado de segurança).
Todo o conteúdo normativo do princípio da segurança jurídica se projeta
na matéria tributária.”

I – CORRETO. CONFORME TRECHO DA OBRA:


“O conteúdo de certeza do direito diz respeito ao conhecimento do
direito vigente e aplicável aos casos, de modo que as pessoas possam
orientar suas condutas conforme os efeitos jurídicos estabelecidos,
buscando determinado resultado jurídico ou evitando conseqüência
indesejada. A compreensão das garantias dos artigos 150, I (legalidade
estrita), 150, III, a (irretroatividade), b (anterioridade de exercício) e c
(anterioridade nonagesimal mínima), e 195, § 6º (anterioridade
nonagesimal das contribuições de seguridade social), da Constituição
como realizadoras da certeza do direito no que diz respeito à
instituição e à majoração de tributos permite que se perceba mais
adequadamente o alcance de cada uma e o acréscimo de proteção
que representam relativamente às garantias gerais da legalidade
relativa (art. 5º, II, da CF), do direito adquirido, do ato jurídico
perfeito e da coisa julgada (art. 5º, XXXVIII, da CF).”

II-ERRADO. Intangibilidade das posições jurídicas, o que se vislumbra, por


exemplo, com o estabelecimento de prazos decadenciais e prescricionais a
correrem contra o Fisco, POR EXEMPLO, NO QUE DIZ RESPEITO À
CONSIDERAÇÃO DA FORMALIZAÇÃO DE UM PARCELAMENTO DE DÍVIDA COMO
ATO JURÍDICO PERFEITO A VINCULAR O CONTRIBUINTE E O ENTE
TRIBUTANTE.
III-ERRADO. Estabilidade das relações jurídicas, por exemplo, no que diz
respeito à consideração da formalização de um parcelamento de dívida como
ato jurídico perfeito a vincular o contribuinte e o ente tributante, O QUE SE
VISLUMBRA, POR EXEMPLO, COM O ESTABELECIMENTO DE PRAZOS
DECADENCIAIS E PRESCRICIONAIS A CORREREM CONTRA O FISCO.

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CONFORME TRECHOS A SEGUIR:


“O conteúdo de intangibilidade das posições jurídicas pode ser
vislumbrado, por exemplo, no que diz respeito à consideração da
formalização de um parcelamento de dívida tributária como ato
jurídico perfeito, a vincular o contribuinte e o ente tributante,
gerando todos os efeitos previstos nas normas gerais de Direito
Tributário, como a suspensão da exigibilidade do crédito tributário (art.
151, VI, do CTN) e o conseqüente direito a certidões negativas de débito
(art. 206 do CTN). Já no caso das isenções onerosas, cumpridas as
condições, surge para o contribuinte direito adquirido ao gozo do
benefício pelo prazo previsto em lei, restando impedida a revogação ou
modificação da isenção a qualquer tempo quando concedida por prazo
certo e em função de determinadas condições (art. 178 do CTN). Nesses
casos, inclusive, é aplicável a garantia estampada no art. 5º, XXXVI, da
CF.”
“O conteúdo de estabilidade das situações jurídicas evidencia-se nos
arts. 150, § 4º, 173 e 174 do CTN, que estabelecem prazos
decadenciais (para a constituição de créditos tributários) e
prescricionais (para a exigência compulsória dos créditos). Também há
garantia de estabilidade no art. 168 do CTN, em combinação com o art.
3º da LC 118/04, que estabelece prazo decadencial contra o contribuinte,
dentro do qual deve exercer seu direito ao ressarcimento de indébito
tributário por compensação ou repetição.”

IV-CORRETO. CONFORME TRECHO DA OBRA:


“O conteúdo de proteção à confiança do contribuinte, por sua vez,
fundamenta, por exemplo, o art. 100 do CTN, que estabelece que a
observância das normas complementares das leis e dos decretos
(atos normativos, decisões administrativas com eficácia normativa,
práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas e
convênios entre os entes políticos) exclui a imposição de penalidades e a
cobrança de juros de mora e inclusive a atualização do valor monetária
da base de cálculo do tributo.”

V-CORRETO. CONFORME TRECHO DA OBRA:


“O conteúdo de devido processo legal nota-se na ampla gama de
instrumentos processuais colocados à disposição do contribuinte
para o questionamento de créditos tributários, tanto na esfera

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administrativa, através, principalmente, do Decreto 70.235/72 (o


chamado processo administrativo fiscal, que assegura direito à
impugnação e recursos), como na esfera judicial, [...]”.

GABARITO: C

15- (PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 2004 ESAF) Considerando o


entendimento atualmente dominante no Supremo Tribunal Federal, assinale a
resposta que completa corretamente a assertiva.
“A alíquota de contribuição social destinada ao financiamento da Seguridade
Social, majorada por medida provisória que tenha sido editada na primeira
metade do exercício financeiro, objeto de reedição e conversão em Lei, poderá
ser exigida ...”
(A) depois de decorridos noventa dias da data da publicação da Lei resultante
da conversão.
(B) depois de decorridos noventa dias da data da publicação da medida
provisória originária.
(C) depois de decorridos noventa dias da data da reedição da medida
provisória.
(D) no próximo exercício financeiro.
(E) depois de decorridos noventa dias do início do próximo exercício financeiro.

Resolução

Analisando as alternativas:
Como dissemos, o art.62, §2º, CF88, refere-se somente a impostos. Assim, se
na conversão da MP em lei não houver substancial alteração em seu
texto, os 90 dias contam-se a partir da publicação da MP originária (RE
197.790, RE 181.664). Caso contrário, contam-se a partir da publicação da lei
de conversão (RE 169.740).

Como a questão não especifica, presume-se que não houve a tal substancial
alteração.

Assim, a correta é a alternativa ‘b’.

GABARITO: B

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16- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL – Tecnologia da


Informação 2005 ESAF) A Constituição da República veda a cobrança de
tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou aumentou. Trata-se do princípio da anterioridade tributária, que,
contudo, encontra na própria Constituição algumas exceções. Assinale, a
seguir, a modalidade tributária em que só pode ser exigido o tributo no
exercício seguinte ao de sua instituição ou majoração:
(A) Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos
ou valores mobiliários.
(B) Imposto sobre produtos industrializados.
(C) Empréstimo compulsório para atender a investimento público urgente e
relevante.
(D) Empréstimo compulsório por motivo de guerra externa ou de calamidade
pública.
(E) Imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou
nacionalizados.

Resolução

(A) ERRADA. É exceção: II, IE, IPI, IOF (art.150, §1º).


(B) ERRADA. É exceção: II, IE, IPI, IOF (art.150, §1º).
(C) CORRETA. Empréstimo compulsório-Investimento Público não é
exceção à Anterioridade (art.148, II), somente o Empréstimo compulsório
Guerra ou Calamidade é exceção.
(D) ERRADA. O Empréstimo compulsório Guerra ou Calamidade é exceção
(art.150, §1º).
(E) ERRADA. É exceção: II, IE, IPI, IOF (art.150, §1º).

GABARITO: C

17- (AGENTE-AUXILIAR-ARRECADADOR TRIBUTÁRIO SEFAZ PI 2001


ESAF) A cobrança de tributo no mesmo exercício financeiro em que haja sido
publicada a lei que o instituiu não é permitida em face do princípio da
(A) anualidade
(B) anterioridade
(C) irretroatividade
(D) legalidade
(E) igualdade

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Resolução

Lembremos que o princípio da anualidade não existe no atual ordenamento.


Assim, pelo art.150, III, ‘b’ e ‘c’ [em 2001 esse ‘c’ ainda não existia. Ele veio
com a EC 42/2003], a CORRETA é a alternativa B.

GABARITO: B

1.6. Princípio do Não-Confisco

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte,


é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...]
IV - utilizar tributo com efeito de confisco;

O conceito de confisco é INDETERMINADO.

Não é por menos que praticamente não se vê legislação no mundo que preveja
um valor ou um percentual fixo a partir do qual se considera confiscatório um
tributo.

Temos algumas noções, apenas indiciárias:


(i) os tributos cumulativos suportam alíquotas menores que os não
cumulativos. Por isso é que a alíquota do ISS (cumulativo) fica limitada a 5%
(por lei complementar, inclusive); enquanto chegamos a ver alíquota de ICMS
(não-cumulativo) alcançando mais de 30%.
(ii) a tributação da renda também admite alíquotas maiores, já que se vai
tributar só o acréscimo patrimonial. No Brasil, ela chega a 27,5% enquanto há
países em que alcança mais de 50%.
(iii) em relação aos tributos sobre o patrimônio, normalmente admite-se
alíquotas menores que para os demais tributos.
(iv) se o tributo tem função extrafiscal, ou seja, induzir um determinado
comportamento de determinadas pessoas ou grupos da sociedade, admitem-se
alíquotas mais elevadas. Como exemplo, temos o Imposto de Exportação, cuja
alíquota pode chegar até 150%.

Por conta dessa indeterminação, na busca de elementos mais objetivos para o


nosso próprio estudo, aqui é fundamental ir ao que o STF pensa a respeito.

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1.6.1. Princípio do Não-Confisco no STF

1.6.1.1. Totalidade da Carga Tributária Perante uma Mesma Pessoa


Política (ADIMC 2010 DF)
Nesse julgado, o STF entendeu inconstitucional a Lei 9.783/99, que tentou
elevar a alíquota da contribuição previdenciária dos servidores públicos a 25%,
os quais já se sujeitavam a um IR que podia chegar a 27,5% (AMBOS DE
COMPETÊNCIA DA UNIÃO).

Veja excerto do acórdão:


“Resulta configurado o caráter confiscatório de determinado tributo,
sempre que o efeito cumulativo – resultante das múltiplas incidências
tributárias estabelecidas pela mesma entidade estatal – afetar,
substancialmente, de maneira irrazoável, o patrimônio e/ou os
rendimentos do contribuinte. [...], pois a atividade estatal acha-se
essencialmente condicionada pelo princípio da razoabilidade”.

1.6.1.2. Multa Tributária Confiscatória de ADCT da Constituição do


Estado do RJ (ADI 551 RJ)
O referido acórdão declarou inconstitucionais dispositivos constantes do Ato
das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição do Estado do Rio
de Janeiro, os quais diziam que as multas pelo não recolhimento de
impostos e taxas estaduais não poderiam ser inferiores a duas vezes seu
valor, e que as multas por sonegação de impostos ou taxas estaduais não
poderiam ser inferiores a cinco vezes o seu valor.

Seguem trechos do acórdão:


“[...] uma multa de duas vezes o valor de um tributo, por mero retardamento
de sua satisfação, ou de cinco vezes, em caso de sonegação, certamente sei
que é confiscatório e desproporcional.”
“A desproporção entre o desrespeito à norma tributária e sua consequência
jurídica, a multa, evidencia o caráter confiscatório desta, atentando contra o
patrimônio do contribuinte, em contrariedade ao mencionado dispositivo do
texto Constitucional Federal”.

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1.6.1.3. Multa Tributária Confiscatória da Lei Federal nº 8.846/94


(ADIMC 1.075 DF)
Por esse acórdão, o STF suspendeu a aplicação do art.3º, parágrafo único, da
Lei federal nº 8.846/94, que previa multa de 300% sobre o valor da
mercadoria quando da não emissão da correspondente nota fiscal.

1.6.1.4. Multa Punitiva – Limite é o Valor Devido Pela Obrigação


Principal

Mais recentemente, o STF vem adotando um critério mais objetivo para o


limite do não confisco, qual seja, o valor devido pela obrigação principal.
Vejam os julgados abaixo.

“O entendimento desta Corte é no sentido de que a abusividade da


multa punitiva apenas se revela naquelas arbitradas acima do
montante de 100% do valor do tributo”. (AI 851.038 AgR, de 2015).

“A multa punitiva é aplicada em situações nas quais se verifica o


descumprimento voluntário da obrigação tributária prevista na legislação
pertinente. Trata-se da sanção prevista para coibir a prática de ilícitos
tributários. Nessas circunstâncias, conferindo especial relevo ao caráter
pedagógico da sanção, que visa desestimular a burla à atuação da
administração tributária, deve ser reconhecida a possibilidade de
aplicação da multa em percentuais mais rigorosos. Nesses casos, a
Corte vem adotando como limite o valor devido pela obrigação
principal”. (RE 602.686 AgR-segundo, de 2014).

1.6.2. Confisco ≠ Pena de Perdimento de Bens

A pena de perdimento de bens tem fundamento constitucional no art.5º, XLVI:


Art.5º, XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre
outras, as seguintes: [...]
b) perda de bens; [...]

No AgRg no AI 173.689, o STF decidiu:


“Importação – Regularização fiscal – Confisco. Longe fica de configurar
concessão, a tributo, de efeito que implique confisco decisão que, a partir de

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normas estritamente legais, aplicáveis a espécie, resultou na perda de bem


móvel importado.”

A decisão ressalta a distinção que se deve fazer entre uma penalidade


decorrente de infração tributária grave e tributo, que não tem natureza
sancionatória.

1.6.3. Taxa com Efeito Confiscatório

Se o valor cobrado a título de taxa for muito superior ao custo do serviço


público prestado, lembrando que a taxa tem caráter contraprestacional,
caracteriza-se como tributo com efeito de confisco (ADIMC QO 2.551).

"Taxa: correspondência entre o valor exigido e o custo da atividade


estatal. A taxa, enquanto contraprestação a uma atividade do Poder
Público, não pode superar a relação de razoável equivalência que
deve existir entre o custo real da atuação estatal referida ao
contribuinte e o valor que o Estado pode exigir de cada
contribuinte, considerados, para esse efeito, os elementos pertinentes
às alíquotas e à base de cálculo fixadas em lei. Se o valor da taxa, no
entanto, ultrapassar o custo do serviço prestado ou posto à disposição do
contribuinte, dando causa, assim, a uma situação de onerosidade
excessiva, que descaracterize essa relação de equivalência entre
os fatores referidos (o custo real do serviço, de um lado, e o valor
exigido do contribuinte, de outro), configurar-se-á, então, quanto
a essa modalidade de tributo, hipótese de ofensa à cláusula
vedatória inscrita no art. 150, IV, da CF. Jurisprudência. Doutrina."
(ADI 2.551-MC-QO, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 02.04.2003,
Plenário).

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1.6.4. Perspectiva Estática e Perspectiva Dinâmica de Aplicação do


Princípio do Não-Confisco

Perspectiva Estática – verifica se o valor do tributo, depois de criado ou


majorado, encontra-se muito elevado, fora do razoável; Foco da investigação:
quantum do tributo; Avaliar o percentual de alíquota vigente.

Perspectiva Dinâmica – verifica se o aumento do tributo em relação ao valor
anterior foi desarrazoado; Foco da investigação: quantum do aumento;
Avaliar o percentual de aumento, se esse aumento foi muito impactante.
(Fonte: GOLDSCHMIDT, Fabio Brun. O princípio do não-confisco no Direito
Tributário. São Paulo: Ed. RT, 2003, pp.104-105)

18- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2014 ESAF) Sobre o


entendimento do STF acerca da vedação da utilização, por parte da União,
Estados, Distrito Federal e Municípios, dos tributos com efeitos de confisco,
pode-se afirmar que:
(A) por veicular um conceito jurídico indeterminado, e não havendo diretriz
objetiva e genérica, aplicável a todas as circunstâncias, é permitido aos
Tribunais que procedam à avaliação dos excessos eventualmente praticados
pelo Estado, com apoio no prudente critério do Juiz.
(B) a chamada ‘multa moratória’, que tem por objetivo sancionar o
contribuinte que não cumpre suas obrigações tributárias, prestigiando a
conduta daqueles que pagam em dia seus tributos aos cofres públicos, não
possui caráter confiscatório, independentemente de seu importe.
(C) o isolado aumento da alíquota do tributo em dez pontos percentuais é
suficiente para comprovar seu efeito de confisco.
(D) não é cabível, em sede de controle normativo abstrato, a possibilidade de
o Supremo Tribunal Federal examinar se determinado tributo ofende, ou não, o
princípio constitucional da não confiscatoriedade.
(E) leis estaduais que estipulam margens mínima e máxima das custas, dos
emolumentos e da taxa judiciária e realizam uma disciplina progressiva das
alíquotas – somente sendo devido o pagamento dos valores elevados para as
causas que envolvam considerável vulto econômico – configuram ofensa ao
princípio constitucional do não confisco.

Resolução

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(A) CERTO. por veicular um conceito jurídico indeterminado, e não havendo


diretriz objetiva e genérica, aplicável a todas as circunstâncias, é permitido aos
Tribunais que procedam à avaliação dos excessos eventualmente praticados
pelo Estado, com apoio no prudente critério do Juiz.
“(...) a norma inscrita no art. 150, IV, da Constituição encerra uma
cláusula aberta, veiculadora de conceito jurídico indeterminado,
reclamando, em consequência, que os Tribunais, na ausência de ‘uma
diretriz objetiva e genérica, aplicável a todas as circunstâncias’
(ANTÔNIO ROBERTO SAMPAIO DÓRIA, Direito Constitucional Tributário e
Due Process of Law, p. 196, item n. 62, 2 ed., 1986, Forense) -- e tendo
em consideração as limitações que derivam do princípio da
proporcionalidade --, procedam à avaliação dos excessos
eventualmente praticados pelo Estado. (...) não há uma definição
constitucional de confisco em matéria tributária. Trata-se, na realidade,
de um conceito aberto, a ser utilizado pelo juiz, com apoio em seu
prudente critério, quando chamado a resolver os conflitos entre o
poder público e os contribuintes.” (ARE 712.285-AgR, Rel. Min. Celso de
Mello, julgamento em 23.04.2013, Segunda Turma).
(B) ERRADO. a chamada ‘multa moratória’, que tem por objetivo sancionar o
contribuinte que não cumpre suas obrigações tributárias, prestigiando a
conduta daqueles que pagam em dia seus tributos aos cofres públicos, não
possui PODE TER UM IMPORTE QUE LHE CONFIRA caráter confiscatório,
independentemente de seu importe. (RE 582.461, Rel. Min. Gilmar Mendes,
julgamento em 18-5-2011, Plenário, DJE de 18-8-2011, com repercussão
geral.).
(C) ERRADO. o isolado aumento da alíquota do tributo em dez pontos
percentuais é suficiente INSUFICIENTE para comprovar seu efeito de confisco.
“Imposto de Importação – II. Aumento de alíquota de 4% para 14%.
Deficiência do quadro probatório. (...) A caracterização do efeito
confiscatório pressupõe a análise de dados concretos e de peculiaridades
de cada operação ou situação, tomando-se em conta custos, carga
tributária global, margens de lucro e condições pontuais do mercado e de
conjuntura social e econômica (...). O isolado aumento da alíquota do
tributo é insuficiente para comprovar a absorção total ou
demasiada do produto econômico da atividade privada, de modo
a torná-la inviável ou excessivamente onerosa.” (RE 448.432-AgR,
Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 20.04.2010, Segunda
Turma).

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(D) ERRADO. não é cabível, em sede de controle normativo abstrato, a


possibilidade de o Supremo Tribunal Federal examinar se determinado tributo
ofende, ou não, o princípio constitucional da não confiscatoriedade.
"É cabível, em sede de controle normativo abstrato, a
possibilidade de o Supremo Tribunal Federal examinar se
determinado tributo ofende, ou não, o princípio constitucional da
não confiscatoriedade consagrado no art. 150, IV, da CF. Hipótese
que versa o exame de diploma legislativo (Lei 8.846/1994, art. 3º e seu
parágrafo único) que instituiu multa fiscal de 300% (trezentos por
cento). A proibição constitucional do confisco em matéria tributária –
ainda que se trate de multa fiscal resultante do inadimplemento, pelo
contribuinte, de suas obrigações tributárias – nada mais representa
senão a interdição, pela Carta Política, de qualquer pretensão
governamental que possa conduzir, no campo da fiscalidade, à injusta
apropriação estatal, no todo ou em parte, do patrimônio ou dos
rendimentos dos contribuintes, comprometendo-lhes, pela
insuportabilidade da carga tributária, o exercício do direito a uma
existência digna, ou a prática de atividade profissional lícita ou, ainda, a
regular satisfação de suas necessidades vitais básicas. O poder público,
especialmente em sede de tributação (mesmo tratando-se da definição
do quantum pertinente ao valor das multas fiscais), não pode agir
imoderadamente, pois a atividade governamental acha-se
essencialmente condicionada pelo princípio da razoabilidade que se
qualifica como verdadeiro parâmetro de aferição da constitucionalidade
material dos atos estatais." (ADI 1.075-MC, Rel. Min. Celso de Mello,
julgamento em 17.06.1998, Plenário)
(E) ERRADO. leis estaduais que estipulam margens mínima e máxima das
custas, dos emolumentos e da taxa judiciária e realizam uma disciplina
progressiva das alíquotas – somente sendo devido o pagamento dos valores
elevados para as causas que envolvam considerável vulto econômico – NÃO
configuram ofensa ao princípio constitucional do não confisco.
“(...) as Leis estaduais 6.688/1998 e 6.682/1998: estipulam
margens mínima e máxima das custas, dos emolumentos e da
taxa judiciária e realizam uma disciplina progressiva das
alíquotas – somente sendo devido o pagamento dos valores
elevados para as causas que envolvam considerável vulto
econômico. (...) verifico que não há, no presente caso, ofensa aos
princípios do livre acesso ao Poder Judiciário, da vedação ao confisco,
da proibição do bis in idem, da proporcionalidade e da razoabilidade

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(...).” (ADI 2.078, voto do Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em


17.03.2011, Plenário)

GABARITO: A

19- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2009 ESAF) Entre as


limitações constitucionais ao poder de tributar, que constituem garantias dos
contribuintes em relação ao fisco, é incorreto afirmar que:
(A) os impostos sobre o patrimônio podem ser confiscatórios, quando
considerados em sua perspectiva estática.
(B) uma alíquota do imposto sobre produtos industrializados de 150%, por
exemplo, não significa necessariamente confisco.
(C) o imposto de transmissão causa mortis, na sua perspectiva dinâmica, pode
ser confiscatório.
(D) o princípio do não-confisco ajuda a dimensionar o alcance do princípio da
progressividade, já que exige equilíbrio, moderação e medida na quantificação
dos tributos.
(E) a identificação do efeito confiscatório não deve ser feita em função da
totalidade da carga tributária, mas sim em cada tributo isoladamente.

Resolução

Indo às alternativas:
(A) CORRETA. Sob um perspectiva estática, o IPTU, por exemplo, poderá ser
considerado confiscatório se for instituído numa alíquota de 20%.
(B) CORRETA. Uma alíquota do imposto sobre produtos industrializados de
150%, por exemplo, não significa necessariamente confisco, porque ele
apresenta também uma função extrafiscal, regulatória do mercado.
(C) CORRETA. O ITCMD, na sua perspectiva dinâmica, pode ser
confiscatório, por exemplo, se vier lei e aumentar sua alíquota de 4% para, por
exemplo, 10%, numa perspectiva dinâmica.
(D) CORRETA. O princípio do não-confisco ajuda a dimensionar o alcance do
princípio da progressividade, já que exige equilíbrio, moderação e medida na
quantificação dos tributos. Sim, porque uma desmedida progressividade
(quanto maior a base de cálculo, maior a alíquota) pode chegar a um confisco,
atingindo o direito de propriedade do contribuinte.
(E) ERRADA. A identificação do efeito confiscatório não deve ser feita em
função de cada tributo, isoladamente considerado; mas sim, em função

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da totalidade da carga tributária, considerando os tributos de competência


de um mesmo ente político. É o que se lê da ADIMC 2010 DF, julgada no STF.

GABARITO: E

1.7. Princípio da Não-Limitação ao Tráfego de Pessoas ou Bens

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte,


é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...]
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de
tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de
pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público; [...]

Não podem U, E, DF, M instituir tributos interestaduais ou intermunicipais


(isso não quer dizer que a vedação não se refira à União) para limitar o tráfego
de bens ou pessoas, salvo nas exceções constitucionalmente previstas.

1ª Exceção – PEDÁGIO
Por muito tempo, discutiu-se se o pedágio teria natureza de tributo ou não.
Hoje, o STF entende, conforme o julgado na ADI 800, em 2014, que:

“1. O pedágio cobrado pela efetiva utilização de rodovias conservadas


pelo Poder Público, cuja cobrança está autorizada pelo inciso V, parte
final, do art.150 da Constituição de 1988, não tem natureza jurídica
de taxa, mas sim de preço público, não estando a sua instituição,
consequentemente, sujeita ao princípio da legalidade estrita.”

E, em seu o voto, o Ministro Relator Teori Zavaski afirmou claramente que a


existência ou não de via alternativa é irrelevante para definir a natureza
jurídica do pedágio. Vejamos trecho do referido voto:

“E, a despeito dos debates na doutrina e na jurisprudência, é


irrelevante também, para a definição da natureza jurídica do
pedágio, a existência ou não de via alternativa gratuita para o
usuário trafegar. Essa condição não está estabelecida na Constituição.
É certo que a cobrança de pedágio pode importar, indiretamente, em
forma de limitar o tráfego de pessoas. Todavia, essa mesma restrição, e

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em grau ainda mais severo, se verifica quando, por insuficiência de


recursos, o Estado não constrói rodovias ou não conserva
adequadamente as que existem. Consciente dessa realidade, a
Constituição Federal autorizou a cobrança de pedágio em rodovias
conservadas pelo Poder Público, inobstante a limitação de tráfego que tal
cobrança possa eventualmente acarretar.
Assim, a contrapartida de oferecimento de via alternativa
gratuita como condição para a cobrança de pedágio não é uma
exigência constitucional. Ela, ademais, não está sequer prevista em
lei ordinária.” (grifos meus)

2ª Exceção – ICMS INTERESTADUAL ou ICMS-TRANSPORTE


INTERMUNICIPAL

A própria CF88 outorga competência para Estados e Distrito Federal instituírem


seu ICMS Interestadual e ICMS-Transporte Intermunicipal. Se a CF88 prevê, é
porque se apresenta como mais uma exceção ao princípio da não-limitação ao
tráfego de pessoas ou bens.

2. LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR – UNIÃO

Essas limitações são CLÁUSULAS PÉTREAS, porque são garantidoras da


Federação (art.60, §4º, I, CF88).

2.1. Princípio da Uniformidade Geográfica da Tributação

Art. 151. É vedado à União:


I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou
que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito
Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão
de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do
desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do
País;

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Por exemplo, não pode a União estabelecer alíquotas de IPI reduzidas sobre
um produto em determinada região do País, A NÃO SER que essa região seja
economicamente menos desenvolvida em relação às demais do País. Isso dá
cumprimento inclusive ao que prescreve o art.3º, III, CF88:

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do


Brasil: [...]
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais; [...]

E é por isso que até hoje se mantêm os incentivos fiscais à Zona Franca de
Manaus, com fundamento também no art.40, ADCT, que prevê:

Art. 40. É mantida a Zona Franca de Manaus, com suas características de


área livre de comércio, de exportação e importação, e de incentivos
fiscais, pelo prazo de vinte e cinco anos, a partir da promulgação da
Constituição.

Art. 92. São acrescidos dez anos ao prazo fixado no art. 40 deste Ato
das Disposições Constitucionais Transitórias. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) (Vide Decreto nº 7.212, de 2010)

Art. 92-A. São acrescidos 50 (cinquenta) anos ao prazo fixado pelo


art. 92 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 83, de 2014)

2.1.1. Princípio da Uniformidade Geográfica da Tributação no STF

“O Decreto 420/1992 estabeleceu alíquotas diferenciadas – incentivo


fiscal – visando dar concreção ao preceito veiculado pelo art. 3º da
Constituição, ao objetivo da redução das desigualdades regionais
e de desenvolvimento nacional. Autoriza-o o art. 151, I, da
Constituição. (...) A concessão do benefício da isenção fiscal é ato
discricionário, fundado em juízo de conveniência e oportunidade
do Poder Público, cujo controle é vedado ao Judiciário”. (AI
630.997 AgR, de 2007).

O referido decreto, hoje já revogado, previa: “Ficam reduzidas de 50% as


alíquotas do IPI incidente sobre as mercadorias classificadas nos códigos

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1701.11 e 1701.99.0100, quando produzidas por estabelecimentos industriais


localizados nos Estados do Espírito Santo e do Rio de Janeiro”.

