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TEMA:
Análise da Obra de Aristóteles “A Política”
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................1
9. DO CIDADÃO E DA CIDADE..................................................................................................6
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1. Introdução
Este trabalho pratico, tem como principal objectivo analisar exaustivamente o pensamento
político de Aristóteles. O nosso foco de análise circunscreve-se na sua obra principal intitulada
“A Política”.
O pano de fundo da análise da obra versa estruturalmente em torno dos seguintes conceitos e
questões:
Portanto, será em torno dessas temáticas que o presente exercício prático centrara a sua análise.
Nessa ordem de ideias, em consonância do as temáticas acima ilustradas, pretendemos dissertar,
também, sobre a origem e o fundamento do Estado, a legitimidade e o exercício do poder
politico, e o lugar e o papel do cidadão na polis.
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2. O conceito de Estado segundo Aristóteles
Segundo Aristóteles, o Estado deve ser compreendido como uma sociedade, tendo como seu
princípio e esperança o bem-comum. Nesse sentido, destaca-se como principal efeito a relação
Estado-sociedade. As sociedades (domesticas) e os indivíduos são vistos como parte integrante
do Estado. Importa referir, que olhando para o contexto em que o autor desenvolve o seu
pensamento político, dentro de um contexto político grego, a concepção do Estado que
modernamente o concebemos antes era visto como polis (cidades-estado).
Portanto, o Estado concebido como uma sociedade politicamente organizada onde se exerce o
poder político. Ele existe com um propósito, que é o bem-publico. É o interesse comum que uni
os indivíduos no seio da polis, para melhor viver, garantindo a nossa segurança.
Porém, o autor adverte-nos que não é unicamente para viver em conjunto que o Estado existe,
mas sim para bem viver em conjunto, que os homens se constituem em Estado. pois, essa a
principal finalidade do Estado.
Bem, podemos dizer que o autor traça dois momentos principais da formação do Estado. Num
primeiro momento, antes de mais torna-se necessário reunir as pessoas que não conseguem viver
umas sem as outras. Isto é, num primeiro momento há uma união entre o macho e a fêmea
(homem e a mulher). Nessa relação existe uma primeira subordinação de uma a outra. Verifica-
se logo, a primeira manifestação do poder: o poder marital. Dessa união forma-se a primeira
sociedade que se traça cronologicamente da seguinte ordem: homem vs. Mulher depois a família,
de seguida o senhor e o escravo.
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O segundo momento, como consequência do anterior, da origem a aldeia, de seguida a sociedade
e por fim Estado. Com efeito, surge o Estado submetido ao governo real, formado de pessoas que
vivem sob o poder de um monarca.
Pois, a sociedade que se formou de varias aldeias, famílias que se constituíram em Cidades
(Estados), possibilitou que o homem se torna-se eminentemente um ser gregário, ou nas palavras
de Aristóteles “o homem, o animal político”. Mas o que isso quer dizer?
É evidente que, todo o Estado pertence à natureza e que o homem é naturalmente feito para a
sociedade politica. O homem foi feito para viver em sociedade e para a ela servir. O homem só
pode conseguir a sua auto-realização no seio de uma comunidade politica e em interacção com
os seus semelhantes. Segundo Aristóteles, “aquele que pela sua natureza, e não como
consequência do acaso, existisse sem qualquer pátria seria um individuo detestável”.
O homem é um animal político mais social do que outros animais. O homem civilizado é o
melhor de todos os animais, portanto, aquele que não conhece nem leis nem justiça é o pior de
todos. Sobretudo, não existe algo de mais intolerável do que a injustiça armada. As armas e a
força são, por si próprias, indiferentes perante o bem e o mal.
O poder despótico e o poder político, são para Aristóteles coisas muito diferentes. O poder
despótico é aplicável aos escravos. Aos que não tem nenhuma liberdade. Por seu turno, o poder
político, segundo o autor, é para pessoas que a natureza honrou-os com a liberdade. O poder
politico é exercido pelo governo e o governo pertence à todos que são livres e iguais. Porém,
ambos os poderes se assemelham pelo facto de neles existir uma relação de poder de mando e a
obediência.
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6. Da propriedade e dos meios de a adquirir
Portanto, na sua apreciação dos dois modos de aquisição, Aristóteles defende que a politica não
faz os homens, mas os recebe da natureza e se serve deles. Pois, é preciso que antes, para a
economia os possa administrar, que a natureza forneça os meios de subsistência, ou do seio da
terra, ou do mar, ou de qualquer outra maneira.
Portanto, é importante a obtenção do conhecimento das coisas antes de proceder à sua aquisição:
saber quais são os melhores, onde se encontram e qual é a forma mais vantajosa de as procurar. E
quanto às maneiras de adquirir por troca, a principal é o comercio, que se divide em três partes: a
navegação, transporte terrestre, comércio sedentário; partes que diferem entre si, na medida em
que umas são mais seguras, enquanto as outras são mais lucrativas.
Tendo sido dividido anteriormente, o governo domestico em três poderes: o do senhor, o do pai e
o do marido. Importa esclarecer como estes poderes se manifesta e onde eles incidem. O poder
marital é o poder do marido sobre a sua mulher. E o poder paternal é o poder do homem sobre
seus filhos. Portanto, segundo Aristóteles, no que respeita aos sexos, a diferença é indelével,
qualquer que seja a idade da mulher, o homem deve conservar a sua superioridade.
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8. Acerca do Governo Doméstico
Essa é a forma como o governo doméstico se organiza segundo Aristóteles, porém, há algumas
variações entre eles, pelo que passamos de seguida a analisar.
O poder despótico é o poder do patrão sobre o seu escravo. O escravo é uma propriedade
instrumental animada. É um agente preposto a todos os outros meios. Chama-se instrumento o
que realiza o efeito e propriedade doméstica o que ele produz. O patrão é só o proprietário do seu
escravo, mas não lhe pertence. O escravo, pelo contrario, não está simplesmente ao serviço do
seu patrão, mas faz parte das suas coisas.
O homem que, por natureza, não pertence a si próprio, mas a outro, é, por natureza, escravo, é
um objecto de posse e um instrumento para agir separadamente e sob as ordens do seu patrão. A
escravidão para o autor é natural. Segundo o autor
“Não é somente necessário, é também vantajoso que haja comando duma parte e
obediência da outra, é todos os seres, desde o primeiro instante do seu
nascimento, estão, por assim dizer, marcados pela natureza, uns para mandar,
outros para obedecer”.
Portanto, pode-se verificar que a escravidão é natural. Os homens são por natureza marcados uns
para obedecerem e outros para mandarem. O animal (o homem) é composto, em primeiro lugar,
duma alma e depois de um corpo. A primeira, pela sua própria natureza, comanda, e o segundo
obedece.
De acordo com a natureza, o homem é aquele perfeitamente constituído de alma e corpo. Se nas
coisas viciosas e depravadas o corpo aparece muitas vezes a mandar na alma, isso acontece
seguramente por erro e é contra a natureza. É naturalmente escravo aquele que não tem alma
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nem meios, para se decidir a depender de outrem. De acordo com as leis da natureza, há homens
feitos para a liberdade e outros para a escravidão, aos quais, por justiça e por interesse, é
conveniente a sujeição.
9. Do Cidadão e da Cidade
Portanto, é cidadão todo aquele que é admitido a esta participação e é principalmente por meio
dela que o se distingue dos outros habitantes. O cidadão só existe dentro dos Estados
democráticos, e fora dali não se pode procurar o cidadão. A aptidão de participar no exercício do
poder político é o primeiro ingrediente da cidadania.
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10. Referência Bibliográfica