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zado ou não).
o infográfico como forma de divulgar esses dados. Vai ver que esse
da pesquisa TIC Kids Online Brasil 2013, que buscou levantar o per-
c) Que elementos visuais é possível identificar no infográfico? Com que finalidade são
empregados?
Pág. 82-83
2. Agora leia outro infográfico criado para divulgar os resultados da pesquisa TIC Kiss
Online.
a) Quais os anos de abrangência da pesquisa?
b) Quais elementos visuais foram empregados para caracterizar o perfil de acesso
do público pesquisado
c) Você se identifica com os resultados dessa pesquisa? O que acha que mudou e
o que permaneceu o mesmo nos dias de hoje? Explique.
c) Na sua opinião, que outros ícones poderiam ser usados para representar
gênero e idade em um infográfico?
Atividade 1 – Intertextualidade
1. Observe a imagem da página 96, relembre os contos de Edgar Allan Poe, lidos no
capítulo 2 e o miniconto “Quando acordou o dinossauro ainda estava lá. (Augusto
Monterroso)”, página 37.
a) Com qual conto de Edgar Allan Poe você relaciona esse texto (miniconto) da foto que
acabou de ler?
b) Quais expressões e palavras do miniconto apresentados na foto remetem aos textos
do capítulo 2?
c) A fotografia reforça as relações de sentido com qual dos textos do capítulo 2?
Faça uma leitura silenciosa e individual, sinta as sensações e emoções que uma boa narrativa
provoca. Respire fundo, apesar do cheiro de bolor, e adentre sozinho a velha pensão. (Conto:
As formigas, de Lygia Fagundes Telles, pág. 100, 101, 102,...106)
Primeiras impressões
1. O que você sentiu lendo esse conto? Do que mais gostou e do que menos gostou? Por quê?
2. O que parece estar implícito nesta fala e no gesto da dona da pensão "fechem bem a garrafa
– recomendou coçando a cabeça", considerando o que acontece depois? Que problema
poderia haver se as estudantes deixassem a garrafa mal fechada?
a) O que o fato de a narradora enfeitar seu quarto com uma gravura feita por ele permite
inferir sobre os gostos dela?
b) Como essa característica da personagem pode influenciar sobre o que ela conta? O que
podemos pensar sobre os fatos narrados?
O texto em construção
1. Releia a descrição que o narrador faz da primeira visão que ele tem da casa, no conto "A
queda da Casa de Usher", no capítulo 2. (pág. 35). Que semelhanças você estabelece entre a
descrição dessa casa e a da pensão no conto "As formigas"?
3. Nos contos de mistério, geralmente, o espaço em que ocorre a ação é descrito com detalhes
que nos fazem imaginar lugares sinistros, sombrios.
• Para você, o que na descrição e na narração sobre a pensão permite ao leitor achar também
graça e humor?
4. Releia as informações do boxe "Clipe", na página 101, e esta passagem do conto: "A dona
era uma velha balofa, de peruca mais negra do que a asa da graúna”.
5. O foco narrativo aqui também é parecido com o tipo usado nos contos "A queda da Casa de
Usher" e "O sinaleiro"; são narradores que também participam como personagens da história
por eles contada.
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ANOTE
Esgrouvinhado
Puído
Página 63 6.
a) Nos textos jornalísticos, evitam-se expressões como “na minha opinião”, “eu acho”, etc. No
exemplo acima, isso é suficiente para tornar o texto puramente informativo e objetivo?
2a. Não. Apesar de atenuadas, a subjetividade e a dimensão opinativa estão presentes no
texto. As impressões do repórter sobre o assunto que aborda são sutilmente expressas por
meio de adjetivos e de advérbios.
b) Qual palavra revela a opinião de que, apesar de possuir características negativas, o trânsito
de Londres é compensado por um fator positivo da cidade?
A palavra felizmente, que serve para que o jornalista revele e desenvolva sua opinião; por
meio dela, o jornalista expressa um juízo de valor a respeito de uma realidade.
ANOTE
Página 58
LEITURA 2
Conto fantástico
O conto que você vai ler é de autoria de Lygia Fagundes Telles, uma das mais importantes
escritoras brasileiras. Ao lê-lo, talvez você tenha uma sensação de estranhamento ou de estar
diante de algo inusitado. Trata-se de um conto fantástico, um gênero no qual algum evento
insólito quebra uma sequência de fatos aparentemente normais e deixa o leitor diante de uma
dúvida: Isso aconteceu realmente ou não?