Quanto ao Estado do Espírito Santo, tudo bem, mas em relação ao Estado do


Rio de Janeiro…

20- (TÉCNICO DA RECEITA FEDERAL 2002.2 ESAF) Avalie a correção das


afirmações abaixo. Atribua a letra V para as verdadeiras e F para as falsas. Em
seguida, marque a opção que contenha a seqüência correta.
A Constituição Federal de 1988 veda
( ) o estabelecimento de limitações ao tráfego de pessoas, capitais ou bens por
meio de impostos.
( ) a instituição de tributo sobre o patrimônio, a renda ou serviços dos partidos
políticos, das entidades sindicais e das instituições de educação e de
assistência social.
( ) a instituição de imposto que não seja uniforme em todo o território estadual
ou municipal do ente político criador do imposto, admitida a concessão de
incentivos fiscais para a correção dos desequilíbrios regionais sócio-
econômicos.
(A) V, V, V
(B) V, V, F
(C) V, F, F
(D) F, F, F
(E) V, F, V

Resolução

Analisemos as afirmações da questão.


A Constituição Federal de 1988 veda
1ª Afirmação. FALSA. A CF88 não faz menção a “capitais” e a vedação de
estabelecimento de limitações ao tráfego de pessoas ou bens é para tributos
e não somente para impostos.
2ª Afirmação. FALSA. A vedação da tributação, por meio de impostos, das
entidades sindicais não é genérica, mas somente das entidades sindicais dos
trabalhadores. E a das instituições de educação e de assistência social
também não é genérica, mas somente para aquelas sem fins lucrativos,
atendidos os requisitos da lei, e desde que o patrimônio, a renda e os serviços,

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estejam relacionados com as finalidades essenciais dessas entidades


(art.150, VI, ‘c’ c/c art.150, §4º, CF88).
3ª Afirmação. FALSA. É em todo o território nacional, e não em todo o
território nacional estadual ou municipal (art.151, I, CF88).

GABARITO: D

2.2. Princípio da Uniformidade na Tributação da Renda

Art. 151. É vedado à União: [...]


II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os
proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos
que fixar para suas obrigações e para seus agentes;

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UNIÃO
NÃO PODE TRIBUTAR

JUROS DE TÍTULO DA JUROS DE TÍTULO DA


DÍVIDA PÚBLICA DÍVIDA PÚBLICA
MAIS QUE

ESTADUAL E MUNICIPAL FEDERAL

Isso porque se o investidor tivesse à disposição títulos federais cujos juros


pagos fossem menos tributados pelo imposto de renda do que os títulos
estaduais, distritais ou municipais, ele só ia querer adquirir títulos federais,
cujo rendimento líquido, descontado o IR, seria maior.

UNIÃO
NÃO PODE TRIBUTAR

REMUNERAÇÃO E REMUNERAÇÃO E
PROVENTOS PROVENTOS
MAIS QUE
DE AGENTE PÚBLICO DE AGENTE PÚBLICO

ESTADUAL E MUNICIPAL FEDERAL

Isso porque se o candidato a concursos públicos soubesse que sendo servidor


público federal, teria uma remuneração ou provento menos tributados, só
quereria ser servidor público federal.

Decorre do princípio da isonomia.

2.3. Princípio da Vedação à Isenção Heterônoma (ou Heterotópica)

Art. 151. É vedado à União: [...]


III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do
Distrito Federal ou dos Municípios.

Isso porque o PODER DE ISENTAR decorre do PODER DE TRIBUTAR.

Há 2 exceções a essa regra previstas na CF88: A União pode isentar, por lei
complementar, tanto de ICMS quanto de ISS a exportação de bens e serviços
para o exterior. Veja os dispositivos:

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Art.155, § 2.º O imposto previsto no inciso II [ICMS] atenderá ao


seguinte: [...]
XII - cabe à lei complementar: [...]
e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior,
serviços e outros produtos além dos mencionados no inciso X, "a"

Na verdade, essa isenção heterônoma (ou heterotópica) encontra-se inócua,


porque o inciso X, ‘a’, do §2º do art.155, no seu texto original falava em
imunidade para operações que destinassem ao exterior produtos
industrializados, excluídos os semi-elaborados definidos em lei complementar.

Com a EC 42/2003, qualquer mercadoria ou serviço (sujeito ao ICMS) passou a


ser alcançada pela imunidade, o que fez com que a função da lei
complementar do inciso XII, ‘e’, ficasse sem efeito.

Art.156, § 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste


artigo [ISS], cabe à lei complementar: [...]
II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o
exterior.

2.3.1. Isenção Concedida por Tratado Internacional

Tratado Internacional que concedeu isenção de ICMS a mercadoria importada


de país signatário do GATT (Tratado Geral de Tarifas e Comércio) foi
questionado no Poder Judiciário por suposta violação ao art.151, III, CF88.

A decisão foi no sentido da constitucionalidade do Tratado porque ali a União


celebra tratado não como ente federado, pessoa jurídica de direito
público interno, mas sim como Estado Federal total, República
Federativa, a qual, ao manter relações internacionais, pode estabelecer
isenção não só de tributos federais, mas também estaduais e
municipais (RE 229.096 RS).

Nesse RE, o voto foi expresso em não tratar essa isenção como uma
isenção heterônoma:
“O Presidente da República não subscreve tratados como Chefe de
Governo, mas como Chefe de Estado, o que descaracteriza a existência

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de uma isenção heterônoma, vedada pelo art.151, inc. III, da


Constituição.”

No mesmo sentido, a ADI 1.600

Segue Súmula do STJ em que se expressa a impossibilidade de lei federal


estabelecer isenção de custas judiciais (taxas estaduais):

Súmula 178
O INSS não goza de isenção do pagamento de custas e emolumentos,
nas ações acidentarias e de benefícios, propostas na justiça estadual.

2.3.1.1. Princípio da Vedação à Isenção Heterônoma no STF

“A cláusula de vedação inscrita no art. 151, III, da Constituição – que proíbe a


concessão de isenções tributárias heterônomas – é inoponível ao Estado
Federal brasileiro (vale dizer, à República Federativa do Brasil),
incidindo, unicamente, no plano das relações institucionais domésticas que se
estabelecem entre as pessoas políticas de direito público interno (...). Nada
impede, portanto, que o Estado Federal brasileiro celebre tratados
internacionais que veiculem cláusulas de exoneração tributária em matéria de
tributos locais (como o ISS, p. ex.), pois a República Federativa do Brasil,
ao exercer o seu treaty-making power, estará praticando ato legítimo que se
inclui na esfera de suas prerrogativas como pessoa jurídica de direito
internacional público, que detém – em face das unidades meramente
federadas – o monopólio da soberania e da personalidade
internacional”. (RE 543.943 AgR, de 2010).

3. LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR – E, DF, M

3.1. Princípio da Não Discriminação Tributária Baseada em Procedência


ou Destino

Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios


estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer
natureza, em razão de sua procedência ou destino.

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Como exemplo, não pode o Estado de São Paulo estabelecer, mesmo que por
lei, alíquota de ICMS mais onerosa para produto adquirido de industrial
estabelecido em MG por contribuinte do ICMS estabelecido em SP, em
comparação com o mesmo produto advindo de outro Estado.

Essa regra tem o mesmo fundamento do Princípio da Uniformidade Geográfica


da Tributação (art.151, I), só que lá, para a União, há uma exceção à
uniformidade, quando for para a União conceder incentivos fiscais destinados a
promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes
regiões do País.

Aqui, no art.152, não existe exceção para Estados, Distrito Federal e


Municípios.

É também regra garantidora do Pacto Federativo. CLÁUSULA PÉTREA.

3.1.1. Princípio da Não Discriminação Tributária Baseada em


Procedência ou Destino no STF

3.1.1.1. Redução de Base de Cálculo do ICMS para Café Torrado ou


Moído Produzido em Estabelecimento Industrial Localizado no Estado
do Rio de Janeiro

“Tributário. ICMS. Benefício fiscal. Redução da carga tributária


condicionada à origem da industrialização da mercadoria. Saídas internas
com café torrado ou moído. Decreto 35.528/2004 do Estado do Rio de
Janeiro. Violação do art. 152 da Constituição. O Decreto
35.528/2004 do Estado do Rio de Janeiro, ao estabelecer um regime
diferenciado de tributação para as operações das quais resultem a saída
interna de café torrado ou moído, em função da procedência ou do
destino de tal operação, viola o art. 152 da Constituição.” (ADI 3.389 e
ADI 3.673, de 2007).

O supracitado decreto previu que “nas saídas internas de café torrado ou


moído produzido em estabelecimento industrial localizado neste Estado
fica reduzida a base de cálculo do ICMS de forma que a carga tributária efetiva
corresponda a 7% (sete por cento).”

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O STF entendeu que o referido dispositivo violou o art. 152 da CF88.

3.1.1.2. Concessão de Benefício Fiscal a Operações com Farinha de


Trigo Provenientes de MG e dos Demais Estados

“A concessão de benefício fiscal às operações com farinha de trigo e


mistura pré-preparada de farinha de trigo (...) não viola a proibição de
outorga de tratamento diferenciado a bens e mercadorias, em função da
origem ou destino, à medida que for aplicado indistintamente às
operações com mercadorias provenientes do Estado de Minas
Gerais e às mercadorias provenientes dos demais Estados.” (ADI
3.410, de 2006).

21- (ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO MPOG 2016 ESAF)


Sobre os princípios constitucionais tributários, é correto afirmar que:
(A) o princípio constitucional da legalidade tributária exige necessariamente lei
em sentido estrito/formal tanto para a instituição quanto para a majoração de
tributo.
(B) o princípio constitucional da igualdade tributária exige idêntico tratamento
tributário para contribuintes que se encontrem em situação equivalente,
permitindo-se porém tratamento diferenciado em razão da ocupação
profissional destes mesmos contribuintes.
(C) o princípio constitucional da irretroatividade das normas que instituem ou
majorem tributos relativamente a fatos geradores ocorridos antes do início da
vigência da legislação correspondente não impede a aplicação retroativa de leis
que instituem novos critérios de apuração ou processos de fiscalização ou que
ampliem os poderes de investigação das autoridades administrativas.
(D) o princípio constitucional da anterioridade tributária geral não se aplica
nem ao imposto sobre produtos industrializados e nem ao imposto sobre a
propriedade territorial rural.
(E) o princípio constitucional tributário da liberdade de tráfego de pessoas ou
bens apenas obsta a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas
por empresas privadas concessionárias de serviço público outorgado pelo
Distrito Federal.

Resolução

(A) ERRADO. o princípio constitucional da legalidade tributária exige


necessariamente lei em sentido estrito/formal OU MEDIDA PROVISÓRIA tanto

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para a instituição quanto para a majoração de tributo. ART.150, I, e ART.62,


CF88.
(B) ERRADO. o princípio constitucional da igualdade tributária exige idêntico
tratamento tributário para contribuintes que se encontrem em situação
equivalente, permitindo-se porém tratamento diferenciado PROIBIDA
QUALQUER DISTINÇÃO em razão da ocupação profissional destes mesmos
contribuintes. ART.150, II, CF88.
(C) CERTO. o princípio constitucional da irretroatividade das normas que
instituem ou majorem tributos relativamente a fatos geradores ocorridos antes
do início da vigência da legislação correspondente não impede a aplicação
retroativa de leis que instituem novos critérios de apuração ou processos de
fiscalização ou que ampliem os poderes de investigação das autoridades
administrativas.
É O QUE ESTÁ PREVISTO NO §1º DO ART.144, CTN:
§1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à
ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos
critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os
poderes de investigação das autoridades administrativas, ou
outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste
último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a
terceiros.
(D) ERRADO. o princípio constitucional da anterioridade tributária geral não se
aplica nem ao imposto sobre produtos industrializados e nem ao imposto sobre
a propriedade territorial rural.
CF88, Art.150, §1º A vedação do inciso III, b, [anterioridade exercício
financeiro] não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I
[empréstimo compulsório – calamidade ou guerra], 153, I, II, IV e
V [II, IE, IPI, IOF]; e 154, II [imposto extraordinário]; e a vedação
do inciso III, c [anterioridade nonagesimal], não se aplica aos
tributos previstos nos arts. 148, I [empréstimo compulsório–
calamidade ou guerra], 153, I, II, III e V [II, IE, IR e IOF]; e 154, II
[imposto extraordinário], nem à fixação da base de cálculo dos
impostos previstos nos arts. 155, III [IPVA], e 156, I [IPTU].
O §1º TRAZ AQUELES TRIBUTOS AOS QUAIS NÃO SE APLICA A
ANTERIORIDADE OU A ANTERIORIDADE NONAGESIMAL. PERCEBAM QUE O IPI
NÃO SE APLICA À ANTERIORIDADE, MAS SE APLICA À ANTERIORIDADE
NONAGESIMAL. E O ITR NÃO É EXCEÇÃO À ANTERIORIDADE.
(E) ERRADO. o princípio constitucional tributário da liberdade de tráfego de
pessoas ou bens apenas NÃO obsta a cobrança de pedágio pela utilização de

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vias conservadas PELO PODER PÚBLICO por empresas privadas


concessionárias de serviço público outorgado pelo Distrito Federal.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte,
é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...]
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de
tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de
pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público; [...]

GABARITO: C

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4. IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS

4.1. Distinção entre Imunidade Tributária e Outras Figuras

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1) NÃO-INCIDÊNCIA (GENÉRICA) = não previsão do fato na hipótese de


incidência do tributo.

Pode haver a não-incidência por conta de decisão do legislador do ente político,


que apesar de ter a competência tributária, não institui o tributo, total ou
parcialmente.

2) IMUNIDADE = Hipótese de não-incidência constitucionalmente qualificada.

1º) A imunidade decorre de uma regra prevista na Constituição; nunca de uma


regra infraconstitucional.

2º) A imunidade colabora no desenho da competência impositiva. Isso porque


como a competência tributária é definida no plano constitucional, e a
imunidade também, aquele dizendo quando o tributo pode incidir, e essa
dizendo quando o tributo não pode incidir, ambas, reunidas, definem o
desenho final da competência tributária quanto àquele tributo.

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3º) Mesmo que a regra da CF88 venha escrita que determinada situação ou
pessoa “é isenta”, leia-se “é imune”, porque está escrita no texto
constitucional.

Formas escritas como aparece a imunidade NO TEXTO CONSTITUCIONAL:

IMUNIDADE = “NÃO INCIDIRÁ (ÃO)”


Exemplo:
Art.149, [...] § 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio
econômico de que trata o caput deste artigo: I - não incidirão sobre as
receitas decorrentes de exportação; [...]
Outros exemplos:
- IPI: art.153, §3º, III
- ITR: art.153, §4º, II
- ICMS: art.155, §2º, X
- ITBI: art.156, §2º, I
- Contribuição Social: art.195, II, in fine

IMUNIDADE = “ISENTA”
Art.5º, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular
que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o
Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé,
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
Outros exemplos:
- Art.184, §5º: Operações de transferência de imóveis desapropriados para
fins de reforma agrária
- Art.195, §7º: Contribuição para Seguridade Social

IMUNIDADE = “INDEPENDENTEMENTE DO PAGAMENTO DE TAXAS”


Art.5º, XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do
pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e
esclarecimento de situações de interesse pessoal;

IMUNIDADE = “COMPETE INSTITUIR, EXCETO”


ITBI:

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Art.156, II, in fine:


Art.156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: [...]
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens
imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis,
exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; [...]

A competência tributária é outorgada pela CF88. O exercício dessa


competência é feito pela lei do ente tributante.

3) ISENÇÃO = Há a competência tributária, mas o ente tributante decide não


cobrar o tributo editando lei que confere a isenção (ISENÇÃO SEMPRE É POR
LEI).

4) ALÍQUOTA ZERO = O ente tributante institui o tributo, mas como a


alíquota é zero, a obrigação tributária correspondente será nula. Normalmente
é utilizada nos tributos regulatórios (II, IE, IPI, IOF), pois a alíquota aí pode
ser alterada por ato do Poder Executivo.

22- (AGENTE DE FAZENDA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO 2010


ESAF) Analisando os institutos da imunidade e da isenção, julgue os itens a
seguir:
I. a isenção é uma limitação legal do âmbito de validade da norma jurídica
tributária, que impede que o tributo nasça ou faz com que surja de modo
mitigado (isenção parcial);
II. a imunidade é o obstáculo criado por uma norma da Constituição que
impede a incidência de lei ordinária de tributação sobre determinado fato,
ou em detrimento de determinada pessoa, ou categoria de pessoas;
III. ambos os institutos, imunidade e isenção, levam ao mesmo resultado: o
não pagamento de tributo. Porém, os meios pelos quais isso ocorre são
totalmente diferentes. A imunidade dá-se por meio da Constituição, a isenção
por meio de lei (ordinária ou complementar);
IV. a violação de dispositivo que contém isenção importa em ilegalidade e não
em inconstitucionalidade;
V. é incorreto afirmar-se que a imunidade é uma forma qualificada de não
incidência.
Estão corretos apenas os itens:
(A) I e II.
(B) I, II, III e IV.
(C) II, IV e V.

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(D) I, II e IV.
(E) III, IV e V.

Resolução

Vamos aos itens da questão:


I. CORRETO. A isenção é uma limitação legal, enquanto a Imunidade é uma
limitação constitucional.
II. CORRETO. A imunidade é uma limitação constitucional que impede a
incidência de lei ordinária de tributação sobre determinado fato.
III.CORRETO. Ambos os institutos, imunidade e isenção, levam ao mesmo
resultado: o não pagamento de tributo. Porém, os meios pelos quais isso
ocorre são totalmente diferentes. A imunidade dá-se por meio da Constituição,
a isenção por meio de lei (ordinária ou complementar);
IV. CORRETO. Se se está exigindo tributo que a lei diz ser isento, está-se indo
contra a lei.
V. ERRADO. É incorreto CORRETO afirmar-se que a IMUNIDADE é uma forma
qualificada de NÃO INCIDÊNCIA, porque a imunidade é uma hipótese de não
incidência CONSTITUCIONALMENTE QUALIFICADA.

GABARITO: B

23- (TÉCNICO DA RECEITA FEDERAL – TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO


2006 ESAF) Em relação às imunidades, avalie as afirmações abaixo e, em
seguida, marque a opção correta.
I. A diferença básica entre imunidade e isenção está em que a primeira atua
no plano da definição da competência, e a segunda no plano do exercício da
competência.
II. As imunidades podem ser definidas em função de condições pessoais de
quem venha a vincular-se às situações materiais que ensejariam a tributação.
III. As imunidades podem ser definidas em função do objeto suscetível de ser
tributado.
IV. A Constituição, ao definir a competência, excepciona determinadas
situações que, não fosse a imunidade, estariam dentro do campo da
competência, mas por força da norma de imunidade, permanecem fora do
alcance do poder de tributar.
(A) Há apenas um item correto.
(B) Todos os itens estão corretos.

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(C) Há dois itens corretos.


(D) Há três itens corretos.
(E) Todos os itens estão errados.

Resolução

I. CORRETO. Imunidade: no plano da competência, constitucional; e Isenção:


plano do exercício da competência, pela lei, infraconstitucional.
II. CORRETO. As imunidades podem ser definidas em função de condições
pessoais de quem venha a vincular-se às situações materiais que ensejariam a
tributação.
III. CORRETO. São as imunidades objetivas. Exemplo: livros, jornais,
periódicos e o papel destinado a sua impressão (art.150, VI, ‘d’, CF88).
IV. CORRETO. A imunidade ajuda na definição da competência, excluindo-se da
competência situações expressamente prescritas pela regra de imunidade.

GABARITO: B

24- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2009 ESAF) Diversos fatos


podem resultar na desoneração tributária. Assinale, entre as que se seguem, a
forma de desoneração tributária pela qual não nascem nem a obrigação
tributária, nem o respectivo crédito por força do não-exercício da competência
a que tem direito o poder tributante.
(A) Imunidade.
(B) Não-incidência.
(C) Isenção.
(D) Alíquota zero.
(E) Remissão.

Resolução

(A) Imunidade – não há a competência, logo ela não pode ser exercida.
(B) Não-incidência – Por exclusão das demais alternativas, essa não-
incidência só pode ser aquela pelo não exercício da competência pelo ente
tributante, e não a não-incidência genérica, em que não foi outorgada
competência tributária para determinada situação ao ente politico.
(C) Isenção – com a isenção, houve o exercício da competência tributária, mas
o legislador abre mão do tributo pela exclusão do crédito tributário (art.175 a
179, CTN).

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(D) Alíquota zero – houve o exercício da competência, tanto que o legislador


instituiu a alíquota zero.
(E) Remissão – é forma de extinção do crédito tributário (art.156, CTN). Logo,
surgiu a obrigação tributária antes.

GABARITO: B

25- (ADVOGADO IRB BRASIL RESSEGUROS 2006 ESAF) Um dos efeitos


da definição do fato gerador dos tributos, em geral, é o de estabelecer os
conceitos de incidência, não-incidência, imunidade e isenção. Sobre estas, é
incorreto afirmar-se que
(A) há incidência de tributo quando determinado fato, por enquadrar-se no
modelo abstratamente previsto pela lei, faz nascer a obrigação de recolher
tributo.
(B) a isenção concedida por prazo certo e em função de determinadas
condições não pode ser revogada nem reduzida.
(C) a não-incidência caracteriza-se pela não previsão do fato na hipótese de
incidência.
(D) a imunidade é uma hipótese de não-incidência constitucionalmente
qualificada.
(E) consoante entendimento do Supremo Tribunal Federal, consubstanciado
em Súmula, a revogação de incidência não tem eficácia imediata, já que
equivaleria à criação ou majoração de tributo.

Resolução

(A) CORRETO. Se o fato se enquadrou no modelo abstratamente previsto pela


lei, houve a incidência, nascendo a obrigação de recolher tributo.
(B) CORRETO. A isenção concedida por prazo certo e em função de
determinadas condições não pode ser revogada nem reduzida. É o que diz o
art.178, CTN. [VEREMOS ISSO COM MAIS DETALHE NA AULA 11]
(C) CORRETO. A não-incidência caracteriza-se pela não previsão do fato na
hipótese de incidência. Essa não previsão pode ser por não ter sido outorgada
competência pela Constituição para tributar tal fato, ou porque o ente político
tem a competência tributária, mas seu legislador não usou essa competência,
não prevendo o fato na lei.
(D) CORRETO. A imunidade é uma hipótese de não-incidência
constitucionalmente qualificada.

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(E) ERRADA. Caberia falar em revogação de isenção (Súmula 615 do STF), e


não de incidência. Revogação de incidência (= não mais tributar) não pode
equivaler à criação ou majoração de tributo.

GABARITO: E

4.2. Imunidade Recíproca


Prevê o art.150, VI, ‘a’:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte,
é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;

4.2.1. Imunidade Recíproca – Cláusula Pétrea


A Imunidade Recíproca decorre da Igualdade Político-Jurídica entre os Entes
Federados, e como a FORMA FEDERATIVA DE ESTADO É CLÁUSULA PÉTREA,
também a Imunidade Recíproca não pode ser excepcionada nem por
Emenda à Constituição (Decisão na ADI 939, que declarou inconstitucional
dispositivo da EC 3/1993, que pretendia excluir o antigo Imposto Provisório
sobre Movimentação Financeira - IPMF da Imunidade Recíproca). Se os Entes
Federados pudessem cobrar impostos uns dos outros, isso poria em risco a
Federação.

4.2.2. Imunidade Recíproca – Restrita aos Impostos


As imunidades relativas ao art.150, VI, CF88, são RESTRITAS AOS
IMPOSTOS.

Por exemplo, o Estado de São Paulo pode cobrar taxa pela emissão de
certidão de cartório solicitada pelo Município de São Paulo.

Não se aplica a Imunidade Recíproca às Contribuições (AgRg no RE


378.144)

Não se aplica a Imunidade Recíproca às Taxas (RE 364.202)

4.2.3. O Conceito de “Impostos Sobre Patrimônio, Renda e Serviços”


Abarca o ICMS Desde Que o Ente Público Seja Contribuinte de Direito

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(Vendedor na Operação Interna; e Comprador na Importação da


Mercadoria)

E o conceito de “Impostos sobre Patrimônio, Renda e Serviços” abarca


também o ICMS, conforme o STF:

AI 518.405 AgR RS, de 2010:


“ (…) ICMS. IMPORTAÇÃO. IMUNIDADE RECÍPROCA. APLICABILIDADE A
MUNICÍPIO NA HIPÓTESE DE O ENTE FEDERADO OCUPAR POSIÇÃO
PRÓPRIA DE CONTRIBUINTE (IMPORTADOR). RISCO À LIVRE-INICIATIVA
E À CONCORRÊNCIA. NECESSIDADE DE PROVA. A imunidade
tributária prevista no art. 150, VI, a da Constituição aplica-se às
operações de importação de bens realizadas por municípios, quando o
ente público for o importador do bem (identidade entre o
"contribuinte de direito" e o "contribuinte de fato"). Compete ao ente
tributante provar que as operações de importação desoneradas estão
influindo negativamente no mercado, a ponto de violar o art. 170 da
Constituição. Impossibilidade de presumir risco à livre-iniciativa e à
concorrência. Agravo regimental ao qual se nega provimento.”
No mesmo sentido: AI 671.412-AgR, 2008; AI 736.607-AgR, 2011; AI
518.325-AgR, 2010; AI 574.042-AgR, 2009; AI 634.050-AgR, 2009.

4.2.4. Exclusões à Imunidade Recíproca Previstas no Art.150, §3º,


CF88
Art.150, §3º:
As vedações do inciso VI, "a" [IMUNIDADE RECÍPROCA], e do parágrafo
anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, [1º]
relacionados com exploração de atividades econômicas regidas
pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que
haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo
usuário, nem exonera [2º] o promitente comprador da obrigação
de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.

4.2.4.1. Patrimônio, Renda e Serviços Relacionados com Exploração de


Atividades Econômicas Regidas pelas Normas Aplicáveis a
Empreendimentos Privados, ou em que Haja Contraprestação ou
Pagamento de Preços ou Tarifas pelo Usuário

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Se o Estado realiza atividade econômica (normalmente por intermédio de


empresas públicas ou sociedades de economia mista), a concessão da
imunidade recíproca a essas entidades feriria a livre concorrência.

Pois imagine se o Banco do Brasil (sociedade de economia mista) não pagasse


impostos sobre seu patrimônio, renda e serviços, enquanto os demais bancos
privados o fizessem? Afetaria a concorrência no setor.

Aliás, a própria CF88 prevê que “as empresas públicas e as sociedades de


economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do
setor privado” (art.173, §2º).

4.2.4.1.1. Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) do Município de


Senador Firmino MG - Remuneração Por Taxa ou Tarifa, Isoladamente
Considerada
Se bem que o STF entende que a remuneração por taxa ou tarifa,
ISOLADAMENTE CONSIDERADA, não é requisito para perda da imunidade:
É aplicável a imunidade tributária recíproca às autarquias e empresas
públicas que prestem inequívoco serviço público, desde que, entre
outros requisitos constitucionais e legais, não distribuam lucros ou
resultados direta ou indiretamente a particulares, ou tenham por
objetivo principal conceder acréscimo patrimonial ao Poder
Público (ausência de capacidade contributiva) e não desempenhem
atividade econômica, de modo a conferir vantagem não extensível às
empresas privadas (livre iniciativa e concorrência). O Serviço Autônomo
de Água e Esgoto é imune à tributação por impostos (art. 150, VI, a, §
2º e § 3º, da Constituição). A cobrança de tarifas, isoladamente
considerada, não altera a conclusão. (RE 399.307 AgR, 2010; RE
672.187 AgR, 2012)

4.2.4.2. Promitente Comprador da Obrigação de Pagar Imposto


Relativamente ao Bem Imóvel
Se pessoa imune (promitente vendedora) promete vender imóvel a outra
pessoa, não abrangida por imunidade, essa última, promitente compradora, já
é obrigada a pagar, por exemplo, o IPTU sobre o imóvel, ainda que a
transmissão da propriedade plena não tenha sido concluída.

Nesse sentido, a Súmula 583, STF:

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Promitente comprador de imóvel residencial transcrito em nome de


autarquia é contribuinte do imposto predial territorial urbano.

4.2.5. Extensão às Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista,


Ambas Prestadoras de Serviço Público
Veja o §2º do art.150:
§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se
refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas
finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

4.2.5.1. ECT, INFRAERO e CAERD


O entendimento do STF era, até bem pouco tempo, de que a imunidade
recíproca se aplica não somente às autarquias e às fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público (como prevê o art.150, §2º), mas também às
Empresas Públicas, desde que prestadoras de serviços públicos
obrigatórios e prestados em regime de monopólio estatal (Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT - RE 407.099 RS; e INFRAERO –
AgRg no RE 363.412 BA), e às Sociedades de Economia Mista também
prestadoras de serviços públicos obrigatórios e prestados em regime de
monopólio estatal (Companhia de Águas e Esgotos do Estado de Rondônia –
CAERD – AC 1.550).

Pelo RE 407.099 RS, de 2004, se distinguia Empresa Pública prestadora de


Serviço Público de prestação obrigatória e exclusiva do Estado e
Empresa Pública que Exerce Atividade Econômica.

