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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Departamento de Ciências de Educação

Licenciatura em Ensino de Português

Variação e Mudança Linguística do Português em Moçambique

Ratabo Dovelo Acuna

Quelimane, aos 24 de Julho de 2020


INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Departamento de Ciências de Educação

Licenciatura em Ensino de Português

Variação e Mudança Linguística do Português em Moçambique

Ratabo Dovelo Acuna

Trabalho de investigação,
apresentado a coordenação
do ensino de Português,
cadeira de Linguística I,
como requisito para a
avalição. 1º Ano

Quelimane, aos 24 de Julho de 2020


Índice

1. Introdução....................................................................................................................... 4

1.1 Objectivos .................................................................................................................... 4

1.1.1 Objectivo Geral: ..................................................................................................... 4

1.1.2 Objectivos Específicos: .......................................................................................... 4

2. Variação e Mudança Linguística do Português em Moçambique ........................................ 5

2.1 Variação geográfica ...................................................................................................... 5

2.2 Variação/Mudança Situacional ..................................................................................... 6

3. Conclusão ....................................................................................................................... 8

4. Bibliografia ..................................................................................................................... 9
1. Introdução
Hoje em dia, falar da variação e mudança linguística constitui um mero interesse no mundo
linguístico. Portanto, este trabalho debruça em torno de variação e mudança linguística no
contexto Moçambicano. As variedades nacionais de uma língua não apresentam uma
uniformidade interna, mas são constituídas por variantes geográficas que denominamos
dialectos. Os dialectos do português europeu não são muito distintos entre si, talvez por
razões de carácter histórico nas quais ressalta o facto de Portugal ser o país europeu com as
fronteiras mais antigas. Essa aparente uniformidade fez com que, durante muito tempo se
considerasse o mirandês como o único dialecto do português, dada a estranheza que as
pessoas sentiam nessa forma de falar.

Quanto a metodologia utilizada neste trabalho, o presente trabalho cinge-se no privilégio da


Pesquisa Bibliográfica e entrevista com os residentes Moçambicanos. O primeiro método,
consiste na consulta de matérias na internet, artigos, dissertações etc.

No entanto, o trabalho apresenta a seguinte estrutura:

 Capítulo I: Introdução;

 Capítulo II: Fundamentação Teórica;

 Capítulo III: Conclusão e;

 Capítulo IV: Referências Bibliográficas.

1.1 Objectivos

1.1.1 Objectivo Geral:


 Saber a variação e mudança linguística do português Moçambicano (PM).

1.1.2 Objectivos Específicos:


 Indicar a variação e mudança linguística do português Moçambicano (PM);

 Descrever a variação e mudança linguística do português Moçambicano (PM);

 Demonstrar a ocorrência da variação linguística.

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2. Variação e Mudança Linguística do Português em Moçambique

2.1 Variação geográfica


As variedades nacionais de uma língua não apresentam uma uniformidade interna, mas
são constituídas por variantes geográficas que denominamos dialectos. Os dialectos do
português europeu não são muito distintos entre si, talvez por razões de carácter histórico
nas quais ressalta o facto de Portugal ser o país europeu com as fronteiras mais antigas.
Essa aparente uniformidade fez com que, durante muito tempo se considerasse o
mirandês como o único dialecto do português, dada a estranheza que as pessoas sentiam
nessa forma de falar. Afinal, essa estranheza era devida ao facto de o mirandês ser um
dialecto de uma língua diferente, o asturiano ou asturo-leonês, que tem características
distintas do português. A confusão desapareceu a partir de 1997, ano em que o mirandês
foi considerado oficialmente uma língua minoritária com estatuto reconhecido no
território linguístico português. Do mesmo passo, Portugal deixou de ser um país
monolingue e os mirandeses passaram a ser indivíduos bilingues. Bexter (1996).

Para o caso de Moçambique, a região tem influenciado bastante na variação linguística, é o


caso da seguinte ilustração da tabela:

Variação Exemplificação
Nampula João Gosta /muidas/ pessoas - /muitas
Ile Joao é faitoso /vaidoso/
Quelimane João é vaidoso
Beira Jeremias gosta de seus amigos
Maputo O Jeremias gosta dos seus amigos
Beira/Quelimane Ele está a andar/ Ele está andar

Fonte: Autor (2020).

Nesta tabela, podemos notar que o Português Moçambicano varia de acordo com a região.
Entretanto, há locais que sustenta a palatalização, bilabialidade massiva, e por outra há locais
que não sustentam tais particularidades. Em Nampula por exemplo, na sua articulação, onde
aparece b, eles substituem com p, t com d etc.

