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1914 1976 1 PB PDF
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No DSM III-R, os dados são considerados de acordo com cinco Devem-se considerar as severas deficiências de interação, co-
eixos: municação e linguagem e as importantes alterações da atenção
e do comportamento que podem apresentar estas crianças. É
Eixo 1 — Síndromes Clínicas básico que a programação psicopedagógica a ser traçada para
Condições não relacionadas a distúrbio mental, mas esta criança esteja centrada em suas necessidades. Antes de se
passíveis de atenção elaborar a programação propriamente dita, deve-se observar
Códigos Adicionais esse aluno para, se possível, conhecer quais canais de comuni-
cação se apresentam mais receptivos a uma estimulação. Uma
Eixo 2 — Distúrbios de Personalidade criança pode responder mais a estímulos visuais do que au-
ditivos, ou ser mais sensível a estimulação tátil do que a
Distúrbios Específicos do Desenvolvimento verbal. Outra, já pode responder de maneira inversa (Bereohff,
1991). Portanto, uma avaliação cuidadosa possibilitará uma
Eixo 3 — Distúrbios ou Alterações Físicas planificação pedagógica individualizada mais adequada.
Nas últimas décadas, acumulou-se uma quantidade considerá- Educar uma criança autista é uma experiência que leva o pro-
vel de experiências em técnicas para o ensino de crianças au- fessor a rever e questionar suas idéias sobre desenvolvimento,
tistas, desenvolvidas por educadores de vários países. A maioria educação, normalidade e competência profissional. Torna-se um
delas aponta para os seguintes objetivos gerais de educação: desafio descrever o impacto dos primeiros contatos entre este
professor e estas crianças tão desconhecidas e, na maioria das
— prevenir ou reduzir deficiências secundárias; vezes, imprevisíveis.
— descobrir métodos para recuperar deficiências primárias ;
— descobrir formas para ajudar a criança a desenvolver fun- Segundo Rivière (1984), esta tarefa educativa é provavelmente
ções relacionadas às deficiências primárias. a experiência mais comovedora e radical que pode ter o pro-
fessor. Esta relação põe à prova, mais do que nenhuma outra,
os recursos e habilidades do educador. Como ajudar os autistas
Propostas e d u c a c i o n a i s a aproximarem-se de um mundo de significados e de relações
humanas significativas? Que meios podemos empregar para
O modelo descrito a seguir é fruto da união de esforços entre a ajudá-los a se comunicarem, atrair sua atenção e interesse pelo
ASTECA (Associação Terapêutica e Educacional para Crianças mundo das pessoas; para retirá-los de seu mundo ritualizado,
Autistas) e a Fundação Educacional do Distrito Federal, e vem inflexível e fechado em si mesmo?
sendo implementado sob a supervisão técnica da autora do pre-
sente texto. Ao educar uma criança autista, pretende-se desenvolver ao
máximo suas habilidades e competências, favorecer seu bem-
Trata-se da implantação de classes especiais para crianças au- estar emocional e seu equilíbrio pessoal o mais harmoniosa-
tistas integradas ao ensino regular, viabilizando um atendi- mente possível, tentando aproximá-la de um mundo de relações
mento de caráter psicopedagógico. humanas significativas.
Participar de um processo educativo extrapola a aquisição de Algumas características da Síndrome de Autismo Infantil me-
conhecimentos acadêmicos. Freqüentar uma escola significa, recem destaque dentro de um enfoque psicopedagógico. Como
para o indivíduo, a possibilidade de conviver com seus pares e se sabe, todo autista apresenta desordem na comunicação,
vivenciar uma dimensão social da qual necessita para desenvol- manifestando ou não linguagem verbal. A dificuldade de co-
Quando os problemas aparecem, pode-se ignorá-los calmamente b) Valorização de elementos da natureza — estimula o aluno a
c) Abordagem vivencial da aprendizagem — a vivência das ati- — a observação da criança em situações livres e dirigidas cons-
vidades programadas facilita a participação e o envolvimento titui-se no primeiro passo para que o professor possa conhecê-la
com o objeto de trabalho, onde o auxílio verbal é na maioria das e iniciar seu vínculo com ela;
vezes insuficiente, gerando a necessidade de constante auxílio
físico por parte da pessoa que dirige a ação pedagógica. A abor- — a aplicação do roteiro de observação baseado na Escala de
dagem vivencial permite que um mesmo objetivo para uma de- Desenvolvimento Portage possibilita obter-se o perfil do aluno
terminada criança seja trabalhado em vários contextos, pos- no início do atendimento. A escala deverá ser reaplicada a cada
sibilitando assim maior generalização e funcionalidade de sua ano, permitindo a reavaliação dos objetivos propostos e conse-
aprendizagem. qüentemente a evolução do aluno sinalizado através de gráficos.
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