A primeira se enquadra no art.150, §2º, abrangida pela Imunidade Recíproca.


Foi o caso no julgado, em que se entendeu que a Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos (ECT) presta serviço postal, serviço público de prestação
obrigatória e exclusiva do Estado, conforme art.21, X, CF88 (apesar de o
serviço prestado pela ECT ser remunerado por preço público).

A segunda é um instrumento de participação do Estado na economia,


enquadrando-se no art.150, §3º:
§ 3º - As vedações do inciso VI, "a" [IMUNIDADE RECÍPROCA], e do
parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos
serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas

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regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou


em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas
pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de
pagar imposto relativamente ao bem imóvel.

Na AC 1.550, entendeu o STF que uma Sociedade de Economia Mista


estadual prestadora de serviço público obrigatório de saneamento
básico (Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia – CAERD) também
estaria abrangida pela Imunidade Recíproca, fazendo referência expressa ao
RE 407.099 RS.

No mesmo sentido, o RE-AgRg 363.412 BA, em que a Empresa Pública Federal


INFRAERO (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária) foi exonerada
de pagar o ISS, por prestar serviço de infra-estrutura aeroportuária em regime
de monopólio (art.21, XII, ‘c’, CF88).

MAS ATENÇÃO: O ENTENDIMENTO MAIS RECENTE DO STF SOFREU UMA


ALTERAÇÃO!!

4.2.5.2. PETROBRÁS
No Ag.Rg. no RE 285.716 SP (02.03.2010), a PETROBRÁS teve seu pedido de
imunidade recíproca [IPTU sobre local onde instalados condutos de petróleo]
negado, declarando expressamente o Relator do voto vencedor que:

“2. É irrelevante para definição da aplicabilidade da imunidade


tributária recíproca a circunstância de a atividade desempenhada estar
ou não sujeita a monopólio estatal. O alcance da salvaguarda
constitucional pressupõe o exame (i) da caracterização econômica da
atividade (lucrativa ou não), (ii) do risco à concorrência e à livre
iniciativa e (iii) de riscos ao pacto federativo pela pressão política ou
econômica.
3. A imunidade tributária recíproca não se aplica à Petrobrás, pois:
3.1. Trata-se de sociedade de economia mista destinada à
exploração econômica em benefício de seus acionistas, pessoas de
direito público e privado, e a salvaguarda não se presta a proteger
aumento patrimonial dissociado de interesse público primário;
3.2. A Petrobrás visa a distribuição de lucros, e, portanto tem
capacidade contributiva para participar do apoio econômico aos entes
federados;

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3.3. A tributação de atividade econômica lucrativa não implica risco ao


pacto federativo.”

Perceba que aqui, o fato de distribuir lucros (“exploração econômica em


benefício de seus acionistas”) suplantou o fato de haver monopólio estatal.

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Assim, ATUALMENTE, temos:

Empresa Pública e Sociedade de


Economia Mista:
(i) Sem Atividade Lucrativa; IMUNIDADE RECÍPROCA
(ii) Cuja Imunidade Não Oferece Risco (art.150, §2º)
à Concorrência e à Livre Iniciativa;
(iii)Cuja Tributação Oferece Riscos ao
Pacto Federativo pela Pressão
Política ou Econômica.

Empresa Pública e Sociedade de Economia


Mista, AINDA QUE EM MONOPÓLIO
VEDADA a Imunidade
ESTATAL, que exercem atividade
Recíproca
econômica e que não se enquadrem nas
(art.150, §3º; art.173, §2º)
condições acima

4.2.5.3. ECT Novamente


NO ENTANTO, quanto à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
(EBCT), o STF decidiu, em Repercussão Geral (RE 601.392, de 2013), que a
eles se aplica a imunidade recíproca de forma integral, mesmo para
aqueles serviços que eles prestam que não se caracterizam como serviços
postais, pois o lucro eventualmente obtido é revertido para as
finalidades essenciais, relacionadas ao serviço postal, dado que este
atua onde a iniciativa privada não tem o interesse de atuar.

4.2.5.4. Imunidade Recíproca no IPVA da ECT


ACO 803 SP (AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA) de 2014:
“(…) IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA (CF, ART. 150, VI, “a”). O
ALTO SIGNIFICADO POLÍTICO-JURÍDICO DESSA GARANTIA
CONSTITUCIONAL, QUE TRADUZ UMA DAS PROJEÇÕES
CONCRETIZADORAS DO POSTULADO DA FEDERAÇÃO. IMUNIDADE
TRIBUTÁRIA DA ECT, EM FACE DO IPVA, QUANTO AOS VEÍCULOS DE
SUA PROPRIEDADE NECESSÁRIOS ÀS ATIVIDADES EXECUTADAS NO

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DESEMPENHO DO ENCARGO QUE, A ELA OUTORGADO, FOI DEFERIDO,


CONSTITUCIONALMENTE, À UNIÃO FEDERAL. (…)”.

4.2.5.5. Sociedades De Economia Mista ‘Anômalas’ – CODESP


A imunidade tributária recíproca aplica-se às sociedades de economia mistas
que se caracterizam inequivocamente como instrumentalidades
estatais (sociedades de economia mista ‘anômalas’). O foco na obtenção
de lucro, a transferência do benefício a particular ilegítimo ou a lesão à livre
iniciativa e às regras de concorrência podem, em tese, justificar o afastamento
da imunidade.

Assim foi decidido no caso Codesp, que realiza a exploração dos portos
marítimos, fluviais e lacustres, cujo serviço caracterizou-se como serviço
público. Elementos que fizeram os Ministros decidirem pela imunidade: (i) O
controle acionário da Codesp pertence em sua quase totalidade à União
(99,97%); (ii) Falta da indicação de que a atividade da pessoa jurídica
satisfaça primordialmente interesse de acúmulo patrimonial público ou
privado; (iii) Não há indicação de risco de quebra do equilíbrio concorrencial ou
de livre iniciativa, eis que ausente comprovação de que a Codesp concorra com
outras entidades no campo de sua atuação; (iv) Cabe à autoridade fiscal
indicar com precisão se a destinação concreta dada ao imóvel atende ao
interesse público primário ou à geração de receita de interesse particular ou
privado. (RE 253.472, 25.08.2010).

Reumindo:
Imunidade Recíproca DESDE QUE NÃO TENHAM:
(i) Foco em Lucro;
(ii) Transferência do Benefício a Particular Ilegítimo; ou
(iii) lesão à Livre Iniciativa e às regras de Concorrência

4.2.5.6. Imunidade Recíproca e Sociedades de Economia Mista


Prestadoras de Serviços de Saúde, com Capital Social Majoritariamente
Estatal – Também Para Impostos Estaduais

No RE 580.264 RS (16.12.2010), julgado em repercussão geral, o STF


entendeu que as sociedades de economia mista prestadoras de ações e
serviços de saúde, cujo capital social seja majoritariamente estatal,

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gozam da imunidade tributária recíproca, também para os impostos


estaduais, nas seguintes condições:
- Quanto ao ICMS, restringe-se às operações em que as Recorrentes se
apresentem como contribuintes de direito;
- Quanto ao IPVA, restringe-se à propriedade de veículos automotores
destinados aos serviços de saúde;
- Quanto ao ITCD, restringe-se aos bens e direitos recebidos mediante
transmissão causa mortis ou doação, também vinculados aos serviços públicos
prestados.
Veja a ementa:
EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
REPERCUSSÃO GERAL. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA.
SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. SERVIÇOS DE SAÚDE.
[...]
3. As sociedades de economia mista prestadoras de ações e
serviços de saúde, cujo capital social seja majoritariamente
estatal, gozam da imunidade tributária recíproca prevista na alínea
“a” do inciso VI do art.150 da Constituição Federal.[...]

4.2.5.7. À Casa da Moeda (Empresa Pública) se Aplica a Imunidade


Recíproca - Regime Constitucional de Monopólio (CF, art. 21, VII) (RE
610.517, de 2013)
“Casa da Moeda do Brasil (CMB). Empresa governamental delegatária de
serviços públicos. Emissão de papel moeda, cunhagem de moeda
metálica, fabricação de fichas telefônicas e impressão de selos postais.
Regime constitucional de monopólio (CF, art. 21, VII). Outorga de
delegação à CMB, mediante lei, que não descaracteriza a
estatalidade do serviço público, notadamente quando
constitucionalmente monopolizado pela pessoa política (a União
Federal, no caso) que é dele titular. A delegação da execução de
serviço público, mediante outorga legal, não implica alteração do regime
jurídico de direito público, inclusive o de direito tributário, que incide
sobre referida atividade. Consequente extensão, a essa empresa pública,
em matéria de impostos, da proteção constitucional fundada na garantia
da imunidade tributária recíproca (CF, art.150, VI, a).”

4.2.6. Imunidade Recíproca e Finalidades Essenciais

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150, § 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às


fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao
patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades
essenciais ou às delas decorrentes.

As FINALIDADES ESSENCIAIS a que se refere o dispositivo são as das


Autarquias e Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público e, por
decisão do STF, também as das Empresas Públicas e Sociedades de Economia
Mista prestadoras de Serviços Públicos, AINDA QUE SUJEITAS A MONOPÓLIO
ESTATAL, desde que:
(i) Sem Atividade Lucrativa;
(ii) Sua Imunidade Não Ofereça Risco à Concorrência e à Livre Iniciativa;
(iii) Sua Tributação Ofereça Riscos ao Pacto Federativo pela Pressão Política
ou Econômica.

Para U, E, DF, M, o patrimônio, a renda e os serviços não precisam estar


vinculados a suas finalidades essenciais para se beneficiarem da imunidade
recíproca.

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Assim, para aplicação da Imunidade Tributária Recíproca:

QUAISQUER PATRIMÔNIOS,
U, E, DF, M RENDAS OU SERVIÇOS


AUTARQUIAS e FUNDAÇÕES
(Instituídas e mantidas pelo Poder
Público)

PATRIMÔNIO, RENDA OU
EMPRESA PÚBLICA e SOCIEDADE DE SERVIÇOS VINCULADOS ÀS
ECONOMIA MISTA SUAS FINALIDADES
Cujo serviço público, MESMO QUE ESSENCIAIS
SUJEITO AO MONOPÓLIO ESTATAL,:
(i) Não Seja Atividade Lucrativa;
(ii) Imunidade Não Ofereça Risco à
Concorrência e à Livre Iniciativa;
(iii)Tributação Ofereça Riscos ao
Pacto Federativo pela Pressão
Política ou Econômica.

4.2.7. Imunidade Recíproca e Responsabilidade Tributária por


Sucessão – União (Sucessora) Tem de Pagar as Dívidas Tributárias da
Sucedida (R.F.F.S.A.) (RE 599.176 PR, com Repercussão Geral, em
2014)

“A imunidade tributária recíproca não exonera o sucessor das obrigações


tributárias relativas aos fatos jurídicos tributários ocorridos antes da sucessão
(aplicação “retroativa” da imunidade tributária).”

Não se aplica a imunidade recíproca a débitos tributários da extinta


Rede Ferroviária Federal S.A. (R.F.F.S.A.), sucedida pela União. Com a
liquidação da pessoa jurídica e com a já mencionada sucessão, a União se
tornara responsável tributária pelos créditos inadimplidos, nos termos dos arts.
130 e seguintes do CTN, pois tais créditos tributários foram constituídos

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legitimamente contra pessoas jurídicas dotadas de capacidade contributiva e


cuja tributação em nada afetaria o equilíbrio do pacto federativo, ainda que
sendo essa pessoa jurídica sociedade de economia mista.

4.2.8. OAB Goza de Imunidade Recíproca, Apenas nas Finalidades


Essenciais da Entidade (RE 259.976-AgR, em 23.03.2010); Mas a Caixa
de Assistência dos Advogados Não
“(…) a OAB desempenha atividade própria de Estado (defesa da
Constituição, da ordem jurídica do Estado democrático de direito, dos
direitos humanos, da justiça social, bem como a seleção e controle
disciplinar dos advogados). A imunidade tributária recíproca alcança
apenas as finalidades essenciais da entidade protegida. O
reconhecimento da imunidade tributária às operações financeiras não
impede a autoridade fiscal de examinar a correção do procedimento
adotado pela entidade imune. Constatado desvio de finalidade, a
autoridade fiscal tem o poder-dever de constituir o crédito tributário e de
tomar as demais medidas legais cabíveis. Natureza plenamente vinculada
do lançamento tributário, que não admite excesso de carga.” (RE
259.976-AgR, de 2010).

“A Caixa de Assistência dos Advogados, instituída nos termos dos


arts. 45, IV, e 62 da Lei 8.906/1994, não desempenha as atividades
inerentes à OAB (…) não é protegida pela imunidade tributária
recíproca (art.150, VI, a da Constituição). A circunstância de a Caixa de
Assistência integrar a estrutura maior da OAB não implica na extensão
da imunidade, dada a dissociação entre as atividades inerentes à atuação
da OAB e as atividades providas em benefício individual dos associados.”
(RE 233.843, de 2009; RE 662.816-AgR, de 2012; RE 259.976-AgR, de
2010, ADI 1.145, de 2002.

Mais Imunidade Recíproca no STF


1º) IOF e IR – Imunidade Recíproca para os Estados e Municípios que
investem em operações financeiras (RE 196.415 PR; AgRg 174.808; AgRg
172.890; ADIMC 1758 DF; RE 407.099: RE 398.630 SP; RE 354.897 RS).
2º) ACO 1.095 GO - Afastado ICMS sobre transporte de encomendas pela
ECT.

26- (ANALISTA-TRIBUTÁRIO DA RECEITA FEDERAL 2012 ESAF)


Responda às perguntas abaixo e em seguida assinale a opção correta.

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I. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar


imposto sobre o patrimônio, a renda ou os serviços uns dos outros. Isso, em
tese, impede à lei de um Município atribuir à União a condição de responsável
pela retenção na fonte do imposto sobre serviços?
II. Para combater o tráfego de gado infectado de uma região para outra, pode
o Estado impor tributos interestaduais ou intermunicipais?
III. Atende ao princípio da anterioridade a majoração de um imposto no dia 2
de dezembro de um ano, para ser cobrado no exercício seguinte?
(A) Sim, não e não.
(B) Sim, sim e sim.
(C) Não, não e sim.
(D) Não, sim e não.
(E) Não, não e não.

Resolução

I. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar


imposto sobre o patrimônio, a renda ou os serviços uns dos outros. Isso, em
tese, impede à lei de um Município atribuir à União a condição de responsável
pela retenção na fonte do imposto sobre serviços? NÃO.
CTN, Art.9º, §1º O disposto no inciso IV não exclui a atribuição, por lei,
às entidades nele referidas, da condição de responsáveis pelos tributos
que lhes caiba reter na fonte, e não as dispensa da prática de atos,
previstos em lei, assecuratórios do cumprimento de obrigações
tributárias por terceiros.
O INCISO IV CONSTANTE DO DISPOSITIVO SE REFERE À REGRA DE
IMUNIDADE RECÍPROCA, PRESENTE NO ART.150, I, CF88.
II. Para combater o tráfego de gado infectado de uma região para outra, pode
o Estado impor tributos interestaduais ou intermunicipais? NÃO.
CF88, Art.152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de
qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.
III. Atende ao princípio da anterioridade a majoração de um imposto no dia 2
de dezembro de um ano, para ser cobrado no exercício seguinte? SIM.
CF88, Art.150, III. [...] é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios cobrar tributos: (…)
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei
que os instituiu ou aumentou;

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O ITEM SE REFERE À ANTERIORIDADE DO EXERCÍCIO FINANCEIRO, E NÃO À


ANTERIORIDADE NONAGESIMAL. O QUE LEVA A ESSA INTERPRETAÇÃO É QUE
ELE SE REFERE A IMPOSTO, DE FORMA GENÉRICA.

GABARITO: C

27- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2012 ESAF) No tocante à


imunidade tributária recíproca, assinale o único item que não corresponde ao
entendimento do STF acerca do tema.
(A) Sociedade de economia mista prestadora de serviço público de água e
esgoto.
(B) Sociedades de economia mista prestadoras de ações e serviços de saúde,
cujo capital social seja majoritariamente estatal.
(C) Empresa pública a quem a União atribui a execução de serviços de
infraestrutura aeroportuária.
(D) Empresa pública encarregada de manter o serviço postal.
(E) Caixa de Assistência aos Advogados, vinculada à Ordem dos Advogados do
Brasil.

Resolução

(A) IMUNE. (Companhia de Águas e Esgotos do Estado de Rondônia – CAERD –


AC 1550).
(B) IMUNE. RE 580.264 RS:
“[...] 3. As sociedades de economia mista prestadoras de ações e
serviços de saúde, cujo capital social seja majoritariamente estatal,
gozam da imunidade tributária recíproca prevista na alínea “a” do inciso
VI do art.150 da Constituição Federal.[...]”
(C) IMUNE. RE-AgRg 363.412 BA, em que a Empresa Pública Federal
INFRAERO (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária) foi exonerada
de pagar o ISS, por prestar serviço de infra-estrutura aeroportuária em regime
de monopólio (art.21, XII, ‘c’, CF88).
(D) IMUNE. RE 407.099 RS, em que se entendeu que a Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos (ECT) presta serviço postal, serviço público de prestação
obrigatória e exclusiva do Estado, conforme art.21, X, CF88 (apesar de o
serviço prestado pela ECT ser remunerado por preço público).
(E) NÃO IMUNE – RE 662816 BA IMUNIDADE Para OAB, MAS NÃO PARA A
CAIXA DE ASSISTÊNCIA DOS ADVOGADOS:

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“Trata-se de entidade destinada a prover benefícios pecuniários e


assistenciais a seus associados. 2. Por não se revelar instrumentalidade
estatal, a Caixa de Assistência dos Advogados não é protegida pela
imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, a da Constituição). 3. A
circunstância de a Caixa de Assistência integrar a estrutura maior da
OAB não implica na extensão da imunidade, dada a dissociação entre as
atividades inerentes à atuação da OAB e as atividades providas em
benefício individual dos associados. Recurso extraordinário conhecido e
ao qual se dá provimento.”

GABARITO: E

28- (PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 2012 ESAF) Sobre o alcance


da chamada imunidade constitucional recíproca, de acordo com a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é correto afirmar que:
(A) tanto os objetivos como os efeitos do reconhecimento da aplicação da
imunidade constitucional recíproca são passíveis de submissão ao crivo
jurisdicional, em um exame de ponderação, não bastando a constatação
objetiva da propriedade do bem.
(B) sociedade de economia mista prestadora de serviço público de água e
esgoto não é abrangida pela imunidade tributária recíproca.
(C) tal imunidade, em alguns casos, pode ter como efeito colateral relevante a
relativização dos princípios da livre concorrência e do exercício de atividade
profissional ou econômica lícita.
(D) o reconhecimento da imunidade tributária às operações financeiras não
impede a autoridade fiscal de examinar a correção do procedimento adotado
pela entidade imune. Constatado desvio de finalidade, a autoridade fiscal
poderá, sendo o caso, constituir o crédito tributário e tomar as demais medidas
legais cabíveis.
(E) é relevante para definição da aplicabilidade da imunidade tributária
recíproca a circunstância de a atividade desempenhada estar ou não sujeita a
monopólio estatal.

Resolução

(A) CERTO. tanto os objetivos como os efeitos do reconhecimento da aplicação


da imunidade constitucional recíproca são passíveis de submissão ao crivo
jurisdicional, em um exame de ponderação, não bastando a constatação
objetiva da propriedade do bem.

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ESSE É UM TRECHO DO VOTO VENCEDOR DO MINISTRO JOAQUIM BARBOSA,


NA ADI 3089, EM QUE SE DISCUTIA A POSSIBILIDADE DA INCIDÊNCIA OU
NÃO DO ISS NAS SERVIÇOS NOTARIAIS. PROFERIU O MINISTRO O
ENTENDIMENTO DE QUE OS CARTÓRIOS NÃO SE ENQUADRAM NA IMUNIDADE
RECÍPROCA, POIS A CONSTATAÇÃO OBJETIVA DA NATUREZA PÚBLICA DO
SERVIÇO NÃO BASTAVA. EM QUE PESE O SERVIÇO SER PÚBLICO, MEDIANTE
CONCESSÃO OU DELEGAÇÃO, NUM EXAME DE PONDERAÇÃO, HÁ ALI
INEQUÍVOCO INTUITO LUCRATIVO, E OS AGENTES NOTARIAIS DEMONSTRAM
CAPACIDADE CONTRIBUTIVA OBJETIVA, POR SE DEDICAREM COM
INEQUÍVOCO INTUITO LUCRATIVO À ATIVIDADE.
(B) ERRADO. sociedade de economia mista prestadora de serviço público de
água e esgoto não é abrangida pela imunidade tributária recíproca.
NA AC 1.550, ENTENDEU O STF QUE UMA SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA
ESTADUAL PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO OBRIGATÓRIO DE
SANEAMENTO BÁSICO (COMPANHIA DE ÁGUAS E ESGOTOS DE RONDÔNIA –
CAERD) TAMBÉM ESTARIA ABRANGIDA PELA IMUNIDADE RECÍPROCA.
(C) ERRADO. tal imunidade, em alguns casos, NÃO pode ter como efeito
colateral relevante a relativização dos princípios da livre concorrência e do
exercício de atividade profissional ou econômica lícita.
“Atividades de exploração econômica, destinadas primordialmente a
aumentar o patrimônio do Estado ou de particulares, devem ser
submetidas à tributação, por apresentarem-se como manifestações de
riqueza e deixarem a salvo a autonomia política. A desoneração não deve
ter como efeito colateral relevante a quebra dos princípios da livre
concorrência e do exercício de atividade profissional ou econômica lícita”
(RE 253.472, de 2010).
NESSE JULGADO CONFIRMADA A IMUNIDADE RECÍPROCA PARA A SOCIEDADE
DE ECONOMIA MISTA CODESP.
(D) ERRADO. o reconhecimento da imunidade tributária às operações
financeiras não impede a autoridade fiscal de examinar a correção do
procedimento adotado pela entidade imune. Constatado desvio de finalidade, a
autoridade fiscal poderá, sendo o caso, TEM O PODER-DEVER DE constituir o
crédito tributário e tomar as demais medidas legais cabíveis.
“A imunidade tributária gozada pela Ordem dos Advogados do Brasil é da
espécie recíproca (art. 150, VI, a, da Constituição), na medida em que a
OAB desempenha atividade própria de Estado (defesa da Constituição, da
ordem jurídica do Estado democrático de direito, dos direitos humanos,
da justiça social, bem como a seleção e controle disciplinar dos
advogados). A imunidade tributária recíproca alcança apenas as

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finalidades essenciais da entidade protegida. O reconhecimento da


imunidade tributária às operações financeiras não impede a
autoridade fiscal de examinar a correção do procedimento
adotado pela entidade imune. Constatado desvio de finalidade, a
autoridade fiscal tem o poder-dever de constituir o crédito
tributário e de tomar as demais medidas legais cabíveis. Natureza
plenamente vinculada do lançamento tributário, que não admite excesso
de carga.” (RE 259.976-AgR, de 2010).
(E) ERRADO. é relevante IRRELEVANTE para definição da aplicabilidade da
imunidade tributária recíproca a circunstância de a atividade desempenhada
estar ou não sujeita a monopólio estatal.
“2. É irrelevante para definição da aplicabilidade da imunidade
tributária recíproca a circunstância de a atividade desempenhada estar
ou não sujeita a monopólio estatal. O alcance da salvaguarda
constitucional pressupõe o exame (i) da caracterização econômica da
atividade (lucrativa ou não), (ii) do risco à concorrência e à livre
iniciativa e (iii) de riscos ao pacto federativo pela pressão política ou
econômica.
3. A imunidade tributária recíproca não se aplica à Petrobrás, pois:
3.1. Trata-se de sociedade de economia mista destinada à
exploração econômica em benefício de seus acionistas, pessoas de
direito público e privado, e a salvaguarda não se presta a proteger
aumento patrimonial dissociado de interesse público primário;
3.2. A Petrobrás visa a distribuição de lucros, e, portanto tem
capacidade contributiva para participar do apoio econômico aos entes
federados;
3.3. A tributação de atividade econômica lucrativa não implica risco ao
pacto federativo.”

GABARITO: A

29- (ANALISTA DO COMÉRCIO EXTERIOR MDIC 2012 ESAF) Sobre a


imunidade recíproca, que é a vedação constitucional à instituição e cobrança,
por parte das pessoas políticas tributantes, de impostos sobre patrimônio,
renda e serviços uns dos outros, podemos afirmar que:
(A) a imunidade tributária gozada pela Ordem dos Advogados do Brasil não é
da espécie recíproca, na medida em que a OAB desempenha atividade própria
de Estado.

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(B) no caso de sociedades de economia mista controladas pela União, é


relevante para definição da aplicabilidade da imunidade tributária recíproca a
circunstância de a atividade desempenhada pela empresa estar ou não sujeita
a monopólio estatal.
(C) a imunidade tributária recíproca não é extensiva às autarquias, no que se
refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a suas finalidades
essenciais ou às delas decorrentes.
(D) as sociedades de economia mista prestadoras de ações e serviços de
saúde, cujo capital social seja majoritariamente estatal, gozam da imunidade
tributária recíproca.
(E) a imunidade tributária recíproca aplica-se, inclusive, às taxas.

Resolução

(A) ERRADO. a imunidade tributária gozada pela Ordem dos Advogados do


Brasil não é da espécie recíproca, na medida em que a OAB desempenha
atividade própria de Estado. NESSE SENTIDO, VEJA TRECHO DE EMENTA DA
DECISÃO DO STF NO AG.REG. NO RE 662.816 BA, EM QUE A CORTE
ENTENDEU QUE A IMUNIDADE RECÍPROCA DA OAB NÃO É EXTENSIVA À
CAIXA DE ASSISTÊNCIA DOS ADVOGADOS:
1. A Caixa de Assistência dos Advogados, instituída nos termos dos arts.
45, IV e 62 da Lei 8.906/1994, não desempenha as atividades
inerentes à Ordem dos Advogados do Brasil (defesa da Constituição,
da ordem jurídica do Estado democrático de direito, dos direitos
humanos, da justiça social Também não lhe compete privativamente
promover a representação, a defesa, a seleção e a disciplina dos
advogados em toda a República Federativa do Brasil). Trata-se de
entidade destinada a prover benefícios pecuniários e assistenciais a seus
associados. 2. Por não se revelar instrumentalidade estatal, a
Caixa de Assistência dos Advogados não é protegida pela
imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, a da Constituição).

(B) ERRADO. no caso de sociedades de economia mista controladas pela


União, é relevante IRRELEVANTE para definição da aplicabilidade da imunidade
tributária recíproca a circunstância de a atividade desempenhada pela empresa
estar ou não sujeita a monopólio estatal.
ESSE É O ENTENDIMENTO MAIS RECENTE DO STF. VIDE DECISÃO NO No
Ag.Rg. no RE 285.716 SP (02.03.2010), EM QUE A PETROBRÁS TEVE SEU
PEDIDO DE IMUNIDADE RECÍPROCA [IPTU SOBRE LOCAL ONDE INSTALADOS

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CONDUTOS DE PETRÓLEO] NEGADO, DECLARANDO EXPRESSAMENTE O


RELATOR DO VOTO VENCEDOR QUE:

“2. É irrelevante para definição da aplicabilidade da imunidade


tributária recíproca a circunstância de a atividade desempenhada
estar ou não sujeita a monopólio estatal. O alcance da salvaguarda
constitucional pressupõe o exame (i) da caracterização econômica da
atividade (lucrativa ou não), (ii) do risco à concorrência e à livre
iniciativa e (iii) de riscos ao pacto federativo pela pressão política ou
econômica.
3. A imunidade tributária recíproca não se aplica à Petrobrás, pois:
3.1. Trata-se de sociedade de economia mista destinada à exploração
econômica em benefício de seus acionistas, pessoas de direito público e
privado, e a salvaguarda não se presta a proteger aumento patrimonial
dissociado de interesse público primário;
3.2. A Petrobrás visa a distribuição de lucros, e, portanto tem capacidade
contributiva para participar do apoio econômico aos entes federados;
3.3. A tributação de atividade econômica lucrativa não implica risco ao
pacto federativo.”

