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HEMOGRAMA

( C O N T I N. )
Prof. Dra. Maria Fernanda S. S. Brune
UFMT / CUA
HEMATÓCRITO
Índice (%) definido pelo volume de todas as hemácias de uma amostra sobre o
volume total desta amostra (sangue total).

Os valores variam com o gênero e com a idade.


Valores: Homem de 40 - 50%
Mulher de 36 - 45%.

*Recém-nascidos tem valores altos que e vão abaixando com a idade até o valor normal de um
adulto.
HEMATÓCRITO
Por meio de fórmulas matemáticas, é possível obter as relações entre alguns dos
parâmetros analisados no eritrograma.

Em um indivíduo normal, a hematimetria pode ser empiricamente estipulada somando-se 4


ao valor absoluto do hematócrito. Ao resultado, podemos multiplicar por 100.000.
Número de hemácias = (Ht+4) x 100.000

Ex: Ht=40%.
No de hemácias = (40% + 4) x 100.000
No de hemácias = 44 x 100.000
No de hemácias = 4,4 milhões.
Hematócrito (Ht):

Plasma (~55%)
VST
Porção celular (~45%) Hematócrito

A proporção de hemácias em um dado VST é chamada de hematócrito.

Em condições normais  observam-se pequenas variações no Ht.


Em algumas patologias  o Ht pode variar consideravelmente.
HEMATÓCRITO (CONT.):

 41-51% do VST
Ht
 37-47% do VST
O Ht varia com o número de hemácias e com o seu tamanho.

Nas condições em que há  no no de hemácias  há  no valor (%) do Ht*.

Nas condições em que há  no no de hemácias  há  no valor (%) do Ht*.


* desconsiderando-se variações de tamanho.

 Importante  as variações no volume de plasma interferem


diretamente na análise do Ht.
HEMATÓCRITO (CONT.):
Em condições de normalidade  relação entre o número de hemácias ou eritrócitos (E), a
hemoglobina (Hb) e o hematócrito (Ht):

• 1% de Ht  0,34g Hb/dL de sangue


• 1% de Ht  100.000 E/L de sangue
• Ht  Hb (g/dL) x 3

01 02 03 04 05 06 07 08

01 = Sem alterações;
02 = anemia + desidratação;
03 = leucocitose (leucemia?);
04 = anemia (ferropriva?);
05 = final da gestação (hemodiluição);
06 = anemia hemolítica;
07 = poliglobulia (policitemia vera?);
08 = desidratação severa

Ht normal Ht baixo Ht elevado


HEMATÓCRITO
HEMOGLOBINA
SÍNTESE DO GRUPO HEME
SÍNTESE DO GRUPO HEME
SÍNTESE DO GRUPO
HEME
PROTEÍNAS TRANSPORTADORAS DE OXIGÊNIO

- Vertebrados: HEMOGLOBINA e MIOGLOBINA

Hemoglobina: presente nas hemácias

carreadora de O2, CO2 e H+ no sangue

Mioglobina: presente nos músculos


reserva de O2
HEMEPROTEÍNAS

MIOGLOBINA HEMOGLOBINA
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Quase todo oxigênio transportado pelo sangue
HEMÁCIAS está ligado à Hemoglobina
(íon ferroso Fe+2 porque o íon férrico Fe+3 não é capaz de
transportar oxigênio)

A afinidade da Hb e mioglobina pelo CO é


200x maior do que pelo O2.

O Heme isolado fixa CO 25.000x mais


fortemente que o O2.

A Hb que deixa os pulmões está 96% saturada com oxigênio.


HEMOGLOBINA
Hemoglobina + quatro moléculas de O2: oxiemoglobina
sem oxigênio: desoxiemoglobina

Meta-hemoglobina  Fe3+ e não no Fe2+ na hemoglobina normal.