A caçada
A loja de antiguidades tinha o cheiro de uma arca de sacristia com seus panos embolorados e
livros comidos de traça. Com as pontas dos dedos, o homem tocou numa pilha de quadros.
Uma mariposa levantou voo e foi chocar-se contra uma imagem de mãos decepadas.
A velha tirou um grampo do coque e limpou a unha do polegar. Tornou a enfiar o grampo no
cabelo.
– É um São Francisco.
Ele então se voltou lentamente para a tapeçaria que tomava toda a parede no fundo da loja.
Aproximou-se mais. A velha aproximou-se também.
– Já vi que o senhor se interessa mesmo é por isso. Pena que esteja nesse estado.
– Nítida? – repetiu a velha, pondo os óculos. Deslizou a mão pela superfície puída. – Nítida
como?
– Não, não passei nada, essa tapeçaria não aguenta a mais leve escova, o senhor não vê? Acho
que é a poeira que está sustentando o tecido – acrescentou tirando novamente o grampo da
cabeça. [...]
– Eu poderia vendê-la, mas quero ser franca, acho que não vale mesmo a pena. Na hora que se
despregar é capaz de cair em pedaços.
O homem acendeu um cigarro. Sua mão tremia. Em que tempo, meu Deus! em que tempo
teria assistido a essa mesma cena. E onde?...
Era uma caçada. No primeiro plano, estava o caçador de arco retesado, apontando para uma
touceira espessa. Num plano mais profundo, o segundo caçador espreitava por entre as
árvores do bosque, mas era apenas uma vaga silhueta cujo rosto se reduzira a um esmaecido
contorno. Pode-roso, absoluto era o primeiro caçador, a barba violenta como um bolo de
serpentes, os músculos tensos, à espera de que a caça levantasse para desferir-lhe a seta.
Andréa Vilela/ID/BR
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O homem respirava com esforço. Vagou o olhar pela tapeçaria que tinha a cor esverdeada de
um céu de tempestade. Envenenando o tom verde-musgo do tecido, destacavam-se manchas
de um negro-violáceo que pareciam escorrer da folhagem, deslizar pelas botas do caçador e
espalhar-se no chão como um líquido maligno. A touceira na qual a caça estava escondida
também tinha as mesmas manchas, que tanto podiam fazer parte do desenho como ser
simples efeito do tempo devorando o pano.
– Parece que hoje tudo está mais próximo – disse o homem em voz baixa. – É como se... Mas
não está diferente?
A velha suspirou:
– Mas esse não é um buraco de traça? Olha aí, a parede já está aparecendo, essas traças dão
cabo de tudo – lamentou disfarçando um bocejo. Afastou-se sem ruído com suas chinelas de
lã. Esboçou um gesto distraído. – Fique aí à vontade, vou fazer meu chá.
Apertou o lenço contra a boca. A náusea. Ah, se pudesse explicar toda essa familiaridade
medonha, se pudesse ao menos... E se fosse um simples espectador casual, desses que olham
e passam? Não era uma hipótese? Podia ainda ter visto o quadro no original, a caçada não
passava de uma ficção. “Antes do aproveitamento da tapeçaria...” – murmurou, enxugando os
vãos dos dedos no lenço.
Andréa Vilela/ID/BR
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Atirou a cabeça para trás como se o puxassem pelos cabelos, não, não ficara do lado de fora,
mas lá dentro, encravado no cenário! E por que tudo parecia mais nítido do que na véspera,
por que as cores estavam mais fortes apesar da penumbra? Por que o fascínio que se
desprendia da paisagem vinha agora assim vigoroso, rejuvenescido?...
Saiu de cabeça baixa, as mãos cerradas no fundo dos bolsos. Parou meio ofegante na esquina.
Sentiu o corpo moído, as pálpebras pesadas. [...]
Quando chegou em casa, atirou-se de bruços na cama e ficou de olhos escancarados, fundidos
na escuridão. A voz tremida da velha parecia vir de dentro dos travesseiros, uma voz sem
corpo, metida em chinelas de lã: “Que seta? Não estou vendo nenhuma seta...” [...]
Acordou com o próprio grito que se estendeu dentro da madrugada. Enxugou o rosto molhado
de suor. Ah, aquele calor e aquele frio! Enrolou-se nos lençóis. E se fosse o artesão que
trabalhou na tapeçaria? Podia revê-la, tão nítida, tão próxima que se estendesse a mão,
despertaria a folhagem. Fechou os punhos. Haveria de destruí-la, não era verdade que além
daquele trapo detestável havia alguma coisa mais, tudo não passava de um retângulo de pano
sustentado pela poeira. Bastava soprá-la, soprá-la!