(C) ERRADO. a imunidade tributária recíproca não é extensiva às autarquias,


no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a suas
finalidades essenciais ou às delas decorrentes. (ART.150, §2º, CF88).
(D) CORRETO. as sociedades de economia mista prestadoras de ações e
serviços de saúde, cujo capital social seja majoritariamente estatal, gozam da
imunidade tributária recíproca.
ESSA FOI A DECISÃO DO STF NO RE 580.264 RS (16.12.2010), JULGADO EM
REPERCUSSÃO GERAL. VEJA A EMENTA:
EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
REPERCUSSÃO GERAL. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA.
SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. SERVIÇOS DE SAÚDE.
[...]
3. As sociedades de economia mista prestadoras de ações e
serviços de saúde, cujo capital social seja majoritariamente
estatal, gozam da imunidade tributária recíproca prevista na alínea
“a” do inciso VI do art.150 da Constituição Federal.[...]

(E) ERRADO. a imunidade tributária recíproca NÃO SE aplica-se, inclusive, às


taxas. (art.150, VI, CF88).

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GABARITO: D

30- (FISCAL DE RENDAS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO 2010


ESAF) Sobre a imunidade constitucional recíproca, que veda a instituição e a
cobrança de impostos pelos entes tributantes sobre o patrimônio, a renda ou
os serviços, uns dos outros, é incorreto afirmar que:
(A) a imunidade tributária recíproca alcança apenas as finalidades essenciais
da entidade protegida. O reconhecimento da imunidade tributária às operações
financeiras não impede a autoridade fiscal de examinar a correção do
procedimento adotado pela entidade imune. Constatado desvio de finalidade, a
autoridade fiscal tem o poder-dever de constituir o crédito tributário e de
tomar as demais medidas legais cabíveis.
(B) a imunidade tributária recíproca é extensiva às autarquias, no que se
refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a suas finalidades
essenciais ou às delas decorrentes.
(C) a imunidade constitucional recíproca alcança as empresas públicas
prestadoras de serviço público, bem como as empresas públicas que exercem
atividade econômica em sentido estrito.
(D) a imunidade tributária recíproca diz respeito aos impostos, não alcançando
as contribuições.
(E) a imunidade tributária recíproca aplica-se às operações de importação de
bens realizadas por municípios, quando o ente público for o importador do bem
(identidade entre o ‘contribuinte de direito’ e o ‘contribuinte de fato’).

Resolução

Analisemos as alternativas:
(A) CORRETA. Qualquer imunidade ou isenção não impede o cumprimento de
obrigações acessórias pela pessoa beneficiada. Por isso, não está impedida a
autoridade fiscal de examinar a correção do procedimento adotado pela
entidade imune. Constatado desvio de finalidade, a autoridade fiscal tem o
poder-dever de constituir o crédito tributário e de tomar as demais medidas
legais cabíveis.
(B) CORRETA. É a letra do §4º do art.150, CF88.
(C) ERRADA. As empresas públicas que exercem atividade econômica em
sentido estrito estão excluídas da imunidade recíproca por conta do art.150,
§3º, CF88.

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(D) CORRETA. É o que diz o inciso VI do art.150, CF88: “instituir impostos


sobre”.
(E) CORRETA. a imunidade tributária recíproca aplica-se às operações de
importação de bens realizadas por municípios, quando o ente público for o
importador do bem (identidade entre o ‘contribuinte de direito’ e o
‘contribuinte de fato’) [ AI-AgR 518.405, de 2010].

GABARITO: C

31- (ANALISTA JURÍDICO SEFAZ-CE 2006 ESAF) A norma que impede


que a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios tributem,
reciprocamente, seus patrimônios, rendas ou serviços, denomina-se
(A) imunidade.
(B) isenção.
(C) norma geral anti-elisiva.
(D) anistia.
(E) não-incidência.

Resolução

Imunidade Recíproca (art.150, VI, ‘a’, CF88)

GABARITO: A

32- (AUDITOR-FISCAL DO TESOURO ESTADUAL AFTE-RN 2005 ESAF)


Avalie o acerto das afirmações adiante e marque com V as verdadeiras e com
F as falsas; em seguida, marque a resposta correta.
( ) A imunidade tributária conferida pela Constituição Federal a instituições de
assistência social sem fins lucrativos somente alcança as entidades fechadas
de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários.
( ) É permitido à União exigir imposto sobre a renda auferida por Municípios
que provenha de aluguel de imóveis a eles pertencentes.
( ) O imóvel pertencente a entidade sindical de trabalhadores, ainda quando
alugado a terceiros, permanece imune ao imposto sobre propriedade predial e
territorial urbana (IPTU), desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas
atividades essenciais de tal entidade.
(A) V, V, V

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(B) V, V, F
(C) V, F, V
(D) F, F, V
(E) F, V, F

Resolução

( ) VERDADEIRA. É o teor da Súmula 730, STF: A imunidade tributária


conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150,
vi, "c", da constituição, somente alcança as entidades fechadas de previdência
social privada se não houver contribuição dos beneficiários.
( ) FALSA. A imunidade recíproca de U, E, DF, M não está vinculada ao
cumprimento de quaisquer finalidades essenciais.
( ) VERDADEIRA. É o teor da Súmula 724: Ainda quando alugado a terceiros,
permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades
referidas pelo art. 150, vi, "c", da constituição, desde que o valor dos aluguéis
seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades.

GABARITO: C

33- (FISCAL DE TRIBUTOS ESTADUAIS SEFA PA 2002 ESAF) A não-


incidência de impostos sobre as autarquias e as fundações públicas, no que se
refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados às suas finalidades
essenciais ou delas decorrentes, resulta de:
(A) remissão
(B) anistia
(C) isenção
(D) imunidade
(E) moratória

Resolução

(A) A remissão é modalidade de extinção do crédito tributário (art.156, CTN)


(B) e (C) A anistia e a isenção são modalidades de exclusão do crédito
tributário (art.175, CTN)
(D) A não-incidência a que se refere a questão é a constitucionalmente
qualificada: a imunidade recíproca, no caso, estendida às autarquias e
fundações públicas, conforme art.150, §2º, CF88.

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(E) A moratória é modalidade de suspensão do crédito tributário (art.151,


CTN)

GABARITO: D

34- (TÉCNICO DA RECEITA FEDERAL 2002.2 ESAF) Assinale a opção


correta.
(A) As empresas públicas, as sociedades de economia mista e suas subsidiárias
gozarão dos privilégios tributários estabelecidos em lei complementar.
(B) As empresas públicas, as sociedades de economia mista e suas subsidiárias
gozarão dos privilégios fiscais estabelecidos em lei complementar.
(C) As empresas públicas, as sociedades de economia mista e suas subsidiárias
gozarão dos privilégios tributários estabelecidos em lei, desde que extensivos
às do setor privado.
(D) As autarquias federais, municipais e estaduais gozam de imunidade quanto
aos tributos dos outros entes políticos em decorrência da imunidade recíproca.
(E) O regime jurídico tributário das empresas públicas e das sociedades de
economia mista que explorem atividade econômica de produção ou de
comercialização de bens é estabelecido em norma complementar da legislação
tributária.

Resolução

(A) ERRADA. As empresas públicas, as sociedades de economia mista e suas


subsidiárias gozarão dos privilégios tributários estabelecidos em LEI, segundo
o art.173, §1º, II, CF88.
(B) ERRADA. Privilégio tributário é o mesmo que privilégio fiscal. Idem à
alternativa ‘a)’.
(C) CORRETA. É o que dispõe o art.173, §2º, CF88.
(D) ERRADA. As autarquias federais, municipais e estaduais gozam de
imunidade quanto aos IMPOSTOS (E NÃO TRIBUTOS) dos outros entes políticos
em decorrência da imunidade recíproca.
(E) ERRADA. Não confundir o regime jurídico tributário das empresas públicas
e das sociedades de economia mista que explorem atividade econômica de
produção ou de comercialização de bens com o regime econômico. Para este, o
art.173, §1º, CF88, exige determinação por lei e não por lei complementar.

GABARITO: C

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4.3. Imunidade Religiosa


Prevê o art.150, VI, ‘b’, c/c art.150, §4º:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte,


é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...]
VI - instituir impostos sobre: [...]
b) templos de qualquer culto; [...]:
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c",
compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços,
relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas
mencionadas.

4.3.1. Imunidade Religiosa e Cláusula Pétrea


O poder de tributar não pode inibir a prática religiosa (art.5º, VI, CF88), que é
cláusula pétrea, por ser direito individual (art.60, §4º, CF88).

4.3.2. Entidades e Não Somente Templos de Qualquer Culto


O entendimento pacificado do STF (RE 325.822 SP) é no sentido de que não só
os templos em si são imunes, mas sim as entidades religiosas. E, por conta
disso, não só impostos incidentes sobre imóveis, mas também impostos sobre
patrimônio, renda e serviços das entidades religiosas.

Essa imunidade é, portanto, SUBJETIVA, e não objetiva.

4.3.3. Finalidades Essenciais


E se a renda da entidade religiosa é imune, o aluguel que ela aufere com os
imóveis de sua propriedade também é imune, desde que revertido para as
finalidades essenciais da entidade da entidade religiosa.

Também os imóveis da entidade religiosa que não são templos são imunes ao
IPTU, desde que utilizados para as suas finalidades essenciais, mesmo que
lotes vagos e prédios comerciais, conforme o RE 325.822 SP.

Nesse sentido, também são abrangidos pela imunidade religiosa a CASA


PAROQUIAL, as SALAS DE REUNIÕES etc., desde relacionadas às finalidades
essenciais (AI 690.712 RJ AgR, julgado em 23.06.2009).

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Esse entendimento culminou na aprovação da Súmula Vinculante nº 52,


aprovada em 18.06.2015, que diz:
“Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel
pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, "c", da
Constituição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas
atividades para as quais tais entidades foram constituídas.”

4.3.4. Cemitérios
Se o cemitério não for de caráter comercial, em que se lucra com a venda ou
aluguel de jazigos, também pode se enquadrar na imunidade religiosa.

Para isso, deve cumprir os seguintes requisitos (RE 578.562 BA):


(i) Ser de entidade religiosa
(ii) Não ter fins lucrativos
(iii) Dedique-se exclusivamente a serviços religiosos e funerários

4.3.5. Templo Maçônico Não É Templo de Qualquer Culto Nem


Instituição de Assistência Social
O STF entendeu que a maçonaria seria uma ideologia de vida, e não uma
religião; portanto, não alcançável pela imunidade religiosa (RE 562.351 RS,
julgamento em 04.09.2012).

4.3.6. Entidade Religiosa - Compete à Administração tributária, e não à


Entidade Religiosa, Demonstrar a Eventual Tredestinação do Bem
Gravado pela Imunidade
“O STF consolidou o entendimento de que não cabe à entidade religiosa
demonstrar que utiliza o bem de acordo com suas finalidades
institucionais. Ao contrário, compete à administração tributária
demonstrar a eventual tredestinação do bem gravado pela imunidade.”
(ARE 800.395 AgR, de 2014).

35- (PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL PGDF 2004 ESAF) Avalie o


acerto das afirmações adiante e marque com V as verdadeiras e com F as
falsas; em seguida, assinale a opção que apresenta resposta correta.
( ) É legítima a cobrança de IPTU de lotes vagos e prédios comerciais de
entidade religiosa.
( ) É admitida a cobrança cumulada de taxa de serviço de limpeza de
logradouros públicos e de coleta domiciliar de lixo.

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( ) É lícita a utilização de informes pertinentes à CPMF para a constituição de


crédito tributário relativo a impostos.
( ) Os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e
periódicos são abrangidos por imunidade tributária.
(A) F, F, V, F
(B) F, V, V, F
(C) F, F, V, V
(D) V, F, V, V
(E) V, F, F, F

Resolução

( ) FALSA. Conforme o RE 325.822 SP, NÃO É LEGÍTIMA a cobrança de IPTU de


lotes vagos e prédios comerciais de entidade religiosa, SE UTILIZADOS EM
SUAS FINALIDADES ESSENCIAIS.
( ) FALSA. A taxa de serviço de limpeza de logradouros públicos NÃO É
específica nem divisível, sendo inconstitucional sua cobrança, diferente da taxa
de coleta domiciliar de lixo, conforme AI-AgR 639.510 MG, do STF.
( ) VERDADEIRA, apesar de revogada a CPMF.
( ) VERDADEIRA. É o teor da Súmula 657: A imunidade prevista no art. 150,
vi, "d", da constituição federal abrange os filmes e papéis fotográficos
necessários à publicação de jornais e periódicos.

GABARITO: C

36- (ADVOGADO IRB 2004 ESAF) Avalie as indagações abaixo e, em


seguida, assinale a opção de resposta correta.
• É vedado aos Municípios cobrar taxa da União pela utilização efetiva de
serviços públicos municipais, específicos e divisíveis, postos à disposição de
órgão público federal?
• A Caixa Econômica Federal, empresa pública federal, goza de imunidade
tributária no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a
suas finalidades essenciais sem fins lucrativos?
• As isenções tributárias concedidas sob condição onerosa podem ser
suprimidas livremente?
(A) Sim, sim, não
(B) Sim, não, sim
(C) Sim, não, não

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(D) Não, não, não


(E) Não, sim, não

Resolução

• NÃO. A vedação é para impostos (imunidade recíproca) e não para os demais


tributos.
• NÃO. Porque a Caixa Econômica Federal exerce atividade econômica estrito
senso, enquadrando-se no art.150, §3º, CF88.
• NÃO. As isenções tributárias concedidas sob condição onerosa NÃO podem
ser suprimidas livremente, conforme RE 204.062 e Súmula 615, STF.

GABARITO: D

4.4. Imunidade dos Partidos Políticos, Sindicatos dos Trabalhadores e


Instituições de Educação e Assistência Social Sem Fins Lucrativos

Prevê o art.150, VI, ‘c’, c/c art.150, §4º:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte,


é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...]
VI - instituir impostos sobre: [...]
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das
instituições de educação e de assistência social, sem fins
lucrativos, atendidos os requisitos da lei; [...]
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c",
compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados
com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.

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IMUNIDADE PROTEÇÃO
Partidos Políticos e Suas Fundações Estado Democrático de Direito
Entidades Sindicais dos Trabalhadores Liberdade de Associação Sindical
(Não abrange as Entidades Sindicais +
Patronais) Hipossuficiência do Trabalhador

4.4.1. Atendidos os Requisitos da Lei

E a lei a que se refere a alínea ‘c’ do inciso VI do art.150? É lei complementar


ou lei ordinária?

Essa lei a que se refere a parte final da alínea ‘c’ é a LEI ORDINÁRIA, mas
apenas a que vem para fixar normas sobre a constituição e o funcionamento
da entidade educacional ou assistencial (RE 93.770; ADI 1.802 MC).

Vejam o RE 636.941 RS, de 2014, a respeito:


(…). A SUPREMA CORTE INDICIA QUE SOMENTE SE EXIGE LEI
COMPLEMENTAR PARA A DEFINIÇÃO DOS SEUS LIMITES
OBJETIVOS (MATERIAIS), E NÃO PARA A FIXAÇÃO DAS NORMAS
DE CONSTITUIÇÃO E DE FUNCIONAMENTO DAS ENTIDADES
IMUNES (ASPECTOS FORMAIS OU SUBJETIVOS), OS QUAIS
PODEM SER VEICULADOS POR LEI ORDINÁRIA (ART. 55, DA LEI Nº
8.212/91). AS ENTIDADES QUE PROMOVEM A ASSISTÊNCIA SOCIAL
BENEFICENTE (ART. 195, §7º, CF/88) SOMENTE FAZEM JUS À
IMUNIDADE SE PREENCHEREM CUMULATIVAMENTE OS
REQUISITOS DE QUE TRATA O ART. 55, DA LEI Nº 8.212/91, NA
SUA REDAÇÃO ORIGINAL, E AQUELES PREVISTOS NOS ARTIGOS
9º E 14, DO CTN.
(…)
11. A imunidade, sob a égide da CF/88, recebeu regulamentação
específica em diversas leis ordinárias, a saber: Lei nº 9.532/97
(regulamentando a imunidade do art. 150, VI, “c”, referente aos
impostos); Leis nº 8.212/91, nº 9.732/98 e nº 12.101/09
(regulamentando a imunidade do art. 195, § 7º, referente às
contribuições), cujo exato sentido vem sendo delineado pelo Supremo
Tribunal Federal. (grifos nossos)

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Então, a “lei” a que se refere a alínea ‘c’ do inciso VI art.150 não é a lei
complementar (que define limites objetivos materiais da imunidade, trazidos
pelos artigos 9º e 14 do CTN), e sim a lei ordinária (que define normas de
constituição e funcionamento, aspectos formais ou subjetivos, das entidades
imunes). In casu, a Lei 9.532/97.

Os tais “limites objetivos materiais da imunidade”, constantes no art.14, CTN,


são os seguintes:
Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à
observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas:
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas
rendas, a qualquer título; (Redação dada pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção
dos seus objetivos institucionais;
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros
revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.
§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do
artigo 9º, a autoridade competente pode suspender a aplicação do
benefício.
§ 2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo 9º são
exclusivamente, os diretamente relacionados com os objetivos
institucionais das entidades de que trata este artigo, previstos nos
respectivos estatutos ou atos constitutivos.

Para se ter uma ideia dos “aspectos formais ou subjetivos” a que se refere o
acórdão, segue o art.12 da Lei 9.532/97, trazendo os requisitos:
Art. 12. Para efeito do disposto no art. 150, inciso VI, alínea "c", da
Constituição, considera-se imune a instituição de educação ou de
assistência social que preste os serviços para os quais houver sido
instituída e os coloque à disposição da população em geral, em caráter
complementar às atividades do Estado, sem fins lucrativos. (Vide artigos
1º e 2º da Mpv 2.189-49, de 2001) (Vide Medida Provisória nº 2158-35,
de 2001)
§ 1º Não estão abrangidos pela imunidade os rendimentos e ganhos de
capital auferidos em aplicações financeiras de renda fixa ou de renda
variável.
§ 2º Para o gozo da imunidade, as instituições a que se refere este
artigo, estão obrigadas a atender aos seguintes requisitos:

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a) não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços


prestados, exceto no caso de associações, fundações ou organizações da
sociedade civil, sem fins lucrativos, cujos dirigentes poderão ser
remunerados, desde que atuem efetivamente na gestão executiva e
desde que cumpridos os requisitos previstos nos arts. 3o e 16 da Lei no
9.790, de 23 de março de 1999, respeitados como limites máximos os
valores praticados pelo mercado na região correspondente à sua área de
atuação, devendo seu valor ser fixado pelo órgão de deliberação superior
da entidade, registrado em ata, com comunicação ao Ministério Público,
no caso das fundações;(Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)
b) aplicar integralmente seus recursos na manutenção e
desenvolvimento dos seus objetivos sociais;
c) manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros
revestidos das formalidades que assegurem a respectiva exatidão;
d) conservar em boa ordem, pelo prazo de cinco anos, contado da data
da emissão, os documentos que comprovem a origem de suas receitas e
a efetivação de suas despesas, bem assim a realização de quaisquer
outros atos ou operações que venham a modificar sua situação
patrimonial;
e) apresentar, anualmente, Declaração de Rendimentos, em
conformidade com o disposto em ato da Secretaria da Receita Federal;
f) recolher os tributos retidos sobre os rendimentos por elas pagos ou
creditados e a contribuição para a seguridade social relativa aos
empregados, bem assim cumprir as obrigações acessórias daí
decorrentes;
g) assegurar a destinação de seu patrimônio a outra instituição que
atenda às condições para gozo da imunidade, no caso de incorporação,
fusão, cisão ou de encerramento de suas atividades, ou a órgão público;
h) outros requisitos, estabelecidos em lei específica, relacionados com o
funcionamento das entidades a que se refere este artigo. (…)

Não pode ter lucro, mas pode ter superávit financeiro.

4.4.2. Interpretação Ampla a Impostos Sobre Patrimônio, Renda e


Serviços - Todos os Impostos – Desde que Para As Finalidades
Essenciais da Entidade

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O STF tem dado INTERPRETAÇÃO AMPLA quanto aos impostos atingidos por
essa imunidade. Não se aplica a classificação dos impostos dada pelo CTN
(Impostos sobre o comércio exterior; Impostos sobre o patrimônio e a renda;
Impostos sobre a produção e a circulação; Impostos especiais).

Assim:
IMUNIDADE AO ICMS:
- Entidade que importa mercadoria do exterior para integrar seu ativo
fixo – pois essas mercadorias passarão a compor seu patrimônio (RE 203.755)
A respeito, decidiu o STF:
"Na tributação das operações de importação, o contribuinte por
excelência do tributo é o importador (que tende a ser o adquirente
da mercadoria) e não o vendedor. Há confusão entre as figuras do
contribuinte de direito e do contribuinte de fato. Assim, não faz
sentido argumentar que a imunidade tributária não se aplica à entidade
beneficente de assistência social nas operações de importação, em razão
de a regra constitucional não se prestar à proteção de terceiros que
arquem com o ônus da tributação." (AI 476.664-AgR, de 2010)

Mas se a entidade comprar não do exterior, mas do mercado nacional, ela não
é contribuinte de direito e sim contribuinte de fato. Nesse caso, não se aplica a
imunidade porque o contribuinte é quem vende a mercadoria ou presta o
serviço para ela. Veja decisão do STF a respeito:
“A imunidade prevista no art. 150, VI, c, do Diploma Maior, a impedir a
instituição de impostos sobre patrimônio, renda ou serviços das
entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de
assistência social, sem fins lucrativos, está umbilicalmente ligada ao
contribuinte de direito, não abarcando o contribuinte de fato.” (RE
491.574-AgR, rel. min. Marco Aurélio, julgamento em 21-8-2012,
Primeira Turma, DJE de 6-9-2012.)

- Entidade de Assistência Social que comercializa bens por ela


produzidos – pois a cobrança do ICMS desfalcaria o patrimônio, diminuiria a
eficiência dos serviços e a integral aplicação das rendas da entidade (RE
210.251; RE 186.175).
- Não adiantaram os argumentos do voto vencido:
- Por ser um imposto indireto, que repercute economicamente no
contribuinte de fato, o ICMS não oneraria a renda da entidade;
- Afetaria o princípio da livre concorrência.

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IMUNIDADE AO II E IPI:
- Instituição de Assistência Social que importa bolsas para coleta de sangue –
pois seriam utilizadas na prestação do serviço específico da entidade (RE
243.807; AI 155.822)

IMUNIDADE AO ITBI:
“No caso do ITBI, a destinação do imóvel às finalidades
essenciais da entidade deve ser pressuposta, sob pena de não
haver imunidade para esse tributo. A condição de um imóvel estar
vago ou sem edificação não é suficiente, por si só, para destituir a
garantia constitucional da imunidade. A regra da imunidade se traduz
numa negativa de competência, limitando, a priori, o poder impositivo do
Estado. Na regra imunizante, como a garantia decorre diretamente da
Carta Política, mediante decote de competência legislativa, as
presunções sobre o enquadramento originalmente conferido devem
militar a favor das pessoas ou das entidades que apontam a norma
constitucional. Quanto à imunidade prevista no art. 150, VI, c, da CF, o
ônus de elidir a presunção de vinculação às atividades essenciais é do
fisco.” (RE 470.520, de 2013).

A ideia é que a entidade que está adquirindo o imóvel não tem como
comprovar sua utilização para as finalidades essenciais por ocasião da
aquisição, fato gerador do ITBI, pois acabou de adquirir o imóvel, então essa
destinação é pressuposta.

IMUNIDADE AO IPTU, ITR E IR:


Qualquer atividade efetuada pela entidade que gere renda não afasta a
imunidade, desde que esses recursos sejam destinados às finalidades
essenciais da entidade (RE 218.503 SP).
- Exploração do serviço de estacionamento (RE 144.900 SP, RE 257.700 MG)
- Aluguel de imóvel ao particular (AgRg no RE 390.451; RE 247.809 RJ)

Quanto à imunidade ao IPTU, veja a Súmula 724, STF:

Súmula 724
Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o
imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, vi,

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"c", da constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas
atividades essenciais de tais entidades.

Outros exemplos:
- Escolas de Ensino Profissionalizante mantidas pelos serviços sociais
autônomos (SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial e SENAI –
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) são imunes (RE 235.737).
- Entidade beneficente mantém livraria em imóvel de sua propriedade (RE
345.830)
- SESC vende ingressos de cinema ao público em geral (AgRg no 155.822)

ATENÇÃO: No Agravo Regimental no Agravo de Instrumento 661.713 SP,


julgado em 2013, decidiu-se que:
IMUNIDADE – INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO – IMÓVEIS LOCADOS E NÃO
EDIFICADOS – INEXISTÊNCIA. Consoante dispõe o artigo 150, § 4º, da
Constituição Federal, as instituições de educação apenas gozam de
imunidade quando o patrimônio, a renda e os serviços estão
relacionados a finalidades essenciais da entidade. Imóveis locados e
lotes não edificados ficam sujeitos ao Imposto Predial e Territorial
Urbano – IPTU. (grifos nossos)

Resumindo, como o imóvel da Instituição de Educação (no caso acima foi a


FGV) era lote não edificado, não estaria relacionado às finalidades essenciais
da instituição.

Ainda é cedo para se entender, a meu ver, que, para imóveis locados
(diferente de lote não edificado), a jurisprudência tenha mudado (até por conta
da súmula 724 do STF, que sequer foi mencionada neste julgado. Por enquanto
continua valendo), apesar de a ementa falar em “imóveis locados e lotes não
edificados”.

Aliás, em sentido contrário, recentemente, o STF garantiu essa imunidade


ainda que o imóvel estivesse vago, cabendo ao Fisco o ônus da prova de
que o SESI não estaria utilizando o imóvel para suas finalidades essenciais. É o
RE 385.091 DF de 06.08.2013, cujo trecho de ementa segue:
“Imunidade. Entidade de assistência social. Artigo 150, VI, c, CF.
Imóvel vago. Finalidades essenciais. Presunção. Ônus da prova.
(...)

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5. A constatação de que um imóvel está vago ou sem edificação não


é suficiente, por si só, para destituir a garantia constitucional da
imunidade. A sua não utilização temporária deflagra uma neutralidade
que não atenta contra os requisitos que autorizam o gozo e a fruição da
imunidade.”

ATENÇÃO, resumindo:
Se a prova focar muito em jurisprudência, se ela citar essa Imunidade
para:
- Instituição de Educação Sem Fins Lucrativos, o imóvel LOCADO e NÃO
EDIFICADO fica SUJEITO AO IPTU.
- Instituição de Assistência Social Sem Fins Lucrativos (SESI), o imóvel,
AINDA QUE NÃO EDIFICADO, GOZA DE IMUNIDADE TRIBUTÁRIA, se o
Fisco não comprovar que não esteja sendo utilizado para suas finalidades
essenciais.

4.4.3. Entidades de Previdência Privada – Se Há Contribuição dos


Beneficiários Não É Imune

- Entidade de previdência social ABERTA não é imune porque possui finalidade


lucrativa. É aquela que qualquer pessoa pode contratar numa instituição
financeira.

- A Entidade de previdência social FECHADA não tem fim lucrativo (cumpre o


art.14, CTN), no entanto:

Previdência Social CARÁTER CONTRIBUTIVO



Assistência Social CARÁTER NÃO CONTRIBUTIVO

Assim, como o art.150, VI, ‘c’, só falou em Instituições de Assistência Social, e


não de Previdência Social, só cabe a imunidade a essas últimas, fechadas,
se não houver contribuição por parte dos beneficiários do sistema de
previdência.

O caráter contratual da relação jurídica entre a entidade de previdência privada


e seus participantes (se não recolher a contribuição à entidade é

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sumariamente eliminado do plano) indica a ausência do requisito da


assistência social (RE 202.700 e 351.267 MG).

Mas se a entidade não cobrar contribuições do beneficiário, sendo mantida


somente com recursos da patrocinadora, a entidade é imune, pois se
equipara a Instituição de Assistência Social Sem Fins Lucrativos (RE 295.756
RJ e RE 235.003 SP).

Exemplo de patrocinador:
O Banco do Brasil é patrocinador da PREVI (entidade de previdência social
privada), “fundo de pensão” dos empregados do Banco, os quais são
beneficiários do sistema PREVI. Nesse exemplo, como não só o Banco
(Patrocinador) contribui, mas também é cobrada contribuição dos empregados,
a PREVI não é imune.

Hoje, há Súmula a respeito:


Súmula 730, STF:
A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem
fins lucrativos pelo art. 150, vi, "c", da constituição, somente alcança as
entidades fechadas de previdência social privada se não houver
contribuição dos beneficiários.

37- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2014 ESAF) O


entendimento do Supremo Tribunal Federal, no que toca à imunidade de que
gozam as entidades beneficentes de assistência social, é no sentido de que:
(A) entendem-se por serviços assistenciais as atividades continuadas que
visem à melhoria de vida da população e cujas ações, voltadas para as
necessidades básicas, observem os objetivos, os princípios e as diretrizes
estabelecidos em lei.
(B) o estabelecimento, como uma das condições de fruição de tal benefício por
parte das entidades filantrópicas, da exigência de que possuam o certificado de
Entidade Beneficente de Assistência Social – CEBAS, contraria o regime
estabelecido na Constituição Federal.
(C) a jurisprudência do STF é no sentido de afirmar a existência de direito
adquirido ao regime jurídico da imunidade das entidades filantrópicas.
(D) a exigência de renovação periódica do CEBAS, por parte das entidades
filantrópicas, a cada três anos, ofende o disposto na Constituição Federal.
(E) tratando-se de imunidade – que decorre, em função de sua natureza
mesma, do próprio texto constitucional –, revela-se evidente a absoluta

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impossibilidade jurídica de, mediante deliberação de índole legislativa,


restringir a eficácia do preceito.

Resolução

(A) CERTO. entendem-se por serviços assistenciais as atividades continuadas


que visem à melhoria de vida da população e cujas ações, voltadas para as
necessidades básicas, observem os objetivos, os princípios e as diretrizes
estabelecidos em lei. (RMS 23.729, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em
14.02.2006, Segunda Turma).
(B) ERRADO. o estabelecimento, como uma das condições de fruição de tal
benefício por parte das entidades filantrópicas, da exigência de que possuam o
certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social – CEBAS, NÃO
contraria o regime estabelecido na Constituição Federal. (RMS 27.093, Rel.
Min. Eros Grau, julgamento em 02.09.2008, Segunda Turma; RMS 27.300,
Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 25.10.2011, Primeira Turma; RMS
26.932, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 01.12.2009, Segunda
Turma).
(C) ERRADO. a jurisprudência do STF é no sentido de afirmar a existência
INEXISTÊNCIA de direito adquirido ao regime jurídico da imunidade das
entidades filantrópicas. (RMS 27.093, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em
02.09.2008, Segunda Turma; RMS 27.300, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento
em 25.10.2011, Primeira Turma; RMS 26.932, Rel. Min. Joaquim Barbosa,
julgamento em 01.12.2009, Segunda Turma).
(D) ERRADO. a exigência de renovação periódica do CEBAS, por parte das
entidades filantrópicas, a cada três anos, NÃO ofende o disposto na
Constituição Federal. (RMS 27.093, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em
02.09.2008, Segunda Turma; RMS 27.300, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento
em 25.10.2011, Primeira Turma; RMS 26.932, Rel. Min. Joaquim Barbosa,
julgamento em 01.12.2009, Segunda Turma).
(E) ERRADO. tratando-se de imunidade – que decorre, em função de sua
natureza mesma, do próprio texto constitucional –, revela-se evidente a
absoluta impossibilidade jurídica de A AUTORIDADE EXECUTIVA, mediante
deliberação de índole legislativa ADMINISTRATIVA, restringir a eficácia do
preceito. (RMS 22.192, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 28.11.1995,
Primeira Turma)

GABARITO: A

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38- (AUDITOR DO TESOURO MUNICIPAL RECIFE – PE 2003 ESAF) É


vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir
impostos sobre patrimônio, renda ou serviços das instituições de educação e
de assistência social, sem fins lucrativos.
No entanto, de acordo com o Código Tributário Nacional, tal imunidade
tributária é subordinada à observância, pelas referidas instituições, do seguinte
requisito, entre outros:
(A) aplicarem integralmente, no Brasil ou em suas controladas no exterior, os
seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais.
(B) não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a
qualquer título.
(C) no caso de instituições de educação, oferecerem gratuitamente pelo menos
50% das vagas de seus cursos regulares a alunos carentes.
(D) não remunerarem seus empregados com salários superiores aos pagos por
empresas públicas, em se tratando de cargos de iguais atribuições.
(E) não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a
título de lucro ou participação no seu resultado.

Resolução

Analisando as alternativas:
(A) ERRADA. Errada a expressão “ou em suas controladas no exterior” (Art.14,
II, CTN).
(B) CORRETA. não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas
rendas, a qualquer título (Art.14, I, CTN).
(C) ERRADA. Não há essa previsão no CTN ou em outra lei complementar, o
que é necessário, por conta do art.146, II, CF88.
(D) ERRADA. não há essa previsão no CTN ou em outra lei complementar. O
que diz o art.14, I, CTN, é “não distribuírem qualquer parcela de seu
patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título”.
(E) ERRADA. A expressão “a título de lucro ou participação no seu resultado”
constava na redação original do Art.14, I, CTN. Ela foi substituída pela
expressão “a qualquer título”, que veio com a LC 104/2001.

GABARITO: B

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39- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL – Tecnologia da


Informação 2005 ESAF) No tocante às imunidades tributárias conferidas às
instituições de assistência social sem fins lucrativos, só uma afirmação não
pode ser feita:
(A) É subordinada, entre outros, ao requisito de que apliquem integralmente
no País os seus recursos na manutenção de seus objetivos institucionais, ou de
outros que com estes guardem semelhança.
(B) Somente alcançam as entidades fechadas de previdência social privada se
não houver contribuição dos beneficiários.
(C) Não excluem a atribuição, por lei, às instituições de assistência social, da
condição de responsáveis pelos tributos que lhes caiba reter na fonte.
(D) Não dispensa tais entidades do cumprimento de obrigações tributárias
acessórias, como a de manterem escrituração de suas receitas e despesas em
livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.
(E) Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel
pertencente a tais instituições, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado
nas atividades essenciais de tais entidades.

Resolução

(A) ERRADA. A expressão “ou de outros que com estes guardem semelhança”
não consta do art.14, II, CTN, que regula a referida imunidade.
(B) CORRETA. É o teor da Súmula 730, STF: A imunidade tributária conferida a
instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, vi, "c", da
constituição, somente alcança as entidades fechadas de previdência social
privada se não houver contribuição dos beneficiários.
(C) CORRETA. Mesmo imune, a pessoa pode ser eleita pela lei como
responsável tributária de tributo devido por terceiro.
(D) CORRETA. É a letra do art.14, III, CTN.
(E) CORRETA. É o teor da Súmula 724, STF: Ainda quando alugado a terceiros,
permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades
referidas pelo art. 150, vi, "c", da constituição, desde que o valor dos aluguéis
seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades.

GABARITO: A

40- (AGENTE FISCAL DE TRIBUTOS ESTADUAIS SEFAZ PI 2001 ESAF)


Determinado Estado da Federação exige taxa de um partido político, em

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virtude de um serviço público específico e divisível a este prestado. Tal


exigência:
(A) é inconstitucional, pois os partidos políticos são imunes à tributação.
(B) é perfeitamente legal e legítima, desde que a taxa tenha sido
anteriormente instituída por lei.
(C) é inconstitucional, pois os partidos políticos são equiparados ao Estado.
(D) é inconstitucional, pois os partidos políticos são entidades de utilidade
pública.
(E) é perfeitamente legal e legítima, ainda que não tenha sido formalmente
instituída por lei, considerando que foi expressamente prevista pelo Código
Tributário Nacional – CTN.

Resolução

A imunidade dos partidos políticos, do art.150, VI, ‘c’, CF88, não se aplica às
taxas, mas somente aos impostos; e devem ser obedecidos o princípios da
legalidade e da irretroatividade na instituição dessa taxa.

GABARITO: B

41- (AUDITOR DO TRIBUNAL DE CONTAS DO PR 2003 ESAF) Julgue os


itens abaixo e marque, a seguir, a opção que apresenta resposta correta.
I. Na iminência ou no caso de guerra externa, é permitido à União iniciar a
cobrança de imposto extraordinário no mesmo exercício financeiro em que for
publicada a lei que o instituir.
II. Na hipótese de criação de imposto extraordinário em decorrência de guerra
externa, que incida sobre a mesma base de cálculo do imposto sobre
operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços
de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS), é
permitido à União instituir isenção do imposto de competência dos Estados e
do Distrito Federal.
III. Nos termos da Constituição Federal, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios instituir imposto sobre patrimônio, renda ou
serviços das instituições de previdência social, sem fins lucrativos, ainda que
tais instituições exijam contribuição de seus filiados para atendimento de suas
finalidades, desde que: (a) tenham sido constituídas com observância dos
requisitos previstos em lei e (b) seu patrimônio, renda e serviços sejam
relacionados com suas finalidades essenciais.

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IV. À exceção do imposto sobre importação de produtos estrangeiros, do


imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou
nacionalizados e do ICMS, nenhum outro imposto poderá incidir sobre
operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados
de petróleo, combustíveis e minerais do País.
(A) Apenas I e IV estão corretos.
(B) Apenas I e II estão corretos.
(C) Apenas II e IV estão corretos.
(D) Apenas III e IV estão corretos.
(E) Apenas III está correto.

Resolução

I. CORRETO. Imposto Extraordinário - Exceção às Duas Anterioridades.


II. ERRADO. Na hipótese de criação de imposto extraordinário em decorrência
de guerra externa, que incida sobre a mesma base de cálculo do imposto sobre
operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços
de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS), é
permitido à União instituir isenção do imposto de competência dos Estados e
do Distrito Federal. O ITEM FALA EM ISENÇÃO, PELA UNIÃO, DE IMPOSTO DE
COMPETÊNCIA DOS ESTADOS E DO DF, ENTÃO, ENTENDE-SE QUE ELA FALA
DO ICMS, E NÃO DO IMPOSTO EXTRAORDINÁRIO COM BASE DE CÁLCULO
IGUAL À DO ICMS. ENTÃO, ERRADA.
III. ERRADO. Se essas instituições exigirem contribuição de seus filiados para
atendimento de suas finalidades, não fazem jus à imunidade. É o
entendimento do STF (Súmula 730), como veremos a seguir.
IV. CORRETO. À exceção do imposto sobre importação de produtos
estrangeiros, do imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos
nacionais ou nacionalizados e do ICMS, nenhum outro imposto poderá incidir
sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações,
derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País (art.155, §3º, CF88).
(A) Apenas I e IV estão corretos.
(B) Apenas I e II estão corretos.
(C) Apenas II e IV estão corretos.
(D) Apenas III e IV estão corretos.
(E) Apenas III está correto.

GABARITO: A

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42- (AUDITOR-FISCAL DO TESOURO ESTADUAL AFTE-RN 2005 ESAF)


Avalie as indagações abaixo e em seguida assinale a resposta correta.
� Cabe à União exigir o imposto sobre produtos industrializados antes de
decorridos noventa dias da data de publicação da lei que o majorar?
� Empresa pública federal goza de imunidade tributária no que se refere ao
patrimônio, à renda e aos serviços vinculados às suas atividades que não
tenham fins lucrativos?
� Cabe aos Estados e ao Distrito Federal estabelecer hipótese de imunidade
tributária em relação a fato que esteja sujeito à incidência do imposto sobre
propriedade de veículos automotores?
� As contribuições sociais para a seguridade social só poderão ser exigidas
após decorridos noventa dias da data de publicação da lei que as houver
instituído ou aumentado?
(A) Não, sim, não, não
(B) Não, não, não, sim
(C) Sim, sim, sim, não
(D) Sim, não, sim, sim
(E) Sim, sim, não, não

Resolução

� NÃO. Com a EC 42/2003, o IPI obedece à Anterioridade Nonagesimal


(art.150, §1º, CF88)
� NÃO. Não basta que o patrimônio, a renda e os serviços da Empresa pública
federal sejam vinculados às atividades dela que não tenham fins lucrativos. É
necessário que sejam vinculados às finalidades essenciais dessa empresa
pública, ou às delas decorrentes.
� NÃO. Imunidade tributária é conferida pela Constituição, e não pelos entes
políticos.
� SIM. É o princípio da Anterioridade Nonagesimal (art.195, §6º).
(A) Não, sim, não, não
(B) Não, não, não, sim
(C) Sim, sim, sim, não
(D) Sim, não, sim, sim
(E) Sim, sim, não, não

GABARITO: B

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4.5. Imunidade de Livros, Jornais, Periódicos e o Papel Destinado a


Sua Impressão

Prevê o art.150, VI, ‘d’:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte,


é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...]
VI - instituir impostos sobre: [...]
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

4.5.1. Cláusula Pétrea

Essa imunidade protege os seguintes direitos do art.5º:


IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de
comunicação, independentemente de censura ou licença;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo
da fonte, quando necessário ao exercício profissional;

Configura-se também, então, cláusula pétrea (art.60, §4º, IV, CF88)

4.5.2. É Imunidade Objetiva

Ela só se aplica aos impostos que incidiriam nas operações com os esses bens:
ICMS, II, IPI, por exemplo.

Não está imune aqui o Imposto de Renda sobre a renda auferida pela livraria,
por exemplo (RE 170.707), nem o IPTU do imóvel dessa livraria.

Serviços:
- de composição gráfica que integra o processo de produção de livros – NÃO
IMUNE de ISS (RE 230.782 SP).
- de veiculação de anúncio e propaganda em jornais:
- desde que impresso no corpo do jornal ou periódico – IMUNE de ISS
(RE 87.049 SP)
- se em encarte ou folheto separado do corpo do jornal – NÃO IMUNE de
ISS (RE 213.094 ES)

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4.5.3. Conteúdo de Livro, Jornal ou Periódico

Não se leva em conta o VALOR ARTÍSTICO ou DIDÁTICO, a RELEVÂNCIA DAS


INFORMAÇÕES DIVULGADAS, a QUALIDADE CULTURAL ou o VALOR
PEDAGÓGICO da publicação.

Assim, são IMUNES:


- ÁLBUNS DE FIGURINHAS – Visam estimular o público infantil a se familiarizar
com os meios de comunicação impressos. Facilitam o acesso à cultura, à
informação e à educação (RE 221.239 SP; 179.893 SP).
- APOSTILAS ou MANUAIS TÉCNICOS PARA CURSOS DE TREINAMENTO –
Veículo de transmissão de cultura simplificado (RE 183.403).
- LISTAS TELEFÔNICAS – Permitem divulgação de informações necessárias ao
serviço público a custo zero para os assinantes (RE 199.183).

Mas NÃO SÃO IMUNES:


- CALENDÁRIOS COMERCIAIS, FOLHINAS, AGENDAS (RE 87.633)
- MANUAIS DE OPERAÇÕES DE MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS
- CADERNOS E BLOCOS DE PAPEL PARA ANOTAÇÃO
- LIVROS CONTÁBEIS
- IMPRESSOS DE PROPAGANDA MERCANTIL, INDUSTRIAL OU PROFISSIONAL

4.5.4. Alcance de “Papel Destinado a Sua Impressão”

Pelas decisões do STF, o meio de divulgação TEM DE SER PAPEL para caber
essa imunidade.

Por isso, NÃO É IMUNE a veiculação de informação na forma de CD-ROM


(LIVRO ELETRÔNICO), DISQUETE, SOFTWARE, FITA DE VÍDEO etc.

Somente É IMUNE INSUMO QUE GUARDE CORRESPONDÊNCIA, NA


MATERIALIDADE E NATUREZA, COM O PAPEL (RE 392.221 SP).
Exemplos, se destinados à composição de livros, jornais e periódicos:
- PAPEL FOTOGRÁFICO, INCLUSIVE PARA FOTOCOMPOSIÇÃO POR LASER
- FILMES FOTOGRÁFICOS, SENSIBILIZADOS, NÃO IMPRESSIONADOS, PARA
IMAGENS MONOCROMÁTICAS
- PAPEL PARA TELEFOTO

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- PELÍCULAS DE PROPILENO USADAS NAS CAPAS DOS LIVROS (RE 392.221


SP)
(RE 174.476)

Inclusive há Súmula do STF a respeito:


Súmula 657
A imunidade prevista no art. 150, vi, "d", da constituição federal abrange
os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de
jornais e periódicos.

Por não serem similares ou assemelhados a “papel destinado a sua


impressão”, NÃO SÃO IMUNES:
- Tinta especial para jornal (RE 324.600, de 2002; RE 273.308 SP, de 2000)
- Solução de base alcalina concentrada
- Motor de corrente contínua
- Tiras de plástico para amarrar jornais
- Chapas de gravação destinadas à impressão de jornais
- Esmalte revelador para sensibilizar superfícies de chapa de alumínio

É verdade há julgamento isolado em sentido contrário:


“CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Extraia-se da Constituição Federal, em
interpretação teleológica e integrativa, a maior concretude possível.
IMUNIDADE – “LIVROS, JORNAIS, PERIÓDICOS E O PAPEL DESTINADO A
SUA IMPRESSÃO” – ARTIGO 150, INCISO VI, ALÍNEA “D”, DA CARTA DA
REPÚBLICA – INTELIGÊNCIA. A imunidade tributária relativa a livros,
jornais e periódicos é ampla, total, apanhando produto, maquinário e
insumos. A referência, no preceito, a papel é exemplificativa e não
exaustiva.” (RE 202.149 RS, de 2011).

No caso, aceitou-se a imunidade de ICMS, Imposto de Importação e IPI “no


despacho aduaneiro de peças sobressalentes para equipamento de preparo e
acabamento de chapa de impressão offset para jornais”.

Mas a jurisprudência consolidada vai em sentido contrário, numa interpretação


restritiva dessa regra de imunidade.

43- (ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE AVIAÇÃO CIVIL ANAC 2016


ESAF) Quanto à imunidade tributária, assinale a opção correta.

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(A) Os templos de qualquer culto são imunes a todos os tributos.


(B) A imunidade dos partidos políticos alcança impostos e taxas.
(C) A imunidade das entidades educacionais é descaracterizada pela cobrança
de mensalidades.
(D) A imunidade dos livros, dos jornais e dos periódicos é subjetiva.
(E) O sujeito passivo imune não é dispensado do cumprimento de obrigações
acessórias.

Resolução

(A) ERRADO. Os templos de qualquer culto são imunes a todos os tributos


SOMENTE A IMPOSTOS.
CF88, Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios: (…)
VI - instituir impostos sobre: (…)
b) templos de qualquer culto; (…)
(B) ERRADO. A imunidade dos partidos políticos alcança SOMENTE impostos e
taxas.
CF88, Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios: (…)
VI - instituir impostos sobre: (…)
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de
educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os
requisitos da lei; (…)
(C) ERRADO. A imunidade das entidades educacionais NÃO é descaracterizada
pela cobrança de mensalidades. SE AS MENSALIDADES COBRADAS FOREM
REVERTIDAS PARA AS FINALIDADES ESSENCIAIS DA ENTIDADE,
RESPEITADOS OS DEMAIS REQUISITOS, ELA SERÁ IMUNE.
(D) ERRADO. A imunidade dos livros, dos jornais e dos periódicos é subjetiva
OBJETIVA. ELA SÓ SE APLICA AOS IMPOSTOS QUE INCIDIRIAM NAS
OPERAÇÕES COM OS ESSES BENS: ICMS, II, IPI, POR EXEMPLO.
(E) CERTO. O sujeito passivo imune não é dispensado do cumprimento de
obrigações acessórias.
ART.9º, §1º, CTN O disposto no inciso IV [IMUNIDADE] não exclui a
atribuição, por lei, às entidades nele referidas, da condição de
responsáveis pelos tributos que lhes caiba reter na fonte, e não as

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dispensa da prática de atos, previstos em lei, assecuratórios do


cumprimento de obrigações tributárias por terceiros.

GABARITO: E

44- (TÉCNICO DO TESOURO NACIONAL 1997 ESAF) Um estabelecimento


comercial que funciona em prédio alugado de terceiros e tem como atividade
exclusiva a revenda de livros didáticos é considerado contribuinte do
(A) ICMS e do IRPJ
(B) IPI e do IRPJ
(C) IPI e do ICMS
(D) ICMS
(E) IRPJ

Resolução

Analisando as alternativas da questão:


Como a imunidade do art.150, VI, ‘d’: impostos sobre livros, jornais, periódicos
e o papel destinado a sua impressão, é objetiva, atuando sobre os impostos
que incidem sobre esses bens, ela não alcança a renda da pessoa jurídica,
mesmo que ela comercialize esses bens. Incide IRPJ.

GABARITO: E

45- (ANALISTA CONTÁBIL-FINANCEIRO SEFAZ-CE 2006 ESAF) A


imunidade tributária ocorre quando a regra constitucional impede a incidência
da regra jurídica de tributação, criando um direito subjetivo público de exigir
que o Fisco se abstenha de cobrar tributos. Sobre esta, avalie o acerto das
afirmações adiante e marque com V as verdadeiras e com F as falsas; em
seguida, assinale a opção correta.
( ) A imunidade recíproca veda à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos
municípios a possibilidade de instituírem impostos sobre patrimônio, renda ou
serviços, uns dos outros.
( ) No tocante à imunidade dos livros, jornais, periódicos e do papel destinado
à sua impressão, estamos diante de uma imunidade objetiva, direcionada a
estes bens, e não à editora ou empresa que os comercializa.

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( ) As instituições de educação ou assistência social, embora reconhecidamente


imunes pela Constituição Federal, deverão obedecer a determinados requisitos
legais para que possam fruir de tal benefício.
(A) V, V, F.
(B) V, V, V.
(C) V, F, V.
(D) F, V, V.
(E) V, F, F.

Resolução

( ) VERDADEIRO. A imunidade recíproca veda à União, aos estados, ao Distrito


Federal e aos municípios a possibilidade de instituírem impostos sobre
patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros (art.150, VI, ‘a’, CF88).
( ) VERDADEIRO. No tocante à imunidade dos livros, jornais, periódicos e do
papel destinado à sua impressão, estamos diante de uma imunidade
OBJETIVA, direcionada a estes bens, e não à editora ou empresa que os
comercializa. Ou seja, a editora ou empresa pagam seu imposto de renda, por
exemplo, normalmente.
( ) VERDADEIRO. Esses requisitos legais referem-se à regulação da imunidade
por lei complementar, conforme art.146, II, CF88. Hoje encontram-se no
art.14, CTN.

GABARITO: B

46- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2003 ESAF)


� Entidade fechada de previdência privada, que só confere benefícios aos seus
filiados desde que eles recolham as contribuições pactuadas, goza de
imunidade tributária?
� Segundo entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal, filmes
fotográficos destinados à composição de livros, jornais e periódicos estão
abrangidos por imunidade tributária?
� A Constituição Federal veda a instituição de contribuição social para a
seguridade social sobre o lucro auferido por pessoas jurídicas, que decorra de
comercialização de livros, jornais, periódicos e papel destinado a sua
impressão?
(A) Não, sim, não
(B) Não, não, sim

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(C) Não, não, não


(D) Sim, sim, não
(E) Sim, não, sim

Resolução

� NÃO. Se houver recolhimento de contribuição pelos beneficiários da


entidade de previdência privada fechada, esta não goza de imunidade
tributária (Súmula 730, STF).
� SIM. Filmes fotográficos destinados à composição de livros, jornais e
periódicos estão abrangidos por imunidade tributária (Súmula 657, STF).
� NÃO. Essa imunidade é objetiva, alcançando os impostos incidentes sobre
os livros, jornais, periódicos e papel destinado a sua impressão, e não sobre o
lucro auferido por pessoas jurídicas, que decorra de comercialização desses
bens.

GABARITO: A

47- (PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO NO TCE-GO 2007 ESAF)


Entre as afirmativas abaixo, relativas à imunidade e isenções tributárias,
assinale a correta.
(A) Os partidos políticos são entidades imunes, benefício que não se estende
às suas fundações.
(B) A imunidade de entidade educacional sem fins lucrativos não é extensiva
aos aluguéis de apartamento de sua propriedade revertidos às suas finalidades
institucionais.
(C) A imunidade tributária incidente sobre livros só é extensível ao papel nele
utilizado se a obra tiver fins didático-educacionais.
(D) A isenção por prazo certo e em função de determinadas condições
atendidas pelo sujeito passivo gera direito adquirido.
(E) A empresa pública Caixa Econômica Federal, que exerce atividade
econômica, é abrangida pela imunidade tributária recíproca, não se sujeitando
ao pagamento de imposto sobre propriedade de veículos automotores
incidentes sobre seus carros.

Resolução

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(A) ERRADA. O art.150, VI, ‘c’, CF88, diz “partidos políticos, inclusive suas
fundações”.
(B) ERRADA. É extensiva sim, conforme Súmula 724: Ainda quando alugado a
terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das
entidades referidas pelo art. 150, VI, "c", da Constituição, desde que o valor
dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades.
(C) ERRADA. A imunidade tributária incidente sobre livros INDEPENDE DOS
FINS DA OBRA.
(D) CORRETA. A isenção por prazo certo e em função de determinadas
condições atendidas pelo sujeito passivo gera direito adquirido (conforme
art.178, CTN).
(E) ERRADA. Porque a Caixa Econômica Federal exerce atividade econômica
estrito senso, enquadrando-se no art.150, §3º, CF88.

GABARITO: D

4.6. Imunidade para Fonogramas e Videofonogramas Musicais


Brasileiros

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte,


é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...]
VI - instituir impostos sobre: [...]
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil
contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou
obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os
suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na
etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 75, de 15.10.2013)

Essa nova regra de imunidade adveio da aprovação da conhecida PEC da


Música.

Mas, essa EC já está sendo discutida no STF. O Governador do Amazonas


ajuizou a ADI 5058, pedindo ao STF a declaração da inconstitucionalidade da
norma constitucional, porque:

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(1) Viola os artigos 40 e 92 do ADCT (mantida a Zona Franca de Manaus, com


suas características de área livre de comércio, de exportação e importação, e
de incentivos fiscais, até 2023);
(2) A Zona Franca foi criada para estimular o crescimento econômico regional,
e a ampliação da imunidade tributária para fora da Zona Franca pode fazer
com que as indústrias fonográficas lá situadas migrem de lá – em razão dos
altos custos logísticos – para regiões com melhores condições de infraestrutura
e maior proximidade dos principais mercados consumidores do país.
(3) Há o risco de uma interpretação mais ampla da imunidade considerar como
“suportes materiais das obras” os computadores, celulares, reprodutores de
áudio e outros equipamentos multifuncionais, ou seja, que não têm a função
exclusiva de elemento de suporte e acessório ao registro fonográfico ou
videográfico.

De qualquer forma, por enquanto ela está valendo. Cabe, pois, assimila-la.

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FONOGRAMAS E
VIDEOFONOGRAMAS
MUSICAIS

SALVO etapa de
REPLICAÇÃO
PRODUZIDOS NO
INDUSTRIAL de
BRASIL
MÍDIAS ÓPTICAS DE
LEITURA A LASER

Contendo e SUPORTES MATERIAIS ou


ARQUIVOS DIGITAIS QUE OS
CONTENHAM

OBRAS MUSICAIS e/ou OBRAS EM


ou GERAL
LITEROMUSICAIS INTERPRETADAS POR
de AUTORES ARTISTAS
BRASILEIROS BRASILEIROS

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4.7. Imunidades Específicas de Impostos


Apesar de que serão tratadas essas imunidades quando discorrer nas aulas
sobre os impostos, acho por bem já reforçar o tema, tratando-o também na
aula de imunidade.

IMUNIDADE ESPECÍFICA = TÓPICA = ESPECIAL = EXTRAVAGANTE

4.7.1. IPI (Art.153, §3º, III)

Art.153, § 3º - O imposto previsto no inciso IV [IPI]: [...]


III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao
exterior.

Essa imunidade resulta do estímulo à exportação feito pelo Estado brasileiro,


pelo qual se busca não “exportar tributo” a fim de que o produto e o serviço
brasileiros cheguem mais competitivos no mercado internacional.

4.7.2. ITR (Art.153, §4º, II)

§ 4º O imposto previsto no inciso VI [ITR] do caput: [...]


II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei,
quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel;

Essa redação é a trazida pela EC 42/2003. Com ela são os seguintes os


requisitos para a referida imunidade:
(i) O imóvel tem que ser pequeno gleba rural, conforme definido na lei;
(ii) O proprietário não pode possuir outro imóvel

Na redação original, os requisitos eram os seguintes:


(i) O imóvel tem que ser pequeno gleba rural, conforme definido na lei;
(ii) O proprietário não pode possuir outro imóvel;
(iii) O proprietário que as explora, devia fazê-lo só ou com sua
família.

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Vê-se que o terceiro requisito foi suprimido, o que viabiliza a possibilidade de


atualmente o proprietário explorar a gleba com o auxílio de empregados, ou
indiretamente, arrendando a terra, por exemplo, sem acarretar a perda do
direito à imunidade.

48- (PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 2004 ESAF) A norma


constitucional que determina que o Imposto Territorial Rural (ITR) não incide
sobre pequenas glebas rurais, assim definidas em lei, quando as explore o
proprietário que não possua outro imóvel, veicula uma
(A) isenção subjetiva, por levar em conta a condição da entidade familiar.
(B) regra de não-incidência da norma tributária.
(C) isenção real, por recair sobre coisa.
(D) imunidade.
(E) elisão lícita imprópria.