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2.2 Variação/Mudança Situacional
No que concerne a situacionalidade, é definida como forma em que um indivíduo fala perante
várias figuras ou contextos.

Exemplo: Quando um professor utiliza linguagem técnica com seus alunos e em contrapartida
fala com sua esposa usando linguagem mais corrente e simples.

Segundo Mateus (2006), além da variação dialectal, as línguas também


apresentam variantes decorrentes dos diferentes grupos sociais a que pertencem os
falantes (etários, sócio-culturais, sócio-profissionais1) e que são denominadas
sociolectos. Quando se iniciou o estudo de variantes marcadas por factores sociais,
foi convicção generalizada durante anos que as variantes utilizadas por classes não
escolarizadas eram linguisticamente mais pobres e insuficientes para servir a
expressão e comunicação de conceitos abstractos e sentimentos elaborados.
Todavia, trabalhos realizados por sociolinguistas desde os anos 60 vieram provar
que não há insuficiências decorrentes das características linguísticas desses
sociolectos que impeçam a explicitação verbal de conceitos científicos ou
filosóficos. A questão centra-se nas necessidades e nos interesses sócio-culturais,
que exigem da língua usada determinada especialização. Estamos, portanto, diante
de um conceito sóciocultural aplicado às línguas e não diante de uma perspectiva
linguística. Hoje é facto assente que todos os falantes usam um determinado
sociolecto correspondente ao contexto sócio-cultural em que estão integrados.

A mudança proveniente do contacto não se resume ao léxico nem a um número


restrito de variações gramaticais ou fonéticas. O contacto entre línguas pode dar origem
ao surgimento de línguas mistas – o sabir ou língua franca, os pidgins e os crioulos. O
pidgin é um género especial de língua reduzida que serve as necessidades de um grupo
de falantes de línguas diversas, ao passo que o crioulo é uma língua nativa que surge em
circunstâncias especiais de colonização e tem, portanto, uma língua colonizadora como
base, constituindo-se o crioulo como língua autónoma com uma gramática própria 19.
Está hoje completamente posto de parte o conceito errado de que o crioulo era a língua
de base ‘mal falada’, ou um seu dialecto. Em certos países africanos que têm o português
como língua oficial (em Cabo Verde, Guiné-Bissau e S. Tomé e Príncipe) existem
crioulos como língua materna da larga maioria da comunidade linguística.

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A variação sócio-cultural também é denominada diastrática.
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As causas da variação ou mudança linguística são:

 Situações económicas;

 Situação da classe da população;

 Situação de localização;

 Situação de nível acadêmico;

 Gênero ou facto de ser homem ou mulher (A título de exemplo, mulheres gostam de


falar palavras terminadas por inhas, irmanzinhas, queridinho, amorzinho etc.

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3. Conclusão
A mudança proveniente do contacto não se resume ao léxico nem a um número restrito de
variações gramaticais ou fonéticas. O contacto entre línguas pode dar origem ao surgimento
de línguas mistas – o sabir ou língua franca, os pidgins e os crioulos. O pidgin é um género
especial de língua reduzida que serve as necessidades de um grupo de falantes de línguas
diversas, ao passo que o crioulo é uma língua nativa que surge em circunstâncias especiais de
colonização e tem, portanto, uma língua colonizadora como base, constituindo-se o crioulo
como língua autónoma com uma gramática própria

As variedades nacionais de uma língua não apresentam uma uniformidade interna, mas são
constituídas por variantes geográficas que denominamos dialectos. Os dialectos do português
europeu não são muito distintos entre si, talvez por razões de carácter histórico nas quais
ressalta o facto de Portugal ser o país europeu com as fronteiras mais antigas. Essa aparente
uniformidade fez com que, durante muito tempo se considerasse o mirandês como o único
dialecto do português, dada a estranheza que as pessoas sentiam nessa forma de falar.

Não obstante a teorização sintética a cima, importa frisar que a variação linguística em
Moçambique está em processo de constante transformação porque a Língua Portuguesa é tida
como a língua recente e implantada por colonialismo, facto este que tem gerado polémicas
decisivas das políticas linguísticas.

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4. Bibliografia
Bechara, E, (1991) As fases da língua portuguesa escrita. Max Niemeyer.

Labov, W. (1972) Language in the inner city. Philadelphia: University of Pennsylvania Press.

Mateus, M. (2002) As línguas da Península Ibérica. Lisboa: Edições Colibri.

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