– Já não estranho mais nada, moço. Pode entrar, pode entrar, o senhor conhece o caminho.
“Conheço o caminho”, repetiu, seguindo lívido por entre os móveis. Parou. Dilatou as narinas.
E aquele cheiro de folhagem e terra, de onde vinha aquele cheiro? E por que a loja foi ficando
embaçada, lá longe? Imensa, real, só a tapeçaria a se alastrar sorrateiramente pelo chão, pelo
teto, engolindo tudo com suas manchas esverdinhadas. Quis retroceder, agarrou-se a um
armário, cambaleou resistindo ainda e estendeu os braços até a coluna. Seus dedos afundaram
por entre galhos e resvalaram pelo tronco de uma árvore, não era uma coluna, era uma
árvore! Lançou em volta um olhar esgazeado: penetrara na tapeçaria, estava dentro do
bosque, os pés pesados de lama, os cabelos empastados de orvalho. Em redor, tudo parado.
Estático. No silêncio da madrugada, nem o piar de um pássaro, nem o farfalhar de uma folha.
Inclinou-se arquejante. Era o caçador? Ou a caça? Não importava, não importava, sabia apenas
que tinha que prosseguir correndo sem parar por entre as árvores, caçando ou sendo caçado.
Ou sendo caçado?... Comprimiu as palmas das mãos contra a cara esbraseada, enxugou no
punho da camisa o suor que lhe escorria pelo pescoço. Vertia sangue o lábio gretado.
Abriu a boca. E lembrou-se. Gritou e mergulhou numa touceira. Ouviu o assobio da seta
varando a folhagem, a dor!
“Não...”, gemeu de joelhos. Tentou ainda agarrar-se à tapeçaria. E rolou encolhido, as mãos
apertando o coração.
Lygia Fagundes Telles. Antes do Baile Verde: contos. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. p.
67-72.
Acervo PNBE
GLOSSÁRIO
Embuçado: disfarçado.
Gretado: rachado.
Minúcia: detalhe.
Sorrateiramente: disfarçadamente.
Touceira: tufo espesso formado por folhas ou finos caules de uma ou mais plantas.
Andréa Vilela/ID/BR
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Estudo do texto
A loja tinha cheiro de uma arca de sacristia, com panos embolorados e livros carcomidos. A
personagem vê uma mariposa levantar voo.
Ao apresentar a loja como um local repleto de peças antigas e malcuidado, o narrador cria um
ambiente propício às lembranças e incertezas da personagem principal, favorável à
manifestação do elemento fantástico.
2a. Possibilidades de resposta: “Já vi que o senhor se interessa mesmo é por isso” / “As cores
estão mais vivas. A senhora passou alguma coisa nela?” / “Notei uma diferença” / “Ontem não
se podia ver” / “E por que tudo parecia mais nítido do que na véspera”.
b) É possível concluir se a imagem estava de fato mais nítida, com as cores mais vivas? Por
quê?
Não. Ao leitor, apresenta-se a dúvida, ele tem acesso a duas impressões diferentes.
a) A cena da caçada é apresentada, inicialmente, como uma lembrança. O que acontece nessa
cena?
No primeiro plano, um caçador de arco retesado aponta para uma touceira. No segundo, outro
caçador espreita por entre as árvores.
b) Em um certo momento, o homem passa a acreditar que participou da caçada. O que o faz
pensar assim?
O fato de pressentir o vulto da caça e de distinguir a seta do arco do caçador. Além disso,
passou a sentir que conhecia o local onde se passava a cena da tapeçaria.
4c. É possível distinguir algumas sensações: na loja, ele está trêmulo, respira com esforço,
hesitante, tem dúvidas, fica pálido e sua, tem náusea e, depois, sente paz. Na tapeçaria, sente
os cheiros do bosque, sente-se impulsionado a correr, sua e sente seu lábio verter sangue e,
por fim, dor. Porém, na percepção da personagem principal, as duas cenas se confundem, logo
não é possível distinguir objetivamente quando algumas sensações se manifestam.