Resolução

Analisando as alternativas da questão:


Se é regra de não-incidência CONSTITUCIONALMENTE QUALIFICADA, então é
imunidade.

Entre a ‘b’ e a ‘d’, a MAIS CORRETA é a ‘d’.

GABARITO: D

4.7.3. ICMS (Art.155, §2º, X, ‘a’ a ‘d’)

4.7.3.1. ICMS Exportação de Mercadorias e Serviços para o Exterior


(Art.155, §2º, X, ‘a’)

Art.155, § 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: [...]


X - não incidirá:
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem
sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a
manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas
operações e prestações anteriores;

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Essa regra de imunidade foi estendida com a EC 42/2003, pois antes era
limitada aos produtos industrializados, excluídos os semi-elaborados definidos
em lei complementar, podendo ainda a lei complementar estabelecer isenção
heterônoma para serviços e outros produtos além dos mencionados no inciso
X, ‘a’, regra que atualmente ficou inócua.

Cabe registrar que não está abrangido por esta imunidade o serviço de
transporte interestadual de produto industrializado destinado à
exportação (RE 212.637 MG), isso porque esse serviço de transporte não é
prestado a destinatário no exterior, mas sim prestado a exportador brasileiro
que vai destinar mercadoria para o exterior.

Apesar de não ter sido cobrado ICMS do exportador por conta da imunidade, o
dispositivo prevê a manutenção do crédito correspondente ao ICMS
cobrado nas operações e prestações anteriores. Esse crédito pode ser
utilizado para pagar o imposto em operações internas, transferência para
utilização por estabelecimento da mesma pessoa jurídica ou pedido de
ressarcimento em espécie, por exemplo.

Essa previsão de manutenção do crédito relativo à exportação dependia, antes


da EC 42/2003, de lei complementar (art.155, §2º, XII, ‘f’, CF88).

4.7.3.1.1. ICMS Exportação no STF


“TRIBUTO. ICMS. Exportação de produtos industrializados. Imunidade.
Limitação apenas às operações realizadas com moeda estrangeira.
Restrição imposta pelo Decreto Estadual nº 7.004/90 e Convênio ICMS
nº 4/90. Inadmissibilidade. Recurso Extraordinário não provido. A
imunidade do ICMS relativa à exportação de produtos industrializados
abrange todas as operações que contribuíram para a exportação,
independentemente da natureza da moeda empregada.” (RE
248.499 PR, de 2009).

O caso se refere a um decreto do Estado do RS que não reconhecia a


imunidade nas operações de tranferência das mercadorias do estabelecimento
produtor para o estabelecimento exportador, por serem realizadas com moeda
nacional, e não moeda estrangeira. Tal comando foi considerado
inconstitucional pelo STF, por restringir a regra de imunidade em comento.

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4.7.3.2. ICMS Interestadual Petróleo, Lubrificantes, Combustíveis


Derivados e Energia Elétrica (Art.155, §2º, X, ‘b’)

Art.155, § 2.º O imposto previsto no inciso II [ICMS] atenderá ao


seguinte: [...]
X - não incidirá: [...]
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive
lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia
elétrica;

Trata-se de imunidade que procurou beneficiar os Estados destinatários


desses produtos, em detrimento dos Estados produtores (o principal
atualmente é o Rio de Janeiro). Assim é que o ICMS interestadual não incide,
podendo o Estado destinatário tributar todo o ICMS sobre a operação e
compra do combustível. Os Estados produtores já seriam beneficiados com a
compensação financeira dos royalties (art.20, §1º, CF88).

Já houve tentativa de contribuintes consumidores desses produtos, localizados


no Estado de destino, defenderem que essa imunidade os beneficiaria, o que o
STF não encampou, pelos argumentos acima (RE 198.088).

Cabe também uma interpretação literal dos produtos abrangidos pela


imunidade, não podendo ela ser estendida ao álcool carburante (por não
ser derivado de petróleo) nem à nafta petroquímica, por exemplo, por não
ser combustível líquido ou gasoso (RE 193.074 RS).

4.7.3.2.1. Enfraquecimento da Imunidade pelo ICMS Monofásico


Combustíveis

A EC 33/2001 introduziu (alínea ‘h’ do inciso XII do §2º do art.155) a


possibilidade de lei complementar definir os combustíveis e lubrificantes
que ficarão excluídos da imunidade aqui referida, incidindo sobre eles o
ICMS uma única vez (ICMS Monofásico Combustíveis), não importando a sua
finalidade.

Veja o dispositivo:
XII - cabe à lei complementar: [...]

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h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto


incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese
em que não se aplicará o disposto no inciso X, b;

Mas manteve, nessas situações, o favorecimento aos Estados onde ocorrer o


consumo:
Art.155, § 4º Na hipótese do inciso XII, h [ICMS-MONOFÁSICO
COMBUSTIVEIS], observar-se-á o seguinte:
I - nas operações com os lubrificantes e combustíveis derivados de
petróleo, o imposto caberá ao Estado onde ocorrer o consumo; [...]

ATENÇÃO: Operações com Gás Natural e Seus Derivados, e Combustíveis


e Lubrificantes Não Derivados de Petróleo NÃO estão sujeitos a essa
regra de imunidade, havendo a incidência conforme os incisos II e III do §4º
do art.155, CF88.

4.7.3.3. ICMS Sobre o Ouro como Ativo Financeiro ou Instrumento


cambial (Art.155, §2º, X, ‘c’)

Na verdade, essa regra de imunidade “choveu no molhado”, pois o art.153,


§5º, já prescreve que esse ouro sujeitar-se-á exclusivamente à incidência do
IOF.

4.7.3.4. ICMS Sobre Serviço de Comunicação de Rádio e Televisão de


Recepção Livre e Gratuita; (Art.155, §2º, X, ‘c’)

Art.155, § 2.º O imposto previsto no inciso II [ICMS] atenderá ao


seguinte: [...]
X - não incidirá: [...]
d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de
radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e
gratuita;

4.7.4. ITBI (Art.156, II, in fine; Art.156, §2º, I)

4.7.4.1. Transmissão de Direito Real de Garantia (Art.156, II, in fine)

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: [...]

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II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens


imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre
imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua
aquisição;

Entre esses direitos reais de garantia, temos a hipoteca e a propriedade


fiduciária de bem imóvel, que surge quando constituímos uma alienação
fiduciária de bem imóvel.

Quando compramos um imóvel com empréstimo bancário, temos que dar uma
garantia ao banco (credor) de que essa dívida será paga. É comum que o
próprio imóvel comprado seja objeto dessa garantia, que pode ser constituída
pela hipoteca ou pela alienação fiduciária de bem imóvel.

Dar o imóvel em garantia é uma transmissão da posse indireta do


imóvel para o credor fiduciário. Sobre essa transmissão não incide o ITBI
(imunidade), porque a ideia é que a dívida seja quitada e essa posse indireta
retorne para a propriedade plena do imóvel em nome do seu comprador.

4.7.4.2. Transmissão de Bem Imóvel para a Realização de Capital da


Empresa (Art.156, §2º, I)

Art.156, § 2º - O imposto previsto no inciso II [ITBI]:


I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados
ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre
a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação,
cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a
atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses
bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil;

A ideia dessa imunidade é não obstaculizar a atividade empresarial. A fruição


dessa imunidade só exige uma condição: que a atividade preponderante
da pessoa jurídica adquirente não seja de operações com imóveis.

A regulamentação dessa imunidade (o que seja atividade preponderante) foi


feita pelo CTN, no seu art.37, §§1º e 2º.

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4.8. Imunidades Específicas de Taxas

Art.5º, XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do


pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou
contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de
direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;

Art.5º, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação


popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência;

4.9. Imunidades Específicas de Contribuições

4.9.1. Receitas Decorrentes de Exportação (Art.149, §2º, I)

Art.149, § 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio


econômico de que trata o caput deste artigo: [...]
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;

Houve discussão judicial sobre se o lucro (base de cálculo da CSLL), por


decorrer da receita, poderia ser incluído nessa imunidade.

O STF decidiu recentemente a questão entendendo serem diferentes os


conceitos de receita e lucro, não se aplicando essa imunidade à CSLL no caso
de exportação.

4.9.1.1. STF - As Receitas das Variações Cambiais Ativas São


Abrangidas Pela Imunidade Sobre Receitas Decorrentes de Exportação,
Afastando A Incidência da Contribuição ao PIS e da Cofins (Art.149,
§2º, I, CF88)

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“Esta Suprema Corte, nas inúmeras oportunidades em que debatida a


questão da hermenêutica constitucional aplicada ao tema das
imunidades, adotou a interpretação teleológica do instituto, a emprestar-
lhe abrangência maior, com escopo de assegurar à norma supralegal
máxima efetividade. O contrato de câmbio constitui negócio inerente à
exportação, diretamente associado aos negócios realizados em moeda
estrangeira. Consubstancia etapa inafastável do processo de
exportação de bens e serviços, pois todas as transações com
residentes no exterior pressupõem a efetivação de uma operação
cambial, consistente na troca de moedas. O legislador constituinte –
ao contemplar na redação do art. 149, § 2º, I, da Lei Maior as “receitas
decorrentes de exportação” – conferiu maior amplitude à desoneração
constitucional, suprimindo do alcance da competência impositiva federal
todas as receitas que resultem da exportação, que nela encontrem a sua
causa, representando consequências financeiras do negócio jurídico de
compra e venda internacional. A intenção plasmada na Carta Política é a
de desonerar as exportações por completo, a fim de que as empresas
brasileiras não sejam coagidas a exportarem os tributos que, de outra
forma, onerariam as operações de exportação, quer de modo direto,
quer indireto. Consideram-se receitas decorrentes de exportação
as receitas das variações cambiais ativas, a atrair a aplicação da
regra de imunidade e afastar a incidência da contribuição ao PIS
e da Cofins. Assenta esta Suprema Corte, ao exame do leading case, a
tese da inconstitucionalidade da incidência da contribuição ao PIS
e da Cofins sobre a receita decorrente da variação cambial
positiva obtida nas operações de exportação de produtos”. (RE
627.815, de 2013).

4.9.2. Aposentadoria e Pensão pelo RGPS (Art.195, II, in fine)

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, [...],
mediante recursos provenientes [...] das seguintes contribuições sociais:
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não
incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo
regime geral de previdência social de que trata o art. 201;

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Só contribuem para a Seguridade Social os trabalhadores em atividade. Os


aposentados e pensionistas não são tributados pela contribuição social do
segurado empregado.

Entretanto, essa regra de imunidade foi relativizada para os servidores


aposentados e pensionistas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, por intermédio da EC 41/03.

É que a referida EC, em seu art.4º, previu a incidência da contribuição


previdenciária sobre aposentados e pensionistas da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações. Veja o
dispositivo:

Art. 4º Os servidores inativos e os pensionistas da União, dos Estados,


do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e
fundações, em gozo de benefícios na data de publicação desta Emenda,
bem como os alcançados pelo disposto no seu art. 3º, contribuirão para
o custeio do regime de que trata o art. 40 da Constituição Federal com
percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos
efetivos.
Parágrafo único. A contribuição previdenciária a que se refere o caput
incidirá apenas sobre a parcela dos proventos e das pensões que supere:
I - cinqüenta por cento do limite máximo estabelecido para os benefícios
do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 da
Constituição Federal, para os servidores inativos e os pensionistas dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
II - sessenta por cento do limite máximo estabelecido para os benefícios
do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 da
Constituição Federal, para os servidores inativos e os pensionistas da
União.

Isso foi confirmado pelo STF na ADI 3105. A única coisa que a referida ADI
considerou inconstitucional foi a diferenciação de tratamento que os incisos I e
II davam entre os servidores da União e os servidores dos Estados, do DF e
dos Municípios. Assim, as expressões “cinquenta por cento do” e “sessenta por
cento do” foram declaradas inconstitucionais.

Ficou valendo então a redação, trazida pela própria EC 41/03, do §18 do art.40
da CF88:

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CF88: Art.40, § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de


aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de que trata este
artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do
regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com
percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos
efetivos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003).
(grifos nossos)

4.9.3. Entidades Beneficentes de Assistência Social (Art.195, §7º)

Art.195, § 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as


entidades beneficentes de assistência social que atendam às
exigências estabelecidas em lei.

Apesar do termo “ISENTAS”, por ser uma norma constitucional de não-


incidência, trata-se de imunidade.

E a lei a que se refere o §7º do art.195? É lei complementar ou lei ordinária?

Vejam o RE 636.941 RS:


(…). A SUPREMA CORTE INDICIA QUE SOMENTE SE EXIGE LEI
COMPLEMENTAR PARA A DEFINIÇÃO DOS SEUS LIMITES
OBJETIVOS (MATERIAIS), E NÃO PARA A FIXAÇÃO DAS NORMAS
DE CONSTITUIÇÃO E DE FUNCIONAMENTO DAS ENTIDADES
IMUNES (ASPECTOS FORMAIS OU SUBJETIVOS), OS QUAIS
PODEM SER VEICULADOS POR LEI ORDINÁRIA (ART. 55, DA LEI
Nº 8.212/91). AS ENTIDADES QUE PROMOVEM A ASSISTÊNCIA
SOCIAL BENEFICENTE (ART. 195, § 7º, CF/88) SOMENTE FAZEM JUS À
IMUNIDADE SE PREENCHEREM CUMULATIVAMENTE OS
REQUISITOS DE QUE TRATA O ART. 55, DA LEI Nº 8.212/91, NA
SUA REDAÇÃO ORIGINAL, E AQUELES PREVISTOS NOS ARTIGOS
9º E 14, DO CTN.
(…)
11. A imunidade, sob a égide da CF/88, recebeu regulamentação
específica em diversas leis ordinárias, a saber: Lei nº 9.532/97
(regulamentando a imunidade do art. 150, VI, “c”, referente aos
impostos); Leis nº 8.212/91, nº 9.732/98 e nº 12.101/09

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(regulamentando a imunidade do art. 195, § 7º, referente às


contribuições), cujo exato sentido vem sendo delineado pelo Supremo
Tribunal Federal. (grifos nossos)

Então, a “lei” a que se refere o §7º do art.195 não é a lei complementar (que
define limites objetivos materiais da imunidade, trazidos pelos artigos 9º e 14
do CTN), e sim a lei ordinária (que define normas de constituição e
funcionamento, aspectos formais ou subjetivos, das entidades imunes). In
casu, a Lei 8.212/91, em seu artigo 55, alterada pelas Leis 9.732/98 e
12.101/09.

Os tais “limites objetivos materiais da imunidade”, constantes no art.14, CTN,


são os seguintes:
Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à
observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas:
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas
rendas, a qualquer título; (Redação dada pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção
dos seus objetivos institucionais;
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros
revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.
§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do
artigo 9º, a autoridade competente pode suspender a aplicação do
benefício.
§ 2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo 9º são
exclusivamente, os diretamente relacionados com os objetivos
institucionais das entidades de que trata este artigo, previstos nos
respectivos estatutos ou atos constitutivos.

Para se ter uma ideia dos “aspectos formais ou subjetivos” a que se refere o
acórdão, segue o art.55, em sua redação original, trazendo os requisitos:
Art.55. (…):
I - seja reconhecida como de utilidade pública federal e estadual ou do
Distrito Federal ou municipal;
II - seja portadora do Certificado e do Registro de Entidade de Fins
Filantrópicos, fornecido pelo Conselho Nacional de Assistência Social,
renovado a cada três anos;
III - promova a assistência social beneficente, inclusive educacional ou
de saúde, a menores, idosos, excepcionais ou pessoas carentes;

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IV - não percebam seus diretores, conselheiros, sócios, instituidores ou


benfeitores, remuneração e não usufruam vantagens ou benefícios a
qualquer título;
V - aplique integralmente o eventual resultado operacional na
manutenção e desenvolvimento de seus objetivos institucionais
apresentando, anualmente ao órgão do INSS competente, relatório
circunstanciado de suas atividades. (…)

4.10. Imunidade da Energia Elétrica, Serviços de Telecomunicações,


Derivados de Petróleo, Combustíveis e Minerais

Art.155, § 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput


[ICMS] deste artigo e o art. 153, I [II] e II [IE], nenhum outro imposto
poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de
telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do
País.

Essa redação foi dada pela EC 33/2001, principalmente para permitir a


cobrança da CIDE-Combustíveis, pois a redação anterior dizia “nenhum
outro tributo”, com a qual efetivamente, de todos os tributos, só II, IE e
ICMS poderiam ser cobrados.

Alterando-se para “nenhum outro imposto”, possibilitou-se a incidência da


CIDE-Combustível.

O STF também confirma a possibilidade de incidência de COFINS, PIS e


FINSOCIAL:
Súmula 659:
É legítima a cobrança da Cofins, do PIS e do Finsocial sobre as operações
relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de
petróleo, combustíveis e minerais do País.

4.11. Imunidade na Transferência de Imóveis Desapropriados para


Reforma Agrária

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Art.184, § 5º - São isentas de impostos federais, estaduais e municipais


as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins
de reforma agrária.

No RE 169.628 DF, o STF decidiu que o terceiro adquirente dos títulos da


dívida agrária não pode se beneficiar dessa imunidade pois ele realiza ato
mercantil estranho à reforma agrária.

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Imunidade Recíproca
(art.150, VI, ‘a’; 150, §§2º e 3º)

Imunidade Religiosa
(art.150, VI, ‘b’; 150, §4º)

Imunidade Partidos Políticos, Sindicatos


Impostos em Geral
Trabalhadores, Instituições Educação e
Patrimônio, Renda e Serviços
Assistência Social Sem Fins Lucrativos
(art.150, VI)
(art.150, VI, ‘c’; 150, §4º)

Imunidade Livros, Jornais, Periódicos e o


Papel Destinado a sua Impressão
(art.150, VI, ‘d’)

Imunidade Fonogramas e
Videofonogramas Musicais Brasileiros
(art.150, VI, ‘e’)

IPI
Exportação de Produtos Industrializados
Impostos

(art.153, §3º, III)


Federais

Pequenas glebas rurais, definidas em lei,


ITR
de Impostos
Imunidades

quando as explore o proprietário que não


(art.153, §4º, II) possua outro imóvel

Exportação de Mercadorias e Serviços

Petróleo e derivados, e energia elétrica,


Estaduais

para Outros Estados


Impostos

ICMS
(art.155, §2º, X,
‘a’ a ‘d’) Ouro Ativo Financeiro ou Instrumento
Cambial

Serviço de comunicação Radiodifusão de


recepção livre e gratuita

Transmissão de Direito Real de Garantia


Municipais

ITBI
Impostos

Transmissão de imóveis incorporados ao


(art.156, II, in fine
patrimônio de pessoa jurídica em
Art.156, §2º, I)
realização de capital, salvo se a atividade
preponderante do adquirente for a
compra e venda, locação ou
arrendamento mercantil desses imóveis

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a) o direito de petição aos Poderes


Públicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em
Taxas repartições públicas, para defesa de
(art.5º, XXXIV, ‘a’, ‘b’) direitos e esclarecimento de situações de
(art.5º, LXXIII) interesse pessoal;
Taxas e Contribuições

Custas Judiciais na Ação Popular,


salvo má-fé
Imunidades de

Contribuições Sociais e CIDE’s


Sobre
Receitas Decorrentes de Exportação
(art.149, §2º, I)

Contribuição sobre aposentadoria e


pensão concedidas pelo regime geral de
Outras Contribuições
previdência social
(art.195, II, in fine)

Contribuição para a Seguridade Social de


Entidades beneficentes de assistência
social que atendam às exigências
estabelecidas em lei
(art.195, §7º)

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Ouro Ativo Financeiro ou Não Incide Nenhum Tributo,


Instrumento Cambial exceto IOF
(Art.153, §5º) (art.153, §5º)
Outras Situações de

Operações relativas a energia


Imunidade

elétrica, serviços de Não Incide Nenhum Outro Imposto,


telecomunicações, derivados exceto II, IE, ICMS
de petróleo, combustíveis e (art.155, §3º)
minerais do País

Operações de transferência de “Isentas” de Impostos federais,


imóveis desapropriados para estaduais e municipais
fins de reforma agrária (art.184, §5º)

49- (ANALISTA DO COMÉRCIO EXTERIOR MDIC 2012 ESAF) A


Constituição Federal prevê que as entidades beneficentes de assistência social
que atendam às exigências estabelecidas em lei serão isentas das
contribuições para a seguridade social. Sobre os requisitos estabelecidos em lei
para a fruição deste benefício, julgue os itens abaixo. Em seguida, assinale a
opção que corresponde às respostas.
I. Trata-se de benefício a ser concedido a pessoas jurídicas de direito privado,
sem fins lucrativos, reconhecidas como entidades beneficentes de assistência
social com a finalidade de prestação de serviços unicamente na área de
assistência social.
II. Tais entidades deverão obedecer ao princípio da universalidade do
atendimento, sendo vedado dirigir suas atividades exclusivamente a seus
associados ou a categoria profissional.
III. Tais entidades deverão prever em seus atos constitutivos, em caso de
dissolução ou extinção, a destinação do eventual patrimônio remanescente a
entidades sem fins lucrativos congêneres ou a entidades públicas.
(A) Apenas os itens I e II estão corretos.
(B) Apenas os itens I e III estão corretos.
(C) Apenas os itens II e III estão corretos.
(D) Todos os itens estão corretos.

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(E) Nenhum item está correto.

Resolução

I. ERRADO. Trata-se de benefício a ser concedido a pessoas jurídicas de direito


privado, sem fins lucrativos, reconhecidas como entidades beneficentes de
assistência social com a finalidade de prestação de serviços unicamente naS
áreaS de assistência social, SAÚDE OU EDUCAÇÃO.
Lei 12.101/2009, Art.1º A certificação das entidades beneficentes de
assistência social e a isenção de contribuições para a seguridade social
serão concedidas às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins
lucrativos, reconhecidas como entidades beneficentes de assistência
social com a finalidade de prestação de serviços nas áreas de assistência
social, saúde ou educação, e que atendam ao disposto nesta Lei.
II. CERTO. Tais entidades deverão obedecer ao princípio da universalidade do
atendimento, sendo vedado dirigir suas atividades exclusivamente a seus
associados ou a categoria profissional.
Lei 12.101/2009, Art.2º As entidades de que trata o art. 1º deverão
obedecer ao princípio da universalidade do atendimento, sendo vedado
dirigir suas atividades exclusivamente a seus associados ou a categoria
profissional.
III. CERTO. Tais entidades deverão prever em seus atos constitutivos, em caso
de dissolução ou extinção, a destinação do eventual patrimônio remanescente
a entidades sem fins lucrativos congêneres ou a entidades públicas.
Lei 12.101/2009, Art.3º A certificação ou sua renovação será concedida à
entidade beneficente que demonstre, no exercício fiscal anterior ao do
requerimento, observado o período mínimo de 12 (doze) meses de
constituição da entidade, o cumprimento do disposto nas Seções I, II, III
e IV deste Capítulo, de acordo com as respectivas áreas de atuação, e
cumpra, cumulativamente, os seguintes requisitos:
I - seja constituída como pessoa jurídica nos termos do caput do art. 1o;
e
II - preveja, em seus atos constitutivos, em caso de dissolução ou
extinção, a destinação do eventual patrimônio remanescente a
entidade sem fins lucrativos congêneres ou a entidades públicas.

GABARITO: C

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5. OUTROS ASPECTOS DAS LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR

5.1. Esclarecimento aos Consumidores


Art.150, § 5º - A lei determinará medidas para que os consumidores
sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e
serviços.

Na verdade, não é uma limitação, mas sim uma determinação para o legislador
infraconstitucional.

Essa lei finalmente foi editada, em dezembro de 2012. É a Lei nº 12.741, de


08.12.2012.

Em resumo, ela determina o seguinte:

Deve constar o valor ou percentual dos tributos, em relação a cada mercadoria


ou serviço, nos documentos fiscais ou equivalentes (podendo ainda estar
afixado em local visível do estabelecimento).

Os seguintes tributos devem constar:


(i) ICMS
(ii) ISS
(iii) IPI
(iv) IOF (só sobre os produtos financeiros sobre os quais incida
diretamente o IOF)
(v) PIS/PASEP (limitar-se-á à tributação incidente sobre a operação de
venda ao consumidor)
(vi) COFINS (limitar-se-á à tributação incidente sobre a operação de
venda ao consumidor)
(vii) CIDE-Combustível
(viii) II; PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação se insumos ou
componentes forem oriundos de operações de comércio exterior e
representem percentual superior a 20% (vinte por cento) do preço
de venda
(ix) Contribuição Previdenciária dos Empregados e dos Empregadores
(sempre que o pagamento de pessoal constituir item de custo
direto do serviço ou produto fornecido ao consumidor)

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Os valores dos tributos serão apurados sobre cada operação, podendo, a


critério das empresas vendedoras, ser calculados e fornecidos,
semestralmente, por instituição de âmbito nacional reconhecidamente idônea,
voltada primordialmente à apuração e análise de dados econômicos.

Esta lei ENTROU EM VIGOR 6 meses após a data de publicação (data de


publicação = 10.12.2012), MAS as sanções pelo seu descumprimento só
ocorrem a partir de 01º.jan.2015, já que a MP 649/2014 previu que “a
fiscalização, no que se refere à informação relativa à carga tributária objeto
desta Lei, será exclusivamente orientadora até 31 de dezembro de 2014”.

5.2. Isenção etc. Só por Lei Específica

Art.150, § 6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo,


concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a
impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei
específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as
matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição,
sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g.

Prevê o art. 155, § 2.º, XII, g, que cabe à lei complementar:


g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito
Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e
revogados.

E a Lei complementar que regulou a matéria foi a LC 24/75, recepcionada pela


CF88, dizendo que qualquer benefício fiscal para o ICMS depende de
convênios celebrados e ratificados pelos Estados e pelo Distrito Federal.

Resumindo, qualquer desoneração de tributo, só por lei específica.

Exceto para o ICMS, em que essa desoneração se dá por meio de convênios


celebrados e ratificados pelos Estados e pelo Distrito Federal.

STF - desde que existente inequívoca pertinência entre a isenção e o


tema geral objeto da legislação que o instituíra

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No caso de Isenção Fiscal Relativa a Pagamento de Custas Judiciais sobre as


Medidas Relativas à Copa das Confederações Fifa 2013, à Copa do Mundo Fifa
2014 e aos eventos relacionados realizados no Brasil (Lei 12.663/2012 - Lei
Geral da Copa), o STF entendeu que não houve ofensa ao art. 150, §6º, da
CF88, que fica regularmente atendido mesmo nas hipóteses em que a norma
concessiva de isenção esteja inserida em diploma a dispor de outras questões
correlatas, desde que existente inequívoca pertinência entre a isenção e
o tema geral objeto da legislação que o instituíra. (ADI 4.976, de 2014).

50- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2002.2 ESAF) Para efeitos


administrativos, a União poderá articular sua ação em um mesmo complexo
geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à redução das
desigualdades regionais. Nesse contexto, disporá sobre isenções, reduções ou
diferimento temporário de tributos federais devidos por pessoas físicas ou
jurídicas. Ela o fará mediante
(A) resolução do Senado Federal.
(B) decreto legislativo.
(C) lei complementar.
(D) lei ordinária.
(E) lei delegada ou medida provisória.

Resolução

Analisando as alternativas:
Qualquer benefício fiscal deve ser conferido por lei ordinária. É a prescrição do
art.150, §6º, CF88, e do art.97, VI, CTN.

GABARITO: D

5.3. Substituição Tributária para Frente – Fato Gerador Presumido

Tendo em vista essa ser uma regra bastante específica utilizada basicamente
pelo ICMS, trataremos dela quando da aula em que abordaremos os Tributos
Estaduais (Aula 05).

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51- (ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO MPOG 2016 ESAF)


Sobre as limitações constitucionais ao poder de tributar, é incorreto afirmar
que:
(A) no vigente sistema tributário nacional, as limitações constitucionais ao
poder de tributar estão configuradas como princípios constitucionais
tributários, imunidades tributárias e normas reguladoras do exercício da
competência tributária.
(B) dentre as imunidades tributárias figura o impedimento à instituição de
impostos por uma pessoa jurídica de direito público sobre o patrimônio, renda
ou serviços de outras pessoas jurídicas de direito público.
(C) dentre as imunidades tributárias figura o impedimento à instituição de
impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as
finalidades essenciais dos templos de qualquer culto.
(D) a imunidade tributária concernente ao impedimento à instituição de
impostos sobre fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil
contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros compreende a
etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
(E) dentre as imunidades tributárias figura o impedimento à instituição de
impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as
finalidades essenciais das entidades sindicais, mas somente daquelas
relacionadas aos trabalhadores.

