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FORO REGIONAL VII - ITAQUERA Emitido em: 13/05/2014 12:49


Certidão - Processo 1009294-53.2014.8.26.0007 Página: 1

CERTIDÃO DE PUBLICAÇÃO DE RELAÇÃO

Certifico e dou fé que o ato abaixo, constante da relação nº 0098/2014, foi disponibilizado na página
2209/218 do Diário da Justiça Eletrônico em 13/05/2014. Considera-se data da publicação, o primeiro dia útil
subseqüente à data acima mencionada.

Advogado
Valter Nunhezi Pereira (OAB 166354/SP)

Teor do ato: "DESPACHO AMFR J12665 Processo nº:1009294-53.2014.8.26.0007 Classe -

Se impresso, para conferência acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/esaj, informe o processo 1009294-53.2014.8.26.0007 e o código 65317E.
Assunto:Reintegração / Manutenção de Posse - Esbulho / Turbação / Ameaça Requerente:A.L.D.
EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÃO LTDA. Requerido:DESCONHECIDOS Juiz(a) de Direito: Dr(a).
Alessander Marcondes França Ramos Vistos. Trata-se de ação destinada a reintegração de posse. O autor
demonstra ser o proprietário de imóvel objeto da matrícula 92.277 do 7º Cartório de Registro de Imóveis (fls.
22/26 - R.8), sendo evidente que mantinha posse anterior do bem, decorrente do próprio título aquisitivo e da
manutenção do bem há quase uma década. Desta forma busca o proprietário reaver a posse que fora obtida
com base no artigo 1228, "caput" do Código Civil, posto que sua posse decorre do direito de propriedade. Não
se disputa domínio, mas a posse com base naquela exercida e conferida de forma derivada pela aquisição do
imóvel. Entre os poderes inerentes ao domínio há também a posse do bem, pelo que é viável ao proprietário
abrir mão da ação petitória notadamente mais demorada para valer-se da ação possessória. Nesta situação
defende o ius possidendi. Silvio de Salvo Venosa salienta: "Ius possidendi é o direito de posse fundado na
propriedade (em algum título: não só propriedade, mas também outros direitos reais e obrigações com força
real). O possuidor tem a posse e também é proprietário. A posse nesta hipótese é conteúdo ou objeto de um
direito, qual seja, o direito de propriedade ou direito real limitado. O titular pode perder a posse e nem por isso
deixará sistematicamente de ser proprietário." Desta forma, como o proprietário também exerce a posse do
bem, é possível que venha a perdê-la por esbulho de terceiro. Caio Mario da Silva Pereira defende: "Se o
esbulho é de mais de ano (ação de força velha espoliativa) o juiz fará citar o réu para que se defenda, admitirá
suas provas, que ponderará com as do autor, e decidirá finalmente quem terá a posse. Nesse caso, a
sentença em efeito dúplice: julgando que o autor não deve ser reintegrado, reconhece ipso facto a
legitimidade da posse do réu; e vice-versa, concedendo a reintegração, repele a pretensão do esbulhador
sobre coisa. São requisitos do interdito recuperandae a existência da posse e seu titular, e o esbulho cometido
pelo réu, privando aquele, arbitrariamente, da coisa ou do direito (violência, clandestinidade ou precariedade)."
Noticia o autor que na data de 07.05.14 houve invasão de sua gleba, certamente inspirada por outras invasões
que se perpetraram na região de Itaquera destinada a pressionar o Poder Público em determinada direção. As
fotografias de fls. 19/21 demonstram esbulho, sendo necessária a concessão da medida liminar,

Este documento foi assinado digitalmente por WAGNER LOPES GOES.


independentemente da ouvida dos invasores. Necessário que se diga que em ocupações como esta o tempo
acaba por dificultar as medidas reintegratórias, gerando profunda tensão social - máxime no momento da
necessária retirada dos invasores. A agilidade, portanto, é o meio para se evitar consequencias mais graves e
a instabilização das instituições e do próprio seio social. Demonstrados os requisitos do artigo 927 do Código
de Processo Civil, inclusive a data da invasão pelo documento de fls. 14/15, necessária a concessão da
medida liminar. Deste modo DEFIRO A MEDIDA DE REITEGRAÇÃO DE POSSE EM FAVOR DA AUTORA
proprietária do imóvel, diante da invasão bem demonstrada, concedendo-se o prazo de 48 horas para a saída
voluntária do imóvel. Considerando ser invasão multitudinária, a comunicação do prazo para a desocupação
será realizada pelo Sr. Oficial àqueles que encontrar no imóvel, identificando-os e citando-os para responder a
ação, constando as advertências do artigo 285 do Código de Processo Civil. Caberá a autora fornecer
máquina fotográfica e pessoa habilitada para produzir retratos da área em disputa, registrando o atual estagio
de coisas, invasão sob a orientação do oficial de justiça destinado ao cumprimento da ordem. Deverá, ainda,
providenciar os meios necessários ao cumprimento da ordem reintegratória. Comunique-se à Polícia Militar, a
fim de que garanta a segurança, para o efetivo cumprimento da medida. Por cautela, citem-se os réus incertos
por edital com prazo de 20 dias. Observo que aos réus não identificados, citados por edital, é desnecessária a
nomeação de curador especial. Os ocupantes serão citados pessoalmente, na forma supra indicada.
INTIME-SE São Paulo, 09 de maio de 2014. Alessander Marcondes França Ramos Juiz de Direito
DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006, CONFORME IMPRESSÃO À
MARGEM DIREITA"

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