VR: 1-2%

 em condições genéticas ou causadas por exposição a vários produtos químicos


HEMOGLOBINA
É uma molécula esférica
com aproximadamente
55Å de diâmetro.
PM = 64.500 daltons
É uma proteína
oligomérica:

4 cadeias polipeptidicas
➢ 2 Cadeias α→ 141 aa
➢ 2 Cadeias β→ 146 aa
➢ 4 grupos heme

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Hemoglobina
OMS - condição na qual o conteúdo de hemoglobina no sangue está
abaixo do normal como resultado da carência de um ou mais
nutrientes essenciais, seja qual for a causa dessa deficiência.
DOSAGEM DE HEMOGLOBINA

Hb Labtest.pdf
Hb padrao Labtest.pdf
METABOLISMO DO FERRO
total de ferro no organismo do adulto é, aproximadamente, de 3-4 g (45 mg/kg de
peso corporal)

➢1,5 g a 3,0 g : ligada ao heme da hemoglobina


➢300 mg :mioglobina
➢3-4 mg :plasma (transporte - transferrina)
➢600-1500 mg: armazenados no fígado, baço e medula óssea, sob a forma de
ferritina e hemossiderina.
METABOLISMO DO FERRO
O ferro é um metal fundamental para a homeostase do organismo; porém, quando
em excesso, passa a desencadear reações oxidativas, aumentando o estresse
oxidativo.

oxidação de elementos celulares que são fundamentais para um funcionamento


normal, levando a alterações na conformação de proteínas e aumento de sua
agregabilidade, à formação de fibrilas e, por fim, à neurodegeneração.

É necessário desenvolver um modelo animal que comprove este processo e possibilite o


entendimento da fisiopatologia das doenças neurodegenerativas e o desenvolvimento de
novas drogas.
METABOLISMO DO FERRO
METABOLISMO DO FERRO
❖hemoglobina, mioglobina e enzimas - forma funcional;
❖ferritina, hemossiderina e transferrina - forma de depósito

A função primária da Ferritina é de acumular o ferro intracelular, protegendo


a célula dos efeitos tóxicos do metal livre, constituindo uma reserva de ferro
rapidamente mobilizável

A dosagem sérica da ferritina - o principal biomarcador dos estoques de ferro


METABOLISMO DO FERRO
❖ hemoglobina, mioglobina e enzimas - forma funcional;
❖ ferritina, hemossiderina e transferrina - forma de depósito

A transferrina é a principal proteína que se liga ao ferro no sangue e o transporta por todo o corpo

Os exames transferrina, capacidade total de ligação do ferro e saturação da


transferrina medem essencialmente a mesma coisa  transporte de ferro, e estão
relacionados com suas reservas.
METABOLISMO DO FERRO
❖ hemoglobina, mioglobina e enzimas - forma funcional;
❖ ferritina, hemossiderina e transferrina - forma de depósito

Capacidade total de ligação do ferro à transferrina (CTLF): É uma medida indireta da transferrina circulante.

• Para a obtenção do valor de CTLF a partir da transferrina sérica deve-se


multiplicar o resultado da dosagem da transferrina por 25.

A relação ferro sérico/CTLF fornece o índice de saturação da transferrina (ST), que é reportado em %:

Normalmente esta relação é de 16% a 50%. (Ferro sérico x 100/CTFL)


METABOLISMO DO FERRO
❖ hemoglobina, mioglobina e enzimas - forma funcional;
❖ ferritina, hemossiderina e transferrina - forma de depósito

✓ A forma do ferro na ferritina é o ferro III (solúvel em água);

✓ Diversas doenças resultam da deposição de ferro III em tecidos em uma forma insolúvel.

Estes depósitos de ferro são chamados hemossiderina

(normalmente assintomáticos, podem causar uma lesão ao órgão)


METABOLISMO DO FERRO
A hemocromatose hereditária é uma disfunção geneticamente causada pela sobrecarga de ferro no
organismo. Uma vez que o corpo humano não possui a capacidade de excretar o ferro após a ingestão
excessiva, este ferro em excesso é depositado em vários órgãos (fígado, coração, baço, pâncreas)
causando danos.

A causa da hemocromatose são mutações no gene HFE, localizado no cromossomo 6, resultando em


substituições de aminoácidos. É possível identificar a suscetibilidade do gene para hemocromatose
hereditária mesmo na infância e implementar medidas preventivas (ex.: redução do consumo de
alimentos com altos índices de ferro) ao determinar estas mutações.

O kit EUROArray Hemocromatose 4SNP (catálogo: MN 5520-V) pelo método de biologia molecular
permite detecção rápida e simples de 4 mutações pontuais no gene HFE em um único teste. O teste é
usado para estimativa do risco genético para hemocromatose em pacientes com suspeita ou histórico
familiar. As 4 mutações detectáveis são: H63D (187 C>G), C282Y (845 G>A), S65C (193 A>T) e E168X
(502 G>T).
Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(3):240-246

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