Resolução

(A) CORRETO. no vigente sistema tributário nacional, as limitações


constitucionais ao poder de tributar estão configuradas como princípios
constitucionais tributários, imunidades tributárias e normas reguladoras do
exercício da competência tributária. SIM, NA SEÇÃO II – DAS LIMITAÇÕES AO
PODER DE TRIBUTAR – O ART.150 TRAZ VÁRIOS PRINCÍPIOS (INCISO I:
LEGALIDADE RESTRITA; II ISONOMIA TRIBUTÁRIA; III, ‘a’
IRRETROATIVIDADE; III, ‘b’ ANTERIORIDADE; III, ‘c’ ANTERIORIDADE
NONAGESIMAL; IV NÃO CONFISCO; V NÃO LIMITAÇÃO AO TRÁFEGO DE
PESSOAS OU BENS), E REGRAS DE IMUNIDADE (ART.150, VI, ‘a’ IMUNIDADE
RECÍPROCA; VI, ‘b’ IMUNIDADE RELIGIOSA; VI, ‘C’ IMUNIDADE PARA
PARTIDOS POLÍTICOS E SUAS FUNDAÇÕES, ENTIDADES SINDICAIS DOS
TRABALHADORES, INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO E DE ASSISTÊNCIA SOCIAL,
SEM FINS LUCRATIVOS; VI, ‘d’, IMUNIDADE DE LIVROS E JORNAIS; VI, ‘e’
IMUNIDADE DE FONOGRAMAS E VIDEOFONOGRAMAS)

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(B) CORRETO. dentre as imunidades tributárias figura o impedimento à


instituição de impostos por uma pessoa jurídica de direito público sobre o
patrimônio, renda ou serviços de outras pessoas jurídicas de direito público.
CF88, Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios: (…)
VI - instituir impostos sobre: (…)
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; [IMUNIDADE
RECÍPROCA]
(C) CORRETO. dentre as imunidades tributárias figura o impedimento à
instituição de impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços relacionados
com as finalidades essenciais dos templos de qualquer culto.
CF88, Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios: (…)
VI - instituir impostos sobre: (…)
b) templos de qualquer culto; (…)
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c",
compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços,
relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas
mencionadas. (…)
(D) INCORRETO. a imunidade tributária concernente ao impedimento à
instituição de impostos sobre fonogramas e videofonogramas musicais
produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores
brasileiros NÃO compreende a etapa de replicação industrial de mídias ópticas
de leitura a laser.
CF88, Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios: (…)
VI - instituir impostos sobre: (…)
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil
contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou
obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os
suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na
etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 75, de 15.10.2013)
(E) CORRETO. dentre as imunidades tributárias figura o impedimento à
instituição de impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços relacionados

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com as finalidades essenciais das entidades sindicais, mas somente daquelas


relacionadas aos trabalhadores.
CF88, Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios: (…)
VI - instituir impostos sobre: (…)
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das
instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos,
atendidos os requisitos da lei; (…)
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c",
compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços,
relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas
mencionadas. (…)

GABARITO: D

52- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2014 ESAF) Sobre a


extrafiscalidade, julgue os itens a seguir, classificando-os como certos ou
errados. Em seguida, assinale a opção correta.
I. Na medida em que se pode, através do manejo das alíquotas do imposto de
importação, onerar mais ou menos o ingresso de mercadorias estrangeiras no
território nacional, até o ponto de inviabilizar economicamente determinadas
operações, revela-se o potencial de tal instrumento tributário na condução e no
controle do comércio exterior.
II. Por meio da tributação extrafiscal, não pode o Estado intervir sobre o
domínio econômico, manipulando ou orientando o comportamento dos
destinatários da norma a fim de que adotem condutas condizentes com os
objetivos estatais.
III. A extrafiscalidade em sentido próprio engloba as normas jurídico-fiscais de
tributação (impostos e agravamento de impostos) e de não tributação
(benefícios fiscais).
IV. Não existe, porém, entidade tributária que se possa dizer pura, no sentido
de realizar tão somente a fiscalidade ou a extrafiscalidade. Os dois objetivos
convivem, harmônicos, na mesma figura impositiva, sendo apenas lícito
verificar que, por vezes, um predomina sobre o outro.
(A) Apenas I, II e IV estão corretas.
(B) Apenas I e IV estão corretas.
(C) Apenas II e IV estão corretas.

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(D) Apenas I, III e IV estão corretas.


(E) Todas as alternativas estão corretas.

Resolução

I. CORRETA. Na medida em que se pode, através do manejo das alíquotas do


imposto de importação, onerar mais ou menos o ingresso de mercadorias
estrangeiras no território nacional, até o ponto de inviabilizar economicamente
determinadas operações, revela-se o potencial de tal instrumento tributário na
condução e no controle do comércio exterior.
O IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO É UM IMPOSTO DE FUNÇÃO EXTRAFISCAL, POIS,
AUMENTANDO OU DIMINUINDO SUAS ALÍQUOTAS, A UNIÃO PODE
CONTROLAR AS IMPORTAÇÕES, PODENDO, POR EXEMPLO, PROTEGER O
MERCADO NACIONAL DA CONCORRÊNCIA DE PRODUTOS ESTRANGEIROS
SIMILARES.
E A UNIÃO CONSEGUE EXERCER ESSE CONTROLE DE MANEIRA MAIS EFICAZ
PORQUE O AUMENTO OU DIMINUIÇÃO DAS ALÍQUOTAS NÃO PRECISA
OBEDECER AOS PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE ESTRITA, NA ALTERAÇÃO DE
ALÍQUOTA, DA ANTERIORIDADE DO EXERCÍCIO FINANCEIRO E DA
ANTERIORIDADE NONAGESIMAL.
II. ERRADA. Por meio da tributação extrafiscal, não pode o Estado intervir
sobre o domínio econômico, manipulando ou orientando o comportamento dos
destinatários da norma a fim de que adotem condutas condizentes com os
objetivos estatais.
ESTA É JUSTAMENTE UMA DAS FUNÇÕES DA TRIBUTAÇÃO EXTRAFISCAL.
III. CORRETA. A extrafiscalidade em sentido próprio engloba as normas
jurídico-fiscais de tributação (impostos e agravamento de impostos) e de não
tributação (benefícios fiscais). POR EXEMPLO, TRIBUTA-SE COM ALÍQUOTAS
ELEVADAS OBJETOS RELATIVOS A FATOS NÃO MUITO DESEJADOS, COMO O
TABAGISMO, OU SEJA, O CIGARRO; E CONFERE-SE BENEFÍCIO FISCAL COMO
POR EXEMPLO A TRIBUTAÇÃO DESONERADA NO REGIME DO SIMPLES
NACIONAL, PARA MICRO E PEQUENAS EMPRESAS.
IV. CORRETA. Não existe, porém, entidade tributária que se possa dizer pura,
no sentido de realizar tão somente a fiscalidade ou a extrafiscalidade. Os dois
objetivos convivem, harmônicos, na mesma figura impositiva, sendo apenas
lícito verificar que, por vezes, um predomina sobre o outro. COM CERTEZA.
TODO TRIBUTO TEM SEU ASPECTO FISCAL E SEU ASPECTO EXTRAFISCAL,
SENDO QUE UM PREPONDERA SOBRE O OUTRO CONFORME O TIPO DE
TRIBUTO. POR EXEMPLO, O IPTU TEM FUNÇÃO ARRECADATÓRIA RELEVANTE,

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MAS A DIFERENCIAÇÃO DE ALÍQUOTAS CONFORME A LOCALIZAÇÃO E O USO


DO IMÓVEL (ART.156, §2º, II, CF88).

GABARITO: D

53- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2002 ESAF) É lícito ao ente


tributante
(A) instituir distinção em razão de ocupação profissional ou função exercida
pelo contribuinte, desde que prevista em lei adequada denominação jurídica
dos rendimentos, títulos ou direitos.
(B) cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da
vigência da norma jurídica que os houver instituído ou aumentado, desde que
expressa a lei que os tenha previsto.
(C) estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, mediante cobrança
de pedágios, interestaduais ou intermunicipais, pela utilização de vias
conservadas pelo Poder Público.
(D) cobrar imposto no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada
a lei que os instituiu ou aumentou.
(E) exigir ou aumentar tributo mediante decreto ou ato administrativo, desde
que publicado antes do início do exercício em que será cobrado.

Resolução

(A) ERRADA. (Art.150, II, CF88).


(B) ERRADA. Não há condição. (art.150, III, ‘a’, CF88).
(C) CORRETA, estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, mediante
cobrança de pedágios, interestaduais ou intermunicipais, pela utilização de vias
conservadas pelo Poder Público.
(D) ERRADA. Como regra geral, isso é vedado (art.150, III, ‘b’), mas há
exceções (art.150, §1º, CF88).
(E) ERRADA. exigir ou aumentar tributo deve ser, regra geral, mediante lei
(art.150, I, CF88).

GABARITO: C

54- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2000 ESAF)

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( ) Será admitido tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem


em situação equivalente, desde que a distinção se dê em razão de ocupação
profissional ou função por eles exercida.
( ) Admite-se a exigência de impostos no mesmo exercício financeiro em que
haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, desde que a lei preceda
90 dias em relação à cobrança.
( ) É vedado o estabelecimento de limitações ao tráfego de pessoas ou bens,
por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança
de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.
(A) V, V, V
(B) V, V, F
(C) V, F, F
(D) F, F, F
(E) F, F, V

Resolução

( ) FALSO. Será admitido tratamento desigual entre contribuintes que NÃO SE


ENCONTREM em situação equivalente, E É VEDADE QUALQUER DISTINÇÃO em
razão de ocupação profissional ou função por eles exercida (art.150, II, CF88).
( ) FALSO. Há várias exceções a essa regra de anterioridade nonagesimal, e os
90 dias em relação à cobrança, mas sim em relação à data em que haja sido
publicada a lei que os instituiu ou aumentou (art.150, III, ‘c’, CF88).
( ) VERDADEIRO. É vedado o estabelecimento de limitações ao tráfego de
pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais,
ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo
Poder Público (art.150, V, CF88).

GABARITO: E

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Questões Comentadas e Resolvidas Nesta Aula

01- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL – Tributário e Aduana


2005 ESAF) Ainda que atendidas as condições e os limites estabelecidos em
lei, é vedado ao Poder Executivo alterar as alíquotas do imposto sobre
(A) importação de produtos estrangeiros.
(B) exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados.
(C) propriedade territorial rural.
(D) operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores
mobiliários.
(E) produtos industrializados.

02- (ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO - APO 2008 ESAF) A


competência tributária, assim entendida como o poder que os entes políticos –
União, Estados-Membros, Distrito Federal e Municípios – têm para instituir
tributos, não é ilimitada. Ao contrário, encontra limites na Constituição Federal,
entre os quais destacamos o princípio da legalidade tributária, segundo o qual
nenhum tributo poderá ser instituído ou majorado a não ser por lei. Porém, a
própria Constituição Federal excetua da obrigatoriedade de ser majorados
por lei (podendo sê-lo por ato do Poder Executivo) alguns tributos. São
exemplos desses tributos:
(A) imposto sobre renda e proventos / imposto sobre importação de produtos
estrangeiros / contribuição para o PIS/PASEP.
(B) imposto sobre produtos industrializados / CIDE combustível / contribuição
para o PIS/PASEP.
(C) imposto sobre importação de produtos estrangeiros / imposto sobre
exportação de produtos nacionais ou nacionalizados / imposto sobre renda e
proventos.
(D) CIDE combustível / imposto sobre produtos industrializados / imposto
sobre operações de crédito, câmbio e seguros.
(E) contribuição para o PIS/PASEP / imposto sobre operações de crédito,
câmbio e seguros/ imposto sobre produtos industrializados.

03- (ANALISTA JURÍDICO SEFAZ-CE 2006 ESAF) O princípio constitucional


da legalidade preceitua que a instituição ou a majoração de tributos deverá ser
estabelecida por lei. Com relação à majoração de alíquotas, porém, a
própria Constituição Federal prevê que alguns tributos poderão tê-la por meio
de decreto presidencial. Entre estes, não se inclui:
(A) Imposto de Importação.

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(B) Imposto Territorial Rural.


(C) Imposto sobre Operações Financeiras.
(D) Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico Sobre Combustíveis.
(E) Imposto Sobre Produtos Industrializados.

04- (ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE EXTERNO TCU 2000 ESAF)


As disposições da Lei de Responsabilidade Fiscal relativas à renúncia de receita
não são aplicáveis à alteração de alíquotas, na forma do § 1o do art. 153 da
Constituição, do imposto sobre:
(A) renda e proventos de qualquer natureza
(B) produtos industrializados
(C) transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos
(D) propriedade territorial rural
(E) ganhos de capital

05- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2012 ESAF) A Constituição


Federal de 1988 veda aos entes tributantes instituir tratamento desigual entre
contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer
distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida,
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou
direitos. Considerando decisões emanadas do STF sobre o tema, assinale a
opção incorreta.
(A) A exclusão do arrendamento mercantil do campo de aplicação do regime
de admissão temporária não constitui violação ao princípio da isonomia
tributária.
(B) A progressividade da alíquota, que resulta do rateio do custo da iluminação
pública entre os consumidores de energia elétrica, não afronta o princípio da
isonomia.
(C) A sobrecarga imposta aos bancos comerciais e às entidades financeiras, no
tocante à contribuição previdenciária sobre a folha de salários, fere o princípio
da isonomia tributária.
(D) Lei complementar estadual que isenta os membros do Ministério Público do
pagamento de custas judiciais, notariais, cartorárias e quaisquer taxas ou
emolumentos fere o princípio da isonomia.
(E) Não há ofensa ao princípio da isonomia tributária se a lei, por motivos
extrafiscais, imprime tratamento desigual a microempresas e empresas de
pequeno porte de capacidade contributiva distinta, afastando do regime do
simples aquelas cujos sócios têm condição de disputar o mercado de trabalho
sem assistência do Estado.

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06- (FISCAL DE RENDAS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO 2010


ESAF) O princípio da isonomia tributária, previsto no art.150, inciso II, da
Constituição, proíbe o tratamento desigual entre contribuintes que se
encontrem em situação equivalente. Entretanto, tal princípio exige a sua
leitura em harmonia com os demais princípios constitucionais. Destarte, pode-
se concluir, exceto, que:
(A) em matéria tributária, as distinções podem se dar em função da
capacidade contributiva ou por razões extrafiscais que estejam alicerçadas no
interesse público.
(B) relativamente às microempresas e empresas de pequeno porte, a
Constituição prevê que lhes seja dado tratamento diferenciado e favorecido,
por lei complementar, inclusive com regimes especiais ou simplificados.
(C) a sobrecarga imposta aos bancos comerciais e às entidades financeiras, no
tocante à contribuição previdenciária sobre a folha de salários, não fere o
princípio da isonomia tributária, ante a expressa previsão constitucional.
(D) determinado segmento econômico prejudicado por crise internacional que
tenha fortemente atingido o setor não permite tratamento tributário
diferenciado sem ofensa ao princípio da isonomia.
(E) a proibição de importação de veículos usados não configura afronta ao
princípio da isonomia.

07- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2000 ESAF) Para responder


esta questão preencha corretamente as lacunas, indique a opção que, de
acordo com a Constituição da República, contém o par correto de expressões.
_____(1)______, os impostos terão caráter pessoal Para, entre outros
objetivos, conferir efetividade, ao objetivo de graduar os impostos segundo a
capacidade econômica do contribuinte, é facultado à administração tributária,
identificar o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do
contribuinte,_____(2)_____
(A) � Sempre que possível, � respeitados os direitos individuais e nos termos
da lei.
(B) � Havendo opção pelo legislador e aplicador da lei, segundo sua livre
discrição, � desde que, segundo expressa exigência constitucional, haja
específica autorização judicial.
(C) � Havendo expressa opção pelo legislador, � mas apenas se houver
alteração constitucional nesse sentido, pois hoje o Estatuto Supremo o impede.

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(D) � Tendo em vista o princípio da impessoalidade, em caso algum � desde


que haja determinação da autoridade administrativa, em mandado específico
de investigação fiscal.
(E) � Desde que previsto em lei de iniciativa exclusiva do Presidente da
República, � mas a Constituição expressamente veda acesso a dados
financeiros do contribuinte em poder de terceiros.

08- (ANALISTA EM PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E FINANÇAS


PÚBLICAS ESTADO SP 2009 ESAF) O princípio da capacidade contributiva:
(A) aplica-se somente às contribuições.
(B) não se aplica às penalidades tributárias.
(C) aplica-se somente aos impostos.
(D) aplica-se indistintamente a todas as espécies tributárias.
(E) é atendido pela progressividade dos impostos reais.

09- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2012 ESAF) Com relação à


retroatividade das leis tributárias, permitida pelo Código Tributário Nacional,
assinale a opção correta.
(A) Embora o CTN seja categórico ao admitir a aplicação da lei tributária a
fatos pretéritos, é necessário que a lei que se enquadrar nas hipóteses em que
ele admite esta retroação decline de modo expresso tal previsão.
(B) Apesar da multa fiscal ser estabelecida de acordo com a lei vigente ao
tempo do fato gerador, a pena menos severa da lei posterior substitui a mais
grave da lei anterior, podendo prevalecer para efeito de pagamento.
(C) No caso da retroatividade das leis interpretativas, esta retroatividade será
meramente aparente, vigente que estava a lei interpretada. Torna-se ainda
necessário que a interpretação que der à lei anterior coincida com a
interpretação que lhe der o Judiciário.
(D) As leis interpretativas, em alguns casos, podem vir a alterar as relações
jurídicas advindas da lei interpretada.
(E) No Estado Democrático de Direito, a lei interpretativa constitui uma
exceção, de vez que a função interpretativa constitui prerrogativa da doutrina
e dos tribunais.

10- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL MG 2005 ESAF) Assinale


a opção correta. O princípio segundo o qual é vedado cobrar tributos em
relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os
houver instituído ou aumentado (art. 150,III, ‘a’ da CRFB/88) é o da:
(A) anterioridade.

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(B) irretroatividade.
(C) anualidade.
(D) imunidade recíproca.
(E) legalidade.

11- (ANALISTA CONTÁBIL-FINANCEIRO SEFAZ-CE 2006 ESAF) O


princípio constitucional da anterioridade, corolário da segurança jurídica,
estabelece que os entes tributantes – União, Estados, Distrito Federal e
Municípios – não poderão exigir tributo no mesmo exercício financeiro em que
tenha sido publicada a lei que o tenha instituído ou aumentado. No tocante à
possibilidade de majoração de tributos no mesmo exercício financeiro em que
tenha sido publicada a lei que os tenha aumentado, porém, a própria
Constituição Federal estabeleceu algumas exceções. Entre os itens a seguir,
assinale aquele que não constitui exceção ao referido princípio.
(A) Imposto sobre produtos industrializados.
(B) Contribuição de intervenção no domínio econômico, cobrada sobre
combustíveis.
(C) Imposto de exportação.
(D) Empréstimo compulsório para despesas extraordinárias decorrentes de
calamidade pública.
(E) Empréstimo compulsório para despesas de investimento público de caráter
urgente e relevante interesse nacional.

12- (PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 2015 ESAF) A Lei que


diminui o prazo de recolhimento de tributo
(A) submete-se ao principio da anterioridade nonagesimal.
(B) somente se aplica no exercício financeiro seguinte àquele em que foi
publicada.
(C) não se submete ao princípio da anterioridade.
(D) somente se aplica no exercício financeiro seguinte ao da data de sua
vigência.
(E) somente gera efeitos normativos 30 (trinta) dias após a data da sua
publicação.

13- (PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 2012 ESAF) Alguns tributos


possuem, além da função meramente arrecadatória ou fiscal, finalidade outra
que se destina a regular a economia, criando mecanismos que induzem, ou
incentivam, a conduta do potencial contribuinte numa ou noutra direção. É o
que se viu recentemente com a majoração das alíquotas do IPI – Imposto

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sobre Produtos Industrializados, incidente sobre a importação de automóveis,


já que, no período de janeiro a agosto de 2011, a balança comercial do setor
automotivo atingiu um déficit de R$ 3 bilhões. Contudo, o STF entendeu que o
decreto que majorar as alíquotas aplicáveis às operações de importação de
veículos automotores
(A) sujeita-se ao princípio da anterioridade, segundo o qual não se poderá
exigir, no mesmo exercício financeiro em que o decreto é publicado, alíquotas
maiores do que aquelas até então vigentes.
(B) tem aplicabilidade imediata, por ser o IPI um tributo regulatório e pelo fato
de que o Decreto-Lei que o criou (DL n. 1.191/1971) ter autorizado o Poder
Executivo a reduzir suas alíquotas a zero; majorá-las, acrescentando até 30
unidades ao percentual de incidência fixado na lei, e, ainda, alterar a base de
cálculo em relação a determinados produtos, podendo, para esse fim, fixar-
lhes valor tributável mínimo.
(C) submete-se, dentre outros, ao princípio constitucional da anterioridade
nonagesimal, ou seja, fica suspenso até que tenha transcorrido o prazo de
noventa dias da sua publicação.
(D) fica suspenso, por força da anterioridade nonagesimal, até que tenha
transcorrido o prazo de noventa dias da sua publicação. Contudo, a suspensão
somente opera efeitos ex tunc caso haja pedido liminar formulado no sentido
de reparar dano, e não para prevenir risco ao contribuinte.
(E) não se submete ao princípio constitucional da anterioridade nonagesimal,
eis que a Constituição Federal foi clara ao prever tal comando para a lei (antes
de decorridos 90 dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu
ou aumentou). Assim, como o texto constitucional fala em “lei”, o aumento das
alíquotas por decreto não está sujeito à espera nonagesimal.

14- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2012 ESAF) Parte


significativa da doutrina entende que os princípios da legalidade e da
anterioridade tributária constituem regras concretizadoras da segurança
jurídica. Sobre os conteúdos desta, no direito tributário, analise os itens a
seguir, classificando-os como corretos ou incorretos, para, a seguir, assinalar a
assertiva que corresponda à sua opção.
I. Certeza do direito, segundo a qual a instituição e a majoração de tributos
obedecem aos postulados da legalidade, da irretroatividade e das
anterioridades de exercício e nonagesimais mínima e especial, demonstrando a
garantia adicional que representam para o contribuinte se comparadas ao
princípio geral da legalidade e às garantias de proteção ao direito adquirido,
ato jurídico perfeito e coisa julgada.

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II. Intangibilidade das posições jurídicas, o que se vislumbra, por exemplo,


com o estabelecimento de prazos decadenciais e prescricionais a correrem
contra o Fisco.
III. Estabilidade das relações jurídicas, por exemplo, no que diz respeito à
consideração da formalização de um parcelamento de dívida como ato jurídico
perfeito a vincular o contribuinte e o ente tributante.
IV. Confiança no tráfego jurídico, segundo o qual o contribuinte não pode ser
penalizado se agir em obediência às normas complementares das leis e dos
decretos.
V. Tutela jurisdicional, que se materializa pela ampla gama de instrumentos
processuais colocados à disposição do contribuinte para o questionamento de
créditos tributários, tanto na esfera administrativa como na esfera judicial.
Estão corretos apenas os itens:
(A) I, III e IV.
(B) II, III e IV.
(C) I, IV e V.
(D) III, IV e V.
(E) todos os itens estão corretos.

15- (PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 2004 ESAF) Considerando o


entendimento atualmente dominante no Supremo Tribunal Federal, assinale a
resposta que completa corretamente a assertiva.
“A alíquota de contribuição social destinada ao financiamento da Seguridade
Social, majorada por medida provisória que tenha sido editada na primeira
metade do exercício financeiro, objeto de reedição e conversão em Lei, poderá
ser exigida ...”
(A) depois de decorridos noventa dias da data da publicação da Lei resultante
da conversão.
(B) depois de decorridos noventa dias da data da publicação da medida
provisória originária.
(C) depois de decorridos noventa dias da data da reedição da medida
provisória.
(D) no próximo exercício financeiro.
(E) depois de decorridos noventa dias do início do próximo exercício financeiro.

16- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL – Tecnologia da


Informação 2005 ESAF) A Constituição da República veda a cobrança de
tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou aumentou. Trata-se do princípio da anterioridade tributária, que,

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contudo, encontra na própria Constituição algumas exceções. Assinale, a


seguir, a modalidade tributária em que só pode ser exigido o tributo no
exercício seguinte ao de sua instituição ou majoração:
(A) Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos
ou valores mobiliários.
(B) Imposto sobre produtos industrializados.
(C) Empréstimo compulsório para atender a investimento público urgente e
relevante.
(D) Empréstimo compulsório por motivo de guerra externa ou de calamidade
pública.
(E) Imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou
nacionalizados.

17- (AGENTE-AUXILIAR-ARRECADADOR TRIBUTÁRIO SEFAZ PI 2001


ESAF) A cobrança de tributo no mesmo exercício financeiro em que haja sido
publicada a lei que o instituiu não é permitida em face do princípio da
(A) anualidade
(B) anterioridade
(C) irretroatividade
(D) legalidade
(E) igualdade

18- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2014 ESAF) Sobre o


entendimento do STF acerca da vedação da utilização, por parte da União,
Estados, Distrito Federal e Municípios, dos tributos com efeitos de confisco,
pode-se afirmar que:
(A) por veicular um conceito jurídico indeterminado, e não havendo diretriz
objetiva e genérica, aplicável a todas as circunstâncias, é permitido aos
Tribunais que procedam à avaliação dos excessos eventualmente praticados
pelo Estado, com apoio no prudente critério do Juiz.
(B) a chamada ‘multa moratória’, que tem por objetivo sancionar o
contribuinte que não cumpre suas obrigações tributárias, prestigiando a
conduta daqueles que pagam em dia seus tributos aos cofres públicos, não
possui caráter confiscatório, independentemente de seu importe.
(C) o isolado aumento da alíquota do tributo em dez pontos percentuais é
suficiente para comprovar seu efeito de confisco.
(D) não é cabível, em sede de controle normativo abstrato, a possibilidade de
o Supremo Tribunal Federal examinar se determinado tributo ofende, ou não, o
princípio constitucional da não confiscatoriedade.

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(E) leis estaduais que estipulam margens mínima e máxima das custas, dos
emolumentos e da taxa judiciária e realizam uma disciplina progressiva das
alíquotas – somente sendo devido o pagamento dos valores elevados para as
causas que envolvam considerável vulto econômico – configuram ofensa ao
princípio constitucional do não confisco.

19- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2009 ESAF) Entre as


limitações constitucionais ao poder de tributar, que constituem garantias dos
contribuintes em relação ao fisco, é incorreto afirmar que:
(A) os impostos sobre o patrimônio podem ser confiscatórios, quando
considerados em sua perspectiva estática.
(B) uma alíquota do imposto sobre produtos industrializados de 150%, por
exemplo, não significa necessariamente confisco.
(C) o imposto de transmissão causa mortis, na sua perspectiva dinâmica, pode
ser confiscatório.
(D) o princípio do não-confisco ajuda a dimensionar o alcance do princípio da
progressividade, já que exige equilíbrio, moderação e medida na quantificação
dos tributos.
(E) a identificação do efeito confiscatório não deve ser feita em função da
totalidade da carga tributária, mas sim em cada tributo isoladamente.

20- (TÉCNICO DA RECEITA FEDERAL 2002.2 ESAF) Avalie a correção das


afirmações abaixo. Atribua a letra V para as verdadeiras e F para as falsas. Em
seguida, marque a opção que contenha a seqüência correta.
A Constituição Federal de 1988 veda
( ) o estabelecimento de limitações ao tráfego de pessoas, capitais ou bens por
meio de impostos.
( ) a instituição de tributo sobre o patrimônio, a renda ou serviços dos partidos
políticos, das entidades sindicais e das instituições de educação e de
assistência social.
( ) a instituição de imposto que não seja uniforme em todo o território estadual
ou municipal do ente político criador do imposto, admitida a concessão de
incentivos fiscais para a correção dos desequilíbrios regionais sócio-
econômicos.
(A) V, V, V
(B) V, V, F
(C) V, F, F
(D) F, F, F
(E) V, F, V

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21- (ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO MPOG 2016 ESAF)


Sobre os princípios constitucionais tributários, é correto afirmar que:
(A) o princípio constitucional da legalidade tributária exige necessariamente lei
em sentido estrito/formal tanto para a instituição quanto para a majoração de
tributo.
(B) o princípio constitucional da igualdade tributária exige idêntico tratamento
tributário para contribuintes que se encontrem em situação equivalente,
permitindo-se porém tratamento diferenciado em razão da ocupação
profissional destes mesmos contribuintes.
(C) o princípio constitucional da irretroatividade das normas que instituem ou
majorem tributos relativamente a fatos geradores ocorridos antes do início da
vigência da legislação correspondente não impede a aplicação retroativa de leis
que instituem novos critérios de apuração ou processos de fiscalização ou que
ampliem os poderes de investigação das autoridades administrativas.
(D) o princípio constitucional da anterioridade tributária geral não se aplica
nem ao imposto sobre produtos industrializados e nem ao imposto sobre a
propriedade territorial rural.
(E) o princípio constitucional tributário da liberdade de tráfego de pessoas ou
bens apenas obsta a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas
por empresas privadas concessionárias de serviço público outorgado pelo
Distrito Federal.