– Já não estranho mais nada, moço. Pode entrar, pode entrar, o senhor conhece o caminho...
a) A qual caminho, a mulher se refere quando diz ao homem que ele “conhece o caminho”?
b) Que caminho ele, possivelmente, tem em mente quando murmura “Conheço o caminho”?
Ela prende a atenção do leitor, pois ele participa do mistério presente no texto e tira suas
conclusões.
Andréa Vilela/ID/BR
ANOTE
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O texto e o leitor
1. 1ª: O homem tinha de fato estado na cena retratada na tapeçaria. Quando voltou à loja,
penetrou na tapeçaria e foi atingido pela seta do caçador. 2ª: Tudo não passou de imaginação.
Ele teve a sensação de ter estado na cena retratada e se imaginou penetrando na tapeçaria.
Então, perdeu o controle sobre si mesmo, sofreu uma crise e caiu.
2. Para chegar a qualquer uma das leituras, o leitor toma como ponto de partida as
informações dadas pelo narrador.
Não.
Ele apresenta o mundo interior apenas de uma das personagens, o homem. Exemplo: “Vinha-
lhe agora uma certa paz, agora que sabia ter feito parte da caçada”. Ao apresentar o mundo
interior das personagens, o narrador aproxima o leitor dos sentimentos e das ideias delas.
3. Releia.
O homem acendeu um cigarro. Sua mão tremia. Em que tempo, meu Deus! em que tempo
teria assistido a essa mesma cena. E onde?...
Andréa Vilela/ID/BR
a) Nesse trecho, há duas vozes misturadas: a do narrador e a do próprio homem. Que frases
são apenas a voz do narrador?
“Em que tempo, meu Deus! em que tempo teria assistido a essa mesma cena. E onde?...”
a) Nesse trecho, que ações objetivas do homem são apresentadas e o que se passa apenas em
seu mundo interior?
4a. Ações objetivas: o homem deixou o cigarro cair, amassou-o devagar e apertou os
maxilares. As outras frases apresentam seu mundo interior: suas dúvidas, lembranças,
sentimentos.
4b. Nada marca essa passagem. Os pensamentos da personagem são revelados pelo discurso
indireto livre, incorporado à narração do narrador. Esse recurso possibilita que o leitor
conheça pensamentos e sentimentos da personagem e se aproxime dos acontecimentos
narrados.
Sugestões: “Ah, aquele calor e aquele frio!” / “E se fosse o artesão que trabalhou na
tapeçaria?”.
ANOTE
No conto fantástico, é comum o emprego do narrador onisciente, que mistura à narrativa das
ações trechos em que apresenta o mundo interior das personagens. Isso faz com que o leitor
deixe de perceber claramente a distinção entre os fatos objetivos e o que se passa apenas na
mente das personagens.
Lembre-se
No discurso direto, o narrador utiliza o travessão para delimitar as falas das personagens e
caracteriza essas falas, geralmente, com verbos de elocução.
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6. O homem não aceita com tranquilidade a ideia de ter estado presente na cena representada
na tapeçaria.
b) Seu comportamento contribui para que o leitor aceite ou descarte a ideia de que ele vivera
a cena no bosque?
O leitor se identifica com a personagem, se solidariza com suas sensações, aceitando mais
facilmente que ela teria vivido a cena no bosque.
Em ambos os textos, não são apresentadas as informações sobre a vida das personagens e
sobre o que pode tê-las levado à situação do início da narrativa.
1c. No futuro previsto pelo autor do livro, a individualidade do ser humano não terá
importância; as pessoas serão vistas apenas como parte de sua casta, não como seres
particularizados. / A ausência de informações sobre as personagens do conto deixa um espaço
maior para a imaginação do leitor: Quem terá sido esse homem? Qual sua história? E essa
mulher? Nesse espaço, por exemplo, pode caber uma dúvida sobre uma ligação da
personagem com o sobrenatural, favorecendo o elemento fantástico da narrativa.
a) Em Admirável mundo novo, que associação se pode fazer entre a limpeza do ambiente e o
desejo de eliminar a liberdade de escolha, os questionamentos à autoridade e as vontades
individuais?
2a. O cômodo onde se passa a ação, limpo e sem móveis, pode refletir o desejo de eliminar a
liberdade e a individualidade, vistas como sujeira.
Lygia Fagundes Telles formou-se em Educação Física e em Direito, mas depois seguiu sua
vocação literária e tornou-se uma das escritoras brasileiras mais lidas e premiadas. Veja o que
ela disse, em entrevista a uma revista, sobre sua relação com o leitor.