22- (AGENTE DE FAZENDA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO 2010


ESAF) Analisando os institutos da imunidade e da isenção, julgue os itens a
seguir:
I. a isenção é uma limitação legal do âmbito de validade da norma jurídica
tributária, que impede que o tributo nasça ou faz com que surja de modo
mitigado (isenção parcial);
II. a imunidade é o obstáculo criado por uma norma da Constituição que
impede a incidência de lei ordinária de tributação sobre determinado fato,
ou em detrimento de determinada pessoa, ou categoria de pessoas;
III. ambos os institutos, imunidade e isenção, levam ao mesmo resultado: o
não pagamento de tributo. Porém, os meios pelos quais isso ocorre são
totalmente diferentes. A imunidade dá-se por meio da Constituição, a isenção
por meio de lei (ordinária ou complementar);
IV. a violação de dispositivo que contém isenção importa em ilegalidade e não
em inconstitucionalidade;

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V. é incorreto afirmar-se que a imunidade é uma forma qualificada de não


incidência.
Estão corretos apenas os itens:
(A) I e II.
(B) I, II, III e IV.
(C) II, IV e V.
(D) I, II e IV.
(E) III, IV e V.

23- (TÉCNICO DA RECEITA FEDERAL – TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO


2006 ESAF) Em relação às imunidades, avalie as afirmações abaixo e, em
seguida, marque a opção correta.
I. A diferença básica entre imunidade e isenção está em que a primeira atua
no plano da definição da competência, e a segunda no plano do exercício da
competência.
II. As imunidades podem ser definidas em função de condições pessoais de
quem venha a vincular-se às situações materiais que ensejariam a tributação.
III. As imunidades podem ser definidas em função do objeto suscetível de ser
tributado.
IV. A Constituição, ao definir a competência, excepciona determinadas
situações que, não fosse a imunidade, estariam dentro do campo da
competência, mas por força da norma de imunidade, permanecem fora do
alcance do poder de tributar.
(A) Há apenas um item correto.
(B) Todos os itens estão corretos.
(C) Há dois itens corretos.
(D) Há três itens corretos.
(E) Todos os itens estão errados.

24- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2009 ESAF) Diversos fatos


podem resultar na desoneração tributária. Assinale, entre as que se seguem, a
forma de desoneração tributária pela qual não nascem nem a obrigação
tributária, nem o respectivo crédito por força do não-exercício da competência
a que tem direito o poder tributante.
(A) Imunidade.
(B) Não-incidência.
(C) Isenção.
(D) Alíquota zero.
(E) Remissão.

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25- (ADVOGADO IRB BRASIL RESSEGUROS 2006 ESAF) Um dos efeitos


da definição do fato gerador dos tributos, em geral, é o de estabelecer os
conceitos de incidência, não-incidência, imunidade e isenção. Sobre estas, é
incorreto afirmar-se que
(A) há incidência de tributo quando determinado fato, por enquadrar-se no
modelo abstratamente previsto pela lei, faz nascer a obrigação de recolher
tributo.
(B) a isenção concedida por prazo certo e em função de determinadas
condições não pode ser revogada nem reduzida.
(C) a não-incidência caracteriza-se pela não previsão do fato na hipótese de
incidência.
(D) a imunidade é uma hipótese de não-incidência constitucionalmente
qualificada.
(E) consoante entendimento do Supremo Tribunal Federal, consubstanciado
em Súmula, a revogação de incidência não tem eficácia imediata, já que
equivaleria à criação ou majoração de tributo.

26- (ANALISTA-TRIBUTÁRIO DA RECEITA FEDERAL 2012 ESAF)


Responda às perguntas abaixo e em seguida assinale a opção correta.
I. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar
imposto sobre o patrimônio, a renda ou os serviços uns dos outros. Isso, em
tese, impede à lei de um Município atribuir à União a condição de responsável
pela retenção na fonte do imposto sobre serviços?
II. Para combater o tráfego de gado infectado de uma região para outra, pode
o Estado impor tributos interestaduais ou intermunicipais?
III. Atende ao princípio da anterioridade a majoração de um imposto no dia 2
de dezembro de um ano, para ser cobrado no exercício seguinte?
(A) Sim, não e não.
(B) Sim, sim e sim.
(C) Não, não e sim.
(D) Não, sim e não.
(E) Não, não e não.

27- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2012 ESAF) No tocante à


imunidade tributária recíproca, assinale o único item que não corresponde ao
entendimento do STF acerca do tema.
(A) Sociedade de economia mista prestadora de serviço público de água e
esgoto.

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(B) Sociedades de economia mista prestadoras de ações e serviços de saúde,


cujo capital social seja majoritariamente estatal.
(C) Empresa pública a quem a União atribui a execução de serviços de
infraestrutura aeroportuária.
(D) Empresa pública encarregada de manter o serviço postal.
(E) Caixa de Assistência aos Advogados, vinculada à Ordem dos Advogados do
Brasil.

28- (PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 2012 ESAF) Sobre o alcance


da chamada imunidade constitucional recíproca, de acordo com a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é correto afirmar que:
(A) tanto os objetivos como os efeitos do reconhecimento da aplicação da
imunidade constitucional recíproca são passíveis de submissão ao crivo
jurisdicional, em um exame de ponderação, não bastando a constatação
objetiva da propriedade do bem.
(B) sociedade de economia mista prestadora de serviço público de água e
esgoto não é abrangida pela imunidade tributária recíproca.
(C) tal imunidade, em alguns casos, pode ter como efeito colateral relevante a
relativização dos princípios da livre concorrência e do exercício de atividade
profissional ou econômica lícita.
(D) o reconhecimento da imunidade tributária às operações financeiras não
impede a autoridade fiscal de examinar a correção do procedimento adotado
pela entidade imune. Constatado desvio de finalidade, a autoridade fiscal
poderá, sendo o caso, constituir o crédito tributário e tomar as demais medidas
legais cabíveis.
(E) é relevante para definição da aplicabilidade da imunidade tributária
recíproca a circunstância de a atividade desempenhada estar ou não sujeita a
monopólio estatal.

29- (ANALISTA DO COMÉRCIO EXTERIOR MDIC 2012 ESAF) Sobre a


imunidade recíproca, que é a vedação constitucional à instituição e cobrança,
por parte das pessoas políticas tributantes, de impostos sobre patrimônio,
renda e serviços uns dos outros, podemos afirmar que:
(A) a imunidade tributária gozada pela Ordem dos Advogados do Brasil não é
da espécie recíproca, na medida em que a OAB desempenha atividade própria
de Estado.
(B) no caso de sociedades de economia mista controladas pela União, é
relevante para definição da aplicabilidade da imunidade tributária recíproca a

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circunstância de a atividade desempenhada pela empresa estar ou não sujeita


a monopólio estatal.
(C) a imunidade tributária recíproca não é extensiva às autarquias, no que se
refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a suas finalidades
essenciais ou às delas decorrentes.
(D) as sociedades de economia mista prestadoras de ações e serviços de
saúde, cujo capital social seja majoritariamente estatal, gozam da imunidade
tributária recíproca.
(E) a imunidade tributária recíproca aplica-se, inclusive, às taxas.

30- (FISCAL DE RENDAS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO 2010


ESAF) Sobre a imunidade constitucional recíproca, que veda a instituição e a
cobrança de impostos pelos entes tributantes sobre o patrimônio, a renda ou
os serviços, uns dos outros, é incorreto afirmar que:
(A) a imunidade tributária recíproca alcança apenas as finalidades essenciais
da entidade protegida. O reconhecimento da imunidade tributária às operações
financeiras não impede a autoridade fiscal de examinar a correção do
procedimento adotado pela entidade imune. Constatado desvio de finalidade, a
autoridade fiscal tem o poder-dever de constituir o crédito tributário e de
tomar as demais medidas legais cabíveis.
(B) a imunidade tributária recíproca é extensiva às autarquias, no que se
refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a suas finalidades
essenciais ou às delas decorrentes.
(C) a imunidade constitucional recíproca alcança as empresas públicas
prestadoras de serviço público, bem como as empresas públicas que exercem
atividade econômica em sentido estrito.
(D) a imunidade tributária recíproca diz respeito aos impostos, não alcançando
as contribuições.
(E) a imunidade tributária recíproca aplica-se às operações de importação de
bens realizadas por municípios, quando o ente público for o importador do bem
(identidade entre o ‘contribuinte de direito’ e o ‘contribuinte de fato’).

31- (ANALISTA JURÍDICO SEFAZ-CE 2006 ESAF) A norma que impede


que a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios tributem,
reciprocamente, seus patrimônios, rendas ou serviços, denomina-se
(A) imunidade.
(B) isenção.
(C) norma geral anti-elisiva.
(D) anistia.

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(E) não-incidência.

32- (AUDITOR-FISCAL DO TESOURO ESTADUAL AFTE-RN 2005 ESAF)


Avalie o acerto das afirmações adiante e marque com V as verdadeiras e com
F as falsas; em seguida, marque a resposta correta.
( ) A imunidade tributária conferida pela Constituição Federal a instituições de
assistência social sem fins lucrativos somente alcança as entidades fechadas
de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários.
( ) É permitido à União exigir imposto sobre a renda auferida por Municípios
que provenha de aluguel de imóveis a eles pertencentes.
( ) O imóvel pertencente a entidade sindical de trabalhadores, ainda quando
alugado a terceiros, permanece imune ao imposto sobre propriedade predial e
territorial urbana (IPTU), desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas
atividades essenciais de tal entidade.
(A) V, V, V
(B) V, V, F
(C) V, F, V
(D) F, F, V
(E) F, V, F

33- (FISCAL DE TRIBUTOS ESTADUAIS SEFA PA 2002 ESAF) A não-


incidência de impostos sobre as autarquias e as fundações públicas, no que se
refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados às suas finalidades
essenciais ou delas decorrentes, resulta de:
(A) remissão
(B) anistia
(C) isenção
(D) imunidade
(E) moratória

34- (TÉCNICO DA RECEITA FEDERAL 2002.2 ESAF) Assinale a opção


correta.
(A) As empresas públicas, as sociedades de economia mista e suas subsidiárias
gozarão dos privilégios tributários estabelecidos em lei complementar.
(B) As empresas públicas, as sociedades de economia mista e suas subsidiárias
gozarão dos privilégios fiscais estabelecidos em lei complementar.
(C) As empresas públicas, as sociedades de economia mista e suas subsidiárias
gozarão dos privilégios tributários estabelecidos em lei, desde que extensivos
às do setor privado.

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(D) As autarquias federais, municipais e estaduais gozam de imunidade quanto


aos tributos dos outros entes políticos em decorrência da imunidade recíproca.
(E) O regime jurídico tributário das empresas públicas e das sociedades de
economia mista que explorem atividade econômica de produção ou de
comercialização de bens é estabelecido em norma complementar da legislação
tributária.

35- (PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL PGDF 2004 ESAF) Avalie o


acerto das afirmações adiante e marque com V as verdadeiras e com F as
falsas; em seguida, assinale a opção que apresenta resposta correta.
( ) É legítima a cobrança de IPTU de lotes vagos e prédios comerciais de
entidade religiosa.
( ) É admitida a cobrança cumulada de taxa de serviço de limpeza de
logradouros públicos e de coleta domiciliar de lixo.
( ) É lícita a utilização de informes pertinentes à CPMF para a constituição de
crédito tributário relativo a impostos.
( ) Os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e
periódicos são abrangidos por imunidade tributária.
(A) F, F, V, F
(B) F, V, V, F
(C) F, F, V, V
(D) V, F, V, V
(E) V, F, F, F

36- (ADVOGADO IRB 2004 ESAF) Avalie as indagações abaixo e, em


seguida, assinale a opção de resposta correta.
• É vedado aos Municípios cobrar taxa da União pela utilização efetiva de
serviços públicos municipais, específicos e divisíveis, postos à disposição de
órgão público federal?
• A Caixa Econômica Federal, empresa pública federal, goza de imunidade
tributária no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a
suas finalidades essenciais sem fins lucrativos?
• As isenções tributárias concedidas sob condição onerosa podem ser
suprimidas livremente?
(A) Sim, sim, não
(B) Sim, não, sim
(C) Sim, não, não
(D) Não, não, não
(E) Não, sim, não

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37- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2014 ESAF) O


entendimento do Supremo Tribunal Federal, no que toca à imunidade de que
gozam as entidades beneficentes de assistência social, é no sentido de que:
(A) entendem-se por serviços assistenciais as atividades continuadas que
visem à melhoria de vida da população e cujas ações, voltadas para as
necessidades básicas, observem os objetivos, os princípios e as diretrizes
estabelecidos em lei.
(B) o estabelecimento, como uma das condições de fruição de tal benefício por
parte das entidades filantrópicas, da exigência de que possuam o certificado de
Entidade Beneficente de Assistência Social – CEBAS, contraria o regime
estabelecido na Constituição Federal.
(C) a jurisprudência do STF é no sentido de afirmar a existência de direito
adquirido ao regime jurídico da imunidade das entidades filantrópicas.
(D) a exigência de renovação periódica do CEBAS, por parte das entidades
filantrópicas, a cada três anos, ofende o disposto na Constituição Federal.
(E) tratando-se de imunidade – que decorre, em função de sua natureza
mesma, do próprio texto constitucional –, revela-se evidente a absoluta
impossibilidade jurídica de, mediante deliberação de índole legislativa,
restringir a eficácia do preceito.

38- (AUDITOR DO TESOURO MUNICIPAL RECIFE – PE 2003 ESAF) É


vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir
impostos sobre patrimônio, renda ou serviços das instituições de educação e
de assistência social, sem fins lucrativos.
No entanto, de acordo com o Código Tributário Nacional, tal imunidade
tributária é subordinada à observância, pelas referidas instituições, do seguinte
requisito, entre outros:
(A) aplicarem integralmente, no Brasil ou em suas controladas no exterior, os
seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais.
(B) não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a
qualquer título.
(C) no caso de instituições de educação, oferecerem gratuitamente pelo menos
50% das vagas de seus cursos regulares a alunos carentes.
(D) não remunerarem seus empregados com salários superiores aos pagos por
empresas públicas, em se tratando de cargos de iguais atribuições.
(E) não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a
título de lucro ou participação no seu resultado.

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39- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL – Tecnologia da


Informação 2005 ESAF) No tocante às imunidades tributárias conferidas às
instituições de assistência social sem fins lucrativos, só uma afirmação não
pode ser feita:
(A) É subordinada, entre outros, ao requisito de que apliquem integralmente
no País os seus recursos na manutenção de seus objetivos institucionais, ou de
outros que com estes guardem semelhança.
(B) Somente alcançam as entidades fechadas de previdência social privada se
não houver contribuição dos beneficiários.
(C) Não excluem a atribuição, por lei, às instituições de assistência social, da
condição de responsáveis pelos tributos que lhes caiba reter na fonte.
(D) Não dispensa tais entidades do cumprimento de obrigações tributárias
acessórias, como a de manterem escrituração de suas receitas e despesas em
livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.
(E) Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel
pertencente a tais instituições, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado
nas atividades essenciais de tais entidades.

40- (AGENTE FISCAL DE TRIBUTOS ESTADUAIS SEFAZ PI 2001 ESAF)


Determinado Estado da Federação exige taxa de um partido político, em
virtude de um serviço público específico e divisível a este prestado. Tal
exigência:
(A) é inconstitucional, pois os partidos políticos são imunes à tributação.
(B) é perfeitamente legal e legítima, desde que a taxa tenha sido
anteriormente instituída por lei.
(C) é inconstitucional, pois os partidos políticos são equiparados ao Estado.
(D) é inconstitucional, pois os partidos políticos são entidades de utilidade
pública.
(E) é perfeitamente legal e legítima, ainda que não tenha sido formalmente
instituída por lei, considerando que foi expressamente prevista pelo Código
Tributário Nacional – CTN.

41- (AUDITOR DO TRIBUNAL DE CONTAS DO PR 2003 ESAF) Julgue os


itens abaixo e marque, a seguir, a opção que apresenta resposta correta.
I. Na iminência ou no caso de guerra externa, é permitido à União iniciar a
cobrança de imposto extraordinário no mesmo exercício financeiro em que for
publicada a lei que o instituir.
II. Na hipótese de criação de imposto extraordinário em decorrência de guerra
externa, que incida sobre a mesma base de cálculo do imposto sobre

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operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços


de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS), é
permitido à União instituir isenção do imposto de competência dos Estados e
do Distrito Federal.
III. Nos termos da Constituição Federal, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios instituir imposto sobre patrimônio, renda ou
serviços das instituições de previdência social, sem fins lucrativos, ainda que
tais instituições exijam contribuição de seus filiados para atendimento de suas
finalidades, desde que: (a) tenham sido constituídas com observância dos
requisitos previstos em lei e (b) seu patrimônio, renda e serviços sejam
relacionados com suas finalidades essenciais.
IV. À exceção do imposto sobre importação de produtos estrangeiros, do
imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou
nacionalizados e do ICMS, nenhum outro imposto poderá incidir sobre
operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados
de petróleo, combustíveis e minerais do País.
(A) Apenas I e IV estão corretos.
(B) Apenas I e II estão corretos.
(C) Apenas II e IV estão corretos.
(D) Apenas III e IV estão corretos.
(E) Apenas III está correto.

42- (AUDITOR-FISCAL DO TESOURO ESTADUAL AFTE-RN 2005 ESAF)


Avalie as indagações abaixo e em seguida assinale a resposta correta.
� Cabe à União exigir o imposto sobre produtos industrializados antes de
decorridos noventa dias da data de publicação da lei que o majorar?
� Empresa pública federal goza de imunidade tributária no que se refere ao
patrimônio, à renda e aos serviços vinculados às suas atividades que não
tenham fins lucrativos?
� Cabe aos Estados e ao Distrito Federal estabelecer hipótese de imunidade
tributária em relação a fato que esteja sujeito à incidência do imposto sobre
propriedade de veículos automotores?
� As contribuições sociais para a seguridade social só poderão ser exigidas
após decorridos noventa dias da data de publicação da lei que as houver
instituído ou aumentado?
(A) Não, sim, não, não
(B) Não, não, não, sim
(C) Sim, sim, sim, não
(D) Sim, não, sim, sim

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(E) Sim, sim, não, não

43- (ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE AVIAÇÃO CIVIL ANAC 2016


ESAF) Quanto à imunidade tributária, assinale a opção correta.
(A) Os templos de qualquer culto são imunes a todos os tributos.
(B) A imunidade dos partidos políticos alcança impostos e taxas.
(C) A imunidade das entidades educacionais é descaracterizada pela cobrança
de mensalidades.
(D) A imunidade dos livros, dos jornais e dos periódicos é subjetiva.
(E) O sujeito passivo imune não é dispensado do cumprimento de obrigações
acessórias.

44- (TÉCNICO DO TESOURO NACIONAL 1997 ESAF) Um estabelecimento


comercial que funciona em prédio alugado de terceiros e tem como atividade
exclusiva a revenda de livros didáticos é considerado contribuinte do
(A) ICMS e do IRPJ
(B) IPI e do IRPJ
(C) IPI e do ICMS
(D) ICMS
(E) IRPJ

45- (ANALISTA CONTÁBIL-FINANCEIRO SEFAZ-CE 2006 ESAF) A


imunidade tributária ocorre quando a regra constitucional impede a incidência
da regra jurídica de tributação, criando um direito subjetivo público de exigir
que o Fisco se abstenha de cobrar tributos. Sobre esta, avalie o acerto das
afirmações adiante e marque com V as verdadeiras e com F as falsas; em
seguida, assinale a opção correta.
( ) A imunidade recíproca veda à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos
municípios a possibilidade de instituírem impostos sobre patrimônio, renda ou
serviços, uns dos outros.
( ) No tocante à imunidade dos livros, jornais, periódicos e do papel destinado
à sua impressão, estamos diante de uma imunidade objetiva, direcionada a
estes bens, e não à editora ou empresa que os comercializa.
( ) As instituições de educação ou assistência social, embora reconhecidamente
imunes pela Constituição Federal, deverão obedecer a determinados requisitos
legais para que possam fruir de tal benefício.
(A) V, V, F.
(B) V, V, V.
(C) V, F, V.

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(D) F, V, V.
(E) V, F, F.

46- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2003 ESAF)


� Entidade fechada de previdência privada, que só confere benefícios aos seus
filiados desde que eles recolham as contribuições pactuadas, goza de
imunidade tributária?
� Segundo entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal, filmes
fotográficos destinados à composição de livros, jornais e periódicos estão
abrangidos por imunidade tributária?
� A Constituição Federal veda a instituição de contribuição social para a
seguridade social sobre o lucro auferido por pessoas jurídicas, que decorra de
comercialização de livros, jornais, periódicos e papel destinado a sua
impressão?
(A) Não, sim, não
(B) Não, não, sim
(C) Não, não, não
(D) Sim, sim, não
(E) Sim, não, sim

47- (PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO NO TCE-GO 2007 ESAF)


Entre as afirmativas abaixo, relativas à imunidade e isenções tributárias,
assinale a correta.
(A) Os partidos políticos são entidades imunes, benefício que não se estende
às suas fundações.
(B) A imunidade de entidade educacional sem fins lucrativos não é extensiva
aos aluguéis de apartamento de sua propriedade revertidos às suas finalidades
institucionais.
(C) A imunidade tributária incidente sobre livros só é extensível ao papel nele
utilizado se a obra tiver fins didático-educacionais.
(D) A isenção por prazo certo e em função de determinadas condições
atendidas pelo sujeito passivo gera direito adquirido.
(E) A empresa pública Caixa Econômica Federal, que exerce atividade
econômica, é abrangida pela imunidade tributária recíproca, não se sujeitando
ao pagamento de imposto sobre propriedade de veículos automotores
incidentes sobre seus carros.

48- (PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 2004 ESAF) A norma


constitucional que determina que o Imposto Territorial Rural (ITR) não incide

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sobre pequenas glebas rurais, assim definidas em lei, quando as explore o


proprietário que não possua outro imóvel, veicula uma
(A) isenção subjetiva, por levar em conta a condição da entidade familiar.
(B) regra de não-incidência da norma tributária.
(C) isenção real, por recair sobre coisa.
(D) imunidade.
(E) elisão lícita imprópria.

49- (ANALISTA DO COMÉRCIO EXTERIOR MDIC 2012 ESAF) A


Constituição Federal prevê que as entidades beneficentes de assistência social
que atendam às exigências estabelecidas em lei serão isentas das
contribuições para a seguridade social. Sobre os requisitos estabelecidos em lei
para a fruição deste benefício, julgue os itens abaixo. Em seguida, assinale a
opção que corresponde às respostas.
I. Trata-se de benefício a ser concedido a pessoas jurídicas de direito privado,
sem fins lucrativos, reconhecidas como entidades beneficentes de assistência
social com a finalidade de prestação de serviços unicamente na área de
assistência social.
II. Tais entidades deverão obedecer ao princípio da universalidade do
atendimento, sendo vedado dirigir suas atividades exclusivamente a seus
associados ou a categoria profissional.
III. Tais entidades deverão prever em seus atos constitutivos, em caso de
dissolução ou extinção, a destinação do eventual patrimônio remanescente a
entidades sem fins lucrativos congêneres ou a entidades públicas.
(A) Apenas os itens I e II estão corretos.
(B) Apenas os itens I e III estão corretos.
(C) Apenas os itens II e III estão corretos.
(D) Todos os itens estão corretos.
(E) Nenhum item está correto.

50- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2002.2 ESAF) Para efeitos


administrativos, a União poderá articular sua ação em um mesmo complexo
geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à redução das
desigualdades regionais. Nesse contexto, disporá sobre isenções, reduções ou
diferimento temporário de tributos federais devidos por pessoas físicas ou
jurídicas. Ela o fará mediante
(A) resolução do Senado Federal.
(B) decreto legislativo.
(C) lei complementar.

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(D) lei ordinária.


(E) lei delegada ou medida provisória.

51- (ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO MPOG 2016 ESAF)


Sobre as limitações constitucionais ao poder de tributar, é incorreto afirmar
que:
(A) no vigente sistema tributário nacional, as limitações constitucionais ao
poder de tributar estão configuradas como princípios constitucionais
tributários, imunidades tributárias e normas reguladoras do exercício da
competência tributária.
(B) dentre as imunidades tributárias figura o impedimento à instituição de
impostos por uma pessoa jurídica de direito público sobre o patrimônio, renda
ou serviços de outras pessoas jurídicas de direito público.
(C) dentre as imunidades tributárias figura o impedimento à instituição de
impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as
finalidades essenciais dos templos de qualquer culto.
(D) a imunidade tributária concernente ao impedimento à instituição de
impostos sobre fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil
contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros compreende a
etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
(E) dentre as imunidades tributárias figura o impedimento à instituição de
impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as
finalidades essenciais das entidades sindicais, mas somente daquelas
relacionadas aos trabalhadores.

52- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2014 ESAF) Sobre a


extrafiscalidade, julgue os itens a seguir, classificando-os como certos ou
errados. Em seguida, assinale a opção correta.
I. Na medida em que se pode, através do manejo das alíquotas do imposto de
importação, onerar mais ou menos o ingresso de mercadorias estrangeiras no
território nacional, até o ponto de inviabilizar economicamente determinadas
operações, revela-se o potencial de tal instrumento tributário na condução e no
controle do comércio exterior.
II. Por meio da tributação extrafiscal, não pode o Estado intervir sobre o
domínio econômico, manipulando ou orientando o comportamento dos
destinatários da norma a fim de que adotem condutas condizentes com os
objetivos estatais.

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III. A extrafiscalidade em sentido próprio engloba as normas jurídico-fiscais de


tributação (impostos e agravamento de impostos) e de não tributação
(benefícios fiscais).
IV. Não existe, porém, entidade tributária que se possa dizer pura, no sentido
de realizar tão somente a fiscalidade ou a extrafiscalidade. Os dois objetivos
convivem, harmônicos, na mesma figura impositiva, sendo apenas lícito
verificar que, por vezes, um predomina sobre o outro.
(A) Apenas I, II e IV estão corretas.
(B) Apenas I e IV estão corretas.
(C) Apenas II e IV estão corretas.
(D) Apenas I, III e IV estão corretas.
(E) Todas as alternativas estão corretas.

53- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2002 ESAF) É lícito ao ente


tributante
(A) instituir distinção em razão de ocupação profissional ou função exercida
pelo contribuinte, desde que prevista em lei adequada denominação jurídica
dos rendimentos, títulos ou direitos.
(B) cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da
vigência da norma jurídica que os houver instituído ou aumentado, desde que
expressa a lei que os tenha previsto.
(C) estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, mediante cobrança
de pedágios, interestaduais ou intermunicipais, pela utilização de vias
conservadas pelo Poder Público.
(D) cobrar imposto no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada
a lei que os instituiu ou aumentou.
(E) exigir ou aumentar tributo mediante decreto ou ato administrativo, desde
que publicado antes do início do exercício em que será cobrado.

54- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2000 ESAF)


( ) Será admitido tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem
em situação equivalente, desde que a distinção se dê em razão de ocupação
profissional ou função por eles exercida.
( ) Admite-se a exigência de impostos no mesmo exercício financeiro em que
haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, desde que a lei preceda
90 dias em relação à cobrança.
( ) É vedado o estabelecimento de limitações ao tráfego de pessoas ou bens,
por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança
de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.

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(A) V, V, V
(B) V, V, F
(C) V, F, F
(D) F, F, F
(E) F, F, V

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Gabarito das Questões

01-C 02-D 03-B 04-B 05-C 06-D 07-A 08-B 09-C 10-B
11-E 12-C 13-C 14-C 15-B 16-C 17-B 18-A 19-E 20-D
21-C 22-B 23-B 24-B 25-E 26-C 27-E 28-A 29-D 30-C
31-A 32-C 33-D 34-C 35-C 36-D 37-A 38-B 39-A 40-B
41-A 42-B 43-E 44-E 45-B 46-A 47-D 48-D 49-C 50-D
51-D 52-D 53-C 54-E

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